Mais Umas Prendas de Mim para Mim!

Meus Amigos,
Como a última remessa foi grandita e ainda não tive tempo de ouvir tudo, deixo-vos mais umas notas sobre os últimos que conseguí ouvir.
Gostava de chamar a atenção para o facto de alguns dos comentários terem por base uma única audição, sujeita portanto a uma eventual mudança de opinião após audições mais cuidadas. Mesmo assim, aqui ficam mais umas novidades:

Artista: Stan Getz
Titulo: The Complete Roost Session Vol.2 (Split Quick)
Edição: Royal Roost, USA - 1951/1952 / Nippon Columbia, Japan- 1981 (Monoaural)

Obs. Compilação com temas editados durante a passagem do Stan Getz pela Roost Records em 1951 e 1952.
Apesar da excelente qualidade de som, trata-se de um disco mediano no universo Getziano (até rimou!).
A participação do Horace Silver (piano) em vários temas (os de 1951) confere um toque de requinte a esta compilação (ou parte). Igualmente de destacar a participação do guitarrista Jimmy Raney, que fez parte da formação de 51 e 52.
Trata-se de um bom disco, principalmente pela qualidade da edição.
No entanto, só considero que a sua aquisição seja impriscindível para coleccionadores e seguidores da extensa obra deste genial músico, ou então a quem não possua os discos da Roost Records onde os mesmos temas se encontram.
Gostava de apanhar o Volume 1. (usado, japonês, barato) mas não sei se será fácil.

Artista: Thad Jones / Mel Lewis
Titulo: Consummation
Edição: Blue Note (Solid State Series) BST84346, USA – 1970 (Original)

Obs. Soube há uns tempos da re-edição desta obra; uma das inúmeras que junta os carismáticos Thad Jones e Mel Lewis que duraram 12 anos (juntos) e editaram 20 “álbuns”.
Por se tratar de um dos trabalhos da orquestra de Thad Jones e Mel Lewis mais aclamados pela critíca, sempre tive um espacinho reservado para o dito cujo. No entanto, quando tomei conhecimento que a referida re-edição (2012) estava a cargo da Pure Pleasure Records, comecei a pensar em tirar “o cavalinho da chuva” pois considero os preços praticados nestas edições audiófilas (180gr) um pouco desapropriados, pelo menos para mim (verdade seja dita: não são os piores).
Passados uns dias, num golpe de sorte, encontrei a versão original (sim, a de 1970!!!), num estado irrepreensível e pela módica quantia de 17 Euros (+ portes).
Até receber o disco, ainda cheguei a pensar que alguém estava a gozar comigo ou então que o disco estava em muito mau estado ... mas não; cá está ele, cheio de saúde e feliz da vida por ter encontrado um novo dono que o trata como um Rei.
Já agora, em relação ao que realmente interessa, posso adiantar que se trata de um Jazz bastante musculado, ritmado e muito refrescante sem nunca se tornar demasiado óbvio e cansativo.
Não seria fácil enumerar todos os constituintes desta “Big Band”. Ficam no entanto os nomes que sobressairam (por alto, contei 25), para além, claro está, dos “pais da criança” (Thad Jones: flugelhorn / Mel Lewis: drums):
Jimmy Knepper (trombone); Billy Harper (tenor sax, flute); Richie Kamuca (baritone sax, clarinet); Pepper Adams (baritone sax); David Spinozza (guitar) …
Grande formação (em tamanho e qualidade, refira-se!), que “per si” dá algumas garantias sobre a qualidade deste registo discográfico que recomendo sem hesitar.
Como a edição original não deve aparecer a não ser por mera casualidade (como foi o meu caso), são necessários entre 30 e 35 Euros para levar este disco para casa, numa edição que acredito seja superior à minha (Blue Note de 1970) que já é bastante boa, por sinal.

Artista: Forest Flower/Charles Lloyd
Titulo: Charles Lloyd at Monterey
Edição: Atlantic Records, USA - 1966 / Warner-Pioneer Corporation, Japan - 1970

Obs. Mitíca performance em Monterey (Setembro 1966) da não menos mitíca formação do Quarteto de Charles Lloyd dos anos 60. A saber: Charles Lloyd (Tenor Sax & Flute), Keith Jarrett (piano), Jack DeJohnette (drums) e Cecil McBee (bass).
Excelente registo, com uma excelente qualidade, de um lote de excelentes músicos, entre os quais, aquele que viria a ser considerado (por muitos) um dos melhores pianistas de Jazz de todos os tempos e que na altura estava a preparar-se para integrar a banda de Miles Davis... Quem será?
Palavras para quê!

