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 Em nome do High-End

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 21 2022, 17:03

puxando o tópico +- exausto em outra direcção a do mercado (que justifica muita coisa)...

https://gy8.eu/blog/think-piece/is-there-a-glass-ceiling-operating-in-audio/

O Roy Gregory tem algumas coisas a dizer. Atenção que estamos a falar de um coxo a criticar um maneta, mas o que quero mesmo é discutir. No WBF vamos com mais de 1000 posts na discussão sobre o estado da indústria do high-end, em 30 dias.
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 21 2022, 17:54

ricardo.canelas escreveu:
... https://gy8.eu/blog/think-piece/is-there-a-glass-ceiling-operating-in-audio/

O Roy Gregory tem algumas coisas a dizer. Atenção que estamos a falar de um coxo a criticar um maneta, mas o que quero mesmo é discutir...

Não sei quém é esse senhor mas venho de ler o artigo e pareçe-me interessante em alguns dos aspectos que relacionam a prensa, a industria e o mercado. A visão dele é mais anglo-saxonica mas o modelo pode ser utilisado, com reservas, para outros paises da europa ocidental...

Apesar de pensar que ele analisa algumas consequências com uma relativa objectividade isso não indica que o futuro seja facil a predizer. Penso que a evolução do audio depende de factores completamente desdenhados até hoje e tal apareçe como absurdo. Um aparelho de audio vende-se como qualquer outro produto em aplicando as regras do comércio classicas... pareçe simples e com bom sentido e portanto uma das particularidades do comércio do audio é a ausência de regras... em si jà é bastante perturbador. Esse senhor tém razão num ponto... transformar o seu hobby em profissão possui algo de romantico e muitas marcas nasceram assim. No entanto os que sobreviveram são aqueles que sabem fazer aparelhos e sabem como fazer comercio, isto é fundamental Wink

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySex Abr 22 2022, 10:08

ricardo.canelas escreveu:
... No WBF vamos com mais de 1000 posts na discussão sobre o estado da indústria do high-end, em 30 dias.

Aproveitei do meu chà da manhã para ler, em diagonal, o conteudo desse topico... por interesse de um lado, por curiosidade do outro e agora tenho o sentimento que talvez também por masochismo pois nada li de novo.

Acho que uma parte do audio, talvez o chamado High-End, persiste a existir pela relação entre as dicotomias que ele proprio criou e que apareçem cada vez mais como horizontes intelectuais insuperaveis. Falar do digital tomando como exemplo o analogico... abordar a classe D olhando para as vàlvulas... analisar as colunas modernas por oposição às cornetas e mesmo ver nos videos Youtube a continuidade moderna da prensa especialisada em papel. Nesta visão das coisas efectivamente nada mudou fora a forma, no fundo é sempre a mesma coisa actualisada e simplesmente adaptada aos tempos actuais...

Olhando na direção oposta podemos dizer que uma parte do audio evoluiu e muito criando mesmo algumas situações disruptivas. Um Dac ou um amplificador moderno em classe D pode custar dois tostões e ter medidas tão boas ou superiores que um aparelho dito High-End. Neste caso a excelência técnica deixa de ser um dominio exclusivo do High-End o que cria um vazio intelectual e comercial que pelo momento ninguém consegue preencher. A reação actual consiste a voltar à velha dicotomia entre o subjectivismo e o objectivismo apregoando que a meta do High-End não é, ném nunca foi, a busca da excelência técnica mas a superioridade subjectiva e isto sém limite técnico ném de custos... uma pirueta intelectual fascinante criada pela Linn em 1971 e que hoje é mais actual do que nunca!...

Evidentemente que esta realidade cria uma situação deveras inconfortàvel tanto para o mercado que para a industria do High-End actual que se vê obrigada a sair de um status quo no qual rodopia jà hà varios anos. Para as marcas subjectivistas (tradicionais) nada muda e podem continuar a fazer o que sempre fizeram pois o paradigma continua o mesmo... mas as marcas tecnologicas encontram-se à frente de um desafio que apareçe como quase impossivel a resolver. Fazer melhor é complicado, extremamente caro e ainda por cima não dà a certeza de encontrar um publico final... pois o cliente do High-End busca um certo produto mais do que uma certa tecnologia! O futuro do High-End tecnologico depende então da maneira como ele vai estabelecer a sua relação com o seu mercado, assim que da evolução intelectual do mercado do audio.

O mercado do audio é grande e o mercado do High-End é muito pequeno... um marketing inteligente pode ajudar a aumentar e enraizar os clientes do mercado superior. Na minha opinião o futuro do High-End não reside ném nas suas evoluções tecnologicas ném na sonoridade mas na sua capacidade a concentrar elementos sociais exclusivos e excitantes à sua volta... afinal estamos a falar de mercado prazer e não de necessidade, sejamos então coerentes com isto comercialmente Wink

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySex Abr 22 2022, 10:18

TD124 escreveu:


Aproveitei do meu chà da manhã para ler, em diagonal, o conteudo desse topico... por interesse de um lado, por curiosidade do outro e agora tenho o sentimento que talvez também por masochismo pois nada li de novo.

Acho que uma parte do audio, talvez o chamado High-End, persiste a existir pela relação entre as dicotomias que ele proprio criou e que apareçem cada vez mais como horizontes intelectuais insuperaveis. Falar do digital tomando como exemplo o analogico... abordar a classe D olhando para as vàlvulas... analisar as colunas modernas por oposição às cornetas e mesmo ver nos videos Youtube a continuidade moderna da prensa especialisada em papel. Nesta visão das coisas efectivamente nada mudou fora a forma, no fundo é sempre a mesma coisa actualisada e simplesmente adaptada aos tempos actuais...


A explicação ou justificação que encontro para este estado de suspensão (que ambos vemos a mudar acho) é que ainda estamos no limiar da primeira geração de consumidores de high-end. Tudo demora tempo a mudar, especialmente as ideias, que tradicionalmente só mudam quando o seu dono morre. Por outro lado existe também sempre uma pulção saudosista e conservadorismo nos círculos do luxo, não sei muito bem como avaliar o que é o quê, mas é a minha percepção actual.
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySex Abr 22 2022, 11:47

ricardo.canelas escreveu:
... A explicação ou justificação que encontro para este estado de suspensão (que ambos vemos a mudar acho) é que ainda estamos no limiar da primeira geração de consumidores de high-end. Tudo demora tempo a mudar, especialmente as ideias, que tradicionalmente só mudam quando o seu dono morre...

Por razões evidentes ligadas à evolução dos meu negocios esta questão interessa-me e tém-me dado muitas reflexões nestes ultimos tempos. Tento encontrar uma visão justa e distantanciada entre o que conheço da historia do audio, a minha experiência comercial e pessoal e a paixão que ainda possuo em relação ao audio... admito que é algo dificil pois tudo se mistura obviamente.

Não creio que estejamos no limiar da primeira geração de consumidores do High-End, pelo menos no sentido geracional, mas ainda estamos num consumidor que chamo MKI e que tém como caracteristicas de gostar de produtos exclusivos e de ser apaixonado pelo audio como dominio técnico. Considero que um erro do audio foi de se ter destinado sempre ao mesmo publico alvo... isto explica nmho a enorme oferta de material em segunda mão que se encontra no mundo inteiro. A ausência de publico alvo mais largo pela incapacidade de abertura conduziu a um mercado fechado e circular... não é uma questão de ideias, é a incapacidade a associar o High-End a uma ideia mais larga que o condenou à sua singularidade. O novo publico existe e sempre existiu... mas ninguém pensou a como o seduzir. È preciso dar uma razão e a vontade a um consumidor para gastar o dinheiro que tém, isto é valido para o audio, para um Mini e para um vestido da Dior...

ricardo.canelas escreveu:
... Por outro lado existe também sempre uma pulção saudosista e conservadorismo nos círculos do luxo, não sei muito bem como avaliar o que é o quê, mas é a minha percepção actual.

Não sei se utilisaria esses termos mas é evidente que existe uma forma de classicismo nos circulos do luxo, ainda bem pois tal é a razão da sua sobrevivência através dos séculos. O "luxo" como segmento comercial nunca esqueçeu os seus valores e missão que é, e sempre foi, de ser uma forma de excelência, o luxo sò se compara ao luxo e tal não pode ser dito do audio High-End globalmente. Os valores de verticalidade do luxo leva a que ninguém conteste a qualidade de fabricação de um Rolls Royce, de um saco Vuitton, de um tailleur Chanel ou de um relogio IWC... jà no High-End a horizontalidade da percepção leva a que cada um veja as coisas num plano de sensibilidade pessoal. Considero a Kondo como mais proxima dos valores do luxo do que a Lamm... mas esta ultima é muito mais superior técnicamente, hà algo de fosco que apareçe!...

Não defendo uma relação de plano igual entre o High-End e o luxo... mas algo deve existir de universal que justifique o termo High-End, ora não é o caso. Aqui em França é considerado como High-End um aparelho que ultrapasse os 15000€ o que nos leva até um sistema de preço minimo com fonte, amplificação, colunas e acessorios aos 50000€... é o preço de um carro da classe média alta! Ora a classe média alta aqui muitas vezes ném téem um sistema de 3500€... o publico existe então mas o audio por vàrias razões não é uma prioridade ném um centro de interesse. O problema pareçe-me residir sobretudo aqui...
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySex Abr 22 2022, 19:45

Eu não consegui ler o texto todo que está no link partilhado pelo Ricardo, mas o problema parece estar a ser atacado aqui pelas várias vertentes - técnica, marketing, sociologia, poder de compra, etc.

Curiosamente hoje apareceu nas notícias sugestão do telefone esta:
https://audioxpress.com/news/hypex-announces-new-and-improved-ncorex-class-d-amplifier-technology

A Hypex promete melhorias face aos seus produtos anteriores, não esquecendo o autor do artigo de referir as melhorias subjectivas. O que quer isto dizer?

Os novos módulos medem melhor, são mais estáveis e vão soar melhor. Confesso que fiquei a pensar imediatamente nas muitas críticas ao som "digital", talvez essa melhoria subjectiva signifique uma aproximação (não digo cópia) ao som "analógico", à classe A ou às válvulas... não sei, fiquei a pensar.

Isto vai ao encontro do que o Paulo referiu como dicotomia, mas lendo ou escutando algumas críticas por esta internet fora, esse é mesmo o horizonte com que fico.

Pessoalmente tenho alguma dificuldade em ver este assunto sem compreender o que se quer (ou significa) high end no áudio. O paralelo com relógios pode ser colocado assim: um Grand Seiko representa o high end dos mecanismos actuais? Será um F. P. Journe e as suas complicações? Ou temos de ir para um Patek Philippe Grandmaster?

O Grand Seiko, o F. P. Journee e o Patek Philippe não são relógios comparáveis, ainda que mereçam a etiqueta de high end por vários motivos (motivos que vão além da capacidade de medir o tempo).

