Agenda

Formados por três irmãos, um primo e um amigo do ensino secundário, os húngaros Söndörgő dedicam-se à música tradicional dos eslavos do Sul, que permanece viva em pequenas comunidades fixadas ao longo do Danúbio. Em contraste com a música popular húngara, em que o violino é rei, a banda usa a tambura (instrumento de cordas composto por caixa-de-ressonância com um braço acoplado), juntando instrumentos de sopro (trompete, saxofone, clarinete) e acordeão. A música que criam, ora nostálgica ora vibrante, suscitando vontade de dançar, é fruto dos álbuns «Tamburising : Lost Music of the Balkans» (2011) e «Tamburocket : Hungarian Fireworks» (2014). Ambos os discos têm sido inclusos em várias listas de melhores álbuns de world music. Dia 13 de Maio, 21h30, em Lisboa, no Grande Auditório da  Culturgest, conheça a sonoridade tradicional desta magnífica banda.

A oferta de inúmeros festivais de música pelo país tem sido intensificada. No entanto, o Festival de Sintra é o mais idoso do género, contando com meia centena de edições. Realizar "um Passeio Musical através do tempo e do espaço" (Palácios Nacionais de Sintra, da Pena, de Queluz e o Centro Cultural Olga Cadaval), mediante o teclado do piano, é a tónica da 51ª edição, projectado por Adriano Jordão, Director Artístico do evento que decorre em Maio, às 21h30.

A abertura está a cargo de Michael Nyman, cuja vastíssima obra vai além de bandas sonoras e óperas. Toca hoje e amanhã, no Centro Cultural Olga Cadaval.

Mário Laginha e Pedro Burmester, dia 14, apresentam composições cubanas, brasileiras (Pixinguinha) e francesas (Debussy e Ravel).

Dia 15, o Palácio Nacional de Sintra enche-se das cores percussivas da Turquia, trazidas pela dupla Rüya Taner (pianista que  aos 11 anos, por ser criança sobre-dotada, recebeu uma bolsa de estudos estatal para Londres) e Dinçer Özer (percussão).

Olga Prats, desprendida da leitura erudita do piano, na noite de 19 de Maio, faz a ponte entre Lisboa e Bueno Airers/fados e tangos.

O piano a quatro mãos - Kiyurtchev e Yordanova - preenche a programação do dia 20.

A noite do dia 21 será embelezada com o requintado fraseado da "chopiana" canadense Janina Fialkowska.

No dia seguinte, Theódore Paraskivesco, professor emérito do Conservatório Nacional Superior de Música de Paris, convidado anualmente para o Japão onde dá master classes e recitais, conduz a viagem de Bach a Bardók.

Dia 26, conheça a "interpretação pianística engenhosa" da música árabe, pelo marroquino Marouan Benabdallah.

Com 24 anos de idade, Vasco Dantas, por se situar no cume da nova geração portuguesa de pianistas, deixou de ser uma promessa. Começou os estudos de piano aos 4 anos. Tocou a solo com várias orquestras no continente asiático, americano e europeu. Em Fevereiro de 2015, lançou o seu primeiro álbum a solo, «Promonade», com obras de Liszt e Mussorgeky, divulgado pela nossa Antena 2 e pelas germânicas MDR Klassik e WRD 3. Dia 27, este jovem, que obteve 50 prémios e distinções em concursos internacionais, actua em Queluz.

Dia 28, a Banda Sinfónica do Exército, dirigida por Giovanni Andreoli, o Coro do Teatro Nacional de São Carlos e a meio-soprano Maria Luísa Freitas, animam o serão do dia 28, com um Concerto Promenade, percorrendo conhecidos trechos de óperas e a magnífica Abertura 1812 de Tchaikosvsky, com a inclusa secção de canhões.

O pianista António Rosado, em parceria com a Orquestra do Conservatório de Música de Sintra, conduzida pelo maestro Humberto Castanheira e o Coro Leal da Câmara, no dia 29, 19h00, encerram o festival com uma missa de um compositor de renome que, de momento, permanece no segredo dos deuses.