Artista: Anthony Wilson Nonet
Titulo: Power of Nine
Edição: Groove Note, USA – 2006

Obs. Curiosa edição dupla, com o primeiro LP a 33 RPM e o segundo a 45 RPM.
Filho do músico Gerald Wilson e guitarrista que tocou com a Diana Kral durante algum tempo, Anthony Wilson tem vindo progressivamente a afirmar-se na sua carreira a solo e neste seu 6º trabalho brinda-nos com dois discos de excelente recorte técnico e músical.
Sendo um dos seus melhores trabalhos (segundo a critíca especializada) Wilson criou um disco com arranjos interessantes e inúmeros sons de rara beleza.
O inicio do primeiro disco mostra-nos a faceta mais "standard" deste trabalho, culminando com duas baladas, a última das quais com a participação vocal da Diana Krall (rimei outra vez?!)
Depois do aquecimento constituido pelos 3 temas iniciais, o Lado B (com 4 Quadras) transporta-nos para um nível mais maduro em que Wison se vai libertando progressivamente, não só como Compositor mas essencialmente como (excelente) Guitarrista.
O disco desenrola-se ao som de harmonias singulares e surpresas ritmicas (ex: Bandolim de Eva Skow) bem como de uma excelente orquestração.
Deste Noneto fazem ainda parte, uma significativa secção de metais, uma bateria, um baixo e um piano.
É sem dúvida um disco bastante interessante, que decerto agradará aos amantes do Jazz com Guitarra e que proporcionará bons momentos a todos os que ousarem adquiri-lo.
É carote, não só por ser duplo mas também por ser uma versão audiófila... independentemente do que isso possa significar (acho que é mais um motivo prá editora e restante estrutura sacarem uns cobres extra ao pessoal...).

Por agora é tudo e creio que já não foi pouco. Se acharem que me estou a "esticar" demasiado ... é só avisar.

Até à próxima

Ops, sem querer criei um novo tópico quando a intenção era adicionar uma resposta ao tópico anterior.
Se a Administração puder colocá-lo no tópico correcto, agradeço.
As minhas desculpas

Mister W escreveu:

Ops, sem querer criei um novo tópico quando a intenção era adicionar uma resposta ao tópico anterior.
Se a Administração puder colocá-lo no tópico correcto, agradeço.
As minhas desculpas

Qual tópico anterior? As minhas comprinhas?

Pessoalmente, acho muito interessante postares as tuas aquisições, ouvi-las e fazeres uma análise detalhada das mesmas.

Ferpina escreveu:

Mister W escreveu:

Ops, sem querer criei um novo tópico quando a intenção era adicionar uma resposta ao tópico anterior.
Se a Administração puder colocá-lo no tópico correcto, agradeço.
As minhas desculpas

Qual tópico anterior? As minhas comprinhas?

Pessoalmente, acho muito interessante postares as tuas aquisições, ouvi-las e fazeres uma análise detalhada das mesmas.

Amigo Fernando,
Agradeço as palavras de incentivo.
De facto, agrada-me mais falar dos discos e do seu conteúdo do que das ferramentas propriamente ditas (i.e. electrónica) ...
Em relação ao meu "post", pretendia colocá-lo em: Música Geral : Nova aquisição em Vinil : As minhas comprinhas III mas se não fizer diferença pode ficar onde está ...
Um Abraço

Gosto dessas "análises" caro Mister W.
Dá vontade comprar...
Força aí e obrigado pela partilha.
Cumps.

Mister W escreveu:

... ...
Amigo Fernando,
Agradeço as palavras de incentivo.
De facto, agrada-me mais falar dos discos e do seu conteúdo do que das ferramentas propriamente ditas (i.e. electrónica) ...
Em relação ao meu "post", pretendia colocá-lo em: Música Geral : Nova aquisição em Vinil : As minhas comprinhas III mas se não fizer diferença pode ficar onde está ...
Um Abraço

Que tal, deixar como está? E ficaria aqui um tópico dedicado às tuas compras/audições/análises

Mister W escreveu:

Meus Amigos,
Por agora é tudo e creio que já não foi pouco. Se acharem que me estou a "esticar" demasiado ... é só avisar.

Até à próxima

Amigo MisterW
Estica-te á vontade porque aqui tens muito espaço para isso e narrativas dessas sabem sempre a pouco !!

Mister W escreveu:

Se acharem que me estou a "esticar" demasiado ... é só avisar.

Eu sou da opinião de que te andas deveras a esticar um pouco.
São poucos discos e poucas descrições dos mesmos.


Tenho aprendido bastante com as tuas sugestões e reviews dos mesmos.
A minha esperança é que compres mais e fales de mais alguns discos.
Leio sempre com enorme prazer as cronicas que escreves.

É só inveja, da boa claro ,
eu gosto muito de ouvir as opiniões , ainda por cima desenvolvidas, do pessoal,
é sempre uma perspectiva diferente.

Falando por mim, por vezes entramos no nosso mundo e perdemos um pouco o
espírito crítico, isto faz-nos sair desse piloto-automático recentrando-nos.