Os relógios já deram o salto para o mercado do coleccionismo e a valorização de algumas peças é inacreditável (filas de espera enormes e preços no "segundo" mercado de novos a triplicar), as marcas foram fazendo o seu trabalho de casa e a crescente força das redes sociais (aparecer com...) tem um grande peso.

No áudio há um fenómeno curioso, pois parece que gostar de Música e de equipamentos de topo é coisa para não funcionar bem. Gasta-se o dinheiro em vinil, aparece-se com uma estante cheia nas costas e logo se tem uma tribo de "amigos", mas o sistema tem de ser assim-assim... gasta-se dinheiro no sistema, aparece-se com ele nas costas e tem-se uma outra tribo de amigos, mas se os ficheiros forem fonte de Música, por não se verem, ainda se acaba acusado de não gostar de Música.

O mercado de áudio aumentou com a pandemia, aguentar os números vai requerer que as marcas pensem bem as estratégias. O mercado na secção mais baixa de preços oferece prestações promissoras, mas não conheço ninguém que não verifique que o salto em valor monetário representa um salto em prestação técnica objectiva e até subjectiva; que não reconheça a qualidade dos materiais e das construções/montagens; que não seja tocado pela totalidade dos sentidos; que não seja tocado pela experiência.

A lei da oferta e da procura funciona sempre, o high end em áudio vende-se até em Portugal, ou seja, o caro que promete grandes prestações objectivas e subjectivas. Ainda não conheço nenhuma marca de áudio que valorize um produto como a Patek Philippe tem valorizado o seu 5711 (modelo quase de entrada e com procura louca que agora está descontinuado), contudo creio que esse tipo de terreno existe para ser cultivado - afinal de contas, os consumidores são os mesmos.

Um produto é muito mais do que um produto e a "banha de cobra" tem preços tresloucados precisamente porque quem a vende sabe como funciona o mercado e as pessoas.

Será necessário ao áudio esquecer a vertente técnica pura e abraçar a loucura?

A empresa Ojas (https://ojas.nyc/ - para não estar a referir a Oswalds Mill Audio) parece estar a dar-se bem abraçando uma boa dose de loucura e os valores de outras décadas, é isto high end? Estará no caminho para ser? Ou voltamos a falar dos Hypex?
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyDom Abr 24 2022, 11:28

José Miguel escreveu:
...Será necessário ao áudio esquecer a vertente técnica pura e abraçar a loucura?

A empresa Ojas (https://ojas.nyc/ - para não estar a referir a Oswalds Mill Audio) parece estar a dar-se bem abraçando uma boa dose de loucura e os valores de outras décadas, é isto high end? Estará no caminho para ser? Ou voltamos a falar dos Hypex?

Efectivamente, sém definir a noção de High-End estamos a falar da visão pessoal que cada um tém!...

O audio esqueçeu muitas vezes a vertente técnica, ou pelo menos a vertente evolutiva. A Kondo, a Shindo, a Audio Tekne, a Wavax ou o JNT são exemplos conhecidos de marcas aonde o desenvolvimento tecnologico é quase inexistente... sém que isso complique o prestigio da marca, bem ao contràrio. Jà a noção de loucura em audio torna-se como o High-End... cada um vê-a à sua maneira:

Um Lamm ML3 Signature é uma loucura?...
As Kef Muon são uma loucura?...
Um cabo Esprit Gaia é uma loucura?...
Um Arno é uma loucura?...

A OMA (Oswalds Mill Audio) da qual se fala muito pelo momento não é nada mais do que o velho conçeito do Shindo (artesania de audio generalista e passeista) mas feito à moda americana com alguns codigos tradicionais (mix de espirito WE, Gibson e Fender) e acoplada a um sitio e fotografo que criou uma estética especifica. Não hà originalidade no conçeito, ném modernidade mas hà uma certa singularidade... isto chega?

Acho que é melhor falar da Hypex... mesmo se acho ironico que se fale de subjectividade (escuta) da parte de uma marca cujas medidas deveriam assegurar implicitamente essa qualidade, a menos que medidas e escuta não tenham uma relação tão intima quanto isso... Laughing
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyDom Abr 24 2022, 12:27

TD124 escreveu:

A OMA (Oswalds Mill Audio) da qual se fala muito pelo momento não é nada mais do que o velho conçeito do Shindo (artesania de audio generalista e passeista) mas feito à moda americana com alguns codigos tradicionais (mix de espirito WE, Gibson e Fender) e acoplada a um sitio e fotografo que criou uma estética especifica. Não hà originalidade no conçeito, ném modernidade mas hà uma certa singularidade... isto chega?


Não sei se chega, provavelmente chega para quem os possa comprar, mas de facto a marca faz uns aparelhos que parecem feitos de LEGO Technic

https://manofmany.com/tech/audio/oswald-mills-audio-k3-turntable


EDIT:

Acabei de ler o artigo e foram feitas 1100 horas de programação para fazer um gira discos SteamPunk com um braço que parece uma grua.
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySeg Abr 25 2022, 15:20

ricardo.canelas escreveu:
... mas o que quero mesmo é discutir...

Bom, estamos à espera scratch
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySeg Abr 25 2022, 16:18

TD124 escreveu:
ricardo.canelas escreveu:
... mas o que quero mesmo é discutir...

Bom, estamos à espera scratch

Ah! Apanharam-me a careca. Lancei o petardo e não tenho corrido com ele.

Gosto muito da tua visão e da maneira como exprimes o luxo e do high-end, talvez por esperar que seja mesmo por aí que se deve navegar. Como produtor wannabe justifica e sustenta as minhas escolhas e planos. Quanto mais fundo mergulho mais se reforça o conceito de que, chegado ao high-end, estamos verdadeiramente no domínio de sustentar e acompanhar o gosto do ouvinte mais que só respeitar qualquer noção pouco sustentada de performance absoluta em alta fidelidade (que tem que ser respeitada, sem excepção).

Não sei quantificar a evolução do problema demográfico, mas não sei se será assim tão grave quanto se pinta. Por um lado a minha geração tem menos espaço, tempo e dinheiro para ter este tipo de gostos, mas o que é facto é que se englobarmos neste círculo tudo o que diz respeito a alta fidelidade numa forma ou noutra, há muita gente envolvida. Basta ver a quantidade de ofertas de head fi, dacs e colunas de secretária e acho que nunca foi um círculo tão grande. Será de esperar que parte destes consumidores sejam motiváveis no futuro com o evoluir das suas capacidades a passar para sistemas stereo mais tradicionais. Mas há aqui uns entraves:

- Têm que ser motiváveis;
- Estão expostos a muita informação e estão habituados a fazer escolhas com base em muita review 'técnica', porque compram pela net, não experimentam e delegam. Delegam e bem em quem tenta avaliar as coisas de um modo sistemático. Quem faz isto rapidamente descobre ou pelo menos suspeita das aldrabices e não tem paciência para elas. Isto é válido para hifi ou televisões ou automóveis, as marcas têm muito pouco por onde se esconder a partir do momento em que escolhem apelar a um público um pouco maior.

Ou seja, não sei se o problema do futuro é necessáriamente demográfico, mas pode ser que se perca muita gente por falta de capacidade de responder às suas necessidades motivacionais, que são distintas dos actuais compradores destas coisas. Há um fosso geracional na estratégia de produto e marketing que tem que ser ultrapassado. Muito provavelmente este fosso pode representar uma barreira a muitos fabricantes de high-end, mas do lado de lá surgem mais.

Acho que é uma área belissíma onde promover o encontro do tradicional e novo e atrair pessoas que têm uma paixão pelos dois ou toleram um deles pelo menos. Se sei como o fazer...

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySeg Abr 25 2022, 16:23

Quero mesmo discutir, mas entre trabalho, a Cinammon, refugiados a dormir no sofá e pequenada, a minha capacidade anda um pouco esgotada para algo que exiga mais de 3 neurónios.

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySeg Abr 25 2022, 22:15

TD124 escreveu:

(...)
Acho que é melhor falar da Hypex... mesmo se acho ironico que se fale de subjectividade (escuta) da parte de uma marca cujas medidas deveriam assegurar implicitamente essa qualidade, a menos que medidas e escuta não tenham uma relação tão intima quanto isso...  Laughing

ricardo.canelas escreveu:

Ah! Apanharam-me a careca. Lancei o petardo e não tenho corrido com ele.

Gosto muito da tua visão e da maneira como exprimes o luxo e do high-end, talvez por esperar que seja mesmo por aí que se deve navegar. Como produtor wannabe justifica e sustenta as minhas escolhas e planos. Quanto mais fundo mergulho mais se reforça o conceito de que, chegado ao high-end, estamos verdadeiramente no domínio de sustentar e acompanhar o gosto do ouvinte mais que só respeitar qualquer noção pouco sustentada de performance absoluta em alta fidelidade (que tem que ser respeitada, sem excepção).

(...)

Existe uma aproximação nestas duas vossas respostas, algo que me parece ter tanto de objectivo (observação da realidade como ela parece ser) como de contraditório (pessoalmente ainda penso o high end como exercício de laboratório e experimentação para esticar os limites).

Quando li o artigo sobre os novos Hypex fiquei com essa pulga atrás da orelha, a empresa, apesar de jovem, está a aprender rapidamente os truques para se erguer. As medidas são fundamentais, mas a correlação entre medidas e escuta passa-se dentro das cabecinhas de cada um de nós e nós estamos "viciados" num tipo de som que acaba por se tornar "habitus" (como o conceito em sociologia).

Quando vos observo a falar de gerações, acabo por acompanhar a maioria dos argumentos. Socialmente a geração que pode sustentar a indústria de áudio continua a comprar, mas os códigos pelos quais se guia não são os mesmos dos que compram desde a década de 70 (as revistas já não são o farol, hoje temos o youtube a promover produtos cada vez mais baratos e com avaliações altamente e afirmativamente subjectivas). Financeiramente a geração que pode sustentar a indústria de áudio está limitada, o estilo de vida que a maioria dos que podem comprar tem não suporta grandes investimentos em hobbies, pelo que acaba por olhar para o melhor dos mundos possíveis - produtos de produção em massa com preços e prestações apelativas.

Como um curioso que sou, gosto de espreitar o que se passa e não deixo de reparar que se vai afirmando que há peças baratas que têm uma inclinação ou permitem a experiência do que será o som "audiófilo". Penso nesta classificação como sendo o apontar do som que se espera do high end. Por outro lado, escuto a afirmação de um som capaz de provocar entusiasmo, que seja "fun".

As gerações que hoje compram (larga maioria entre os 20 e os 70 anos) não estarão mais próximas do que distantes no que procuram, precisamente por terem "habitus" de escuta semelhantes para lá dos novos códigos e possibilidades financeiras?

Descrevo estas minhas curtas experiências pelo youtube, dúvidas também, e não deixo de as relacionar com o que o Paulo e o Ricardo vão dizendo por aqui e por outros tópicos, não deixo de pensar nas palavras do jornalista a descrever os novos Hypex.

Será que devemos aprofundar a conversa sobre os novos Hypex ou a procura pela subjectividade cativante da objectividade dura dos números?