«Miles ahead» não é um filme sobre o lugar do jazz no universo musical. É, isso sim, a primeira película realizada por Don Cheadle, que encarna essa figura ímpar, expondo os momento críticos do criador e a sua ascensão, traçando os pilares orientativos de criação que concedem durabilidade à sua obra, garantindo a eternização no jazz. Para evitar cair em erros nem deturpações, foi efectuado um minucioso trabalho durante oito anos.  A estreia mundial decorreu na edição de 2015, do New York Film Festival. Agora, finalmente disponível nas salas de cinema do nosso país.

Qual o cenário do 4º Festival de Jazz de Viseu? Parque Aquilino Ribeiro, onde de terça a Domingo os fins de tarde ganham novas conquistas em matéria de público.

Qual a primeira actuação internacional? A italiana Manuela Panizzo (colaborou com Chaka Khan, John Legend ou Joss Stone), sobe ao palco dia 21.

Quais são os outros artistas internacionais? O trompetista Quentin Collins em conjunto com a Electrocution, o enérgico trio Preston Glasgow Lowe, cuja imprensa, referindo-se à sua criatividade, sugere: "pensa em Metallica com Mingus, ou Hendrix, Pastorius e o Animal dos Marretas num encontro de compinchas".

Quem são os nomes nacionais em agenda? Coro Azul na abertura do festival; a comemoração dos trinta anos do pioneiro Quinteto de Jazz de Viseu que comemora trinta anos de carreira; The Rite of Trio com a construção de jazz em nada semelhante a formalidades; o virtuoso baixista Miguel Amado; Filipe Teixeira Trio, cuja composição liberta o aroma de cada uma das «Páginas» do álbum de estreia; a ambição desmesurada de André Carvalho Group em criar música que transmite felicidade.

Extra concertos, que outros acontecimentos terão lugar? Workshops de formação musical, oficinas, momentos musicais pelas ruas da cidade oferecidos pelo colectivo infantil "Osso Ruído", da Gira Sol Azul, e a "Freedão Dixie Band", da Escola Secundária de Santa Comba Dão, e a "Rádio Rossio", instalada na praça central de Viseu, emitindo a partir das 10 horas.

Depois de Egberto, gostava de assistir à actuação de Tom Zé, que mostrará o seu novo trabalho «Vira lata na Via Láctea». Porém, por estar no Ilhéu Chão será impossível ver concretizado tal desejo.

Andrea dos Guimarães usa o piano muito para além do usual. Usa-o para mapear os temas interpretados, resultantes do álbum «Desvelo», editado em 2015. Esteve em Portugal numa curta digressão, actuando no Hot Club em noite outonal. Sábado, 17 de Setembro, 21h30, regressa a Lisboa para interpretar temas da música brasilense, tanto ao piano, como com a quentura da sua voz, no Grande Auditório da Culturgest.

81 anos!!!
Para uma franja da sociedade, tantos anos de vida são sinónimo de alguém caduco e nulo de interesse. Estará correcta esta leitura? Pois... não está. O meu pai, com número superior de anos, é o contrário desse parecer: é um vetusto sábio, culto, "rato de biblioteca", pautando a convivência com humor inteligente e transmitindo conhecimento sem esmagar o seu semelhante. Mas, como a vida do meu estimado progenitor não será temática a explorar na Culturgest, sem mais delonga, informa-se que dia 23 de Setembro, sexta, 21h30, o respeitável pianista Abdullah Ibrahim, dado a conhecer no novo e velho continente por Duke Ellington, regressa a Lisboa para brindar o público com a magia de converter o piano num instrumento que, além da multiplicidade de notas que compõem os temas inclusos no álbum «The song is my story», torna-se falante no diálogo imaginário estabelecido com o auditório.

