Quad 33, um sistema a considerar ou um mero sonho?

Goansipife escreveu:

Vamos lá falar de Quad e do conjunto Quad II + 22
A versão dos anos 60 caracterizou muito a Quad junto dos entusiastas do Hi-fi, bem como o epíteto de som inglês:
 Fleumático mais do que enfático;
 Escorreito, correcto e neutral (tanto quanto possível);
 Detalhado, mas também propício a audições prolongadas
[Atenção esta é a minha definição e convicção)
Estes foram, para mim e para muitos amantes da causa, a referência a seguir em modelo de som e os equipamentos que deram o pontapé de saída ao, hoje, chamado High-End

Lendo este tópico veio à minha memória os meus anos de adolescência.
Não pelo Quad II, mas sim pelos 33.
Os Quad 33/303 sempre me fascinaram, principalmente pela aparência. Um amigo meu teve uma loja que vendia discos e o sistema usado era este. O som era... era agradável. Naquela época eu queria era ouvir música, fosse qual fosse o sistema. Hoje ando um pouco mais refinado, bem o meu sistema é refinado para a minha bolsa...
Mas dado que uma das minhas características é a nostalgia, será uma aposta respeitável construir um sistema (mais um) tendo por base estes aparelhos?
O que me dizem?

Realizável. Mas trabalhoso e caro. Conseguir os aparelhos e depois (mais difícil ainda) arranjar um técnico que conheça a marca e possa substituir tudo o que já acuse a idade e os terminais também...

Eu pessoalmente não me metia nisso...

galvaorod escreveu:

Realizável. Mas trabalhoso e caro. Conseguir os aparelhos e depois (mais difícil ainda) arranjar um técnico que conheça a marca e possa substituir tudo o que já acuse a idade e os terminais também...

Eu pessoalmente não me metia nisso...

Eu, por acaso discordo.

creio que o Quad 33, com umas boas colunas (não necessáriamente caras), que casem bem, dão "reais abadas" a muitos sistemas de triplo valor.

O custo actualmente destes aparelhos estão inflacionados, a título de exemplo:

https://www.olx.pt/anuncio/amplificador-quad-303-pr-amplificador-quad-33-IDB2reN.html#38687bcb19

Conheço quem tenha dois powers 33, a preço bem mais convidativo.

A única questão para mim, pois tive esse aparelho há muitos anos atrás, na configuração original e mais tarde com um prévio diferente (de outra marca).

Na verdade com outro prévio melhor havia um ganho qualitativo IMHO com esse power.

Continua, para mim, a ser um dos melhores best buy para valores até aos € 500,00, não conheço muito melhor nesta franja de preços e com a mesma qualidade sonora.

As Kef, tocavam muito bem com esse conjunto, por exemplo.

Um abraço e vá em frente

Olá

Nunca tive esses Quad... mas no entanto tive essa dupla em casa por uns meses, eram de um amigo, não desgostei, no entanto na altura tinha um Denon PMA 700V no meu sistema, e não sei se era por casar melhor ou não com os restantes elementos do meu sistema, mas o Denon era superior, claro... para o meu gosto pessoal.

O Audio é tramado... o que uns adoram... outros detestam...


Fredie

Tenho um amigo que é Quadófilo e entre vários conjuntos Quad de amplificação tem o conjunto 33/303.

É um conjunto algo caprichoso com as companhias, mas é maravilhoso com as ESL 57 ou com umas Leak 2030. Datado mas, muito agradável de se passar uma tarde a ouvir música com eles.

Mas respondendo directamente ao amigo João Henrique, os actuais conjuntos da Quad, mesmo as réplicas clássicas, pareceram-me bem mais interessantes, nos dias de hoje.

Ouvi há pouco tempo na Esotérico (antes do Natal), durante um par de horas, algumas propostas da marca incluindo as colunas e fiquei a pensar porque é que actualmente não se dá muita importância à marca. Pelo menos há bastante tempo que não vejo, na revista do nosso "burgo", nenhum teste

Caro João Henrique,

O 303 na minha opinião é um modelo bastante expressivo, melhor que o 405, é um transístorado que mesmo hoje sem qualquer intervenção técnica, oferece uma característica sonora próxima das válvulas.