Nós acreditamos na possibilidade de desenhar retas num universo curvo (poderá ser), pelo que estamos no bom caminho para encontrar e reta que nos fará curvilineamente voltar ao mesmo lugar. Smile
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptySeg Abr 25 2022, 23:22

José Miguel escreveu:


Existe uma aproximação nestas duas vossas respostas, algo que me parece ter tanto de objectivo (observação da realidade como ela parece ser) como de contraditório (pessoalmente ainda penso o high end como exercício de laboratório e experimentação para esticar os limites).

Quando li o artigo sobre os novos Hypex fiquei com essa pulga atrás da orelha, a empresa, apesar de jovem, está a aprender rapidamente os truques para se erguer. As medidas são fundamentais, mas a correlação entre medidas e escuta passa-se dentro das cabecinhas de cada um de nós e nós estamos "viciados" num tipo de som que acaba por se tornar "habitus" (como o conceito em sociologia).


Estava a ser um pouco obtuso quase propositadamente, e quando falei em "noção pouco sustentada de performance absoluta" estava a deixar a porta aberta para voltarmos a ter esta conversa, que me parece irá ser um elefante invisivel em muitas salas. Levo o high end (na medida em que me dedico a tentar praticá-lo) como dizes, uma desculpa para explorar os limites do que é possível, mas acho que isso é um problema aberto e possivelmente mal colocado. Certamente não terá unicidade de solução, o que aponta logo alguns problemas a qualquer formalismo que se queira desenvolver com base em modelos clássicos. O problema das medidas, que sempre existiram, vão continuar a existir, mas foi feito um circo disto que de que vai ser complicado fugir intacto. Existe em muita cabeça a ideia inabalável que o que se mede é final, supremo e suficiente para caracterizar um aparelho. Como qualquer novo convertido, o fervor, confiança, hubris e virolência de um público que delega tudo em medições é brutal, passando ao lado do facto de que medições são um protocolo, não são ciência, não é necessáriamente saber. Medir sem um modelo explicativo pode ser um exercício de futilidade local.

Não considero que tenhamos um modelo explicativo para o sistema [hifi <-> ouvinte], apenas peças esparças dele. Há pequenas inconsitências nas descobertas do Toole. Há inconsitências nas inúmeras experiências que são descritas. O High-end-laboratório de que falas pode caminhar por duas vias no meu entender: ou tenta arranjar um modelo conceptual completo e derivar as soluções ótimas dele ou vai experimentando, saltitando de pedra em pedra enquanto satisfaz um mercado de consumidores que não vai esperar por ninguém.

José Miguel escreveu:


As gerações que hoje compram (larga maioria entre os 20 e os 70 anos) não estarão mais próximas do que distantes no que procuram, precisamente por terem "habitus" de escuta semelhantes para lá dos novos códigos e possibilidades financeiras?


Tenho esperanças que sim!

José Miguel escreveu:


Descrevo estas minhas curtas experiências pelo youtube, dúvidas também, e não deixo de as relacionar com o que o Paulo e o Ricardo vão dizendo por aqui e por outros tópicos, não deixo de pensar nas palavras do jornalista a descrever os novos Hypex.

Será que devemos aprofundar a conversa sobre os novos Hypex ou a procura pela subjectividade cativante da objectividade dura dos números?

Nós acreditamos na possibilidade de desenhar retas num universo curvo (poderá ser), pelo que estamos no bom caminho para encontrar e reta que nos fará curvilineamente voltar ao mesmo lugar. Smile


Há alguns outros esforços e movimentos em tornar a classe d mais sexy para um público tradicional da hifi. Veja-se a Atmasphere por exemplo.

Como pessoa que trabalha e acompanha a Hypex, acho que é muito melhor para eles serem considerados como uma iniciativa de engenharia pura e dura. Quem os consome conscientemente quer pelos números, quem não sabe que os consome mas está feliz com o seu som está assim mesmo: feliz. É um caso raro de equilibrio win-win.
O jornalista tinha que vender umas linhas e fez e que sabe melhor. Esta acho ser a distância mais curta entre esses dois pontos neste nosso universo curvo, mesmo não tendo a ceretza da sua topologia Smile
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 10:10

José Miguel escreveu:
...Como um curioso que sou, gosto de espreitar o que se passa e não deixo de reparar que se vai afirmando que há peças baratas que têm uma inclinação ou permitem a experiência do que será o som "audiófilo". Penso nesta classificação como sendo o apontar do som que se espera do high end. Por outro lado, escuto a afirmação de um som capaz de provocar entusiasmo, que seja "fun"...

Penso que o que se discute por aqui, ou o que o Ricardo gostaria de ver abordado, é a situação do mercado do High-End... algo dificil a analisar se não estiver-mos de acordo com a definição do termo. Para mim o High-End e pouco me importa em que vertente (tecnologica, design, subjectiva, industrial, artesanal e etc) deve ser uma experiência sensorial extrema. O High-End começou sempre pelo objecto em si que é impressionante, grande, radical, luxuoso, atipico, simbolico e etc consoante o grupo técnico e ou a marca... sém este objecto excepcional não hà High-End nmho, mas pode haver uma grande escuta evidentemente! O High-End é um simbolo que ultrapassa a escuta, hoje mais do que ontém, pois a superioridade tecnologica jà não é o seu dominio exclusivo... na realidade nunca foi, ou muito raramente, se olhar-mos para a historia do audio.

Da mesma maneira que não é necessario vestir uma camisa da Armani com colo Mao para ser elegante ou ter um Chronoswiss no punho para conhecer a hora certa, não é necessario um sistema High-End para escutar a musica com qualidade... mas, a experiência sensorial serà menos intensa por uma série de razões ligadas aos simbolos em jogo, não é por acaso que faço um paralelo, sém criar uma ligação, entre o "luxo" e o "High-End". Efectivamente um aparelho que reproduza a musica com grande qualidade aproxima-se do High-End pela função e permite de viver uma experiência de escuta comparàvel, basta a fazer às cegas... mas em plena luz a experiência global sensorial não serà a mesma! Um amigo meu que tém um Panerai, um Rolex e um IWC diz-me que hà relogios que temos por necessidade e outros que temos por prazer. Talvez a parabola do High-End esteja no que venho de dizer...

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 10:57

ricardo.canelas escreveu:
... Não sei quantificar a evolução do problema demográfico, mas não sei se será assim tão grave quanto se pinta. Por um lado a minha geração tem menos espaço, tempo e dinheiro para ter este tipo de gostos, mas o que é facto é que se englobarmos neste círculo tudo o que diz respeito a alta fidelidade numa forma ou noutra, há muita gente envolvida. Basta ver a quantidade de ofertas de head fi, dacs e colunas de secretária e acho que nunca foi um círculo tão grande. Será de esperar que parte destes consumidores sejam motiváveis no futuro com o evoluir das suas capacidades a passar para sistemas stereo mais tradicionais...

Eu nunca falei de problema demografico ou então exprimo-me mal. Eu digo que hà muitas pessoas que téem a possibilidade finançeira, e o gosto pela musica, para poderem ser clientes de audio de topo e não o são... porque o audio ciblou e vendeu sempre aos mesmos e não soube seduzir um novo publico. Isto são boas noticias para o comércio nmho...

Nos ultimos meses telefono quotidianamente a pessoas implicadas no audio (importadores, fabricantes, lojas, comerciais...) para conheçer o estado dos negocios e a realidade é mais contrastada do que se diz. O volume de venda do audio aumentou mas é puxado pelos aparelhos de algibeira, cans e audio nomada pela net e grandes lojas tipo Fnac... o volume nas lojas especialisadas, principal vector do High-End, està entre constante e ligeira recessão o que não me admira nada pelo que jà exprimi. Portanto esse publico existe e é apanhado em parte por empresas com ideias cibladas como o Auditorium23, a Sound & Colours, OMA ou Noir & Blanc que fazém vendas excepcionais... e espero pela minha loja brevemente  Laughing

Tudo està aberto então e o futuro não apareçe como um desafio economico mas como um desafio comercial o que não é a mesma coisa. O High-End é um sector com forte valor acrescentado, como o luxo, que possui um potencial de crescimento enorme pois até hoje o comércio foi sempre mal feito nmho. Se o sector souber sair das dicotomias habituais e criar uma relação especifica e priveligiada com o consumidor final a coisa pode se dar. Passar do geral ao privado e acentuar a oferta sobre medida e o unicismo pareçe-me ser uma via real... meter a marca ao serviço de cada um e não de um grupo, mesmo pequeno, pareçe-me muito interessante!

Quanto ao som "fun" que fala o José também entendo coisas assim mas continuo reticente à criação de sonoridades que criem fenomenos de moda. Prefiro fazer um aparelho visualmente "fun" com um som de qualidade... acredito que a relação entre o objecto e a sua sonoridade continua a ser a constante do audio. Cinicamente e comercialmente falando diria mesmo que o objecto é mais importante do que a sua sonoridade  Wink

Voilà  cheers

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 11:10

TD124 escreveu:


Eu nunca falei de problema demografico ou então exprimo-me mal. Eu digo que hà muitas pessoas que téem a possibilidade finançeira, e o gosto pela musica, para poderem ser clientes de audio de topo e não o são... porque o audio ciblou e vendeu sempre aos mesmos e não soube seduzir um novo publico. Isto são boas noticias para o comércio nmho...


Fui eu que fiz o salto. Parece-me equivalente e como disseste sendo isto um negócio de cash flow, é um problema para os fabricantes sem capital para amortecer e adaptar.

TD124 escreveu:


... acredito que a relação entre o objecto e a sua sonoridade continua a ser a constante do audio. Cinicamente e comercialmente falando diria mesmo que o objecto é mais importante do que a sua sonoridade  Wink


Heresia! Very Happy Percebo o que dizes e concordo, a partir de um patamar de performance a história e o objecto em si podem contar tanto ou mais que o som. E acho isso uma componente importante do high-end.
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 12:27

TD124 escreveu:


Penso que o que se discute por aqui, ou o que o Ricardo gostaria de ver abordado, é a situação do mercado do High-End... algo dificil a analisar se não estiver-mos de acordo com a definição do termo. Para mim o High-End e pouco me importa em que vertente (tecnologica, design, subjectiva, industrial, artesanal e etc) deve ser uma experiência sensorial extrema. O High-End começou sempre pelo objecto em si que é impressionante, grande, radical, luxuoso, atipico, simbolico e etc consoante o grupo técnico e ou a marca... sém este objecto excepcional não hà High-End nmho, mas pode haver uma grande escuta evidentemente! O High-End é um simbolo que ultrapassa a escuta, hoje mais do que ontém, pois a superioridade tecnologica jà não é o seu dominio exclusivo... na realidade nunca foi, ou muito raramente, se olhar-mos para a historia do audio.

(...)

O que o Paulo coloca neste parágrafo parece-me ir ao encontro do que é hoje o high end, ou seja, o que podemos facilmente constactar. Neste ponto revejo-me numa resposta seca, mas precisa que foi dada há uns dias: high end é preço.