Bring it on Mister

Ferpina escreveu:

Mister W escreveu:

... ...
Amigo Fernando,
Agradeço as palavras de incentivo.
De facto, agrada-me mais falar dos discos e do seu conteúdo do que das ferramentas propriamente ditas (i.e. electrónica) ...
Em relação ao meu "post", pretendia colocá-lo em: Música Geral : Nova aquisição em Vinil : As minhas comprinhas III mas se não fizer diferença pode ficar onde está ...
Um Abraço

Que tal, deixar como está? E ficaria aqui um tópico dedicado às tuas compras/audições/análises

Fernando,
Não será exposição a mais?!
Ainda vem aí a Melody Maker ou a NME (ou o Blitz) para me contratar ... e isso eu não quero porque estas minhas crónicas são um exclusivo AAP !!!

Agora (um pouco mais) a sério ... Agradeço as palavras de todos pois é isso que me incentiva a continuar. Ando para construir uma base-de-dados com a minha (modesta) discografia há já algum tempo ... mas isso vai ficando pra segundo plano pois considero estas análises bem mais importantes e interessantes.

Um abraço a todos e Boas Audições

Mister W escreveu:

...pois considero estas análises bem mais importantes e interessantes.

E nós agradecemos.

Mister W escreveu:

Meus Amigos,
Como a última remessa foi grandita e ainda não tive tempo de ouvir tudo, deixo-vos mais umas notas sobre os últimos que conseguí ouvir.
Gostava de chamar a atenção para o facto de alguns dos comentários terem por base uma única audição, sujeita portanto a uma eventual mudança de opinião após audições mais cuidadas. Mesmo assim, aqui ficam mais umas novidades:

Artista: Stan Getz
Titulo: The Complete Roost Session Vol.2 (Split Quick)
Edição: Royal Roost, USA - 1951/1952 / Nippon Columbia, Japan- 1981 (Monoaural)
Obs. Compilação com temas editados durante a passagem do Stan Getz pela Roost Records em 1951 e 1952.
Apesar da excelente qualidade de som, trata-se de um disco mediano no universo Getziano (até rimou!).
A participação do Horace Silver (piano) em vários temas (os de 1951) confere um toque de requinte a esta compilação (ou parte). Igualmente de destacar a participação do guitarrista Jimmy Raney, que fez parte da formação de 51 e 52.
Trata-se de um bom disco, principalmente pela qualidade da edição.
No entanto, só considero que a sua aquisição seja impriscindível para coleccionadores e seguidores da extensa obra deste genial músico, ou então a quem não possua os discos da Roost Records onde os mesmos temas se encontram.
Gostava de apanhar o Volume 1. (usado, japonês, barato) mas não sei se será fácil.

Artista: Thad Jones / Mel Lewis
Titulo: Consummation
Edição: Blue Note (Solid State Series) BST84346, USA – 1970 (Original)
Obs. Soube há uns tempos da re-edição desta obra; uma das inúmeras que junta os carismáticos Thad Jones e Mel Lewis que duraram 12 anos (juntos) e editaram 20 “álbuns”.
Por se tratar de um dos trabalhos da orquestra de Thad Jones e Mel Lewis mais aclamados pela critíca, sempre tive um espacinho reservado para o dito cujo. No entanto, quando tomei conhecimento que a referida re-edição (2012) estava a cargo da Pure Pleasure Records, comecei a pensar em tirar “o cavalinho da chuva” pois considero os preços praticados nestas edições audiófilas (180gr) um pouco desapropriados, pelo menos para mim (verdade seja dita: não são os piores).
Passados uns dias, num golpe de sorte, encontrei a versão original (sim, a de 1970!!!), num estado irrepreensível e pela módica quantia de 17 Euros (+ portes).
Até receber o disco, ainda cheguei a pensar que alguém estava a gozar comigo ou então que o disco estava em muito mau estado ... mas não; cá está ele, cheio de saúde e feliz da vida por ter encontrado um novo dono que o trata como um Rei.
Já agora, em relação ao que realmente interessa, posso adiantar que se trata de um Jazz bastante musculado, ritmado e muito refrescante sem nunca se tornar demasiado óbvio e cansativo.
Não seria fácil enumerar todos os constituintes desta “Big Band”. Ficam no entanto os nomes que sobressairam (por alto, contei 25), para além, claro está, dos “pais da criança” (Thad Jones: flugelhorn / Mel Lewis: drums):
Jimmy Knepper (trombone); Billy Harper (tenor sax, flute); Richie Kamuca (baritone sax, clarinet); Pepper Adams (baritone sax); David Spinozza (guitar) …
Grande formação (em tamanho e qualidade, refira-se!), que “per si” dá algumas garantias sobre a qualidade deste registo discográfico que recomendo sem hesitar.
Como a edição original não deve aparecer a não ser por mera casualidade (como foi o meu caso), são necessários entre 30 e 35 Euros para levar este disco para casa, numa edição que acredito seja superior à minha (Blue Note de 1970) que já é bastante boa, por sinal.

