Assunto: Hifi clube de José Victor Henriques Qua Nov 03 2021, 00:22
Lembro-me de textos deste senhor desde o final dos anos 80 numa revista que se chamava Hi-fi (salvo erro). A escrita é sempre imaginativa, com qualidade e que é capaz de prender a atenção, principalmente quando estamos a falar sempre da mesma coisa: amplificadores e colunas. Goste-se ou não, é um pioneiro em Portugal. Este editorial chama a atenção aos perigos das medições no contexto do desempenho dos aparelhos. Isto porque a malta agora anda muito na Audio Science Review e a sua influência cresce. O texto e a resposta a um comentário são de leitura interessante para escolher as trincheiras da guerra que vem aí entre o subjetivo e o analítico.
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Qua Nov 03 2021, 12:44
galvaorod escreveu:
...Este editorial chama a atenção aos perigos das medições no contexto do desempenho dos aparelhos. Isto porque a malta agora anda muito na Audio Science Review e a sua influência cresce...
Antes de mais agradeço ao galvaorod pelo texto que pensei, no meu utopico optimismo, poder ser uma diagonal de fuga ao belicoso dualismo da objectividade contra a subjectividade no audio, infelismente não posso estar em nada de acordo com o patético editorial desse senhor. Em vez de uma argumentação inteligente acompanhada de uma mea culpa, que o jornalismo audio tradicional deve a todos os amadores, encontro um choque do antigo dogma contra o novo. Vejo o mesmo olhar trocista em relação ao Amir que este tém em relação aos jornalistas, vejo uma ausência total de reflexão sobre as razões que conduzem à ASR de prosperar e aos jornalismo tradicional de se afogar, vejo a barbaria como resposta à barbaria. Construir um editorial de audio na base do medo actual à volta da inteligência articial, da identidade social e do medo da dictadura tecnologica é ridiculo e uma ofensa à inteligência dos auditores. Defender o antigo dogma com a mesma energia que os templarios utilisaram para seguir a biblia também não me pareçe muito pragmatico da parte de um jornalista e deixo o que me pareçe ser a frase culminante do texto e que apareçe desde o começo do editorial:
(...) Por exemplo: AIYIMA A07 TPA3255 já ouviu falar? É um amplificador chinoca de Classe D, que pode comprar na Amazon por 72 dólares. Amir diz que as medidas são 'decentes'. Eu não me atreveria a mandá-lo vir. ...
Esta simples frase encerra na sua intenção uma série de elementos que, por si sò, acentuam o descrédito que o jornalismo audio acumula desde hà muito. Està induita nesta frase que o aparelho não foi escutado, que o barato não pode ser bom, que a origem e o preço impactam a qualidade e culmina com um conselho que convida a não comprar... um puro suicidio editorial e intelectual no mundo de hoje! A HiFi està em crise comercialmente e intelectualmente hà muito tempo e textos assim sò podem agravar a situação, a menos que, o unico objectivo do editorial seja de levar a escutar os auscultadores da HEDDPhone, distribuídos pela Exaudio... nesse caso, pareçe-me muita energia gasta para fazer o buzz de um teste a vir, mas jà anunciado como bom e em oposição ao teste do Amir. Viva a medida de pilinhas e a deontologia...
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Qua Nov 03 2021, 13:56
Não tenho o hábito de ler a revista ou visitar o site da mesma, por isso agradeço a partilha do Galvaorod.
Infelizmente, tal como já disse o Paulo, não li com muito gosto o editorial - do ponto de vista literário o senhor engana-se e o que ele apelida de "peça de humor negro" tem muito pouco de humor e nota-se de longe.
Tenho pena que a guerrinha de medidas e "gosto" tenha chegado a este tipo de posição. Nós não devemos comprar apenas porque mede bem, mas devemos seguir o "eu gosto" de forma cega? As milhares de reviews que hoje fazem escola pela internet fora (veja-se o youtube) não são a prova de que esse editorial está longe de ser uma visão clara do que se passa?
Eu continuo a acreditar que o gosto educa-se e vai evoluindo com as nossas experiências. O senhor que escreveu esse editorial é a prova disso, ao apelar às "milhares de horas"... ele educou o gosto dele e participa da educação do gosto de que o lê e segue, não é o Amir, é o JVH. Um e outro fazem recomendações, curioso como a pedra que serve para ser atirada aos outros pode quebrar o nosso telhado de vidro.
Spock Membro AAP
Mensagens : 30 Data de inscrição : 12/09/2021
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Qua Nov 03 2021, 20:48
Apesar de reconhecer em José Victor Henriques uma indisfarçável tendência elitista, claramente suportada na linha mais exclusivista deste nosso hobby; Apesar de reconhecer que as suas análises críticas pecam por defeito, não tanto pela ausência das medições (que a mim não me fazem falta nenhuma), outrossim porque raramente (nunca?) identifica o contexto (leia-se restante sistema) em que testa este ou aquele equipamento; Apesar de não me identificar com algumas das suas críticas, nomeadamente quando estas se referem a equipamentos que também já tive oportunidade de ouvir e cuja opinião sobre o seu nível de desempenho não consigo partilhar; Apesar de reconhecer que, independentemente da isenção com que sempre se apresenta (e que acredito sincera do ponto de vista racional), me custa a crer que algumas opiniões sejam subconsciente e emocionalmente despojadas da ligação sentimental de conhecimento próximo e amizade que muito naturalmente foi criando ao longo dos anos com tantas pessoas do meio; Apesar de reconhecer que é de grande ousadia, enquanto crítico profissional digamos, apresentar como “testes” as audições que vai fazendo em contexto de lojas da especialidade, ainda que estes sejam ditados pela inevitável dificuldade que o manuseamento de equipamentos de, por vezes centenas de quilos, acarreta; Apesar de reconhecer que o incrível dote para a escrita, que faz de cada leitura um prazer, lhe permite, de forma quase única e superlativa, exagerar de forma aparentemente subtil as virtudes e camuflar de forma quase imperceptível os defeitos dos equipamentos que testa;
Apesar de tudo isto, dizia eu, ainda me sinto mais próximo da opinião do JVH do que da estimável e compreensível opinião do TD124.
Talvez assim seja porque, afinal de contas, continuo a ouvir com os meus ouvidos e não com outros instrumentos, pelo que são inevitavelmente eles que me conduzem nesta demanda; Por isso confesso que um artigo bem escrito, de entusiasmo contagiante, me desperta muito mais curiosidade em ouvir (e o desejo de posse dentro das naturais limitações da minha bolsa) do que a melhor obra de arte em forma de gráfico que me queiram apresentar.
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Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Qui Nov 04 2021, 12:35
Ante a referência ao Aiyima A07 TPA3255, pairam duas questões: - Concederam ouvidos ao amplificador? - É bom e, por conseguinte, recomendável?
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Qui Nov 04 2021, 13:31
Spock escreveu:
... Apesar de tudo isto, dizia eu, ainda me sinto mais próximo da opinião do JVH do que da estimável e compreensível opinião do TD124.