Em Dezembro passado tive um FM3 e 303 para reparar. O 303 estava bastante batido e era um dos exemplares iniciais, datado de 1969. Depois de apenas reparar o problema e sem qualquer outra intervenção o tipo soava exactamente da forma que descrevi acima, apesar de os condensadores de saída acusarem desgaste, audível na tonalidade desiquilibrada - algo perfeitamente normal e aceitável num exemplar com 50 anos.

Já recentemente adquiri (finalmente) um 303 para meu usufruto. Este datado de 1982, já com tomada de alimentação IEC (visualmente é a única diferença). Soa tal como descrevi inicialmente - característica sonora próxima às válvulas - e poderia utilizá-lo de imediato uma vez, que apresenta-se bom de medição e escuta. Todavia está encostado para revisão completa tal como o outro que reparei.
Quanto ao 33, tenho um, restaurado há uns anos e não tenho motivo algum de insatisfação. Os prés posteriores da QUAD, 34, 44 ou 66 são melhores evidentemente mas, nem por isso os utilizo mais.

O meu foi restaurado há uns anos e é ligado práticamente todos os dias a um 405-1 pristino e a umas QUAD 11L2 (fenomenais) numa sala de 18m2. Brevemente substituido pelo 303 depois de revisto.
Em minha opinião, o componente mais sensível do 33 é o comando de botões que merece ser limpo e lubrificado nos seus contactos. Ao mesmo tempo é o trabalho mais moroso no 33.
O componente mais fraco do 33 é o pré-de-phono interno. E não podia desempenhar melhor dada a muito conservadora fonte de alimentação interna.

Também já ouvi este conjunto com as ESL57 e gostei bastante.

Falando em restauro, porque estas peças merecem sempre este cuidado : o 33 é mais moroso de restaurar do que o 303.
Não adianta comprar equipamento com esta idade se não tiver intenção de os trazer à condição óptima de funcionamento. Se não os restaurar ficará com má opinião dos QUAD e provavelmente opinará neste sentido perante outras pessoas.

Em suma : na minha opinião é um tiro certeiro no que a qualidade sonora a preço moderado diz respeito que, dependerá fundamentalmente da condição inicial de ambas as peças ; para que os €€€ não fujam ao controlo durante a fase de revisão ou restauro.

Caso tencione adquirir ambas as peças, procure sempre bom aspecto estético (que é sempre sinal do cuidado anterior, tido com a peça) e no caso do 303 evite nºs de série inferiores a 12.000.

Parabéns pela iniciativa do tópico!

FBatista

FBatista escreveu:

Caro João Henrique,

O 303 na minha opinião é um modelo bastante expressivo, melhor que o 405, é um transístorado que mesmo hoje sem qualquer intervenção técnica, oferece uma característica sonora próxima das válvulas.

Em Dezembro passado tive um FM3 e 303 para reparar. O 303 estava bastante batido e era um dos exemplares iniciais, datado de 1969. Depois de apenas reparar o problema e sem qualquer outra intervenção o tipo soava exactamente da forma que descrevi acima, apesar de os condensadores de saída acusarem desgaste, audível na tonalidade desiquilibrada - algo perfeitamente normal e aceitável num exemplar com 50 anos.

Já recentemente adquiri (finalmente) um 303 para meu usufruto. Este datado de 1982, já com tomada de alimentação IEC (visualmente é a única diferença). Soa tal como descrevi inicialmente - característica sonora próxima às válvulas - e poderia utilizá-lo de imediato uma vez, que apresenta-se bom de medição e escuta. Todavia está encostado para revisão completa tal como o outro que reparei.
Quanto ao 33, tenho um, restaurado há uns anos e não tenho motivo algum de insatisfação. Os prés posteriores da QUAD, 34, 44 ou 66 são melhores evidentemente mas, nem por isso os utilizo mais.

O meu foi restaurado há uns anos e é ligado práticamente todos os dias a um 405-1 pristino e a umas QUAD 11L2 (fenomenais) numa sala de 18m2. Brevemente substituido pelo 303 depois de revisto.
Em minha opinião, o componente mais sensível do 33 é o comando de botões que merece ser limpo e lubrificado nos seus contactos. Ao mesmo tempo é o trabalho mais moroso no 33.
O componente mais fraco do 33 é o pré-de-phono interno. E não podia desempenhar melhor dada a muito conservadora fonte de alimentação interna.