O preço não é fruto do que se gasta para atingir a melhor performance técnica, antes a melhor performance sensorial. Neste campo, o conceito de valor acrescentado vai para lá da técnica e entra em força no campo da subjectividade de valores sociais e pessoais, essa mescla que nos faz ter um brilhozinho nos olhos ou até cobiça.

Como o Paulo bem sabe, eu sempre elogiei a sua postura face ao seu mercado e peças, pois elas encerram muitas estórias dentro delas. A sua relação com as peças está para lá do trabalho manual, a sua relação com os seus clientes está para lá da troca. A relação que tem com a técnica e evolução técnica no áudio está para lá da linearidade. Etc.

Este é um conceito que pode ser aproveitado por marcas de mano/micro nichos, mas não creio que seja a possibilidade para marcas que se queiram afirmar de forma global - a Chanel não alimenta a sua fama pelas peças que faz de forma exclusiva, em salas fechadas e em recepções privadas, contudo essas peças não deixam de ser o sonho de muitas que compram nas lojas tradicionais.

O que quero dizer com isto é: creio que o high end neste momento já é algo, contudo parece evidente que isso que é não chega para quem compra, não chega para quem vende e não chega para conquistar novos públicos.

Em cima deixei o exemplo dos relógios, o mercado de relógios está louco... não sei se o áudio não tem de aprender com o que se passa em outros mercados de luxo, certo é que a fórmula que usa não resulta e a valorização não está a acontecer - qualquer marca de áudio high end gostaria de ter filas de espera como tem a Schiit ou a Decware (marcas de baixo e médio preço que chegam a todo o lado, até a este nosso Portugal), as mesmas empresas gostariam de ter um segundo mercado (com novos e usados) a valorizar as peças (preços mais altos) para poderem representar um valor seguro...

Aqui chegado, aponto isto em jeito de resumo: a nossa sociedade de consumo não está cada vez mais agarrada ao conceito de investimento?

Para certos valores parece-me que sim, neste caso a valorização tem de ser conseguida.
Fica para que se pense.
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 13:15

ricardo.canelas escreveu:
TD124 escreveu:

... acredito que a relação entre o objecto e a sua sonoridade continua a ser a constante do audio. Cinicamente e comercialmente falando diria mesmo que o objecto é mais importante do que a sua sonoridade  Wink

Heresia!... Percebo o que dizes e concordo, a partir de um patamar de performance a história e o objecto em si podem contar tanto ou mais que o som. E acho isso uma componente importante do high-end.

Não sei se é heresia ou se simplesmente digo as coisas como as penso, o cinismo não é nada mais do que uma forma de verdade dita de uma maneira directa e crua nmho Laughing

Mesmo a tua apresentação aonde te esforças, o que compreendo, de precisar que o objecto é valido a partir de um certo patamar de performance me pareçe desnecessario e explico-me:

Considero que globalmente existém duas tendências (estéticas) sonoras no audio de qualidade... a estética "eufonica" e a estética "realista", o resto sendo variantes destas duas ou cruzamentos. Um amplificador Kondo Ongaku pertençe ao primeiro grupo ora que um Lamm ML3 pertençe ao segundo... portanto ambos são aparelhos a vàlvulas SE com medidas e desempenho deveras diferente mas que são reconhecidos como produtos High-End! A escolha de um ou de outro vai representar mais a adesão à imagem transmitida pela marca e pelo objecto que verdadeiramente pelo som, pois ambos soam suficientemente bem para que a critica não tenha grande sentido nmho! O Ongaku vai tocar pelo lado artesanal, exclusivo e tradicional assim que pela sonoridade ligeiramente old school ora que o ML3 vai ser apreciado pelos amadores de belas tecnologias, complexas com um adn militar assim que pelo som hiperrealista...

O objecto em si vai ser a cristalisação do que digo, antes mesmo de começar a tocar! A caixa do Kondo e as tecnicas de fabricação falam de artesanato e de tradição ora que o Lamm e as suas quatro grandes caixas pretas fala de industria de precisão... é ao cliente final de escolher a imagem que mais o valorisa e que lhe dà mais prazer. A coerência entre o objecto e a filosofia técnica da marca pareçe-me ser uma componente vital do High-End antes mesmo do som, é o objecto que vai contar uma historia ao seu proprietario e criar laços emocionais mais do que o som pois como jà disse... no verdadeiro High-End a critica ao som é mais do nivel estético do que da qualidade intrinseca...

De novo, falo comércio e visão do mercado e não de audio no absoluto... esqueço que estou num forum Laughing
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 14:26

José Miguel escreveu:
...O que quero dizer com isto é: creio que o high end neste momento já é algo, contudo parece evidente que isso que é não chega para quem compra, não chega para quem vende e não chega para conquistar novos públicos...

O High-End como o mercado do luxo em geral é feito de vàrias marcas aonde cada uma tém uma visão pessoal da sua missão assim que dos negocios. A diferença vém do nivel de mediatisação do High-End que é praticamente inexistente nas revistas de moda ou tendência... ora que os relogios, sacos, charutos, champagnes e mesmo barcos não falta, pareçe-me dificil se interessar ao que não sabemos que existe Wink

O preço não faz tudo no High-End mas é um parâmetro essencial. Se o High-End cumpre a sua missão de ser um produto extremo no fundo e na forma ele não pode ser barato... penso que é a razão pela qual nunca me interessei a fazer produtos de High-End, não sou tão obcessional e exigente até ao ponto do perfectionismo, portanto fundamental neste dominio. Se a série Utopia da JM Lab se vende muito melhor do que as colunas da Wilson Audio é porque a qualidade de finição do objecto é comparativamente superlativa nmho... não creio que seja o som. O High-End tém tudo para conquistar novos publicos, pelo menos as marcas sérias... o resto é uma questão de ideias e a OMA como a Auditorium23 são bons exemplos de espaços de venda singulares, entre outros existentes ou por criar Wink
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 14:29

TD124 escreveu:
[

(...)

Considero que globalmente existém duas tendências (estéticas) sonoras no audio de qualidade... a estética "eufonica" e a estética "realista", o resto sendo variantes destas duas ou cruzamentos. Um amplificador Kondo Ongaku pertençe ao primeiro grupo ora que um Lamm ML3 pertençe ao segundo... portanto ambos são aparelhos a vàlvulas SE com medidas e desempenho deveras diferente mas que são reconhecidos como produtos High-End! (...)

(...) A coerência entre o objecto e a filosofia técnica da marca pareçe-me ser uma componente vital do High-End antes mesmo do som, é o objecto que vai contar uma historia ao seu proprietario e criar laços emocionais mais do que o som pois como jà disse... no verdadeiro High-End a critica ao som é mais do nivel estético do que da qualidade intrinseca...

De novo, falo comércio e visão do mercado e não de audio no absoluto... esqueço que estou num forum Laughing

Paulo, não deixando de concordar contigo nos princípios que ambos - tu e o Ricardo - lucubram sobre o atual estado do High-end, alerto que os exemplos que dás não se apresentam, hoje em dia, como os mais coincidentes com essas duas tendências, cuja divisão concordo.

Presumo que, já há algum tempo (bastante), não ouves um Kondo Ongaku. A tendência eufónica, quentinha, clássica dos 2 Ongaku - Japonês e Britânico - de quando as comadres ainda não se tinham zangado. O atual modelo Kondo está muito mais "cool" e pró neutral que versões anteriores. Enquanto o Audio Note Ongaku (UK), mantém aquela característica sónica 50/50 - calidez e neutralidade própria - que tão específicos adeptos conquista.

[Calhando, razão pela qual, o modelo britânico custa umas dezenas de milhares de euros a mais que o "primo" japonês.]

De qualquer forma e apesar de tudo, ainda existe uma réstia de esperança que não só pela luxuosa estética se aprecie o High-end, mas sim e também pela elevada qualidade sónica, inquestionável, para a grande maioria de ouvintes. Até porque, ambos exemplos que dás, não são lá aquele primor de estética de luxo de uma certa tendência de mercado de High-end e muito menos le nom en vogue dos atuais apelos comerciais.

Todavia, não por isso que Kondo, Audio Note e Lam não tenham clientes entusiasmados e que, sem dúvida alguma, parece distinguirem-se da restante "populaça highendista"

cheers

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 15:13

Goansipife escreveu:
... Presumo que, já há algum tempo (bastante), não ouves um Kondo Ongaku. A tendência eufónica, quentinha, clássica dos 2 Ongaku - Japonês e Britânico - de quando as comadres ainda não se tinham zangado. O atual modelo Kondo está muito mais "cool" e pró neutral que versões anteriores. Enquanto o Audio Note Ongaku (UK), mantém aquela característica sónica 50/50 - calidez e neutralidade própria - que tão específicos adeptos conquista...

O unico Ongaku estampilhado "Kondo" que ouvi foi no ano passado com um par de Jadis Eurythmie II... o que por si acentuava a ligeira tendência old school, como escrevi. Não o achei muito mais "neutro" e ainda menos "cool" que os gémeos do passado mas o sistema, e a escuta vinil, não ajudavam a que assim fosse... de todas as maneiras senti-me a muitas léguas do suprarealismo à la Lamm!...

A minha intenção com este exemplo era de mostrar que no High-End os estilos de escuta podem estar tão opostos quanto um Rolls Royce de um Ferrari... sém que os aparelhos deixem de pertençer ao mesmo patamar de prestigio, coisa que no luxo aconteçe também com frequência. Existém muitas marcas que mereçem o apelido de High-End e estou longe de as ter escutado todas. Penso no entanto que a experiência sensorial assim que a qualidade extrema de fabricação do objecto em todos os aspectos sejam, ou deveriam ser, constantes que assinam esses tipos de aparelhos, mesmo se hà excepções como a Shindo...

Em tudo hà excepções Laughing

cheers
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyTer Abr 26 2022, 16:07

TD124 escreveu:

O unico Ongaku estampilhado "Kondo" que ouvi foi no ano passado com um par de Jadis Eurythmie II...


Está tudo explicado!!!

Em Portugal a marca passou a ter representação própria e o modelo em exposição na apresentação dessa representação é a última edição, de 2012, do produto da empresa chefiada pelo rapaz Ashizawa Masaki. Se achas que este não é mais para o tipo cool então não sei o que dirias de um modelo de há 20 anos atrás.

De qualquer forma, o que eu quero sublinhar é que apesar de concordar contigo que existe uma tendência mais "rainbow" e outra mais "straight line" no áudio e na escuta de eletrónicos de áudio, ainda hoje, existe também duas linhas de High-end:
  1. O "fashion" de puro Luxo - efémero;
  2. E o Luxo de qualidade de vanguarda - persistente e duradouro

Logo, para quem tem expectativas comerciais com este mercado, deverá, a meu ver, ter sempre presente que a moda pode trazer rápidos dividendos, mas nunca se sobrepõe há qualidade percepcionada e commumente aceite. Wink

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 09:58

TD124 escreveu:


O High-End como o mercado do luxo em geral é feito de vàrias marcas aonde cada uma tém uma visão pessoal da sua missão assim que dos negocios. A diferença vém do nivel de mediatisação do High-End que é praticamente inexistente nas revistas de moda ou tendência... ora que os relogios, sacos, charutos, champagnes e mesmo barcos não falta, pareçe-me dificil se interessar ao que não sabemos que existe Wink
(...)

