Desde o final dos anos 90 que existem plugins de saturação tipo som de válvulas para os programas VST para guitarra e os pré amplificadores de microfone. É interessante mas não é uma novidade.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Sal e Pimenta Dom Jan 22 2023, 14:35
tomaz escreveu:
Este artigo pode remeter para várias questões relacionados com o nosso hobby.
Amigo Tomaz, podemos nos dizer que tudo o que toca ao audio nos diz respeito... também podemos ver as coisas de uma maneira diferente:
Num restaurante gastronomico não hà sal e pimenta na mesa... o condimento é feito na cozinha e acrescentar o que quer que seja é visto como uma ofensa à obra do chefe. Em contrapartida num restaurante tradicional hà sempre o galheteiro na mesa... quém tém razão?, é uma questão de gosto?, não sei...
Meter Sal e Pimenta numa gravação de classica pareçe-me uma ofensa ao engenheiro de som que fez tudo para nada acrescentar... ora que numa gravação de rock acrescentar Sal e Pimenta é fazer a mesma coisa que ele fez durante o mix! Não sei se é tão simples quanto isto que digo...
Mesmo na McDonalds que frequento rarissimamente (ultima vêz hà um mês em Lisboa) não sinto a necessidade de adicionar o que quer que seja... como a coisa como é, afinal nenhum condimento torna o mau bom!...
Talvez no audio seja a mesma coisa...
Talvez...
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rjbv17 Membro AAP
Mensagens : 160 Data de inscrição : 17/12/2017 Idade : 68 Localização : Porto
Assunto: Re: Sal e Pimenta Dom Jan 22 2023, 17:33
TD124 escreveu:
tomaz escreveu:
Este artigo pode remeter para várias questões relacionados com o nosso hobby.
Amigo Tomaz, podemos nos dizer que tudo o que toca ao audio nos diz respeito... também podemos ver as coisas de uma maneira diferente:
Num restaurante gastronomico não hà sal e pimenta na mesa... o condimento é feito na cozinha e acrescentar o que quer que seja é visto como uma ofensa à obra do chefe. Em contrapartida num restaurante tradicional hà sempre o galheteiro na mesa... quém tém razão?, é uma questão de gosto?, não sei...
Meter Sal e Pimenta numa gravação de classica pareçe-me uma ofensa ao engenheiro de som que fez tudo para nada acrescentar... ora que numa gravação de rock acrescentar Sal e Pimenta é fazer a mesma coisa que ele fez durante o mix! Não sei se é tão simples quanto isto que digo...
Mesmo na McDonalds que frequento rarissimamente (ultima vêz hà um mês em Lisboa) não sinto a necessidade de adicionar o que quer que seja... como a coisa como é, afinal nenhum condimento torna o mau bom!...
Talvez no audio seja a mesma coisa...
Talvez...
Esta tem piada!
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Sal e Pimenta Dom Jan 22 2023, 19:17
"Numa perspetiva puramente científica, quanto menor for a distorção, melhor deveria ser a qualidade do som, pelo menos em princípio. Não admira que os amantes das válvulas sejam acusados de serem surdos ou fanáticos, que não querem ouvir a realidade científica que está à frente dos olhos - mas não necessariamente dos ouvidos...
Contudo, parece haver mais coisas entre o céu e a terra do que a ciência sequer sonha, porque não é essa a opinião de dezenas de produtores e engenheiros de som que utilizam BB Tubes para introduzir saturação e distorção artificial de válvulas nos registos digitais para melhorar o som dos seus discos. E eles trabalham para muitas das etiquetas e artistas que mais discos vendem mundialmente."
Ler esses dois parágrafos do artigo chega a provocar vergonha reflexa...
A expressão "contudo" sinaliza uma conclusão, mas só por alheamento se pode relaccionar estas duas realidades distintas e nem Shakespeare salva o dia.