Artista: Forest Flower/Charles Lloyd
Titulo: Charles Lloyd at Monterey
Edição: Atlantic Records, USA - 1966 / Warner-Pioneer Corporation, Japan - 1970
Obs. Mitíca performance em Monterey (Setembro 1966) da não menos mitíca formação do Quarteto de Charles Lloyd dos anos 60. A saber: Charles Lloyd (Tenor Sax & Flute), Keith Jarrett (piano), Jack DeJohnette (drums) e Cecil McBee (bass).
Excelente registo, com uma excelente qualidade, de um lote de excelentes músicos, entre os quais, aquele que viria a ser considerado (por muitos) um dos melhores pianistas de Jazz de todos os tempos e que na altura estava a preparar-se para integrar a banda de Miles Davis... Quem será?
Palavras para quê!

Artista: Anthony Wilson Nonet
Titulo: Power of Nine
Edição: Groove Note, USA – 2006
Obs. Curiosa edição dupla, com o primeiro LP a 33 RPM e o segundo a 45 RPM.
Filho do músico Gerald Wilson e guitarrista que tocou com a Diana Kral durante algum tempo, Anthony Wilson tem vindo progressivamente a afirmar-se na sua carreira a solo e neste seu 6º trabalho brinda-nos com dois discos de excelente recorte técnico e músical.
Sendo um dos seus melhores trabalhos (segundo a critíca especializada) Wilson criou um disco com arranjos interessantes e inúmeros sons de rara beleza.
O inicio do primeiro disco mostra-nos a faceta mais "standard" deste trabalho, culminando com duas baladas, a última das quais com a participação vocal da Diana Krall (rimei outra vez?!)
Depois do aquecimento constituido pelos 3 temas iniciais, o Lado B (com 4 Quadras) transporta-nos para um nível mais maduro em que Wison se vai libertando progressivamente, não só como Compositor mas essencialmente como (excelente) Guitarrista.
O disco desenrola-se ao som de harmonias singulares e surpresas ritmicas (ex: Bandolim de Eva Skow) bem como de uma excelente orquestração.
Deste Noneto fazem ainda parte, uma significativa secção de metais, uma bateria, um baixo e um piano.
É sem dúvida um disco bastante interessante, que decerto agradará aos amantes do Jazz com Guitarra e que proporcionará bons momentos a todos os que ousarem adquiri-lo.
É carote, não só por ser duplo mas também por ser uma versão audiófila... independentemente do que isso possa significar (acho que é mais um motivo prá editora e restante estrutura sacarem uns cobres extra ao pessoal...).

Por agora é tudo e creio que já não foi pouco. Se acharem que me estou a "esticar" demasiado ... é só avisar.

Até à próxima

Muito bom, MisterW. Assim vale a pena saber o que de novo aparece nas prateleiras de cada um.

Parabéns pelos discos, parabéns pela soberba narrativa e muito obrigado pelo tempo gasto a elaborar o texto. Mesmo muito bom.

Abraço,
MJC

MJC escreveu:

Mister W escreveu:

...

Muito bom, MisterW. Assim vale a pena saber o que de novo aparece nas prateleiras de cada um.
Parabéns pelos discos, parabéns pela soberba narrativa e muito obrigado pelo tempo gasto a elaborar o texto. Mesmo muito bom.
Abraço,
MJC

Caro Amigo,
Com uma "audência" tão distinta é sempre um prazer.
Um Abraço

Prezados Membros e Amigos,
Com a entrada no acalorado mês de Agosto, deixo-vos com mais um lote de discos e respectivos comentários, que espero sejam do Vosso agrado.

Artista: Bobby Timmons
Titulo: This here is Bobby Timmons
Edição: Riverside RLP1164 - 1960 / Wax Time 771773 – 2012

