FOGO NO PAIOL!...

Antes de mais, lembro a todos que não venho aqui falar de política, mas de uma preocupação que deve ser de todos.

Para começar, vou lembrar o problema que é as alterações climáticas e que o ser humano ainda está longe de compreender. Problema que poderei abordar mais profundamente noutra altura, mas que devo adiantar que aquilo que vos vou falar faz parte do problema.


Depois de uma experiência noutro fórum, onde relativamente à estética digo que genericamente o ser humano não faz ideia o que é e alguém não gostou, pensar em comunicar é algo deveras complicado! Entenda-se que, quando digo como «o ser humano», teoricamente estarei a incluir-me. De qualquer forma, quando generalizo, quer dizer que salvo excepção, se a houver, a coisa é assim. De resto, não pretendo apontar ninguém, a não ser que deveras o faça de facto.
Ao contrário, quando o Presidente da República Cavaco Silva disse em relação aos fogos, que éramos todos responsáveis, é já coisa diferente. Ele está apenas a generalizar, e desta forma será o mesmo que dizer que, como quem apenas tenta moralizar, ninguém é responsável. Repare-se que, na verdade, se as responsabilidades normalmente não são imputadas a ninguém e é fácil perceber que os fogos não surgem de qualquer maneira, todos pagamos as favas, e mesmo não se pode dizer que o fardo seja distribuído iqualitariamente.
É por isso que o governo de Sócrates pensa agora numa responsabilização. O problema é lá chegar, pois a coisa não é nada fácil. Veja-se por exemplo, um dos partidos da oposição, que aproveita a situação para dizer que se devia por os que usufruem do rendimento mínimo deveriam ir limpar as matas, como serviço comunitário. Isto leva-nos a pensar que aqueles que não têm meios de sobrevivência são pessoas que devem cumprir uma pena, como se tivessem feito algo que o merecessem. Ao contrário, se lhes fosse proporcionado a hipótese de fazer o serviço em troca do ordenado mínimo, já não seria nada de inaceitável.
Mas é assim que o ser humano se orienta... a convicção é o mais importante - isto para não falar do oportunismo!

E para deixar o «fogo» e passar à água, veja-se como é fácil meter água! Não que isto esteja ligado ao problema em si mas para numa continuidade mostrar o disparate que se cultiva, que é a irracionalidade.
Como sabem, já houve um caso de uma adolescente, que seguiu o de um outro adolescente, no velejar solitáriamente pelo mundo. Agora segue-se uma outra menina de 14 anos, salvo erro norueguesa que, segundo consta, a sua partida será de Portugal. Ora, se em Portugal se dá tanto zelo aos menores, como é que será isto possível? Parece realmente fácil fechar os olhos... o que não faz sentido é «abrir» os olhos só por que «parece ser correcto».

Agora voltando ao «fogo», cuidado, pois este não é brinquedo!

Nem de propósito, hoje, decidi verificar, in loco, a situação nas minhas queridas serras da Freita e Arada (um pouco mais de 100Km em duas rodas).
Não há palavras......
























Segundo dados oficiais, entre 300 e 400 fogos florestais diários...... e, não há responsáveis!!!

A situação, minuto a minuto, aqui: http://www.prociv.pt/cnos/Pages/ListaFogos.aspx

Reportagem mais completa no local de outra das minhas paixões (perdoando o meu castelhano e, provavelmente, necessitando de registo): http://suzukivanvan.foroactivo.com/cronicas-de-tus-salidas-f4/una-tristeza-muy-grande-t3804.htm

PS: Perdoa o off topic...

Os políticos que me perdoem, mas embora não os possa acusar directamente de coisa alguma, o certo é que a sua acção leva-me a fazer uma consideração que não pode ser tomada como um insulto, mas como crítica, sobe a forma anedótica, tal como a própria inspira.
Diz-se que entre dois economistas há sempre três opiniões. Pois com os políticos as opiniões são como uma espécie de doce que corresponde ao gosto. Por isso, não se pode culpar estes pelas ideias nem pensar que são idiotas. É que a situação ultrapassa-os sempre, pois eles não são deuses. E quem disse que a érica é estar à altura dos acontecimentos deveria estar a pensar precisamente nos políticos, pois não me ocorre mais nada, porque na verdade estar à altura dos acontecimentos não quer dizer absolutamente nada. O que seria bom e acertivamente uma postura ética era estar a par da realidade e não crente e ou oportunista dela!...