Que cada um coloque o que bem lhe apetecer no acto de reprodução acho muito bem e contem comigo para experimentar. Que se tente ligar o que se faz em estúdio ao que se faz em casa já me parece um salto excessivo - no estúdio provoca-se distorção, em casa acrescentamos mais um pouco... ainda se acaba com hipertensão ou problemas gástricos.
Eu gosto do uso de ruído de feedback em alguns álbuns, devo provocar este tipo de ruído na reprodução para tornar tudo ainda mais "real"?
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tomaz Membro AAP
Mensagens : 356 Data de inscrição : 21/10/2010 Idade : 51 Localização : Vila Nogueira de Azeitão
Assunto: Re: Sal e Pimenta Seg Jan 23 2023, 08:50
TD124 escreveu:
tomaz escreveu:
Este artigo pode remeter para várias questões relacionados com o nosso hobby.
Amigo Tomaz, podemos nos dizer que tudo o que toca ao audio nos diz respeito... também podemos ver as coisas de uma maneira diferente:
Num restaurante gastronomico não hà sal e pimenta na mesa... o condimento é feito na cozinha e acrescentar o que quer que seja é visto como uma ofensa à obra do chefe. Em contrapartida num restaurante tradicional hà sempre o galheteiro na mesa... quém tém razão?, é uma questão de gosto?, não sei...
Meter Sal e Pimenta numa gravação de classica pareçe-me uma ofensa ao engenheiro de som que fez tudo para nada acrescentar... ora que numa gravação de rock acrescentar Sal e Pimenta é fazer a mesma coisa que ele fez durante o mix! Não sei se é tão simples quanto isto que digo...
Mesmo na McDonalds que frequento rarissimamente (ultima vêz hà um mês em Lisboa) não sinto a necessidade de adicionar o que quer que seja... como a coisa como é, afinal nenhum condimento torna o mau bom!...
Talvez no audio seja a mesma coisa...
Talvez...
Amigo Paulo! Aproveitando a metáfora gastronómica também se pode colocar o problema da seguinta forma. Quando se usa o chocolate há um igrediente muito comum que se usa com ele que vai inquinar e mascarar as nuances do chocolate. O açúcar é um igrediente que é adversário do chocolate, impede-nos de perceber toda a palete de cores aromáticas e sabores. Ao invés a malagueta e a pimenta por exemplo, têm o efeito contrário. São um potenciador da assinatura do chocolate, vão tornar tudo mais óbvio e intenso, vão valorizar a complexidade sem adicionar de si próprios, se adicionados com mestria e controlo. Mas uma pesssoa que toda a vida comeu Mousse de chocolate cheia de açúcar vai-se queixar e estranhar uma mousse confeccionada com malagueta e quase sem açúcar. Dir-se-á que é uma questão de gosto pessoal, a verdade é que há uma mousse que contêm o sabor do chocolate em todo o seu explendor e a outra é uma mousse em que o chocolate está lá, mas mascarado e escondido atrás da predominância do açúcar e manteiga. Este artigo relembra-me que em muitos casos os Chefs e quem controla o processo de produção é que determina se eu vou comer mais ou menos açúcar! E em muitos casos não há nada a fazer quando a Mousse nos chega à mesa, quase nunca o açúcar em excesso tem solução depois de acicionado. E interssa-me muito porque é que tanta gente gosta das coisas com tanto açúcar, que ainda por cima é nefasto para a saúde. Nem tudo é subjectivo como parece.
Cheers
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Sal e Pimenta Seg Jan 23 2023, 10:38
tomaz escreveu:
... Este artigo relembra-me que em muitos casos os Chefs e quem controla o processo de produção é que determina se eu vou comer mais ou menos açúcar! E em muitos casos não há nada a fazer quando a Mousse nos chega à mesa, quase nunca o açúcar em excesso tem solução depois de acicionado. (...) Nem tudo é subjectivo como parece.
Olà Tomaz, antes de mais a minha respposta nada tinha de ironica e compreendo perfeitamente a razão de ser deste teu topico... o mesmo problema jà tinha sido abordado no topico "A Pedra Filosofal"...