Obs. Apesar de ter morrido prematuramente aos 38 anos de idade (cirróse no fígado...), pode afirmar-se que Bobby Timmons teve uma carreira bastante preenchida.
Nascido em Filadélfia onde fez parte da cena de Jazz local, no inicio dos anos 60 Bobby Timmons era ja um pianista de sucesso, com passagens pelas bandas de Art Blakey e Canonball Adderley, entre outras participações com músicos de renome como Kenny Dorham, Chet Baker, Sonny Stitt e Maynard Ferguson.
A sua carreira a solo não se fez esperar, tendo o seu inicio em 1960 com dois trabalhos (claramente distintos) com edição da Riverside.
O primeiro, Soul Time, cuja formação era constituída por Blue Mitchell (T), Sam Jones (B) e Art Blakey (D), incluía 3 standards intercalados com 4 originais de Timmons (o mais conhecido: "So Tired"), onde evidenciava uma musicalidade entre o Be-Bop e o Soul Jazz.
O segundo disco (o primeiro de Timmons como leader) é precisamente o "This Here is Bobby Timmons", interpretado pelo trio de Sam Jones (B) Jimmy Cobb (D) e Bobby Timmons (P) em que o despontar de um estilo marcadamente Funky se começava já a sentir.
Este é um disco essencial, desempenhado com mestria por três excelentes músicos.
No entanto, os discos seguintes deste mesmo trio, nunca chegaram a ter o sucesso comercial de obras anteriores (principalmente com Art Blakey e Canonball Adderley).
Apesar do limitado reconhecimento (em vida) e declínio comercial desta fase, o pianista/compositor de temas tão geniais como "This Here", "Moanin'" e "Dat Dere", manteve-se activo até perto da data da sua morte em 1974.

Artista: Bill Evans
Titulo: Trio 64
Edição: Verve, USA, V6-8578 - 1963 (Original!)

Obs. Continuando nos pianistas, gostava de salientar que tive recentemente a felicidade de ser agraciado com um exemplar original de um excelente disco de 1963, em excelente estado de conservação e com o qual me tenho deliciado, vezes sem conta.
Refiro-me, claro está, ao Bill Evans - cuja genialidade continua a influenciar gerações de pianistas de primeira linha, como Herbie Hancock, Keith Jarrett, Chick Corea, Brad Mehldau, entre muitos outros – e a “Trio’64”, um dos poucos trabalhos que Bill Evans editou para a Verve.
Num dos formatos em que obteve maior sucesso – o trio - Bill Evans conta neste trabalho com um elenco de primeira, com Gary Peacock no baixo e Paul Motion na bateria.
Com poucas das influências clássicas que marcaram grande parte da carreira de Bill Evans, este disco, pelo contrário, oferece-nos um som ritmado pelo excelente trabalho do baixo do Gary Peacock e com os não menos notáveis solos de bateria de Paul Motion.
Quanto ao desempenho ao piano de Bill Evans, não creio haver muito para dizer, já que a sua audição é simplesmente obrigatória.

Artista: Sonny Criss
Titulo: I’ll Catch the Sun
Edição: Prestige, USA - 1969 / Prestige, USA PR7628 - 1972

Obs. O facto de praticamente não existirem re-edições do Sonny Criss em vinil (apenas duas ou três em CD) explica por certo, o motivo de não possuir nenhum dos seus discos (a solo) ... Não possuia, agora já cá mora um!
Apesar da sua obra passar por editoras como a Xanadu, a Muse e a ABC/Impulse, reza a história que é ao serviço da Prestige que Criss editou os seus melhores trabalhos, entre eles, “This is Criss”, “Sonny’s Dream” e “I’ll Catch the Sun” o sétimo e último da editora.
Sonny Criss conta neste disco com o pianista, Hampton Haves; o Baixista, Monty Budwig e o célebre baterista, Shelly Manne (por cortesia da Atlantic Records). Quanto a músicos, estamos conversados … e quanto a influências?
Pois bem, o Saxofonista Alto de nome William “Sonny” Criss, tinha na sua forma de tocar, influências claras de Charlie Parker, ainda para mais porque com a idade de 19 anos tinha tocado na Banda de Howard McGhee’s com Teddy Edwards e Charlie Parker.
Nos escassos 35 minutos de duração deste disco (6 temas), podemos contar apenas com dois temas escritos pelo próprio Sonny Criss. Os demais são essencialmente standards de Jazz da época, como por exemplo o “Cry Me a River” e “I Thought About You” o que em nada desvaloriza esta trabalho.
Para quem gosta de um Saxofone bem tocado, com solos que nos deixam com os pelos em pé, este é o disco.
Ah! Já me esquecia! O artista cometeu suicido em 1977 devido às trágicas e dolorosas consequências de um cancro no estomago … Vá lá, mesmo assim viveu 50 anos (de 1927 a 1977) o que não é mau de todo … se comparado a outros desfechos mais trágicos da época ...

Artista: Donald Byrd
Titulo: Free Form
Edição: Blue Note 84118 – 1961 / Blue Note BST84118, France - 1985

Obs. O que se costuma normalmente dizer de mais um disco de Donald Byrd? Mais um, muito bom!
É incrível de facto, como é que um músico pode manter uma regularidade tal ao longo de anos e anos de carreira. E não me refiro apenas à regularidade técnica de um excelente “performer” (essa quiçá, a menos dificil de manter, já que a partir de um detarminado estádio, entra-se como que num processo de piloto automático) mas principalmente à consistência criativa, de um bom gosto extenuante, que dificilmente se repete e se acomoda.