Também já ouvi este conjunto com as ESL57 e gostei bastante.

Falando em restauro, porque estas peças merecem sempre este cuidado : o 33 é mais moroso de restaurar do que o 303.
Não adianta comprar equipamento com esta idade se não tiver intenção de os trazer à condição óptima de funcionamento. Se não os restaurar ficará com má opinião dos QUAD e provavelmente opinará neste sentido perante outras pessoas.

Em suma : na minha opinião é um tiro certeiro no que a qualidade sonora a preço  moderado diz respeito que, dependerá fundamentalmente da condição inicial de ambas as peças ; para que os €€€ não fujam ao controlo durante a fase de revisão ou restauro.

Caso tencione adquirir ambas as peças, procure sempre bom aspecto estético (que é sempre sinal do cuidado anterior, tido com a peça) e no caso do 303 evite nºs de série inferiores a 12.000.

Parabéns pela iniciativa do tópico!

FBatista

Não poderia estar mais de acordo

Onde está a linha para eu assinar por baixo?

FBatista escreveu:

Caro João Henrique,

O 303 na minha opinião é um modelo bastante expressivo, melhor que o 405, é um transístorado que mesmo hoje sem qualquer intervenção técnica, oferece uma característica sonora próxima das válvulas.

Em Dezembro passado tive um FM3 e 303 para reparar. O 303 estava bastante batido e era um dos exemplares iniciais, datado de 1969. Depois de apenas reparar o problema e sem qualquer outra intervenção o tipo soava exactamente da forma que descrevi acima, apesar de os condensadores de saída acusarem desgaste, audível na tonalidade desiquilibrada - algo perfeitamente normal e aceitável num exemplar com 50 anos.

Já recentemente adquiri (finalmente) um 303 para meu usufruto. Este datado de 1982, já com tomada de alimentação IEC (visualmente é a única diferença). Soa tal como descrevi inicialmente - característica sonora próxima às válvulas - e poderia utilizá-lo de imediato uma vez, que apresenta-se bom de medição e escuta. Todavia está encostado para revisão completa tal como o outro que reparei.
Quanto ao 33, tenho um, restaurado há uns anos e não tenho motivo algum de insatisfação. Os prés posteriores da QUAD, 34, 44 ou 66 são melhores evidentemente mas, nem por isso os utilizo mais.

O meu foi restaurado há uns anos e é ligado práticamente todos os dias a um 405-1 pristino e a umas QUAD 11L2 (fenomenais) numa sala de 18m2. Brevemente substituido pelo 303 depois de revisto.
Em minha opinião, o componente mais sensível do 33 é o comando de botões que merece ser limpo e lubrificado nos seus contactos. Ao mesmo tempo é o trabalho mais moroso no 33.
O componente mais fraco do 33 é o pré-de-phono interno. E não podia desempenhar melhor dada a muito conservadora fonte de alimentação interna.

Também já ouvi este conjunto com as ESL57 e gostei bastante.

Falando em restauro, porque estas peças merecem sempre este cuidado : o 33 é mais moroso de restaurar do que o 303.
Não adianta comprar equipamento com esta idade se não tiver intenção de os trazer à condição óptima de funcionamento. Se não os restaurar ficará com má opinião dos QUAD e provavelmente opinará neste sentido perante outras pessoas.

Em suma : na minha opinião é um tiro certeiro no que a qualidade sonora a preço  moderado diz respeito que, dependerá fundamentalmente da condição inicial de ambas as peças ; para que os €€€ não fujam ao controlo durante a fase de revisão ou restauro.

Caso tencione adquirir ambas as peças, procure sempre bom aspecto estético (que é sempre sinal do cuidado anterior, tido com a peça) e no caso do 303 evite nºs de série inferiores a 12.000.

Parabéns pela iniciativa do tópico!

FBatista

Amigo FBatista,

Eu ouvi aqui há uns anos atrás um 405, com um upgrade que uma malta do Norte faz, e relativamente barato, e fiquei muito satisfeito com o som dele.

A Quad continua a ser uma excelente marca, referiu e bem essas colunas, que são fantásticas, já para não dizer o preço que custam.

Ora aí está um conjunto extremamente honesto, com excelente som, sem ser necessário empenhar nada.

Nem me lembrava dessas colunas, obrigado por lembrar