Neste parágrafo há muito para ponderar! Smile

Eu não tenho a menor dúvida sobre a questão do preço estar ligada à excelência, isso para mim é caso arrumado (os materiais e investigação custam dinheiro). Por outro lado, isso que o Paulo diz vai ao encontro do que venho dizendo sobre o mercado dos relógios (em que segui o seu exemplo). As novas formas de divulgação (redes sociais, youtube, podcasts, etc.) parecem não ser o alvo das marcas de topo, melhor dizendo, as marcas com produtos de topo parecem não estar interessadas em novas formas de divulgação.

Isto está abrir espaço, como disse em cima, para que se usem exemplos de preço médio (digamos, 5000 euros para áudio é preço de gama média) para definir o som dito "audiófilo" ou high end.

Eu continuo a ver aparecer vídeos como este https://www.youtube.com/watch?v=1wKYWrsOAzU quando abro o youtube (desse senhor já vi partilhados aqui no fórum). As peças que ele refere são mostra de high end?

De uma forma prática, cada vez mais a influência vem de canais de informação como esse, não conheço nenhum para peças de alto valor (mesmo o Michael Fremer, no seu canal Analog Planet, não faz grande divulgação). No pico da pandemia apanhei vídeos da San Francisco Audiophile Society, mas os entrevistados são os mesmos que andam pelos canais de divulgação de material mais comercial (estratégia para atingir visualizações!?! Falta de resposta de outros!?!)

Bem sei que isto que digo é um grão no meio de um enorme areal, mas os vários mercados de luxo estão a adaptar-se rapidamente, o áudio adaptou-se, mas parece ter deixado o segmento de topo fora da jogada.
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 10:01

Goansipife escreveu:
...
  1. O "fashion" de puro Luxo - efémero;
  2. E o Luxo de qualidade de vanguarda - persistente e duradouro

Logo, para quem tem expectativas comerciais com este mercado, deverá, a meu ver, ter sempre presente que a moda pode trazer rápidos dividendos, mas nunca se sobrepõe há qualidade percepcionada e commumente aceite.

Penso que existém vàrias formas de High-End e que dividi-los entre os produtos de puro de marketing (moda) e os que possuém fundações técnicas ou historicas é redutor. Existém produtos High-End que são simplesmente a vitrina tecnologica e de saber fazer de grandes fabricantes generalistas... existe o High-End que é feito por empresas especialisadas nesse dominio... existe o High-End feito em pequena quantidade por empresas artesanais e puramente locais... existe o High-End feito por empresas médias quase por acaso como outrora a Leedh ou ainda o High-End que chamo institucional feito como um no cost object subvencionado para mostrar uma tecnologia ou um sector industrial...

Determinar neste puzzle quém vai ser duradouro ou efémero pareçe-me dificil pois os negocios do audio não dependem exclusivamente do produto mas também, e talvez sobretudo, da qualidade da comercialisação. O High-End destina-se a um grupo restrito de pessoas que podem pagar caro para algo que é puro prazer mas não se destinam a uma personalidade especifica, como o luxo em geral... existém produtos para todos os gostos e tanto o tradicionalista quanto o modernista podem encontrar um produto que lhes é adequado...

Quanto à tua frase que cito penso que ela reflecte a visão por demasiado subjectiva que o mundo do audio exerce sobre ele mesmo pelo facto de ser tornado, e jà hà muito, circular e fechado. A "qualidade percepcionada e commumente aceite" é uma visão que é diferente consoante os individuos, consoante a experiência individual e consoante o nivel de mediatisação do mercado ou do produto. È mais do que tempo nmho de deixar de ciblar os apaixonados de audio que são obcessionais compulsivos e dirigir-se às pessoas que não possuém nenhum dos dogmas audiofilos, serão eles que vão escolher quém é quém neste mundo do High-End pois os audiofilos estão demasiado influenciados para o fazer intelectualmente e globalmente são demasiado pobres para o fazer fisicamente...

Para mim e voltando ao tema inicial que interessa, e compreendo porquê, o amigo Ricardo penso que o desafio que ele tém pela frente é simples a definir e menos simples a realisar. O seu produto é de qualidade e possui uma série de elementos distinctivos que permitem de satelisar ideias à volta que o propulsam directamente no High-End... se ele souber encontrar a sua singularidade comercial e tocar o bom publico o desafio serà uma victoria Wink
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 11:02

José Miguel escreveu:
... Eu continuo a ver aparecer vídeos como este https://www.youtube.com/watch?v=1wKYWrsOAzU quando abro o youtube (desse senhor já vi partilhados aqui no fórum). As peças que ele refere são mostra de high end?...

Venho de ver em diagonal o video... para mim os produtos apresentados não são High-End mas de topo. Pode até não existir diferenças audiveis entre um aparelho de topo e um High-End... mas o objecto em si serà muito mais exigente e radical. Um Lenco da Artisan Fidelity não soa melhor do que um Lenco JNT mas o objecto é indiscutavelmente mais luxuoso, exclusivo e melhor fabricado... para uma pessoa não audiofila o primeiro é mais desejàvel do que o segundo, para um audiofilo depende dos valores ao qual està mais ligado ou é sensivel. Nesse video de novo o senhor destina-se aos audiofilos explicando, para resumir, que o caro pode sair barato... no High-End o cliente final està se barimbando disso, ele busca um produto que lhe dê tusa e vontade de gastar o seu dinheiro nele, ele busca o prazer e as estorias que satelisam o objecto, o prestigio directo ou indirecto que apareçe pela compra  Wink

José Miguel escreveu:
... Bem sei que isto que digo é um grão no meio de um enorme areal, mas os vários mercados de luxo estão a adaptar-se rapidamente, o áudio adaptou-se, mas parece ter deixado o segmento de topo fora da jogada.

È verdade e as razões são multiplas mas nmho a principal é que a maioria do High-End são produtos de vitrine que servem a vender os produtos de massa mais baratos... a Renault quando està na F1 não é para se amelhorar tecnologicamente mas para vender os seus carros de gama de entrada, jà a Ferrari não!...

Eu hoje vejo até que ponto a minha viagem a Portugal para ir buscar as colunas do Ricardo està a influenciar vàrios amigos que querem comprar um sistema. Eles não querem ir a uma loja buscar um sistema... eles querem viver uma experiência global à volta dessa compra, querem poder contar uma estoria depois. O High-End no Youtube não apresenta interesse nenhum pois os clientes desse material, do que conheço, não vão ver videos ném se interessam aos forums... eles buscam meios mais distinctivos e hoje em dia singulares! Como digo e repito, é este o desafio que o amigo Ricardo tém pela frente pois ele està no High-End...

Pessoalmente penso que as novas tecnologias da informação podem ajudar se bem utilisadas. No sabado passado passei o dia a comer, beber, discutir e sobretudo a trabalhar com um amigo especialisado no virtual 3D que tém uma agência de comunicação em Mtp. A ideia é de fazer um showroom virtual que serà acoplado ao site da minha empresa e aonde as pessoas possam visualisar, não comprar, os produtos que existém como se fizéssem uma visita fisica num espaço imaginario e repleto de simbolos estéticos, mas que serà virtual. Penso que as tecnologias da comunicação modernas, Youtube incluso, podem ajudar o audio a ser mais amplamente conhecido, hajam ideias, vontade e guita  Wink
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 11:44

Goansipife escreveu:
...
  1. O "fashion" de puro Luxo - efémero;
  2. E o Luxo de qualidade de vanguarda - persistente e duradouro



Paulo, quanto a estes 2 pontos, lamento, mas enquanto não me conseguirem provar o contrário, atualmente a tendência do áudio de "alta-gama", tem unicamente estes dois caminhos, independentemente da tipologia e da dimensão de quem o produz. Aliás, como creio que sabes, a grande maioria de construtores já considerados por todos os agentes deste mundo como Construtores de High-End, não passam de pequenas estruturas e muitas delas de "vão-de-escada", mesmo quando alguns deles estão aglomerados em grandes grupos financeiros, como a IAG, ou US.

Mas se estivéssemos a falar da indústria automóvel eu dir-te-ia o mesmo.

Goansipife escreveu:
...
Logo, para quem tem expectativas comerciais com este mercado, deverá, a meu ver, ter sempre presente que a moda pode trazer rápidos dividendos, mas nunca se sobrepõe há qualidade percepcionada e commumente aceite.

Quanto a esta frase, é óbvio que ela tem uma certa carga subjectiva, mas muito menos que a intenção que colocastes.

Por mais excepções que queiramos colocar, a estatística é uma forma (boa) objetiva de medir estas coisas. Mesmo que haja quem diga bem, porque o parceiro do lado diz bem. Mas, se de um grupo de 100 entusiastas, 80 ou 90 diz bem do produto, mesmo com "carneiradas", não é de todo provável que haja "um pastor com 80 ou 90 carneiros". No entanto cada um continua a ouvir com os seus ouvidos, a gostar e ter consciência que outros detestam e a aduirir consoanto as possibilidades da sua algibeira.

TD124 escreveu:

Para mim e voltando ao tema inicial que interessa, e compreendo porquê, o amigo Ricardo penso que o desafio que ele tém pela frente é simples a definir e menos simples a realisar. O seu produto é de qualidade e possui uma série de elementos distinctivos que permitem de satelisar ideias à volta que o propulsam directamente no High-End... se ele souber encontrar a sua singularidade comercial e tocar o bom publico o desafio serà uma victoria Wink

Aqui, estou completamente de acordo contigo, pese embora acrescente o factor SORTE.

Face às Cassia, eu comecei por classificá-las como High-End, de acordo com os meus critérios de classificação de um equipamento como High-End. Esta é a óbvia parte subjectiva. Somente para recordar:

Goansipife escreveu:
https://www.audioanalogicodeportugal.net/t13895-objectivo-e-missao-ob-hibridas-grandes-do-ricardo-canelas

Para mim, um equipamento em Alta-fidelidade, só é de Topo, ou "Top-End" se albergar todas as seguintes características:

  1. Construção de alto nível, imaculada e de gosto reconhecido;
  2. Materiais de topo de gama;
  3. Projeto bem delineado, com criatividade / inovação e sentido de avant-garde;
  4. Objetividade alcançada e com qualidade percepcionada de topo;
  5. Fiabilidade ao longo do tempo.


É claro que, um projeto com este perfil, refletirá um preço, não sendo propriamente um preço de uva-mijona.