Este trabalho é mais uma das muitas lufadas de ar fresco a que Donald Byrd nos habituou de quando em vez. As variações de sonoridades ao longo do disco fazem o deleite de qualquer um. O disco começa com um tema enérgico com influências Gospel (felizmente, sem voz), chamado “Pentecostal Feeling” e continua com dois temas em que o músico tem um desempenho magestral de trompete. E não o digo, por dizer. O tema “Night Flower” deixa-nos ... de boca aberta!
No Lado B, Mister Byrd vai, inclusivé, um pouco mais longe, aventurando-se com uns rasgos de psicadelismo de excelente efeito.
É extremamente dificil falar de discos geniais, pois nunca conseguirei traduzir por palavras as emoções geradas pelo som que estes nos oferecem.
Por isso, apenas direi que é mais um disco obrigatório (a juntar a tantos outros) deste grande Mestre intemporal do Jazz.

Por hoje é tudo.
Para que estas crónicas não comecem a parecer demasiado monótonas (pelo menos para alguns) essencialmente por abordarem repetidamente o mesmo género de música (pese embora a mais que reconhecida diversificação deste género), fica a promessa de incluir na próxima análise, discos de géneros músicais diferentes.
Não, não vou incluir nada que se aproxime de géneros tão radicas como o Speed e o Trash Metal, já que a minha competência tem inúmeras limitações, como devem calcular.

Fiquem bem, na companhia de muita Música, independentemente da sua idade, forma ou género.

Até Breve
Mister W

Mais um post brilhante obrigado
E la fiquei eu com mais invejaaaaaaaaa

Brilhante !!

Obrigado Mr.!!!

O nosso amigo "Mr." não brinca em serviço.
Em relação ao te poderes tornar monótono ou repetitivo, ai falhastes redondamente. Escreves demasiado bem e enumeras artistas de menor renome para muitos, o que torna a leitura das tuas crónicas um must, sempre interessantes onde se pode descobrir novos artistas e vertentes, mesmo se os próprios já há muito que abandonaram mundo dos vivos.

Por mim, venha mais e repetidamente.

Como já tinha dito, todos ganham com a diversidade de gostos e opiniões,
parabéns pela coragem de expores as tuas

Eu sou um leitor etento

Caros Amigos,
Apesar de ter vindo a limitar as minhas análises ao Jazz e à sua “Golden Age” gostava de deixar bem claro que não sou adepto da teoria de que o antigo é que é bom, tanto fora como no âmbito do universo músical.
Por vezes até sou levado a compreender aqueles que defendem de forma entusiasta essa ideia, pois infelizmente também eu constato regularmente que há muita coisa má na música que se faz hoje em dia ... e sem dúvida alguma que o passado nos trouxe músicos e autores de grande genialidade, cujas obras (clássicas ou não) ficarão nos anais da música para todo o sempre ...
Por isso, muitos continuam portanto, a insistir que os géneros músicais estão gastos, não havendo muito mais para criar ...
Mesmo assim, não me convenço. Não podemos fechar-nos em torno dessa ideia nem limitar a nossa percepção aos factos do passado.
A música é extremamente poderosa e na sua modesta grandiosidade já demosntrou que se pode re-inventar.

Artista: Ryan Adams
Titulo: 29
Edição: Lost Highway, USA - 2006

Obs. Um dos artistas que tenho acompanhado pontualmente é o músico/compositor (escritor de canções, como gosta de se apelidar) Ryan Adams, nascido em 1974, na Carolina do Norte, num ambiente propicio ao desenvolvimento de influências da Country-Music.
No entanto, desde cedo na sua infância, desenvolveu um gosto particular por algumas bandas de punk-rock e começou a tocar guitarra eléctrica, dando inicio a uma promissora carreira.

Apesar de não gostar de ser ligado a nenhum género músical em particular, podem notar-se inúmeras influências que vão desde o Folk, o Country, o Punk, o Blues e o Rock’n’Roll (que deu o titulo ao àlbum de 2003) e tanto Johnny Cash como Lou Reed ou os Beatles são nomes que facilmente transparecem, mesmo quando se ouve a música de Ryan Adams pela primeira vez.
O som mais intimista de determinados temas, apelando a uma necessidade de reflexão (ambiental, espiritual, ...), não impede que outros (temas) tenham um claro objectivo comercial, baseados em ritmos fortes e refrões pouco elaborados de um Pop mais tradicional.

Apesar da sua relativa juventude (37 anos), o cantor/autor já conta com cerca de 20 discos de originais, o que não deixa de ser um feito de assinalar.
Mesmo não conhecendo toda a sua discografia, creio que a mesma se pauta por uma considerável diversidade (de géneros e temas), com canções bem compostas e este “29” não foge à regra, apesar da sua marcada melancolia e do facto de grande parte dos temas se tratar de baladas.
Sem ser uma obra-prima, este “29” é um trabalho de qualidade, que possibilita uma audição agradável e que não hesito em recomendar a todos os que procuram um som mais descontraido.