Talvez assim seja porque, afinal de contas, continuo a ouvir com os meus ouvidos e não com outros instrumentos, pelo que são inevitavelmente eles que me conduzem nesta demanda; Por isso confesso que um artigo bem escrito, de entusiasmo contagiante, me desperta muito mais curiosidade em ouvir (e o desejo de posse dentro das naturais limitações da minha bolsa) do que a melhor obra de arte em forma de gráfico que me queiram apresentar.
Amigo Spock, a minha intervenção foi (exclusivamente) dirigida ao conteudo do editorial (texto) e de uma maneira subjacente à resposta desse critico a um dos seus leitores em baixo da pagina. Não hà nada de pessoal, evidentemente, pois não conheço esse senhor ném a sua revista e, que saiba, nunca li nenhuma das suas criticas. A minha intervenção também não é um manifesto de filiação ao objectivismo ou ao subjectivismo no audio, o meu ponto de vista é conhecido e foi largamente exposto neste espaço. Finalmente o cerne da minha intervenção pode ser resumido na ultima palavra que escrevi, ou seja, Deontologia...
Quanto às suas frases que puz em negrito, diria que, um critico do que quer que seja (musica, vinho, carros, arte ou audio), està submetido a um conjunto de regras e deveres éticos que conjugados com o seu saber e experiência vão tornar a sua critica, teste ou analise credivel. Se tal não é o caso então o critico torna-se num propagandista camuflado, uma publicidade disfarçada ou um vendedor de ego. Se a qualidade do toque de escrita, do manuseamento do enfase ou a eloquência do estilo podem levar uns e outros à curiosidade da escuta muito bem pois eu também gosto, mas se esse dom està ao serviço de vender vento, mesmo com uma arte do verbo esplêndida, o resultado não serà nada mais do que impingir ar. Infelismente e o constato é mundial, os criticos audio acumularam tanto descrédito que hoje, num sobressalto de proteção vital, atacam os concurrentes que eles mesmo criaram pela sua incompetência obrigando o consumidor a escolher um campo...
O audio ainda é infelismente um territorio de mitos e crenças e para alguns ainda bem que é assim pois esse esoterismo participa a alimentar a natureza espiritual e impenetràvel desta disciplina... para outros o audio é uma disciplina técnica que obedeçe às regras elementares da natureza e que pode ser compreendida pela ciência... a via do meio também existe mas não é a maioria. Aqui neste espaço pluralista que é o AAP cada um tém as suas convições e crenças e ainda bem pois também as tenho mas não hà gurus ném influencers então nada do que dizemos por aqui influencia o rumo do mercado ou da disciplina... ora que um critico ou jornalista jà não é a mesma coisa
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Qui Nov 04 2021, 14:41
Ghost4u escreveu:
Ante a referência ao Aiyima A07 TPA3255, pairam duas questões: - Concederam ouvidos ao amplificador?...
Não!... por conseguinte o aparelho não é ném recomendàvel ném criticàvel, pela minha parte...
Alexandre Vieira gosta desta mensagem
Spock Membro AAP
Mensagens : 30 Data de inscrição : 12/09/2021
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Qui Nov 04 2021, 21:36
TD124 escreveu:
...Infelismente e o constato é mundial, os criticos audio acumularam tanto descrédito que hoje, num sobressalto de proteção vital, atacam os concurrentes que eles mesmo criaram pela sua incompetência obrigando o consumidor a escolher um campo...
Não considerando ser o caso do crítico objecto deste tópico, a quem reconheço sem favor uma vasta cultura audiófila suportada em inteligência e erudição, não creio sinceramente que as novas gerações de críticos de áudio constituam um qualquer up-grade em termos qualitativos. Basta vermos os inúmeros novos “críticos” de áudio que pululam pelo you tube e se alcandoram ao patamar de “influencers” quando nem para eles sabem. E não menosprezemos este meio porque, como sabemos, há uma vastíssima nova cultura (quase todos os jovens actuais?) que se alimenta em exclusivo do que consome on-line.
E para além do conhecimento mínimo, a ascensão galopante do vulgar (em geral) ainda traz consigo a afirmação crescente da crítica pela negativa, da apologia do contra. Ficam 2 exemplos de vídeos que me apareceram por sugestão da IA da Google e que só entreabri porque não tenho paciência para ver de uma ponta à outra. O que quero salientar é a diferença abissal entre o número de visualizações do vídeo maldizente, digamos assim, e do que se lhe opõe. O que procura tanto negativista hoje em dia?
https://www.youtube.com/watch?v=-niPXmlFSwU
https://www.youtube.com/watch?v=vUyAI2uyPUA
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sex Nov 05 2021, 08:59
Spock escreveu:
... O que quero salientar é a diferença abissal entre o número de visualizações do vídeo maldizente, digamos assim, e do que se lhe opõe. O que procura tanto negativista hoje em dia?...
A alternância das ideologias é um fenomeno sociologico conhecido, apòs um periodo de dominância de uma forma de pensar apareçe uma contraideologia. Apòs tantos anos dum audio idealizado a achar tudo bom, hoje o foco està no que não é bom ou que vai mal... é uma maneira como outra de materialisar que nada é eterno e que tudo tende a desaparecer, mesmo o audio com os seus dogmas como existiu no passado, ou presente...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sex Nov 05 2021, 14:31
Spock escreveu:
(...)
E para além do conhecimento mínimo, a ascensão galopante do vulgar (em geral) ainda traz consigo a afirmação crescente da crítica pela negativa, da apologia do contra. Ficam 2 exemplos de vídeos que me apareceram por sugestão da IA da Google e que só entreabri porque não tenho paciência para ver de uma ponta à outra. O que quero salientar é a diferença abissal entre o número de visualizações do vídeo maldizente, digamos assim, e do que se lhe opõe. O que procura tanto negativista hoje em dia?
https://www.youtube.com/watch?v=-niPXmlFSwU
https://www.youtube.com/watch?v=vUyAI2uyPUA
TD124 escreveu:
Spock escreveu:
... O que quero salientar é a diferença abissal entre o número de visualizações do vídeo maldizente, digamos assim, e do que se lhe opõe. O que procura tanto negativista hoje em dia?...
A alternância das ideologias é um fenomeno sociologico conhecido, apòs um periodo de dominância de uma forma de pensar apareçe uma contraideologia. Apòs tantos anos dum audio idealizado a achar tudo bom, hoje o foco està no que não é bom ou que vai mal... é uma maneira como outra de materialisar que nada é eterno e que tudo tende a desaparecer, mesmo o audio com os seus dogmas como existiu no passado, ou presente...
Boa tarde!
Eu creio que se estão a misturar dois temas que pertencem ao universo do áudio, mas não são o mesmo: 1- A crítica pelo caminho objectivo e de medições vs a crítica pelo caminho subjectivo e de escuta; 2- Os utilizadores de equipamentos de baixo custo (que até usam o termo audiófilo sem problemas) vs os utilizadores de equipamentos de elevado custo (que por vezes criam uma certa imagem de superioridade).
