No passado Sábado "estreei-me" na Casa da Música.
Tratava-se de um recital de piano pelo Pierre-Laurent Aimard composto por peças de Debussy, Schumann, Liszt e de um muito soporífero contemporâneo chamado Kurtág...
Se exceptuarmos este último, gostei muito da selecção e a interpretação foi bastante boa, aparentemente mais Arrauziana do que Michelangeliana mas apenas conhecia os Prelúdios de Debussy.
Fiquei na 13ª fila e o som era magnífico.
Infelizmente o mesmo não se pode dizer aparência da Sala Suggia que achei muito feia, naquele kitsch típico do Rem Koolhas que em certos detalhes consegue mesmo roçar o piroso (o desenho das incrustações nas paredes, por exemplo) e que se estende aos pouco confortáveis espaços comuns que visitei, com excepção das casas de banhos que eram aceitáveis.
Já o volume exterior me pareceu muito bem conseguido, tanto ao nível das proporções como da integração na envolvente, articulando de forma muito eficaz a longa Av da Boavista com a enorme rotunda que lhe dá origem.
Como é hábito reparei na técnica de microfones utilizada para registar o evento e estranhei o facto de utilizarem três unidades sobrepostas e direccionadas para o centro do palco ainda que apontando para um ponto relativamente alto.
Não sou especialista mas tenho dúvidas que permita obter grandes resultados.
Em suma, soube bem quebrar um jejum de música ao vivo que já durava há vários meses.
Ricardo