Artista: Pedro Soler & Gaspar Claus
Titulo: Barlande
Edição: InFiné, France - 2011

Obs. Ora aqui está mais uma prova em como a actualidade continua a brindar-nos com discos de excelente qualidade e este de que agora Vos dou conta é um caso bem especial (mesmo sendo uma completa novidade para mim).
Trata-se de um duo, mas que em certas partes do disco mais parece uma orquestra, tal a intensidade como preenchem o espaço ... e o tempo. É de facto incrível o que dois “simples” instrumentos podem fazer!
Creio ser a primeira vez que estes músicos se juntam e gravam neste formato; contudo, parece que sempre fizeram parte da mesma equipa.
Apesar das suas bases clássicas, tocam com extrema paixão e entregam-se de corpo e alma às sonoridades do mundo, com evidencia para a estrutura latina e para os “toques” orientais que pautam este excelente registo discográfico.
A melancolia do Violoncelo casa na perfeição com a Guitarra Flamenga, transportando-nos para um universo de mistério e sedução.

Poderia muito bem ser uma banda sonora ... mas não é. É, isso sim, um dos mais belos registos que tive a oportunidade de ouvir em 2012 (embora tenha sido lançado em 2011).
A não perder.

Artista: Nenah Cherry & The Thing
Titulo: The Cherry Thing
Edição: Smalltown Super Jazz, Germany - 2012

Obs. Lembram-se da Neneh Cherry? Sim, essa mesmo. Dos anos 80, conhecida essencialmente pela sua passagem pelo R&B, Rap, Hip-Hop, mas também por projectos mais alternativos como os Cherries e outros mais experimentais de menor relevância (pelo menos comercial).
O facto de ser filha (ou enteada...) do grande mestre do Free-Jazz, Don-Cherry, ajudou-a a moldar a sua personalidade músical e o seu evidente gosto por Jazz experimental e de fusão.

Depois de vários anos sem ouvirmos falar dela e de um considerável interregno discográfico (de 1996 a 2007 apenas lhe são conhecidas algumas participações) eis que surge em 2012, num trabalho aclamado pela critíca como detentor de uma sonoridade inovadora e por muitos (já) considerado um dos Àlbuns do ano.
Não me arrisco sequer a atribuir a este projecto um tipo ou género músical, pois nunca fui bom a atribuir etiquetas ... no entanto, tenho lido por aí que os The Cherry Thing criaram, com este disco, um género próprio e uma sonoridade inovadora.
Parece-me um pouco exagerado, apesar de reconhecer que estamos perante um trabalho muito particular, de grande qualidade e personalidade.

Além da Neneh Cherry, esta formação conta com o sueco Mats Gustafsson, um dos mais cotados músicos europeus de Jazz da actualidade. A sua mestria com o(s) Saxofone(s) é na minha opinião, um dos maiores trunfos desta obra.
O som envolvente, com alguma melancolia e rasgos de psicadelismo à mistura, apresenta uma forte componente ritmíca, pautada com inúmeros contra-tempos (musicais, não dos outros...) só ao alcance de músicos deste calibre .
Quanto à vocalização de Nenah Cherry, desenganem-se os que julgam existir alguma semelhança (na forma de cantar) com artistas de renome da actual onda feminina como Norah Jones, Diana Krall ou Patricia Barber. Nada disso. Além da diferenciada forma de cantar, estamos perante um projecto (europeu) de Jazz de Fusão, com uma sonoridade muito menos comercial. Gostaria de deixar claro, que nada tenho contra as referidas artistas (normalmente colocadas nas prateleiras de Jazz da FNAC...) até porque tenho alguns dos seus discos (da Patricia Barber acho que todos ... em CD) e por as considerar uma lufada de ar fresco no panorama músical dos últimos anos.

Voltando ao “The Cherry Thing”, trata-se de um disco que requer uma audição cuidada e que pode não ser, de imediato, do agrado de muitos. É um disco que se aprende a gostar e que a partir de certa altura já não se passa sem ele. Eu acho que já atingí essa fase e por isso ... vou tratar de por o prato a rodar ...

Um Abraço e até ao meu regresso.
Mister W

continuo a seguir com atenção

Essa mania de deixares um gajo com água na boca.....

Fiquei muito interessado em conhecer melhor o álbum de Pedro Soler & Gaspar Claus e o Nenah Cherry & The Thing

Aqui a um preço de se lhe tirar o chapéu e que satisfaz os analógicos e os digitais.

http://www.jpc.de/jpcng/jazz/detail/-/art/Neneh-Cherry-geb-1964-The-Cherry-Thing-LP-CD/hnum/2571878

E este também a valor aceitável.

http://www.jpc.de/jpcng/poprock/detail/-/art/Pedro-Soler-Gaspar-Claus-Barlande-180g/hnum/1693486


Será que está na hora de mais uma encomenda jpc?