O editorial que aqui foi partilhado já mistura estes dois temas de forma leve, mas ataca especialmente o primeiro. Quando se abrem os vídeos partilhados pelo Spock o que se pode ver é mais a guerrinha do ponto 2, um minuto de atenção e vê-se que os dois vídeos são exemplos de avaliações críticas pela via da escuta e nada mais.
Eu já tinha referido em cima e volto a afirmar: o youtube está cheio de críticos que apelam às massas pela via do "os ouvidos é que contam". As medições e o apelo às especificações técnicas tocam uma minoria, pessoas que se cansaram de ler ou ouvir sempre as mesmas palavras... não sei. O que eu sei é que é cada vez mais difícil falar de áudio sem ter o receio de meter a ciência no meio... ou ciências, pois por vezes parece que o áudio escapa a todas as ciências que estudam a natureza e o Homem.
Quem só pode comprar amplificadores ou DACs vindos da China, com medidas quase perfeitas e as suas limitações próprias, não vai gostar nadinha de ler um texto onde se diz que nem vale a pena experimentar... essas pessoas vão ao Audio Science Review e ficarão contentes com a validação da opção e possibilidade que têm em mãos. Ainda se gerará mais divisão se essas mesmas pessoas forem Portugueses e entrarem aqui e lerem o tão mal que se diz dos audiófilos, pois a palavra como é usada aqui no fórum invalida o uso para descrever quem inicia com 300 euros e tenta o melhor possível - a negatividade é alimentada por tantas variáveis, uma simples palavra ganhou significados e referências que chegam a ser contraditórios.
As coisas não mudaram nem estão a caminho de uma mudança, o individualismo é o caminho para o sucesso e quem anda pelo youtube e revistas a fazer crítica sabe bem disso. Todas as marcas e produtos poderão ter qualidades a salientar e com certeza poderão não ser para todos, mas pode ser para alguém - a identidade individual a ser alimentada pela via da massificação. Há ainda o fenómeno muito interessante que afirma o seguinte: só se fazem criticas a equipamentos que valem a pena
No meio de tudo isto, o áudio, que precisa de ciência para evoluir e não só de ouvidos, continua a fazer o seu caminho.
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sex Nov 05 2021, 16:15
José Miguel escreveu:
... O que eu sei é que é cada vez mais difícil falar de áudio sem ter o receio de meter a ciência no meio... ou ciências, pois por vezes parece que o áudio escapa a todas as ciências que estudam a natureza e o Homem...
Não sei de que forum falas, talvez do AAP, mas forums aonde a ciência é o pilar das discussões existém e sò aqui em França existem dois (Melaudia e Elektor)! Infelismente estes forums são herméticos para os não iniciados e os temas abordados por demasiado complexos mesmo para os amadores de DIY, é pura ciência teorica e ou aplicada e por natureza dificil de simplificar... é mais simples de discutir sobre o que as nossas orelhas ouvém pois cada audiofilo està equipado de um par. Também é interessante de notar que mesmo nos forums técnicos existém vàrias igrejas e que a ciência não chega para fazer a unanimidade. Penso finalmente, e ao contràrio de ti, que o que o que se tornou dificil é falar de tudo um pouco, com pragmatismo e abertura de espirito...
José Miguel escreveu:
... No meio de tudo isto, o áudio, que precisa de ciência para evoluir e não só de ouvidos, continua a fazer o seu caminho.
O audio farà sempre o seu caminho, sempre o fez mesmo se os seus objectivos mudam consoante as épocas. Não diria que o audio està a evoluir muito, diria que os preços de alguns elementos estão mais baixos que nunca. O digital criou uma democratisação estupenda das fontes e amplificadores... as colunas continuam a ser algo mais dificil pois fiz uma escuta recentemente de dez colunas monitoras à volta de 300€ oriundas da China e, apesar de acabamentos e drivers de qualidade, nenhuma foi musicalmente convincente. Os grandes construtores ainda téem um belo avanço nesse dominio, mas até quando? Em todos os casos, o sistema separado com som de qualidade, novo e a menos de 500€ jà é uma realidade, é uma magnifica evolução
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sex Nov 05 2021, 18:13
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
... O que eu sei é que é cada vez mais difícil falar de áudio sem ter o receio de meter a ciência no meio... ou ciências, pois por vezes parece que o áudio escapa a todas as ciências que estudam a natureza e o Homem...
Não sei de que forum falas, talvez do AAP, mas forums aonde a ciência é o pilar das discussões existém e sò aqui em França existem dois (Melaudia e Elektor)! Infelismente estes forums são herméticos para os não iniciados e os temas abordados por demasiado complexos mesmo para os amadores de DIY, é pura ciência teorica e ou aplicada e por natureza dificil de simplificar... é mais simples de discutir sobre o que as nossas orelhas ouvém pois cada audiofilo està equipado de um par. Também é interessante de notar que mesmo nos forums técnicos existém vàrias igrejas e que a ciência não chega para fazer a unanimidade. Penso finalmente, e ao contràrio de ti, que o que o que se tornou dificil é falar de tudo um pouco, com pragmatismo e abertura de espirito...
(...)
Paulo, eu apenas me referi a este fórum para falar sobre como as pessoas se referem à palavra audiófilo, mais nada. É algo que venho dizendo faz muito tempo, a palavra audiófilo aqui representa (na maioria das vezes) algo negativo e pejorativo.
Liguei este tema ao tema das críticas objectivas com medições vs subjectivas de ouvido pois no inglês e na maioria dos canais de youtube que já espreitei a palavra audiófilo é aplicada quer a equipamentos de 100 euros (X equipamento tem uma prestação audiófila - pense em Inglês e verá que é comum) quer a equipamentos de 10000 euros. O que muda, muitas vezes, é a forma como as pessoas pensam as outras e aqui abre-se (penso eu) o campo de batalha - quem tem equipamentos de 100 euros quer poder entrar no mundo audiófilo; pessoas com equipamentos de 10000 euros por vezes comportam-se como se o áudio fosse só para ricos (eu sei, lembro-me da sua frase... mas já sabe que ter acesso a certas coisas é para ricos, ter acesso a um bom som já é acessível a muitos).
A questão da ciência já foi amplamente debatida neste fórum e eu já tentei (sem sucesso) dar o meu contributo. Só por falta de informação se pode dizer que hoje o paradigma de cientificidade no áudio cresce mais do que o paradigma do gosto. Vejam-se com olhos e ouvidos abertos os dois vídeos que foram partilhados, espreitem-se mais alguns de criadores de conteúdos para áudio (alguns com mais de 200 mil subscrições) e depois podemos voltar a este tema.