Como diz o José é necessario separar a criação da gravação (Fase 1) da leitura dessa gravação (Fase 2). No estudio, e para continuar a metafora, os artistas e os engenheiros de som são os chefs... são eles que fazém o prato e o condimentam, bem ou mal, mas é o direito e o privilégio deles. Se querem utilisar um BB Tube, um Lexicon ou um microfone vintage da Shure ou outra coisa é a escolha deles... ninguém diz a um pintor que cores e formas ele deve utilisar
Em contrapartida a questão põe-se no momento da leitura... temos nòs o direito e o privilégio de mudar o som da gravação para que ela nos agrade? Cada um vai dar a sua resposta e pelo que escuto por aqui o prazer pessoal é o objectivo, então cada um utilisa o "sal e a pimenta" afim de obter um "som" do seu agrado. Isto pode ser feito pela escolha de aparelhos coloridos, tecnologias vintage ou mesmo de equalisadores... o problema é que esta escolha é um filtro permanente (oculos de sol auditivos) que torna mais salgado o que jà é salgado e mais picante o que jà é picante... se as pessoas dão-se bem com estas escolhas, tudo bem para mim. Os audiofilos dividem-se entre os que gostam de "musica", os que gostam de "som" e os que são incapazes de escolher, sendo esses a maioria
Dito isto, evidentemente que tudo é subjectividade, no audio pelo menos. Cada um tenta-se convençer a si mesmo, e aos outros, que a escolha de "som" dele é a mais "natural"... sém mesmo ter um protocolo minimamente sério e reproductivel para afirmar que està a respeitar a gravação, eu chamo a isto pura subjectividade, desdobrada de uma forma serpentina de hipocrisia regularmente! Jà o disse vàrias vezes que às cegas a maioria dos audiofilos ném sequer seria capaz de reconheçer os diferentes elementos do seu sistema doméstico, é dizer...
Finalmente o que achei estranho no artigo que citas, tal como o José, é a intenção desse senhor (critico) que não conheço ném da Eva ném do Adão como se diz aqui. Utilisar um saturador de estudio a vàlvulas para fazer um paralelo entre a boa distorção dos valvulados contra a mà distorção dos outros é estranho... e na realidade é mesmo indecente e partidario. Que esse senhor và escutar uma faixa de Bach ou Coltrane com um amplificador de guitarra Marshall (também a vàlvulas) e verà até que ponto a distorção das vàlvulas pode ser ultra-perforante nos timpanos... o seu artigo é intelectualmente uma vergonha e suja o que ele quer limpar...
Finalmente meu amigo Tomaz, sim tudo é subjectivo neste problema que estamos a abordar
Abç
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mannitheear Membro AAP
Mensagens : 1392 Data de inscrição : 01/08/2013
Assunto: Re: Sal e Pimenta Seg Jan 23 2023, 18:48
This gastronomic illustration inspired me to the following contemplation.
Yesterday I had the luck to attend a concert with Theodor Currentzis and the SWR Symphony Orchestra. The program was Berg Violin Concerto with Vilde Frank which I found it a bit difficult to access compared to my distant memories. After the break there was Shostakovich's 8th Symphony, a work which I'm not familiar with, but the performance was absoultely intriguing, overwhelming and superb.
After the main concert Currentzis grabbed the microphone and said something like "after such heavy music the audience deserves a little medicine which is given subsequently in the form of a piece of chamber music".
The piece was really very beautiful. I didn't know it but recognized a theme which appears in the final third.
Here a link to the piece, Anton Webern "Slow Movement for String Orchestra":
But only this morning I remembered where I heard this theme, but very differently executed and in a totally different context (it comes at the end of the song):
Here we can discuss about the aesthetic of music itself. The song "Amie" of Damien Rice can be considered as beautiful especially with these strings in the finale.
But compared to the filigrane and delicate Webern work (which is itself super-Romantic) these Amie strings sounded sirupy, overdone and almost vulgar to me.