Ghost4u Membro AAP
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| Assunto: Reportagem do PortugÁudio 2016 Qui Abr 07 2016, 10:28 | |
| Ver e ouvir aparelhos de alta-fidelidade portugueses? No Portugáudio, de certeza! Existe um lugar, no sossegado Bairro de São José, perdido no meio da cidade de Odivelas, onde é notória a ausência de estabelecimentos comerciais – o Conservatório de Música D. Dinis, o local onde, devido ao silêncio pairador ao ar livre, reúne excelentes condições para a formação de músicos. Este sítio, foi também o refúgio para que as criações de um conjunto de aparelhos para reprodução de som, projectados por individualidades naturais da Lusitânia, fossem, uma vez mais, apresentados ao público interessado por alta-fidelidade. O Portugáudio realizou-se no segundo e terceiro dia de Abril. Durante o evento, além da descoberta de equipamento que em nada fica aquém de aparelhos do circuito comercial provenientes de multíplices pontos do globo, reviveram-se rostos que, de algum modo, fazem parte de peripécias destas andanças… João Pedro, nome directamente ligado à histórica Digisom, na pequenitote e acolhedora loja da Rua Portas de St.º Antão, em Lisboa, foi uma figura que revi com agrado. Mas, passemos à apresentação dos fabricantes presentes no certame.
Criativo e decidido, João da Berarda esforça-se com The Chocolate Tube Factory Project. Apresentando um inovador conversor digital de alta definição, isento de sobreamostragens, que alimenta o amplificador classe A1, de 10 Watts, sustentando colunas de uma só drive. Também expôs o seu Lenco L75, fazendo um vistão por estar acolhido num rijo plinto sintético (muito semelhante ao vidro), exibindo a Goldring Excel GS (célula fonocaptora que muito aprecio e que há muito tempo não via um exemplar).
Joaquim Pinto (JP) tem ganho notoriedade, transformando-se num criador de amplificação a válvulas bem-sucedido. Voltou a mostrar serviço, acompanhado por Rui Borges (fabricante de gira-discos com reputação além-fronteiras), disponibilizando o amplificador integrado Viriatus para nutrir as colunas GoldenEar Technology Triton Five e o pré de phono de tipologia MM ao serviço do gira-discos Ultimo (equipado com célula Goldnote Boboli Signature). Com o executor da NL Audiospeakers, aproveitou a ocasião para dar a conhecer o protótipo do seu amplificador OTL. Esta proposta, surgida como solução defensiva por estar limitado em potência para debitar 22 Watts, seduziu um número considerável de ouvintes. Em exposição estática estava um Viriatus de estética diferenciável (atendendo à solicitação do cliente).(Vista da parte ulterior do OTL)(Viriatus noutra fatiota)
Esaú Cardoso e seu mano, cuja missão é infiltrar-se no universo das caixas acústicas, de forma a marcar posição e libertar o potencial cliente da opressão inerente à necessidade de despender avultada quantia para adquirir colunas que realmente toquem bem, propõe uma família de colunas bipolares, denominadas MC Audio, composta de apenas três modelos assentes no mesclado de filosofias que confluem em linha de transmissão e bass-reflex. Duas delas, B4 e B4.1 são muito parecidas, constituindo uma linha evolutiva. Para quem já andou de montanha-russa, saberá que é uma imagem perfeita para definir a reacção que se tem quando se ouve as B3, já que, a nossa Caixa Idiota Instruída (cérebro), fica agitada ao recordar-se das inúmeras colunas muito mais dispendiosas, que carecem da notável nota artística das 3. Efectivamente, este modelo de entrada de gama que, sem estar a cantar, devido ao seu pequeno porte para colunas de chão, não chamam as atenções sobre si próprias, quando acompanhadas de um simples Audiolab 8000A (amplificador apreciado/detestado por muitos, que “4000 anos” após a sua produção é fiável e dá cartas), com fonte digital Arcam Alpha 5 Plus ou o analógico Lenco com célula ADC XLM MkII da Audio Improvements (Luís Gaio), tornam-se cobiçadas e despertam a inveja de fabricantes populares. Ouça o concerto em Colónia de Keith Jarret ou o álbum «Canto da boca», de Sérgio Godinho, e reformulará e actualizará as suas referências, questionando como é possível estar na presença de colunas que tão-somente custam €400,00? Seria interessante partilhar o resultado desenvolto das B3 com o amplificador integrado JP Viriatus...(B3)(Traseira das B3)(Profissionais e público incrédulo com os desempenho das B3)
Onde se ouvia temas do álbum «Memories», de Barbra Streisand, Joe Cocker em «With a little help from my friends» ou o hit «Video killed the radio star», dos Buggles, foi sala ocupada por Nuno Ferreira, mediante DAC PCM 1794 Texas, anexado ao amplificador de estado sólido, funcionando em classe A (2x10 W), alimentando colunas Fostex.