Falar de ciência em áudio é para poucos, penso nos criadores de equipamentos e alguns que se atrevem a servir de comentadores (o Amir é um, aceito que represente uma face mais radical, mas tem menos de 21 mil subscritores no youtube). Quando se observa o fenómeno de muito perto, com os sentidos e mente enraizados no outro lado da barricada, até uma formiga parece um dinossauro... mas não é.
A escola do gosto e do "o que conta são os ouvidos" está mais viva do que nunca, é a aprovação individual que todos querem... nem que seja para acabarem a comprar todos o mesmo. Um dia talvez se volte a falar da forma como o gosto se vai desenvolvendo, mas para isso é preciso uma abertura que tem faltado.
Uma coisa eu estou de acordo com o Paulo, editoriais como este que serviu de abertura ao tópico, só servem para trocas de agressividade.
Eu cortei a segunda parte da sua resposta, mas apenas para a citação ser mais curta. Se o dinheiro abundasse, eu já tinha comprado um amplificador desses chineses, dos pequenos... faz tempo que leio o Manfred a dizer bem deles, que tenho pessoas próximas a dizer que na secretária funcionam lindamente. Saber respeitar as limitações das peças, como o Paulo escreve num tópico aqui ao lado, é o segredo para deixar cair alguns dogmas.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sex Nov 05 2021, 20:30
Ghost4u escreveu:
Ante a referência ao Aiyima A07 TPA3255, pairam duas questões: - Concederam ouvidos ao amplificador? - É bom e, por conseguinte, recomendável?
Eu nunca ouvi!
Mas também não acredito em medições como elemento vital quer para a elaboração dos aparelhos! Estamos cada vez mais a correr sérios riscos de ouvir tudo igual independentemente da tipologia.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sex Nov 05 2021, 21:12
Alexandre Vieira escreveu:
Eu nunca ouvi!
Mas também não acredito em medições como elemento vital quer para a elaboração dos aparelhos! Estamos cada vez mais a correr sérios riscos de ouvir tudo igual independentemente da tipologia.
Como disse o outro: Olhe que não, olhe que não.
Em todas as décadas existiram padrões e esta não foge à regra, mas estamos muito longe desse seu pesadelo.
Existem modas e essas modas acabam por participar da tal formação do "gosto" colectivo, mas não é diferente da moda do vintage... que também tem uma assinatura de semelhança.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sex Nov 05 2021, 21:21
José Miguel escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
Eu nunca ouvi!
Mas também não acredito em medições como elemento vital quer para a elaboração dos aparelhos! Estamos cada vez mais a correr sérios riscos de ouvir tudo igual independentemente da tipologia.
Como disse o outro: Olhe que não, olhe que não.
Em todas as décadas existiram padrões e esta não foge à regra, mas estamos muito longe desse seu pesadelo.
Existem modas e essas modas acabam por participar da tal formação do "gosto" colectivo, mas não é diferente da moda do vintage... que também tem uma assinatura de semelhança.
Infelizmente não estamos nada. Parece os automóveis todos iguais!
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sáb Nov 06 2021, 13:44
José Miguel escreveu:
... A escola do gosto e do "o que conta são os ouvidos" está mais viva do que nunca, é a aprovação individual que todos querem... nem que seja para acabarem a comprar todos o mesmo. Um dia talvez se volte a falar da forma como o gosto se vai desenvolvendo, mas para isso é preciso uma abertura que tem faltado...
A Alta Fidelidade é uma disciplina técnico sensitiva que possui um objectivo definido e metodos de analise multiplos, em contrapartida o Audio é uma disciplina de entretimento que não possui outro objectivo que o prazer individual e entre os dois existém espaços de compromisso... compreender isto jà é deixar cada um evoluir no espaço que mais lhe corresponde. Existe o cinema do Tarkovski (arte) e o cinema do Peter Jackson (entretimento), existém os vinhos do Vasco Croft (qualidade) e os vinhos da Sogrape (quantidade) como existe musica séria e musica descontraida... e tudo isto é necessario. Evidentemente que existém muito mais pessoas que vão ao cinema para se entreter e que bebem vinhos da Sogrape do que o contrario, também existém muito mais pessoas, aqui no forum ou mesmo no mundo, que preferem uma abordagem mais ligeira, descontraida e hedonista em relação ao audio. A Alta Fidelidade exige esforço e dedicação ora que o Audio é puro prazer e isto explica que tenha mais adeptos como aqui no AAP. Criticar as pessoas que não se interessam ao aspecto mais sério desta disciplina e que preferem o prazer (gosto) não me pareçe ser a melhor maneira de apagar o incêndio...
José Miguel escreveu:
... Uma coisa eu estou de acordo com o Paulo, editoriais como este que serviu de abertura ao tópico, só servem para trocas de agressividade.
Tanto a hifi quanto o audio são dominios ligados ao conforto moderno mas segundarios em comparação com um fogão ou um frigorifico, chatear-se ou ser agressivo por causa de um electrodoméstico pareçe-me absurdo. Isto mostra a carga de tensão emotiva que este passatempo produz e é tempo de aliviar toda essa pressão...
José Miguel escreveu:
Eu cortei a segunda parte da sua resposta, mas apenas para a citação ser mais curta. Se o dinheiro abundasse, eu já tinha comprado um amplificador desses chineses, dos pequenos...
Tu jà investiste num pequeno Dac e estàs contente, não vejo razão para que tal não se produza com os novos amplificadores equivalentes e talvez mesmo com colunas. O audio economico e audiofilo jà é uma realidade e aqueles que buscam antes de tudo ouvir musica sò podem estar felizes. Aqueles que buscam um concerto de vaidades ou outras sensações puramente umbilicais também téem um vasto campo de escolha... e ném sequer é necessario andar à pedrada.
PS: Quando escrevi a "Autopsia da Alta-Fidelidade" descrevi como no inicio a hifi tinha criado medidas para definir a qualidade, com a Linn a subjectividade tornou-se mais importante do que as medidas e hoje ambas estão de volta mas como inimigas... um suicidio intelectual!
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Spock Membro AAP
Mensagens : 30 Data de inscrição : 12/09/2021
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sáb Nov 06 2021, 14:05
TD124 escreveu:
A alternância das ideologias é um fenomeno sociologico conhecido, apòs um periodo de dominância de uma forma de pensar apareçe uma contraideologia.
José Miguel escreveu:
As coisas não mudaram nem estão a caminho de uma mudança, No meio de tudo isto continua a fazer o seu caminho.
TD124 escreveu:
O audio farà sempre o seu caminho, sempre o fez mesmo se os seus objectivos mudam consoante as épocas.
Sinceramente eu penso que, no áudio como no resto, vivemos um momento de mudança drástica em que nada será nunca mais como dantes. Seria apenas uma questão cíclica, se não estivéssemos a viver um momento de absoluta disrupção. No áudio, como em tudo na sociedade em geral, há um claro nivelamento por baixo (por razões que eu acho que mereceriam uma tese de sociologia) e que está fatalmente a mudar o rumo das coisas. Espreitando os possuidores dos grandes sistemas high end (high priced se preferirem), é fácil constatar que a maior parte já tem uma idade avançada. Atendendo a que as novas gerações não parecem ter, nem as condições financeiras nem a apetência para o áudio de qualidade, o que será do mercado high end dentro em breve?
