Primeiro que tudo aconselho vivamente os seguintes dois discos do Miles para a Blue Note,
as edições da TOSHIBA-EMI Japan para mim são as melhores (também existem da KING Japan mas não são tão boas) :
Miles Davis Volume 1 (Blue Note Records, 1952 e 1954)
Miles Davis Volume 2 (Blue Note Records, 1953)
De 1955 a 1957, o primeiro grande Quinteto de Miles Davis.
Este grupo apresentava John Coltrane (saxofone tenor), Red Garland (piano), Paul Chambers (contrabaixo) e Philly Joe Jones (bateria).
Em apenas 3 anos fizeram 5 dos mais belos discos de Miles,
aconselho as edições audiófilas da Analogue Productions e em especial o Relaxin' :
Miles (1955)
Cookin' (1956)
Relaxin' (1956)
Workin' (1956)
Steamin' (1956)
Depois o clássico de Julian Cannonball Adderley "Somethin' Else" da Blue Note, em que Miles Davis participou, existem muitas edições incluindo audiófilas, a minha favorita é a caixa da classic records em clarity vinyl (vinil quase transparente), são 4 lp's a 45rpm prensados só de um lado, existe a caixa mono e stereo, a minha favorita é a stereo, tem um som incrível.
Também existe a edição a 45rpm da analogue productions que apesar de muito boa, para mim não é tão boa como a caixa da classic.
Somethin' Else (Blue Note Records, 1958 - Quinteto de Cannonball Adderley)
Depois vem talvez o maior clássico do Jazz do Miles Davis "Kind of Blue", a minha edição favorita é também a da Classic records:
Kind of Blue (1959)
Outro album fabuloso especialmente na edição audiófila da Analogue Productions a 45rpm é :
Someday My Prince Will Come (1961)
Depois de 1964 a 1968 o Miles Davis teve o que é por muitos chamado como o seu segundo grande quinteto,
Wayne Shorter no saxofone, Herbie Hancock no piano, Ron Carter no baixo e Tony Williams na bateria.
um fabuloso testemunho desta altura é a caixa da Mosaic Records "The Complete Plugged Nickel Sessions" (10 LPs) gravado em 1965.
Depois este quinteto lançou uma série de albums também clássicos :
Miles Smiles (1966)
Sorcerer (1967)
Nefertiti (1967)
Miles in the Sky (1968)
Filles de Kilimanjaro (1968)
Depois disto veio a fase eléctrica do Miles que tem o seu valor, mas sinceramente não é a minha fase preferida do miles, embora tenham passado grandes musicos pelas mãos do Miles nessa altura, muita gente prefere precisamente esta fase, enfim isto é tudo uma questão de gostos e cada um tem o seu e temos de respeitar.
Desta fase seja como for sairam as obras primas :
In a Silent Way (1969)
Bitches Brew (1969)
A Tribute to Jack Johnson (1970)
Para quem gosta muito desta fase existem as caixas da Mosaic das sessões completas de "In a Silent Way" e "Bitches Brew".
Finalmente veio a última década do Miles de 1981 até morrer em 1991, existem alguns albums que eu gosto nesta fase.
Miles Davis deu 4 concertos em Portugal, a primeira vez em 1971, depois só em 1989 e finalmente dois concertos em 1991 ano em que morreu.
Em 1989 eu tinha 21 anos, já foi há 22 anos atrás e esse concerto foi o abrir da minha janela para o Jazz, o bilhete custou-me 1800 escudos (9 euros) que na altura não era barato, a partir dai a minha paixão pelo jazz começou e pelo Miles Davis em particular, hesitei em ir ao concerto pois o Jazz a mim na altura não me dizia nada, ainda bem que eu fui, depois do concerto percebi que para mim nada seria como antes.
O jazz não se entende, ouve-se e sente-se. Para quem não gosta de jazz aconselho primeiro uma ida a um bom concerto de jazz ao vivo.
Se depois de uma ida a um bom concerto de Jazz ao vivo continuarem a não gostar, óptimo!
No meu caso depois desse concerto do Miles cheguei a ter mais de 50 Lp's só do Miles Davis, e alguns milhares de outros LP's de Jazz.
Agora mantenho apenas alguns LP's, uma pequena fração do que já tive,
mas já ouvi muita coisa e a tudo isso devo-o ao Miles Davis.
Abraços,
Jorge Ferreira