Cansado de comentários que sugerem que o sistema tocava de forma muito agradável por estar em espaços de reduzidas dimensões noutros eventos, o histórico Rui Pinho juntou-se a Rui Lourenço, formando uma competente equipa na demonstração de equipamento capacitado para obtenção de resultados convincentes num grande auditório. O sistema engendrado teve como pulmão o transistorizado amplificador de potência RL, de 300 W por canal (construção duplo-mono), ofensivamente tão vistoso a estimular as colunas de corneta de 3 vias (95 dB), auxiliado por um antigo protótipo de pré-amplificador Megaudio a válvulas. Aqui, ouviu-se e bem, a interpretação de Livingston Taylor, em «Isn´t she lovely», utilizando o Teac P-700.(Tweeter visto detrás)(Parte inferior da traseira da coluna)
A sala ocupada pela RMD Audio Design estava quase escura, o habitual para alimentar a ambiência com aparelhos posicionados no sector luxuoso, onde estavam alojadas colunas Gryphon. O ambicioso e combatente Ricardo Domingos demonstrou a capacidade das suas criações de aparência high-tech, com fontes de alimentação separadas para o amplificador de 120 W a 8 ohm, conversor e o protótipo de phono stage balanceada. As audições, intercaladas ente o digital e analógico, contaram com o exemplar Rui Borges Ultimo (braço Kuzma e célula Ikeda), devorando o álbum «Am i not your girl?», de Sinéad O´Connor.(Domingo chuvoso; assistência ouvindo Sinéad)
Naquela que ficou conhecida por sala 16, Alexandre Vieira propôs um desafio a Fernando Pina: com quantos paus se constrói um sistema? A pergunta tinha como objectivo provar que por quinhentos paus (baixo orçamento) é possível usufruir de equipamento capaz de presentear o ouvinte com boas condições de reprodução. Tudo isto, usando aparelhos antigos, sobretudo o amplificador integrado Pioneer A-616, colunas Rogers LS4 (26 anos ao serviço do seu proprietário), Monitor Audio e gira-discos Pioneer PL-12 (célula Shure M75/6) e Rotel RP-855. Convém referir que as MC Audio B3 fizeram uma perninha nesta jornada. A experiência foi feita de forma tão insidiosamente divertida, acompanhada de cerveja em formato mini que nunca retirou sobriedade ao momento. Pode dizer-se de facto, o que assegurou o interesse na sala foi a simplicidade com que o repto foi aceite. No Sábado, realizou-se um interessante teste cego a cabos de interligação. Quando alguém na assistência ousava questionar qual a capacitância dos cabos, Alexandre Vieira, nunca cedendo a qualquer ratoeira, respondia algo do género: - A entrada neste espaço, foi barrada à senhora Capacitância. Aqui, o discurso é expressamente masculino! Projectando cenários após o que se passou na 16, quiçá alguns visitantes tenham cedido ao impulso de ir para o teatro de operações do eBay, tentando adquirir algum exemplar dos modelos experimentados no âmbito dos 500 paus…(Rogers LS4a)(Respeitoso PL-12)(Cabos de coluna prontos para a acção)(Serpente adaptada a cabo de coluna)(O fornecedor das minis na hora da despedida)
Por último, mas de relevante importância, uma sala com venda de bolachas em vinilo. Destaco a Armoniz Records, onde a reedição de obras históricas de música portuguesa, constitui a força motriz da existência desta etiqueta. Miguel Augusto Silva, o rosto da Armoniz, falava apaixonadamente dos dois títulos editados, sem levantar a ponta do véu de futuras reedições. Jorge Ferreira, trouxe produtos da Farmvinyl. Após as 18h00 de Domingo, realizou-se o sorteio entre os compradores de bolachas no Portugaudio, que habilitaram-se a ganhar um LP. Milton, esforçado mentor deste evento, extraiu um papelinho, revelando o nome do vencedor do sorteio.(Miguel Augusto Silva da Armoniz)(Bolachas na Farmvinyl)(Jorge Ferreira manobrando a caixa da sorte)(Milton extrai o nome sorteado)(Pedro Delgado, contemplado com o álbum Roger Waters - «Amused to death»)
Parabéns aos criadores nacionais! Parabéns ao Milton e a todo o staff dirigente do AAP que, apesar da falta de apoios e da cobertura por parte da comunicação social, prova, que os projectistas portugueses estão vivos e recomendam-se!
Texto: Ghost4u Bonecos gentilmente cedidos por: Mister W | |
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Luis Filipe Goios Membro AAP
Mensagens : 10506 Data de inscrição : 27/10/2010 Idade : 66 Localização : Lanhelas - Minho
| Assunto: Re: Reportagem do PortugÁudio 2016 Qui Abr 07 2016, 10:47 | |
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Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
| Assunto: Re: Reportagem do PortugÁudio 2016 Qui Abr 07 2016, 12:15 | |
| 5 Estrelas Está ai muito trabalhinho nessa crónica, bom trabalho !!! Abraço, Jorge | |
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tfonseca Membro AAP
Mensagens : 840 Data de inscrição : 18/04/2012
| Assunto: Re: Reportagem do PortugÁudio 2016 Qui Abr 07 2016, 14:01 | |
| Excelente reportagem | |
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PedroGV Membro AAP
Mensagens : 588 Data de inscrição : 17/03/2013 Idade : 67 Localização : Parede/Cascais
| Assunto: Re: Reportagem do PortugÁudio 2016 Qui Abr 07 2016, 19:05 | |
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João da Bernarda Membro AAP
Mensagens : 346 Data de inscrição : 13/11/2012 Idade : 50 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Reportagem do PortugÁudio 2016 Qui Abr 07 2016, 23:00 | |
| Obrigado, Bom trabalho... | |
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
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Hallscool Membro AAP
Mensagens : 746 Data de inscrição : 10/02/2015 Idade : 43 Localização : Porto
| Assunto: Re: Reportagem do PortugÁudio 2016 Qui Abr 07 2016, 23:26 | |
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Riskas Membro AAP
Mensagens : 736 Data de inscrição : 14/03/2012
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