José Miguel escreveu:
Eu creio que se estão a misturar dois temas que pertencem ao universo do áudio, mas não são o mesmo: 1- A crítica pelo caminho objectivo e de medições vs a crítica pelo caminho subjectivo e de escuta; 2- Os utilizadores de equipamentos de baixo custo (que até usam o termo audiófilo sem problemas) vs os utilizadores de equipamentos de elevado custo (que por vezes criam uma certa imagem de superioridade). O que eu sei é que é cada vez mais difícil falar de áudio sem ter o receio de meter a ciência no meio
Vejamos. Parece-me claramente que as duas situações se entrecruzam. Isto porque os “utilizadores de equipamentos de baixo custo” como lhes chama, muitos deles coincidem com os negativistas que (no áudio como em tudo neste momento) tentam fazer a apropriação da ciência como forma de defenderem as suas teses que tudo reduzem à sua perspectiva. O problema é que ao fazê-lo negam a essência do próprio pensamento científico ao considerar a ciência como acabada e perfeita. E assim negam tudo aquilo que por um motivo ou outro não conseguem testemunhar. Costumo dar o exemplo dos ovnis. Eu nunca vi nenhum mas não duvido que eles possam existir e como tal não procuro descredibilizar todos os que dizem ter visto.
José Miguel escreveu:
...e lerem o tão mal que se diz dos audiófilos, pois a palavra como é usada aqui no fórum invalida o uso para descrever quem inicia com 300 euros e tenta o melhor possível
Ser audiófilo, para mim, é uma questão de atitude, não de preço dos equipamentos. A atitude de procura do melhor som pode estar presente num sistema de 300 € ou 300.000 €. Quem não tem cão caça com gato, mas caça. Esse é o espírito audiófilo.
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Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14350 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sáb Nov 06 2021, 16:14
Spock escreveu:
(...) Quem não tem cão caça com gato, mas caça. Esse é o espírito audiófilo.
E, a caça até pode ser grossa.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sáb Nov 06 2021, 17:17
A felicidade tem preço!? Não! Mas infelizmente, normalmente a fidelidade ( na maior parte dos casos apenas a audiofila ) tem um preço alto. Mas normalmente os sistemas são para ouvir em salas não dedicadas. Será que é preciso muito para se ser feliz?
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14350 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Sáb Nov 06 2021, 17:35
Não! Para mim, basta um Sangean WR-1, Blaupunkt HR5BR ou MPIO.
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Spock Membro AAP
Mensagens : 30 Data de inscrição : 12/09/2021
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Dom Nov 07 2021, 00:07
Alexandre Vieira escreveu:
A felicidade tem preço!? Será que é preciso muito para se ser feliz?
Alexandre, grande questão
As vezes parece que se escapa por entre os dedos e tudo o que era preciso fazer era fechar a mão para a agarrar. De facto é de evitar complicar demasiado e saber viver com o que temos.
Aproveito para precisar a minha preocupação acima com o mercado high end. Não tem que ver com os equipamentos que não posso nem nunca poderei comprar. Mas acho importante que haja quem possa de modo a fazer com que as marcas continuem a investir e a produzir investigação.
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galvaorod Membro AAP
Mensagens : 1156 Data de inscrição : 14/04/2017
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Dom Nov 07 2021, 09:18
Spock escreveu:
Espreitando os possuidores dos grandes sistemas high end (high priced se preferirem), é fácil constatar que a maior parte já tem uma idade avançada. Atendendo a que as novas gerações não parecem ter, nem as condições financeiras nem a apetência para o áudio de qualidade, o que será do mercado high end dentro em breve?
A todos os níveis, somos cada vez menos. O ultra high end para mim sempre foi uma miragem, por isso vejo com alguma distância os riscos que corre. Agora o que me afeta são o desaparecimento e/ou decadência dos players de outrora. O envelhecimento dos técnicos especializados em material vintage. A falta cada vez mais de pessoas para falar sobre a época dourada do áudio nos anos 70 a 90. Visitar casas de amigos que se "foram embora" e ver os seus sistemas de topo ao pó e abandono, sem ninguém que se interesse por eles, sem serem mais ligados. O desaparecimento quase total das marcas japonesas que lançavam carradas de modelos de qualidade todos os anos. Sinto uma certa nostalgia e sensação de já não pertencer a este tempo. Fazem-me ainda falta os H/K Citation, os integra, os Sansui dourados, os Pioneer Exclusive e Elite, os Sony ES e os Sony R(eference). Os Sanyo Plus, etc.
JVH (goste-se ou não das suas opiniões), faz parte do passado e do presente, e representa uma comunidade que gosta e aprecia o high-end, e dá um certo sentimento de continuidade, de estar tudo na mesma, e isso agrada-me um pouco, confesso.
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Dom Nov 07 2021, 15:11
Spock escreveu:
... Sinceramente eu penso que, no áudio como no resto, vivemos um momento de mudança drástica em que nada será nunca mais como dantes.... No áudio, como em tudo na sociedade em geral, há um claro nivelamento por baixo (por razões que eu acho que mereceriam uma tese de sociologia) e que está fatalmente a mudar o rumo das coisas. Espreitando os possuidores dos grandes sistemas high end... é fácil constatar que a maior parte já tem uma idade avançada. Atendendo a que as novas gerações não parecem ter, nem as condições financeiras nem a apetência para o áudio de qualidade, o que será do mercado high end dentro em breve?...
Neste momento em França existém vàrios intelectuais e filosofos que apregoam o declinio da sociedade ocidental e temem que as estruturas socio culturais historicas desapareçam... existe um medo e uma apreensão em relação ao amanhã e vejo que no audio essa visão também existe. Lembro um principio budista que diz: Tudo o que nasceu tém que morrer, tudo o que existiu deve desaparecer... visto que nada é eterno o passeismo apareçe-me como um beco.
Lisboa foi complétamente destruida por um terramoto mas continua a existir, diferente do que era...
A França fez uma revolução e matou o rei mas continua a existir, como uma republica...
A Russia fez uma revolução também, tornou-se na URSS e hoje é a Federação Russa...
O Tesla 3 tornou-se no veiculo mais vendido na europa ora que é um carro electrico e que a marca lançou o seu primeiro modelo apenas em 2008...
O digital foi uma revolução fantàstica no audio que elevou a qualidade das fontes a um nivel inigualavel e que hoje é uma tecnologia de amplificação madura e com alto desempenho técnico, isso não impede o vinilo de ainda existir apesar da sua inferioridade...
Na sua ultima entrevista o Enzo Ferrari disse toda a pena que tinha que os seus carros sejam conduzidos por velhos que se contentam de passear nas estradas marginais da Côte d'Azur...