Feito este preâmbulo à laia de declaração de intenções, segue-se o meu entendimento sobre as Cassia

Ora, o projeto das Cinnamom Cassia enquadram-se neste perfil. Senão vejamos:

  1. Construção: A construção das Cinnamom Cassia é de elevada qualidade, com um desenho, que emprega um mix de artesanal com aspecto industrial do tipo high-tech, tão na moda e feitas com tão bom gosto, pese embora gostos não se discutam, mas ninguém, certamente, será indiferente a elas. No entanto o Ricardo Canelas, diz que, para manufactura comercial, ainda existem alguns pormenores a melhorar, o que é de apludir, pois demosntra preocupação ao detalhe  Objectivo e missão - OB (hibridas, grandes) do Ricardo Canelas 754215 ;
  2. Materiais:As Cinnamom Cassia são construidas combinando materiais de topo, em todas as suas unidades, incluindo os crossovers, e as soluções encontradas para o uso desses materiais são delineadas para o projeto e conseguidas;
  3. Projeto: Trata-se de um projeto bem desenhado, com criatividade, inovação e soluções de vanguarda. A solução encontrada para o corssover ativo e independente do complexo das colunas, ainda para mais com recurso a amplificação em class D, incorporando um DSP, não é uma solução que se encontre por aí todos os dias. Numas Open Baffle, não me lembro de muitos projetos que sigam esta linha e, mesmo fazendo um esforço de memória, lembro-me de um projeto do Rui Pinho, com amplificão de class A/B, mas eram / são umas colunas de caixa fechada. Logo estamos perante um projeto de vanguarda com um forte sentido de invação;
  4. Ojetividade na Qualidade: Mesmo com o reparo picuinhas que fiz anteriormente:
    (...)
  5. Fiabilidade: Este é a única característica onde não há muito para dizer, até pela extrema juventude do projeto. Todavia, não me parece haver nada nas Cinnamom Cassia que vá em sentido contrário de esta se verificar

cheers
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 12:29

TD124 escreveu:

(...)
Eu hoje vejo até que ponto a minha viagem a Portugal para ir buscar as colunas do Ricardo està a influenciar vàrios amigos que querem comprar um sistema. Eles não querem ir a uma loja buscar um sistema... eles querem viver uma experiência global à volta dessa compra, querem poder contar uma estoria depois. O High-End no Youtube não apresenta interesse nenhum pois os clientes desse material, do que conheço, não vão ver videos ném se interessam aos forums... eles buscam meios mais distinctivos e hoje em dia singulares! Como digo e repito, é este o desafio que o amigo Ricardo tém pela frente pois ele està no High-End...
(...)

Eu não quero desviar muito o tópico, ainda por cima eu já percebi que o Ricardo compreende bem as "ciências" sociais Smile, por isso ele saberá que a Comunicação depende de muitos fatores e há um que se chama Autoridade.

A Autoridade está em paralelo com a confiança e respeito, cada um de nós deposita confiança em quem lhe parece mais próximo do conhecimento válido ou verdade (seja lá o que for verdade). Por exemplo, atribuímos mais autoridade a um médico para falar da nossa saúde, a um mecânico para falar do nosso carro, a um arquitecto para falar de um projecto de casa, ...

Eu não conheço o Paulo no seu círculo de amigos, nunca presenciei, mas conheço aqui no fórum. A autoridade que o Paulo tem, a que depositam em si, é bem diferente da que eu tenho e da que depositam em mim (injustamente, como se sabe Smile ).

Posto isto, também tocando os meios de comunicação tradicionais e novos, creio que ainda há um depósito de autoridade do lado das revistas, dos que escrevem artigos há muitos anos e têm muita experiência. Um canal de youtube pode ser aberto por qualquer um e depressa chegar a alguns milhares de pessoas, há uma autoridade diferente a ser depositada, melhor, há uma relação diferente e esta relação creio ser de proximidade - como as actrizes de cinema, bonitas, mas não ao ponto de parecerem impossíveis... the girl next door.

O high end necessita destes fatores bem ponderados, o Gonçalo diz que é sorte, eu acredito que há muito trabalho nessa possibilidade de sorte.

O Ricardo saberá que em Portugal terá poucos consumidores, tem de olhar para o Mundo. Como se chega ao Mundo?
Enviando fotografias para revistas? Tentando que elas comuniquem a marca?
Enviando as colunas para revisão? Vários tipos de origens de revisões? Para potenciais pessoas com autoridade em círculos de potencial consumo?

Eu pagaria uma viagem a uma pessoa (uma com autoridade) para vir cá, até um bom hotel, mas não pagaria a gasolina a uma pessoa como eu para ir ouvir e escrever algo sobre as colunas.

Não sei se é mesmo este o debate que o Ricardo pensou abrir, mas as marcas com sucesso não brincam em termos de comunicação, não é por acaso que há várias pessoas ligadas à escrita sobre áudio com amplificação ou colunas semelhantes ao longo do tempo.

O produto é bom?
É preciso mostrar que existe pelas bocas certas. Wink
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 13:42

Goansipife escreveu:
... Quanto a esta frase, é óbvio que ela tem uma certa carga subjectiva, mas muito menos que a intenção que colocastes.

Por mais excepções que queiramos colocar, a estatística é uma forma (boa) objetiva de medir estas coisas. Mesmo que haja quem diga bem, porque o parceiro do lado diz bem...

Desta vez não estamos de acordo em nenhum ponto... as diferenças das nossas experiências resultam nesta distorção analitica, mas isto é bom para o Ricardo que necessita do maximo de opiniões fundadas para criar a sua, é isso que lhe vai ajudar! Guardei sò esta frase mas a minha resposta serà global:

A estatistica seria uma ajuda valiosa se ela existisse... não sei em Portugal, mas aqui jà faz mais de vinte anos que tento ter dados estatisticos sobre o mercado do High-End na França e nos cinco maiores mercados europeus, mas em vão. Os dados comerciais sobre o audio são generalistas e regrupam tudo o que se vende desde a net até às lojas especialisadas e estas ultimas não comunicam os dados globais e ainda menos a parte do High-End nesses dados globais... é preciso perguntar um a um a cada director de loja o que é impossivel pois o segredo e o ciume são os alicerçes deste negocio.

Trata-se então por meios paralelos e não intrusivos de obter alguns dados. Sei que a linha Utopia produz 5% do volume de negocio global da JM Lab, jà na Cabasse o High-End (La sphére) representa apenas 1%... sei que a marca de High-End com o maior volume de negocios em França é a Goldmund seguida pela Soulution, ambas suiças. Isto indica muito pouco, para mim nada, sobre o volume de negocios do High-End actual e ainda menos sobre o volume possivel... condição de base para estabelecer um business plan dedicado e fiavel. Sei que os forums em nada ajudam globalmente Rolling Eyes

Neste vago estatisco e mesmo conceptual pois a propria noção de High-End é por vezes vaga ou demasiado subjectiva... trata-se de construir uma opinião comercial cruzando as intenções dos fabricantes e a dos potenciais compradores. Vejo, sem admiração, que a coluna Philarmonia desenhada pelo arquitecto françês Jean Nouvel jà foi produzida a mais de 100 exemplares sém ter tido nenhum teste na presse especialisada e sendo apresentada exclusivamente em revistas de design, temo que os clientes não sejam audiofilos portanto compraram um produto de High-End deveras exclusivo e sobretudo desconhecido nos circulos comuns do audio  Philarmonia by Jean Nouvel

A Wadax (Espanha) que é uma marca extrema e radical no digital é ainda pouco conhecida na Europa mas vende quantidades indecentes, neste sector, tanto em Singapura que na Coreia. Ver o High-End como a zona de conforto da Wilson, da Magico ou da DCS... é esqueçer tudo o que se passa à volta. A Westlake vende mais colunas no mundo do que a Wilson e portanto ninguém conheçe, fora os que vão aos bares audiofilos japoneses de Tokyo, Kyoto ou mesmo Barcelona. O High-End é como o luxo, a parte escondida é maior do que a visivel...

Tudo isto leva-me a ver o High-End como um dominio aonde hà tudo por fazer e não como algo aonde tudo jà foi feito, sobretudo comercialmente. Tinha dito ao Ricardo quando veio aqui que para mim um produto de High-End conseguido é aquele que dà desejo de pocessão tanto ao que o fabrica que ao potencial cliente! Não me interessa como fabricante a zona do High-End mas na vertente dos negocios sim e muito pirat
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 13:52

José Miguel escreveu:
...Eu pagaria uma viagem a uma pessoa (uma com autoridade) para vir cá, até um bom hotel, mas não pagaria a gasolina a uma pessoa como eu para ir ouvir e escrever algo sobre as colunas...

Estou complétamente de acordo contigo... eu proprio começei a ser conhecido graças a um prescritor que fazia autoridade, é uma ajuda real para o começo! Depois hà que persistir no tempo e aqui a coisa muda de figura pois é necessario re inventar-se ou atingir um clacissismo... não é facil ser Bowie ném Springsteen Wink
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 16:21

TD124 escreveu:


A estatistica seria uma ajuda valiosa se ela existisse... não sei em Portugal, mas aqui jà faz mais de vinte anos que tento ter dados estatisticos sobre o mercado do High-End na França e nos cinco maiores mercados europeus, mas em vão.

Percebo porque não possas estar de acordo comigo, pois é estranhíssimo que, um mercado como a França, não haja estatísticas comerciais do mercado de High-End.

Em Portugal, os dados são "fáceis" de se obter, bem como em Espanha, Alemanha, Holanda e, principalmente Reino Unido.

Em UK até é o mais fácil, tendo em conta que o maior polo de distribuição nacional e Europeu, resume-se a um grande operador, principalmente para aquilo que já está convencionado no Mercado como Ultra-High-End (leia-se Ultra-High-Price).

Em Portugal, não tanto o segredo, mas o ciúme e o snake poison, também são a marca da casa, apesar de a partir do início deste ano ter deixado de haver uma revista da especialidade que publicava, regularmente, alguns dados, mas também contribuía para o snake poison. Contudo, se perguntarmos diretamente à distribuição do burgo, ninguém te nega informação (mesmo que no seio da mesma haja sempre algum elemento que teremos de racionalizar).

Basta pertencer a um certo circulo e/ou conhecer as pessoas certas.

Dou um exemplo concreto.

Já dei aqui provas no fórum, que não gosto do termo High-End, principalmente na atualidade, por este termo se ter banalizado pelo lado da 1ª via de que falei a umas respostas atrás - "O "fashion" de puro Luxo - efémero". Mas, confesso, que dou comigo a classificar sempre um equipamento (nem que seja como exercício mental) como: Hi-Fi, Áudio de especialidade e High-End.

Os equipamentos da McI, são lindos de morrer, para o meu gosto, fazendo parte do romântico sonho "American Way of Life", tal como as motos da HD. Nem eu nem muitos dos aficionados do Hobby (cá em Portugal) consideramos a marca e os seus produtos como High-End. Pessoalmente classifico-a mais como Hi-Fi de Luxo.

