Para os Wagnerianos do Forum: qual a vossa performance preferida do Ring?

Qual a vossa performance ou gravação preferida ou qual a melhor, na vossa opinião, do Anel dos Nibelungos do R. Wagner?

Fulci escreveu:: Qual a vossa performance ou gravação preferida ou qual a melhor, na vossa opinião, do Anel dos Nibelungos do R. Wagner?

Existem algumas boas, claro que a melhor performance e/ou gravação é sempre uma questão de gosto pessoal.

Mas a minha preferida talvez seja do maestro Sir Georg Solti com a filármonica de Viena gravação da DECCA.
Arranja-se tanto em vinil usado como em suporte digital.

Seguida depois pelas de Wilhelm Furtwangler e Herbert von Karajan.

Abraço,
Jorge Ferreira

WP • Solti • Decca D100D19 •19 LPs
BP • Karajan • DG 2720 051 • 19 LPs
Bayreuth • Böhm • Philips 6747 037 • 16 LPs

Justifico as minhas escolhas

WP/Solti porque a Wiener Philharmoniker não é em vão considerada a melhor orquestra de sempre (discutível, mas mesmo assim uma orquestra fabulosa) e a direcção de Sir George Solti tem algo de »Fürtwangleriano«.

BP/Karajan porque, além da Berliner Philharmoniker soar quase sempre muito bem, a direcção de Karajan, neste caso é teutónica q.b. E a gravação é soberba. E a caixa dourada com os 19 discos e um luxuoso livro é divinal.

Bayreuth/Böhm porque Bayreuth é Bayreuth e Böhm é Böhm. E há muito Wagner nesta fantástica gravação.

Quanto aos cantores, qualquer elenco está à altura dos desempenhos e gravações. Na parte musical, digo eu. Se porventura tivesse tido a sorte de assistir a um »Anel« do calibre destes, talvez entre desempenhos muito semelhantes e dos quais não me atrevo a destacar nenhum (pelo menos de caras), a encenação e as interpretações me levassem a preferir algum.

Se pensarmos em termos das óperas separadamente, continuo a admirar os desempenhos de Solti dirigindo a WP. Talvez por isso o tenha mencionado em primeiro lugar na lista.

Depois disto, vou ter com o meu amigo Nime para lhe pedir que me faça um tubo para um braço de gira-discos ao qual chamarei, imodestamente, Nothung.

Aguardo outras sugestões, de preferência ao alcance da minha bolsa (tesa).
Como conta a anedota, Wagner, quase que como de qualquer maneira.

Saudações Analógicas,

Mário João Ceia

A do Karajan, apesar de ter aqui a bela da caixa com a obra completa em vinil, ainda não tive a oportunidade de ouvir.

Concordo, no entanto, com a do Solti e do Furtwangler.

A do Solti, foi a minha primeira, e ainda assim aquela a que mais vezes recorro. Sendo gravada em estúdio e em stereo, com os maiores cantores e engenheiros que podiam conseguir e uma produção irrepreensível, é a performance sobre a qual todas as outras devem ser comparadas, nem que seja para ouvir a incrível interpretação da grande senhora Birgit Nilsson.

[left][justify]A do Furtwangler é, pelo contrário, a da RAI, pelo menos, a pior gravação e a melhor performance de sempre do Anel dos Nibelungos. O maestro Wilhelm Furtwangler (na minha opinião o maior de sempre) conseguiu fazer uma performance tão grandiosa, com tanto sentimento, que ainda não consegui ouvir nenhuma que se lhe chegasse perto. É absolutamente impressionante. E só tenho pena de a EMI ter destruído ainda mais esta gravação ao limpar o ruido e metade da orquestra na ultima edição.

A do Bohm, pessoalmente acho desinteressante, mesmo não sendo má. Ainda não consegui ouvir inteira, chego sempre a meio e mudo para a do Solti.

A do Krauss, apesar de parecer em fast-forward, com um tempo tão rápido, dá-lhe outra garra e acaba por ser uma performance fascinante também.

Gostava muito de ouvir a do Knappertbusch, mas ainda não consegui encontrar a um preço decente.

Recentemente num voo de 12h, tinha lá o video da Die Walkure, da performance da Orquestra Sinfónica de Valencia, dirigida pelo Zuhbin Mehta, e com uma encenação dos Fura dels Baus, e só posso dizer que foi incrivel! Arrepiante! E deu para ocupar um terço do voo.

Recentes não conheço nenhuma, confesso.

Concordo com a apreciação da gravação de Furtwängler. Mas, francamente, ultimamente tenho andado de costas voltadas para as más gravações.

E também confesso que recentemente não me apareceu nada que me agradasse. O que me leva a pensar que, apesar de tudo, as velhas múmias registadas em vinil (indirecta para o Ricardo) ainda dão cartas.

Saudações Analógicas,

MJC

Recentemente recomendaram-me esta múmia que por acaso está em saldos hoje:

http://www.testament.co.uk/shop/product.aspx?id=518

Mas como ando teso, tenho de me contentar com o Solti.

Quanto às múmias vs. queijos frescos, digamos que estou de acordo com este Senhor:

Boas escutas,
Ricardo

Vá lá... Valeu a pena a indirecta para o Ricardo aqui aparecer na nossa conversa acerca do Ricardo.

Se todos os tesos deste mundo (onde me incluo) tivessem que se contentar com o Solti, estávamos bem.

Quanto ao afirmado por Sandor, era matéria para um tópico do tamanho de um piano de cauda.

Saudações Analógicas,

MJC

PS: As saudações analógicas não são uma indirecta para o Ricardo de cá. Nem para o de Leipzig o qual, declaradamente, preferia o analógico ao digital.

Recentemente escutei ao vivo pela Orquestra Gulbenkian com direcção de Michael Boder a peça The Ring Without Words da autoria de Lorin Maazel, uma manta de retalhos bem combinados realizada a partir de vários momentos orquestrais do ciclo.

Gostei do imenso poema sinfónico (tanto que vou comprar o CD), menos da interpretação que pareceu um pouco show off (excesso de SPL, pobre em dinâmica)...se calhar estou a ficar velho.

Ricardo

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