Tudo isto para dizer que a mudança, mesmo radical, sempre existiu e que tal não impede o mundo de continuar a rodar e a avançar. Se o audio de topo é comprado sobretudo por pessoas de uma idade avançada, como os Ferrari ou as joias da Van Cleef & Arpels, é simplesmente porque é a fatia social que possui mais dinheiro para gastar. Se os jovens se interessam menos ao audio High End é porque téem outras prioridades, o importante é que continuem a ouvir musica, sobretudo ao vivo. O futuro do mercado High End serà o que ele mereçe e visto o delirio tecnico comercial em que caiu o seu desaparecimento serà limpeza, pelo menos para as marcas desprovidas de ética e pertinência técnico-subjectiva. Para as outras marcas, haverà sempre alguém com vontade e dinheiro para as comprar. Quanto ao nivelamento pelo baixo do audio, numa época aonde as fontes e os amplificadores são bons e baratos pareçe-me estranho, mas penso que poderà explicar as razões desse seu pensar...
Alexandre Vieira escreveu:
A felicidade tem preço!? Não! Mas infelizmente, normalmente a fidelidade ( na maior parte dos casos apenas a audiofila ) tem um preço alto. Mas normalmente os sistemas são para ouvir em salas não dedicadas. Será que é preciso muito para se ser feliz?
Se essa "felicidade" é ouvir musica com qualidade hoje em dia não é preciso ném muito dinheiro ném uma sala perfeita. Mas, se essa "felicidade" està dependente de produtos para se gabar num forum, do tamanho das coleções, da marca e gama dos aparelhos ou da busca de uma sonoridade que nunca serà encontrada pois idealisada então como digo sempre: O audio é um desporto de ricos...
galvaorod escreveu:
... Sinto uma certa nostalgia e sensação de já não pertencer a este tempo. Fazem-me ainda falta os H/K Citation, os integra, os Sansui dourados, os Pioneer Exclusive e Elite, os Sony ES e os Sony R(eference). Os Sanyo Plus, etc.
JVH (goste-se ou não das suas opiniões), faz parte do passado e do presente, e representa uma comunidade que gosta e aprecia o high-end, e dá um certo sentimento de continuidade, de estar tudo na mesma, e isso agrada-me um pouco, confesso.
Açeito e respeito esse seu ponto de vista e sensações, mesmo se do meu lado não possuo essa nostalgia do passado. As marcas que cita são os herdeiros da Quad, Radford e outros Marantz a vàlvulas e hoje dão lugar aos Rega, Arcam ou Atoll... uma coisa desapareçe e outra toma o seu lugar. Aqui no forum o vinilo està bem vivo e vejo muitas pessoas gostar do material vintage e organisar mesmo um evento, até de tuners, K7's e decks ainda se fala então no AAP é ainda um pouco como nos anos oitenta. Pelo mundo fora existém forums que priveligiam o material vintage classico como JBL, Marantz, Garrard, Tannoy ou as LS3/5 então nada ainda mudou radicalmente...
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Dom Nov 07 2021, 16:12
Spock escreveu:
José Miguel escreveu:
Eu creio que se estão a misturar dois temas que pertencem ao universo do áudio, mas não são o mesmo: 1- A crítica pelo caminho objectivo e de medições vs a crítica pelo caminho subjectivo e de escuta; 2- Os utilizadores de equipamentos de baixo custo (que até usam o termo audiófilo sem problemas) vs os utilizadores de equipamentos de elevado custo (que por vezes criam uma certa imagem de superioridade). O que eu sei é que é cada vez mais difícil falar de áudio sem ter o receio de meter a ciência no meio
Vejamos. Parece-me claramente que as duas situações se entrecruzam. Isto porque os “utilizadores de equipamentos de baixo custo” como lhes chama, muitos deles coincidem com os negativistas que (no áudio como em tudo neste momento) tentam fazer a apropriação da ciência como forma de defenderem as suas teses que tudo reduzem à sua perspectiva. O problema é que ao fazê-lo negam a essência do próprio pensamento científico ao considerar a ciência como acabada e perfeita. E assim negam tudo aquilo que por um motivo ou outro não conseguem testemunhar. Costumo dar o exemplo dos ovnis. Eu nunca vi nenhum mas não duvido que eles possam existir e como tal não procuro descredibilizar todos os que dizem ter visto.
José Miguel escreveu:
...e lerem o tão mal que se diz dos audiófilos, pois a palavra como é usada aqui no fórum invalida o uso para descrever quem inicia com 300 euros e tenta o melhor possível
Ser audiófilo, para mim, é uma questão de atitude, não de preço dos equipamentos. A atitude de procura do melhor som pode estar presente num sistema de 300 € ou 300.000 €. Quem não tem cão caça com gato, mas caça. Esse é o espírito audiófilo.
Boa tarde!
Globalmente eu estou de acordo consigo, alertei para a o cruzamento dos dois problemas por acreditar que (1) eles se tocam e (2) eles não são a mesma coisa.
A apropriação da ciência está a ser feita por quem quer elevar a fasquia dos equipamentos de gama (preços) mais baixa, pois a evolução da ciência permite que alguns desses equipamentos de facto entre em territórios onde antes não era possível entrar. O problema que se coloca a seguir é se o tipo de som e as potencialidades desses equipamentos chegam para todos - não é saudável que se espere de um amplificador do tamanho de uma caixa de fósforos de lareira consiga rivalizar com amplificadores do tamanho de caixas de botas de cano alto de senhora... isto pensando em capacidade de gerar e armazenar corrente para momentos complexos, por exemplo.
Isto coloca-nos na rota da outra questão, que é a de compreender-mos qual a razão que nos leva (enquanto sociedade) a persistir no erro de julgar as coisas pela capa (aqui pelo preço). A palavra audiófilo tem para mim um significado semelhante ao que tem para si (que me parece o mais comum na língua Inglesa e nas críticas online), outra coisa que não compreendo... qual a razão de tanta distorção do significado da palavra?
Existem muitos caminhos a concorrer para que essa negatividade de que fala cresça, tome este exemplo que me apareceu ao ver um dos vídeos que partilhou: https://www.youtube.com/watch?v=0vwnh2W4p-8&t=352s
O vídeo questiona se será possível "Accuracy", ou em bom Potuguês, precisão. Estamos a falar de áudio, mas o senhor lembra-se de falar sobre masterização e afins... o que interessa mesmo isso? Algum aparelho neste planeta vai tentar reproduzir o som real de um instrumento? Alguém que tem um sistema em casa não sabe que a reprodução será do que está gravado?
Eu vou escutar um álbum do Rafael Toral não tarda, nesse álbum a guitarra parece um sintetizador... ele trabalhou o som até ao limite de uma guitarra não parecer uma guitarra e eu vou pedir ao meu sistema que ele me devolva o quê?