Principalmente, nos 2 anos de pandemia - 2020 e 21 - foi das marcas/produtos mais falados nas redes sociais, destacando-se o YouTube, convertendo-se tal num acréscimo de vendas significativo e reconhecido pela marca e pelos próprios distribuidores. Em Portugal significou um aumento de vendas acumulativo de 22% (2020/21).

De acordo com o RC 2021 da Hypex, o aumento de encomendas de material variado da marca foi superior a 40%, em 2020.

Dois emails bem estruturados e bem trocados com a Supersonido e ficamos a saber dados estatísticos das suas vendas por marca, considerando que este é o espaço comercial ibérico tipo "Hipermercado do Áudio", onde todo o aficionado audiófilo ibérico (pelo menos) já comprou e ou já visitou o site.

cheers
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 17:52

Goansipife escreveu:
...Em Portugal, os dados são "fáceis" de se obter, bem como em Espanha, Alemanha, Holanda e, principalmente Reino Unido...

Se se trata de saber o aumento proporcional, ou a baixa, das vendas dos produtos por fasquia tudo bem... até eu sou capaz de os saber, mas não é isso que eu procuro:

Eu quero saber o volume de vendas de todos os produtos cujo preço unitario é superior a 30K€, saber as marcas, numero de unidades e volume comercial por marca... isto vai me dar a via pela qual as marcas são vendidas, net, directo, semi-directo, loja, agente prescritor e etc assim que a paridade com o preço publico, ou seja, saber se a venda foi feita com desconto(s) ou não! O cruzamento destes dados vai-me permitir de saber indices que me são preciosos para organisar a minha coisa e ter uma visão concréta. Saber que a Devialet vendeu mais 10% ou menos 5% sém saber aonde, como, quanto e o volume de negocios associado não me serve de nada, fora como indicador global de tendência. È o problema ligado à ausência de uma entidade agregadora ou de um sindicato do audio e que directamente pode também explicar o amadorismo cronico e latente neste sector economico...

Ora, em França somente uns quantos auditoriums (lojas) de pessoas conhecidas e afastadas do sul (não concorrentes) açeitaram de me dar os dados concretos deles e somente um construtor de cabos. Contactei um cliente alemão que era redactor de uma grande revista e riu-se dizendo-me que o que eu pedia era segredo de estado. Um outro cliente alemão que trabalhou muitos anos no marketing da Linn là me arranjou alguns dados mas pouco no final. O antigo importador da ProAc e amigo do Paulo Stevenson (naim) contactei-o e o resultado foi também pouco, nada... aparentemente o que peço é impossivel, não existe! Contactei o antigo importador suiço da Linn e Naim que riu-se também e disse-me que se eu arranjar esses dados ele também os quer e assim por adiante...

Não basta estar nos circulos ou conheçer gente aparentemente... o que não hà oficialmente não hà, ou então peço demasiado! Jà nos EUA e Canada obtive com relativa facilidade muitos dados conhecendo apenas duas pessoas. Na Europa o audio està classificado na electronica de consumo domestico e aqui em França é mais simples de saber quantos televisores a Sony e a Toshiba venderam do que o volume de negocios e quantidade de amplificadores vendidos pela Devialet... ou seja, posso saber tudo o que não me interessa mas os dados concretos que me permitem de medir o pulso do High-End com precisão não. Não hà problema, tudo acaba por se saber mais cedo ou mais tarde pois é um pequeno mundo Wink
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 18:27

Goansipife escreveu:
... Os equipamentos da McI, são lindos de morrer, para o meu gosto, fazendo parte do romântico sonho "American Way of Life", tal como as motos da HD. Nem eu nem muitos dos aficionados do Hobby (cá em Portugal) consideramos a marca e os seus produtos como High-End. Pessoalmente classifico-a mais como Hi-Fi de Luxo...

Se estàs a falar da McIntosh não compreendo... se essa marca que foi Pioneira do High-End com a Marantz (EUA) não é vista como sendo do High-End, quém serà? Certo, a marca hoje jà não é uma pioneira ném um modelo tecnologico mas o seu passado prestigioso assim que a sua estética inigualavel fazém desses produtos um modelo do Audio Classico... um McIntosh com umas Westlake HR7 pode mesmo ser visto como um expoente do High-End tradicionalista, o equivalente da Ford Cobra Shelby mas do audio Laughing

Mas, isto mostra até que ponto o termo High-End està submetido a uma avaliação subjectiva actualmente... eu arbitrariamente decidi que o High-End é qualquer produto de audio de valor publico superior a 30K€ e sém limite superior... assim jà sei em qual gaveta meter os diferentes produtos, pois o High-End é uma gaveta Wink

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 18:41

Paulo,

Percebo o teu dilema, apesar de continuar a acreditar que em Portugal consegues mais informação do que aquela que consta dos teus exemplos, aí em França.

Sem dúvida que do outro lado do Atlântico tens muito mais informação. Até por uma questão de cultura empresiarial em que benchmarking não é um intruso, mas sim um culto de informação inerente ao negócio e à boa gestão comum a todos.

Já agora, o exemplo que te dei da McI em Portugal, foram vendas, todas elas, que iniciaram no meio digital e acabaram no presencial à porta fechada por causa dos inúmeros momentos de restrições comerciais.

O que é mais engraçado é que no período pré-pandémico, não se realizava nenhuma venda física sem um grande choradinho de desconto, por parte do cliente. No período pandémico os clientes pagaram, ou estavam dispostos a pagar o MSRP inscrito nos sites, sem pestanejar. Isto levou a verificar que os distribuidores e agentes de distribuição criaram inúmeros momentos de promoções com descontos interessantes que iam para lá dos habituais 10% da praxe (em Portugal).

A Supersonido por exemplo levou e leva agora à prática de fazer períodos de promoções do tipo de venda líquida do produto, sem IVA.

No entanto, com a informação que já tens e a tua sensibilidade para a causa, só tens uma via que é um forte investimento em comunicação, com especialistas na área. Marketing, Marketing Digital e Web Approach.

Também creio que uma informação estruturada e com máximo detalhe, não exista disponível em França nem em qualque país da Europa. Nos Estados Unidos e Canadá, pelos motivos que já aludi. Na Europa este negócio é visto e tido como um negócio especial de nicho e de hobby ou clube.

Todavia, durante este período pandémico, o negócio não meteu muito dinheiro ao bolso dos agentes. O Forçado Boom de investimento em Comunicação Web levou grande parte dos lucros. Marketeears Digitais não tiveram mãos a medir e, para além de levarem fortunas pelos seus serviços, chegaram a recusar trabalho, porque já não tinham mãos a medir.

Por outro lado, o crescimento paralelo de Críticos Youtubers é astronómico. Isso levou a que a 'Audio e Cinema em Casa' (única revista nacional da especialidade) deixasse de editar em papel, pois se por um lado a malta não tem já paciência para a leitura, por outro, a malta prefere 1000 vezes uma imagem e os encargos com a evolução para o e-commerce, pelo lado dos distribuidores, levou-os a diminuir drasticamente o investimento em publicidade nessa edição.


Não vai ser fácil Em nome do High-End - Página 2 317942

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQua Abr 27 2022, 19:00

TD124 escreveu:

Se estàs a falar da McIntosh não compreendo... se essa marca que foi Pioneira do High-End com a Marantz (EUA) não (...)

cheers

Paulo,

Como sabes o não faço identificações, em espaços públicos, de marcas quando pretendo ser incisivo nas minhas opiniões menos..., digamos assim... benevolentes. Caso contrário estaria a equivaler-me a um qualquer Amir, por aí.

Contudo lembro-te que ambas as marcas que aludes, apesar de serem de alta-gama nos EUA nos idos anos 60 / 70 dos século passado, à época o termo High-End ainda não era vulgar no léxico anglo-saxónico Em nome do High-End - Página 2 933723

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 11:49

Goansipife escreveu:
... Todavia, durante este período pandémico, o negócio não meteu muito dinheiro ao bolso dos agentes. O Forçado Boom de investimento em Comunicação Web levou grande parte dos lucros...

Por outro lado, o crescimento paralelo de Críticos Youtubers é astronómico. Isso levou a que a 'Audio e Cinema em Casa' (única revista nacional da especialidade) deixasse de editar em papel...

Não vai ser fácil...

Achei esta tua intervenção muito interessante e convido o Ricardo a lê-la atentivamente e aos outros que se interessam ao futuro do audio também... acho que hà muito miolo e coisas a reflectir, ném que seja em relação a Portugal que é um mercado que desconheço.

Aqui a pandemia não teve o mesmo impacto no mercado do audio. de um lado porque as lojas estiveram fechadas muito tempo e interditas de abertura, mesmo e sobretudo a porta fechada... do outro lado porque o Macron pagou a todos para ficarem fechados, a França endividou-se mas as lojas ném tanto quanto isso. No entanto o fenomeno levou as lojas a reflectir no negocio e sobretudo criou um publico novo que até là não se interessava ao audio de qualidade... o audio tornou-se tendência como o street art e o design de interior ao ponto que vàrias marcas jà estão a surfar nesta moda, que é diga-se a verdade deveras lucrativa...

Como jà disse, pessoalmente não quero ciblar os audiofilos, bem ao contrario... acho estupido de tentar convençer os convencidos e por outro lado a circularidade do audio leva-o a funcionar como o mercado do automovel, não hà nada de novo mas tento te convençer de comprar um novo carro porque é melhor...  Wink

Aqui o audio High-End vendeu-se durante a pandemia em venta directa em casa do cliente e reunião fechada como outrora a Tupperware... as marcas com um potencial de design elevado como a Avantgarde acoustics, Devialet ou a Estelon que pareçe ter vendido vàrias Extreme na Côte d'Azur fizeram mouche, nada mal em periodo de confinamento...

E finalmente é esse audio design e de alto valor acrescentado, que tu chamas "fashion", que està a funcionar como motor desde a pandemia por aqui e a abrir as portas do audio High-End a um novo publico. Para mim é uma boa noticia pois indica que os franceses globalmente estão enfim preparados para a compra de folie e não para comprar as marcas refugio audiofilas habituais, essa revolução era desejàvel e sobretudo necessaria...

Os criticos YouTubers estão a crescer em todos os dominios e mudam o paradigma da comunicação em vàrios sectores, o fenomeno não pode ser desdenhado consoante o publico alvo da empresa assim que a capacidade de produção. Uma marca como a Estelon que faz umas poucas dezenas de pares por ano não tém interesse a buscar um publico largo que não poderà servir... jà a Avantgarde serà diferente então é a cada marca de adaptar a sua comunicação, ao menos fazer uma apresentação corporate no YouTube pareçe-me ser um minimo neste inicio de século...