Estreado em 2014, em Lisboa, Sérgio Godinho leva ao Teatro Virgínia, na cidade de Torres Novas, o espectáculo «Liberdade», dia 1 de Outubro, Sábado, às 21h30. Baseado na canção inclusa no álbum «À queima roupa» (1974), o cantor retrata a vivência democrática de Portugal, pois segundo ele, a "liberdade é de todas as palavras e conceitos que uso na minha vida, e por arrasto nas canções, a que mais acarinho e que mais defendo, aquela que dá ao norte a sua bússola."

Por ocasião do Dia Mundial da Música - 1 de Outubro, Sábado - , importa realçar alguns concertos:

Premiado ao longo de 50 anos de carreira, o vibrafonista Gary Burton tem tocado com instrumentistas de renome. Na quinta, 20 de Outubro, nos Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra, no auditório do Convento de São  Francisco, 22h00, é convidado do guitarrista Sandro Norton (seu aluno, em Boston), partilhando o palco com Maria João.

No dia seguinte, 22 de Outubro, 22h30, no Salão Brazil, o guitarrista preferido de Tom Waits, Marc Ribot, encerra o festival com os Ceramic Dog, o baterista Ches Smith e percussionista Shahazad Ismaily.

Dia 28 de Outubro, 21h30, inicia-se a 6.ª edição do Festival Cantar Abril – concurso de música de intervenção organizado pelo município de Almada. As honras de abertura, são dadas por Sérgio Godinho, com o espectáculo «Liberdade», na histórica Academia Almadense.

Neste festival, serão homenageados quatro nomes da música, da canção e da poesia de intervenção: Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, José Carlos Ary dos Santos e Carlos Paredes.

TGB!!! Será que estamos perante o característico sotaque nortenho de oposição fonológica entre as consoantes V e B? Será que o projecto ferroviária de alta velocidade, designado TGV, foi desenterrado pelo governo? Nada disso! Efectivamente, não existe nenhuma troca de "vês" pelos "bês".

TGB é uma formação de jazz, composta de tuba (Sérgio Carolino), bateria (Alexandre Frazão) e guitarra (Mário Delgado). Dia 12, 21h30, no Café Concerto do Teatro Virgínia, em Torres Novas, apresentam a sua sonoridade, ora calma ora explosiva, proveniente das suas «Evil things» - álbum editado em 2010, sob a chancela Clean Fead/Trem Azul - aquecendo o público com as versões de «Planet Caravan» (Black Sabbath) e «The mule» (Deep Purple). 7,5€ é o valor do ingresso.

«De viva voz» é o espectáculo montado por Amélia Muge, que junta os principais grupos de canto feminino lusitano - Cramol, Maria Monda, Segue-me à Capella e Sopa de Pedra - totalizando 40 mulheres no palco do Teatro Tivoli, em Lisboa, dia 12, 21h30. À capela, entoaram temas pertencentes ao património das raízes regionais do nosso país.

Faltam quase três meses para o recital de Adriana Calcanhoto, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, em Lisboa, agendado para 3 de Fevereiro, 21h00. Porém, a importância de divulgação, relaciona-se com o facto de estar preste a esgotar. O espectáculo, denominado «O milagre das rosas», apresentado, primeiramente em Dezembro de 2015, na celebração do 725º aniversário da Universidade de Coimbra, baseia-se na poesia/música portuguesa e brasilense, viajando por poemas de Fernando Pessoa, Fiama Hasse Pais Brandão, Luís Vaz de Camões, Mário de Sá Carneiro, Chico Buarque, Dorival Caymmi, Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

Dois dias depois (5 de Fevereiro), a cantora, acompanhada por Arthur Nestrovski (guitarra), apresenta-se na Casa da Música da Cidade Invicta.

Em Lisboa, no  Teatro Camões, até dia 13, a Companhia Nacional de Bailado (CNB), apresenta «Turbulência». Co-produção com a associação Vo´Arte, assinada pelos coreógrafos António Cabrita, Henriett Ventura, São Castro e Xavier Carmo, reflecte sobre a desestabilização da sociedade, provida do pensamento desassossegado.