Foi por ver este tipo de desinformação constantemente que me permiti a salvaguardar a existência de dois problemas que se tocam, mas não são o mesmo. No limite, esse vídeo que partilho é a mostra de que a política do "gosto" está mais viva do que nunca. É um exemplo e há muitos mais, esse tipo de discurso é o chão que permite valorizar positivamente tudo o que hoje sai para o mercado... tudo!
Uma outra coisa eu concordo consigo: no áudio está tudo a nivelar-se de forma pouco crítica (não digo por baixo). Já tentei essa conversa neste fórum muitas vezes e nunca fui bem sucedido. As pessoas querem é coisas práticas, e na prática soa tudo diferente.
Spock Membro AAP
Mensagens : 30 Data de inscrição : 12/09/2021
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Dom Nov 07 2021, 17:17
TD124 escreveu:
O digital foi uma revolução fantàstica no audio que elevou a qualidade das fontes a um nivel inigualavel e que hoje é uma tecnologia de amplificação madura e com alto desempenho técnico...
Sim, o avanço tecnológico continua a democratizar o acesso a um áudio de qualidade e, quem sabe, em breve, não poderemos disfrutar do sistema dos nossos sonhos num ambiente virtual de um qualquer METAverso.
José Miguel escreveu:
... este exemplo que me apareceu ao ver um dos vídeos que partilhou: https://www.youtube.com/watch?v=0vwnh2W4p-8&t=352s
O vídeo questiona se será possível "Accuracy", ou em bom Potuguês, precisão. Estamos a falar de áudio, mas o senhor lembra-se de falar sobre masterização e afins... o que interessa mesmo isso? Algum aparelho neste planeta vai tentar reproduzir o som real de um instrumento? Alguém que tem um sistema em casa não sabe que a reprodução será do que está gravado?
Conheço o canal mas depois de ter visto 2 ou 3 acho que o mais engraçado são… as T-shirts que o senhor usa. Relativiza tudo para poder estar bem com Gregos e Troianos e poder ter um assinalável nº de seguidores.
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Seg Nov 08 2021, 10:47
José Miguel escreveu:
... não é saudável que se espere de um amplificador do tamanho de uma caixa de fósforos de lareira consiga rivalizar com amplificadores do tamanho de caixas de botas de cano alto de senhora... isto pensando em capacidade de gerar e armazenar corrente para momentos complexos, por exemplo...
Compreendo a tua frase e a ideia subjacente mas aproveito dela para mostrar uma pequena comparação historica afim que possamos ver o audio, e esta discussão, de uma maneira mais abrangente e pragmatica:
Este comparativo mostra como através do tempo e consoante a tecnologia a potência, peso e evidentemente o tamanho foram variando. Uma alimentação electronica não pesa nada e é capaz de produzir uma corrente equivalente a um transformador toroidal ora que este jà é mais pequeno e leve do que um transformador EI. Um par de transistores de 10g é capaz de produzir uma potência 20 vezes superior a um par de triodos que pesam 300g e com um consumo electrico inferior. A classe D aumenta ainda mais esta diferença pois a sua eficiência vai até aos 95% o que significa que apenas 5% da energia fornecida é desperdiçada. Tudo isto contribui à redução do peso e do tamanho sém sacrificar a potência... quero dizer com isto que a redução do tamanho e peso não é feita artificialmente para reduzir os custos de fabricação ou diminuir o desempenho...
Também é importante de notar, pois faz parte da conversa, que o transistor foi muito bem acolhido nos anos 60 ora que a classe D não é o caso... mesmo o TACT Millenium (1999) com os seus 25 Kg a 10000€ e circuitos integralmente digitais não foi um sucesso, ora que é um dos primeiros class D comerciais e era apresentado como Ultra High End. O transformador torico foi acolhido com desconfiança nos anos 70 pois mais pequeno e leve do que os classicos EI e hoje é globalmente utilisado no audio de qualidade. Nos anos 80 o CD foi adoptado imediatamente pelos melomanos amadores de classica ora que os audiofilos sempre olharam para ele desconfiados... hoje que o CD é obsoleto ele é mais bem visto do que o streaming ou ficheiros, portanto superiores técnicamente. Numa época aonde jà ninguém tém um ecrã catodico em casa e que os televisores são digitais como o smartphone que temos no bolso as reticências em relação às novas tecnologias no audio apareçem como estranhas...
Esta intervenção não tém como objectivo de comparar o desempenho objectivo e subjectivo das diferentes tecnologias através do tempo, seria necessario um topico dedicado e controverso, mas mostrar a parte de irracionalidade que acompanha a evolução do audio, sobretudo vinda dos audiofilos que apregoam buscar a melhor qualidade possivel. Numa época aonde ninguém nega, mesmo os audiofilos, a evolução dos televisores, da video, dos computadores, dos portamoveis, dos aspiradores e etc... o audio apareçe como um dos ultimos bastiões aonde o passeismo é assimilado a uma atitude de guardião do templo... um pouco como a minoria de fotografos que preferem a foto com pelicula. Deixo esta reflexão no ar...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Seg Nov 08 2021, 12:53
Eu sabia que uma generalização me colocaria na linha de fogo!
Eu compreendo e aceito o que o Paulo escreveu, quando dei o exemplo que citou estava a pensar em amplificadores (para seguir o exemplo) como o referido no editorial - pequenos e baratinhos.
O tamanho só conta se dentro das caixas existirem peças que peçam e justifiquem o espaço que ocupam, a evolução tem revelado que algumas dessas peças começam a ser difíceis de explicar d ponto de vista racional e/ou científico... vamos sempre bater nesta porta. O problema, como bem toca o Paulo e tantos outros que já escreveram por aqui, reside no elevar do sujeito individual pela via da subjectividade. Falando apenas de gosto, a ciência pouco interessa e podemos reunir um bom grupo de pessoas à volta de um sistema dito vintage largamente ultrapassado, mas capaz de gerar gozo e/ou prazer de escuta, assim como outros sentimentos que tocarão a empatia pelos objectos e momento de partilha - tudo bem e tudo certo.
Eu já o disse como opinião: o problema maior destas conversas (digo as do tipo do editorial da revista) é misturar dois campos de análise e intervenção distintos que se tocam, a saber, o da competência dos equipamentos (onde a ciência tem muito a dizer e poderá influenciar a nossa evolução) e o do prazer individual (que inclui a posse, escuta, partilha, ... que também participa da nossa evolução).
As novas tecnologias são sempre olhadas de lado, há quem procure leitores de CD antigos por serem mais "analógicos" no som, ora que manifestamente são apenas equipamentos com muitos anos em cima e o som que deles resulta prende-se com coisas simples como o passar dos anos, o envelhecer dos componentes, tecnologias menos eficientes, etc. No passado, esses mesmos leitores eram vistos como "digital", simplesmente isso, comparavam com semelhantes e não com coisas do "futuro".