Voltando à água... agora cada vez mais enlameada, cuidado com ela, pois não é para beber!...

Quis fazer humor negro com a água em lama, pois só mesmo desta forma se pode encarar a falta de responsabilidade que existe no mundo. E isto, claro, passa pela política, pois nada passa fora do seu crivo. Até parece que o pensamento de quem está no poder, de alguma forma se traduz assim: se as águas levam vidas e bens... paciência, mais fica; desde que não seja comigo...
Infelizmente o ser humano não sabe cultivar a regeneração e por isso não faz prevenção, a não ser dentro de um regime do tipo esquisofrénico. Por isso se costuma ouvir em relação ao velho, que antes representava o saber, agora à imagem do «do Restelo», representa o que já está gasto e não serve para nada e portanto se opõe ao apetecível novo, que renova o jogo, como com a crinaça que, porque quer ganhar nem quer saber das regras e diz sempre «desta não valeu, agora é que é», e nunca se assume assim as devidas responsabilidades.

Por isso, vos digo: cuidado, que eles andam aí!...

Como crianças, Stereo, como crianças que saem seeeeeeeempre a ganhar!!!

zaratustra escreveu:

Como crianças, Stereo, como crianças que saem seeeeeeeempre a ganhar!!!

Nem sempre, mas faz parte do jogo... Por exemplo, hoje o pão é feito com farinha que vem de sabe-se lá de onde e com que é feita (OGM...), e por isso não têm outra alternativa - têm (como todos nós) que comer este pão. Sem querer exagerar mas, merda para a smântica, pois o sentido não está no conceito mas na realidade e por isso, não serve de nada seja aquilo que se entende por evolução nem a riqueza que se pode conquistar com este processo, quando hoje bem se pode dizer que estamos a comer merda!

Isto ao mesmo tempo deixa-me uma certa satisfação, pois se à custa da ganância se constroi uma vida destas, para quê a riqueza, se apenas aparentemente se vive fora da merda!... É certo que com muito dinheiro se pode comprar os melhores produtos, mas também é certo que esses mesmos produtos estão dentro do mesmo sistema e não se pode dizer que são melhores... Por exemplo, a fruta, pode ser muito bonita, mas isso não revela a qualidade. E se hoje já existe um certo retrocesso em relação à biologia, não quer dizer que seja um privilégio, mas o remediar da situação e de nada serve aqui o privilégio.

Isto não é moral, é saber! zaratustra, deixa-os andar!...

Agora só falta é entregarem uma lira ao nosso Primeiro Ministro outra ao nosso Presidente da Républica para eles tocarem como fez o Nero com os Romanos da antiguidade !!!

Por falar em fogo, lembrei-me da noticia que saiu e que diz que o governo se prepara para comprara uma nova frota de automóveis de topo. Cada vez que vejo imagens dos incêndios, lá andam os pobres dos bombeiros a tentar fazer o seu melhor com equipamento do final da segunda guerra mundial. Para além de serem coisas velhas, o material é escasso, como os próprios atestam constantemente.
Uma das maiores ajudas é dada pelos helicópteros e aviões, que também são poucos e muitos são alugados, não sei a que custo. Num país como o nosso, não faria sentido termos material desse com fartura, disponível e ao dispor das corporações?

António José da Silva escreveu:

Por falar em fogo, lembrei-me da noticia que saiu e que diz que o governo se prepara para comprara uma nova frota de automóveis de topo. Cada vez que vejo imagens dos incêndios, lá andam os pobres dos bombeiros a tentar fazer o seu melhor com equipamento do final da segunda guerra mundial. Para além de serem coisas velhas, o material é escasso, como os próprios atestam constantemente.
Uma das maiores ajudas é dada pelos helicópteros e aviões, que também são poucos e muitos são alugados, não sei a que custo. Num país como o nosso, não faria sentido termos material desse com fartura, disponível e ao dispor das corporações?

Se não houvesse alguma coisa a arder, isto seria uma tristeza! Por isso o dinheiro do povinho está sempre a arder. (Isto é para saberem porque é que o povo está sempre a «arder»!)