Ainda bem que já lá vai o tempo em que os músicos portugueses de jazz, se juntavam a individualidades de outras latitudes quando actuavam no nosso país. Actualmente, é real a existência de formações compostas por elementos de diversas nacionalidades (entre as quais, portuguesa), que gravam discos e tocam em locais tão dispares do nosso planeta.

O contrabaixista Hernâni Faustino (membro da banda de rock psicadélico Signs of the Silhouette), o baterista Nuno Mourão (elemento fundamental do JER Esnsemble, na apresentação de óperas tocadas com instrumentos de plástico - brinquedos) e o norueguês saxofonista e clarinetista Klaus Ellerhusen Holm, formam o Hamar Trio. Sexta, dia 18, 21h30, convidam o público a celebrarem em Lisboa, na Culturgest, a espontaneidade criativa do jazz improvisado.

Se a humanização de um projecto for alicerçado numa voz límpida e num reputado guitarrista, em parte, estão reunidas as condições para iluminar o documento discográfico de bom gosto que causa abstracção «Além das horas».  Hoje, dia 17, 21h30, jazz no auditório do Liceu Camões, em Lisboa, com Afonso Pais & Rita Maria. Trata-se da apresentação do álbum editado pela muniquense Enja Records.

A origem da música blues está enraizada nos afro-americanos, escravos ou descendentes de escravos, provenientes da África Ocidental, levados para as proximidades do rio Mississípi, o mais extenso da América do Norte, para laborarem nas grandes plantações de algodão. Actualmente, a interpretação e concepção de novos blues expandiu-se além do território norte-americano. Neste contexto, a Culturgest, em Lisboa, convida o público a imergir nos intensos diálogos provocados pelos executantes de blues, mediante três espectáculos, às 21h30.

O primeiro acontecerá dia 19, com a guitarrista e cantora Ana Popovic. Natural de Belgrado, aos 40 anos, Popovic granjeia de notável estatuto, que a coloca permanentemente no roteiro internacional de blues, com uma mão-cheia de nomeações em várias categorias para o Blues Music Award.

Mas, se no blues é pouco frequente a protagonização feminina - apesar do primeiro disco em que consta um blues, surgir em 1920, pela voz de Mammie Smith - imagine um peixe-gato como protagonista...

Oriundo de East Chicago, Indiana, Catfish Keith é um intérprete de blues do Delta do Mississípi, perfumando o toque da guitarra-acústica com a sonoridade das Caraíbas. O "rei dos blues acústicos", como é denominado, actua dia 21.

A representação portuguesa está a cargo do enérgico Serushio (actuaram na edição de 2014, do distinto festival de Toronto, Canadian Music Week). O guitarrista Sérgio Silva e o blues-man José Vieira (guitarra e bateria), esboçam o blues com rock britânico, apresentando dia 23, temas do novo álbum e do LP «I´m not lost... Just don´t want to be found».

«Azul», um importante álbum da história do jazz nacional, editado há 20 anos, ganha relevância no tempo presente, visto que, o trio do contrabaixista Carlos Bica, denominado Azul (guitarrista Frank Möbus e o baterista Jim Black), apresenta-se sexta, dia 25, 21h30, na Culturgest, em Lisboa, recordando temas desse trabalho e dos cinco posteriores, dando a conhecer peças inclusas em «More than this« (editado no corrente mês, sob a chancela Clean Feed).

Alguns temas de «Irreligious», segundo álbum dos Moonspell, foram escritos na extensa Schwarzwald (Floresta Negra), na Alemanha. Este álbum, que inclui «Opium», um hino da banda liderada por Fernando Ribeiro,  foi Disco de Prata em Portugal e vendeu mais de 80 000 cópias aquando o lançamento em território germânico, projectando-os à escala internacional.

Vinte anos volvidos da sua edição, os metaleiros góticos Moonspell, assinalam a efeméride no concerto de 2 de Dezembro, 22h00, no Multiusos de Guimarães, tocando, não apenas, todos os temas do referido disco, mas também de «Wolfheart» (1995) e «Extinct» (2015).