Todos compreendemos que não somos obrigados a gostar do mesmo, não é preciso repetir isso todos os dias e em todas as intervenções. No áudio e nas críticas de áudio, parece-me, está a ser criado o terreno fértil para o "vale tudo", pois há "gostos para tudo". Um canal de youtube é essencialmente entretenimento, quem produz os videos compreende que está a produzir conteúdos de entretenimento. Nas revistas é igual, se apenas se publicassem gráficos, ninguém as lia ou comprava... além de que não teriam equipamentos/marcas com quem trabalhar (mudariam as marcas para encaixar na evolução de exigência!?! não sei, há sempre pontos de fuga... o ASR é um grão no meio de um deserto, basta comparar os números).
O Spock deixou no ar a questão do "meta", a Neuralink do senhr Musk ainda não caiu e um destes dias ouviremos Música sem necessidade de mais nada, pois teremos tudo dentro do cérebro... a verdadeira fidelidade, pois só contará o ficheiro e a qualidade deste. Ou não, e a evolução dos implantes vai alimentar esta mesma divisão, para tudo os mais modernos implantes serão o máximo, para escutar Música vamos comprar usados...
Paulo, o factor de resistência à mudança não coloca em jogo apenas o indivíduo, coloca o meio/sociedade (onde cabe a educação, por exemplo). Disse em cima que nas redes sociais (como o youtube) se está a formar um terreno fértil e algumas ideias estão a enraizar-se (quem em si representam mudança). Arrancar essas ideias vai demorar algum tempo, mas uma rápida pesquisa revela que existem mais vídeos sobre DACs do que sobre gira-discos... os amplificadores digitais (de "secretária" ou de "sala") estão a fazer o seu caminho numa faixa da sociedade que procura qualidade de som, parece-me mesmo que isto está a acontecer. Essas pessoas não se importam de usar a palavra audiófilo, apenas recusam a parte do significado dessa palavra que refere "coisas caras" (que não está no significado original, entenda-se).
O preço é uma arma de arremesso dos dois lados, nesse aspecto confesso que prefiro a abordagem ao estilo ASR... o preço só interessa se justificar alguma coisa.
Alexandre Vieira gosta desta mensagem
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Seg Nov 08 2021, 18:28
José Miguel escreveu:
Eu sabia que uma generalização me colocaria na linha de fogo! ... O preço é uma arma de arremesso dos dois lados, nesse aspecto confesso que prefiro a abordagem ao estilo ASR... o preço só interessa se justificar alguma coisa.
Antes de mais digo-te jà que a minha intervenção não te visava pessoalmente... a tua frase, de certeza partilhada por muitos neste topico, foi simplesmente o alibi para que possa escrever a minha diatribe em relação ao passeismo no audio assim como à aparente irracionalidade em relação às novas tecnologias, foi isso e nada mais! Apòs ter escrito a minha intervenção fui comer com dois amigos (grandes) audiofilos e puz-lhes uma simples questão que é o que para eles é o high-end! Obtive como resposta o preço, a origem, os materiais utilisados, a marca, o prestigio... depois perguntei-lhes tecnicamente o que separava o high-end do low-end e obtive como resposta, não sei!!!...
Este gira reconhecido por todos que apanha pò no chão da minha sala de escuta é visto como um mito e desejado por muitos, no entanto ninguém é capaz de justificar objectivamente a razão deste aparelho poder custar mais de 2500€ sém braço, célula e plinto ora que tém 75 anos de idade e que o seu desempenho tecnico é mau!...
Um sistema vintage baseado à volta deste gira com um par de Tannoy Cheviot e um amplificador Radford STA25 vai ser considerado como um luxuoso sistema por muitos ora que o som serà mediocre... como explicar este paradoxo? Tu dizes que o preço sò interessa se ele justificar alguma coisa, estou de acordo pois pareçe-me ser do bom sentido, mas essa coisa que o preço deve justificar é o quê? Num mundo hermético e artificialmente esotérico como o audio dito de qualidade, perguntar a um audiofilo mesmo experimentado o que faz a qualidade de um aparelho audio é receber uma série de respostas associadas aos dogmas impostos com o tempo... pois na realidade ninguém sabe responder! Definir pela escuta a qualidade de um sistema audio também serà complicado pois ninguém tém um método de escuta universalmente açeite, mesmo a maioria dos criticos, então o seu gosto pessoal serà o padrão da escolha e vai-se opor ao padrão dos outros. Quando escuto muitos designers me dizer que não escutam os seus produtos e que é pela medida que decidem se o projecto està finalisado ou não, compreendo o paradigma e o absurdo da ASR... mas quando escuto vàrios designers me dizer que o produto foi integralmente optimisado pela escuta digo-me que são loucos e complétamente irresponsaveis, tanto quanto o critico que vai gabar o produto. Então, num mundo aparentemente exigente aonde todos pedem "melhor" sém saber explicar o que é "o bom"... vém-me à cabeça um ditado françês que diz: Num mundo de cegos o zarolho é o Rei! Pois é, a ASR e os criticos são os zarolhos do audio e são eles que servem de modelo aos outros...
O que venho de dizer é tão valido para o audio quanto para o vinho, comida, arte, roupa, carros, sapatos, café, chà ou arquitectura... e a solução é sempre a mesma para isto tudo! Então, porque não deixei o topico e que continuo a falar à volta do tema inicial, persisto na minha intervenção inicial considerando que o Sr JVH fez um editorial aonde para preservar o seu terreno ele cospe no terreno do vizinho pois verdade seja dita, entre o Amir e os criticos subjectivos existe um ponto comum que é a criação e divulgação de um dogma que por si sò seja assimilado como equivalente da verdade. Cabe-nos a cada um de nòs de escolher em alma e consciência o que nos pareçe ser a melhor igreja e por isso regularmente não nos entendemos, talvez por isso mesmo!...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Hifi clube de José Victor Henriques Seg Nov 08 2021, 19:19
Eu escrevi essa frase das generalizações a brincar.
A generalização que eu fiz pode muito bem ser preenchida com a história que conta e inclui os seus amigos. Obviamente que o tamanho por si só não diz tudo, mas há preconceito com o tamanho e peso... nos tentamos manter o peso, mas queremos equipamentos gordos.
Eu escrevi a questão do preço dizendo que nesse sentido estava mais próximo do que vai dizendo o Amir, ou seja, o preço tem de ser justificado com prestações, inovação, etc. Não quero, pois não é o âmbito deste tópico, falar do preço e do coleccionismo - que justifica em parte o valor do seu Garrard (em parte!) e de muitas coisas que acabam a ser mais exclusivas. A exclusividade paga-se, uma obra de arte única vale mais do que uma série de serigrafias. Depois o Paulo volta a explicar bem, não é preciso repetir - é da natureza do Homem desejar e querer algo que o inclua ou o torne "único" (coisa que é por natureza) aos olhos dos outros (pescadinha de rabo na boca, isto serve para inclusão).
Ainda vamos assistir à valorização do pequeno Aiyima A07 como algo simbólico do mundo analógico.