O resultado disto tudo é que estou extremamente pessimista e optimista em relação ao mercado do audio... as minhas discussões com importadores e lojistas leva-me a pensar que as lojas tradicionais vão sofrer muito e vàrias jà desapareceram, as marcas de conotação exclusivamente audiofila também vai ser dificil. Em contrapartida as novas marcas com uma visão mais abrangente sensiveis ao design, ecologia, materiais, energia, geografia e etc podem perfurar o mercado e mudar o chip! Jà faz muitos anos que digo aos colegas e aos actuais socios que os audiofilos são poucos ora que as pessoas que podem comprar aparelhos de audio são muitas sendo isto valido ainda mais para o High-End... porque razão continuar a bater sempre nos mesmos? Laughing

ricardo.canelas gosta desta mensagem

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 12:23

Goansipife escreveu:
...Contudo lembro-te que ambas as marcas que aludes, apesar de serem de alta-gama nos EUA nos idos anos 60 / 70 dos século passado, à época o termo High-End ainda não era vulgar no léxico anglo-saxónico...

Para muitos audiofilos o High-End està ligado às marcas exclusivas como a Golgmund... que é francesa de origem e que mudou de pais para poder meter Swiss Made na façada e justificar, por analogia simbolica, os preços elevados dos produtos e elevà-los ao estatuto de luxo!...

Mas, o High-End tém uma historia e pouco importa o termo que era utilisado no inicio. Começou por ser um expoente tecnologico como na época do Mc275, Marantz 10B ou as grandes JBL e Tannoy... depois tornou-se mais exclusivo com a Goldmund ou FM Acoustics... e ultra exclusivo com algumas marcas modernas mas é a continuidade da mesma coisa. O termo High-End é uma gaveta e na realidade en França é utilisada para a McIntosh ou Audio Research mas para os outros, mais caros e raros, usa-se o termo Audio Exclusive e Audio Ultra-Exclusive. È sempre necessario mais gavetas para arrumar os diferentes aparelhos...

Quanto ao resto, neste momento estou a formar a pessoa que vai tomar conta da loja e algo que lhe digo e insisto é: Nunca criticar uma marca concorrente, nunca! Esta logica que sempre pratiquei deu sempre excelentes resultados e corta o circulo vicioso do o meu é melhor do que o teu. Se um produto é melhor do que outro serà às pessoas de se dar conta, não precisam de ser guiadas pela mão como ceguinhos Laughing

ricardo.canelas e Fernando Salvado gostam desta mensagem

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 12:31

O amigo Ricardo anda muito caladinho... anda a cogitar scratch

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 12:40

TD124 escreveu:

(...)
Em contrapartida as novas marcas com uma visão mais abrangente sensiveis ao design, ecologia, materiais, energia, geografia e etc podem perfurar o mercado e mudar o chip! Jà faz muitos anos que digo aos colegas e aos actuais socios que os audiofilos são poucos ora que as pessoas que podem comprar aparelhos de audio são muitas sendo isto valido ainda mais para o High-End... porque razão continuar a bater sempre nos mesmos? Laughing

Li a intervenção do Paulo, a palavra ecologia e senti a porta aberta para questionar algo que já me tinha passado pela cabeça e questionar aqui...

Ecologia no áudio, no high end, tem mesmo lugar?

Voltaremos à questão da amplificação dita digital, a mais capaz de nos fazer estar próximos de valores ambientais, mas quem compra esse tipo de peças pensará nos consumos malucos de amplificadores em classe A ou com centenas de watts em AB?

O design eu creio que não há volta a dar, o lado industrial das peças pode ser compreendido e até ser apelativo para quem anda metido nestas coisas até ao pescoço, mas para novos públicos todo o cuidado com o pormenor é pouco.

O canal institucional no youtube pode ser uma ideia, divulgar a marca é importante. Wink

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 12:51

TD124 escreveu:
O amigo Ricardo anda muito caladinho... anda a cogitar scratch

Very Happy

O amigo Ricardo and muito muito ocupado!

Estra thread levou uma direcção muito bonita e valiosa para mim. Sinto-me cada vez mais validado no que estou a planear e experimentar, que é a materialização de uma faceta pessoal (não são todas, não é essa a ideia?) do high-end. Design pensado, equilibrado e consistente, materiais e processos nobres, arrojados, clássicos mas enigmáticos. Funcionalidade em função do som e som em função da música.

Espero poder partilhar com confiança rápidamente, até lá estou a mil, mas a saborear o processo.

A noção de que a venda a porta fechada do que se vende como altamente exclusivo é algo que tem ganho expressão, não sei. Não será que ganhou mais exposição apenas? Muitas das pessoas com que tenho falado vêm ter directamente comigo, não têm perfil online público, não querem ter. Fico com a noção de que o ultra exclusivo se movimenta por estas sombras e todas as semanas encontro novos produtores de boutique que parecem aceder aos desejos destas pessoas.

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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 13:01

Paulo, aqui a economia só fechou absolutamente de 13 de Março a 15 de Abril 2020 (mais coisa... menos coisa)
e, ao nível do comércio de áudio, os negócios com maiores volumes de dinheiro envolvidos, acabaram por se fazer também em circuito fechado e presencial.

Sei, por parte de um dos distribuidores, de uma situação hilariante em que um cliente do norte comprou, on-line, um montante elevado de dinheiro em material AV e procedeu, on-line também a essa transferência de dinheiro.

Aqui os bancos não permitem transferências, on-line, de quantias elevadas, pelo que o banco barrou a transferência, mas o distribuidor tomou conhecimento da intenção de compra. Como a pessoa, para proceder à transação, teve de se inscrever no site com o seu email, o distribuidor entrou em contacto por esta via com o cliente e, claro está, acabou por fazer a venda presencial na casa do cliente.

Moral da história: Há 3 anos atrás uma situação destas era impensável  Em nome do High-End - Página 2 317942  Em nome do High-End - Página 2 933723

Fica aqui uma nota, se bem que não tão detalhada, mas elucidativa daquilo que venho a dizer

https://www.facebook.com/HIFICLUBE.NET/videos/2689661328028386/
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 16:51

José Miguel escreveu:
... Li a intervenção do Paulo, a palavra ecologia e senti a porta aberta para questionar algo que já me tinha passado pela cabeça e questionar aqui...

Ecologia no áudio, no high end, tem mesmo lugar?

Eu adolescente jà era adepto da Greenpeace então para mim a ecologia é um estado de consciência, não é uma ditadura ném uma obrigação. Evidentemente que num sentido largo a ecologia tém lugar no audio e nmho ainda mais no High-End! A ecologia não deve ser vista simplesmente como o consumo de energia mas todos os aspectos do produto que podem impactar o meio ambiente. O potencial de reciclagem, os circuitos curtos dos componentes, materiais, subempreiteiros... utilisação de materiais reciclados, indice de reparação e de longevidade, utilisação dos restos e mesmo a energia necessaria para produzir o aparelho são coisas às quais sempre fiz atenção e isto desde a minha primeira marca em 1995! È evidente que um aparelho de audio é menos ecologico do que uma garrafa de vinho mas é possivel de fazer aparelhos de audio com um impacto menos violento no meio ambiente... é isso a ecologia no audio para mim, os outros não sei  Wink

José Miguel escreveu:
... Voltaremos à questão da amplificação dita digital, a mais capaz de nos fazer estar próximos de valores ambientais, mas quem compra esse tipo de peças pensará nos consumos malucos de amplificadores em classe A ou com centenas de watts em AB?...

Em relação à ideia que a amplificação dita digital està mais proxima dos valores ambientais tenho que relativisar. A amplificação em classe D consome muito menos energia, matéria prima e é mais leve o que lhe dà preciosos pontos ecologicos... em contrapartida o seu indice de reparação e de longevidade é fraco e a reciclagem é praticamente impossivel hoje em dia, como um televisor moderno. Um amplificador a vàlvulas consome muito mas é reciclavel a 90% do seu peso... um aparelho em classe D é reciclavel a 10% do seu peso, nos dois casos a caixa não entra no calculo e isto relativisa o impacto ecologico de um e outro...

Espero que as pessoas quando vão comprar um aparelho não pensem no consumo... também espero que não esqueçam complétamente o impacto possivel do aparelho no ambiente, tudo é questão de equilibrio e de bom sentido. Vejo as pessoas à volta de mim estarem cada vez mais conscientes da necessidade de encontrar um equilibrio entre o conforto da vida moderna e a saude da terra, vejo que hoje os meus esforços para combinar materiais naturais, reciclaveis e reciclados começa a influenciar a escolha. Lembro que num Anti-Lenco 88% do peso é material reciclado e 11% é madeira reciclada... apenas 1% do aparelho é material não reciclavel e isto actualmente agrada muito no conçeito, mesmo se não hà nada de propositado. Talvez as pessoas ainda não pensem hoje no aspecto ecologico do audio, os audiofilos não é certo, mas o novo publico começa a pensar e espero que seja apenas o começo...
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 21:13

ricardo.canelas escreveu:
... A noção de que a venda a porta fechada do que se vende como altamente exclusivo é algo que tem ganho expressão, não sei. Não será que ganhou mais exposição apenas?...

Os que não olham para a natureza não véem que as plantas são verdes... o que dizes talvez seja um olhar moderno sobre algo que era evidente jà antes, mas não creio! Vejo ultimamente, felismente para mim, as pessoas (que podem) buscar a singularidade e unicismo em tudo, mesmo no audio. Ser, afirmar-se e mostrar-se diferente e unico é algo de importante actualmente nmho, o audio não escapa a este fenomeno. As marcas que permitem essa singularidade são as eleitas, é a minha convição...

ricardo.canelas escreveu:
... Muitas das pessoas com que tenho falado vêm ter directamente comigo, não têm perfil online público, não querem ter. Fico com a noção de que o ultra exclusivo se movimenta por estas sombras e todas as semanas encontro novos produtores de boutique que parecem aceder aos desejos destas pessoas.

O "exclusivo" mesmo sém falar do "ultra" como o seu nome indica sempre se movimentou pelas sombras... senão não seria EXCLUSIVO! Mas, porque hà sempre um mas... esses clientes são faceis a ciblar mas dificeis a tocar. Nada mudou e a estratégia de abordagem continua a mesma: Caderno de contactos impecavel, atenção à altura do serviço exclusivo, dinheiro e sobretudo pertença... com isto, o limite é o céu, a qualidade da forma primando sobre o fundo o objecto audio torna-se num produto mais intelectual do que fisico... é isto o High-End tal como o Luxo... uma forma de magia ou ilusão  Wink

Meti em negrito "pertença" porque na minha experiência isso apareçe como o elemento fundamental quando se toca ao dominio do "exclusivo". Esse publico "exclusivo" considera-te como um deles, ou afiliado, ou como um outro... disso vai depender em grande parte a visão ressentida do produto assim que o resultado dos negocios...

Sei que é cinico... mas é assim  pirat

PS: O que é dito por aqui não existe em nenhum outro forum, viva o AAP Laughing
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MensagemAssunto: Re: Em nome do High-End   Em nome do High-End - Página 2 EmptyQui Abr 28 2022, 21:19

Goansipife escreveu:
... Moral da história: Há 3 anos atrás uma situação destas era impensável  Em nome do High-End - Página 2 317942  Em nome do High-End - Página 2 933723
...

Sim!... creio que esta irregularidade do Covid criou novos paradigmas, mesmo no audio Laughing

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