António José da Silva escreveu:

Essa mania de deixares um gajo com água na boca.....

Fiquei muito interessado em conhecer melhor o álbum de Pedro Soler & Gaspar Claus e o Nenah Cherry & The Thing

Aqui a um preço de se lhe tirar o chapéu e que satisfaz os analógicos e os digitais.

http://www.jpc.de/jpcng/jazz/detail/-/art/Neneh-Cherry-geb-1964-The-Cherry-Thing-LP-CD/hnum/2571878

E este também a valor aceitável.

http://www.jpc.de/jpcng/poprock/detail/-/art/Pedro-Soler-Gaspar-Claus-Barlande-180g/hnum/1693486

Será que está na hora de mais uma encomenda jpc?

Esses preços são de facto simpáticos e as edições as mesmas (as únicas, claro está...).
O "The Cherry Thing", como podem ver, traz um CD no interior... parece que se está a tornar moda... Eles deviam era começar a oferecer outro LP na compra de um LP ... mas apenas para os que sofrem de vinilite aguda

Quanto a mais uma compra JPC, vamos a isso ... mas de fininho ... Qualquer dia ainda vou pra baixo da ponte ... com os discos e o gd!

Boas,

Mister W escreveu:

... O "The Cherry Thing", como podem ver, traz um CD no interior... parece que se está a tornar moda... Eles deviam era começar a oferecer outro LP na compra de um LP ... mas apenas para os que sofrem de vinilite aguda ...

É, parece que agora é moda essa de inserir um CD, com o vinil ... antes, faziam-no, mas com um 45rpm, que não saía em mais lado nenhum, o que valorizava bastante a edição do LP (o As It Happens dos Dr Feelgood, é um desses exemplos, e que já me obrigou a revirar a casa toda à procura do EP que acompanhava esse LP, mas infelizmente, não o encontrei )

Cpts

Mister W escreveu:

... Eles deviam era começar a oferecer outro LP na compra de um LP

Ora aí está uma grande ideia

Ou como diz o Sócio: oferecer um single, ou maxi , só existente nessa reedição , tenho a certeza que dinamizava bastante o mercado do novo

Caríssimos,
Um dos discos que tive a felicidade de comprar recentemente, foi um registo creio que raro, de um espectáculo do John Coltrane (e dos seus) com Eric Dolphy, gravado em 61 e 63 na Suécia. Até aqui nada de anormal, mas se olharem para a foto da capa, verão que se trata de uma capa completamente branca, com um folha colada por cima, que contém os elementos mais básicos do disco e somente isso.
Quando tirei o vinil da capa (já com uma certa dose de descontentamento...) constatei que o disco estava num estado irrepreensível (o que me levou a pensar que as coisas estavam a melhorar...).
A minha surpresa ainda aumentou mais, quando coloquei o disco a tocar e durante o tempo de audição fiquei praticamente imóvel ... é que, para além da qualidade ser razoável, o conteúdo musical desta gravação ao vivo é de se lhe tirar o chapéu. Um autêntico registo histórico que tratarei de preservar com todo o carinho, durante vários anos.

John Coltrane Group with Eric Dolphy (Live in Stockholm), 1961/1963 (Limited Edition) - Beppo Records (504), 1979 - Germany(?*)
Como não sei se conseguem ver na foto, fica a formação deste magnifico trabalho:
John Coltrane, Eric Dolphy, McCoy Tyner, Reggie Worlman e Elvin Jones.

O Lado A conta apenas com um tema: "My Favorite Things", ou 25 minutos de puro prazer e creatividade.
O Lado B conta com os temas: Impressions, Naima e Impressions (outra versão).

*O país de fabrico deste disco também parece ser uma incógnita. Pareceu-me ter visto algures que seria Alemão mas não estou tão certo disso. A impressão frontal (que se encontra colada na capa) tem em letras pequenas a inscrição "Printed in Brazil" mas não creio que se refira à prensagem do disco mas apenas à parte de impressão (caso se possa chamar impressão a uma colagem de alguns elementos dactilografados...).

Apesar de tudo o que rodeia este trabalho não ser do mais elevado grau de qualidade e perfeição (excepto o que realmente interessa, o vinil e o som que ele produz), dou-me por satisfeito por ter tido a sorte de ter tropeçado neste disco ... e ainda me falta dizer que não foi nada caro! (tenho a impressão que quem mo vendeu estava longe de fazer uma ideia do que tinha em mãos). Destes só posso dizer: Venham Mais!

Tenho que ouvir essa maravilha.


Estes são da mesma editora.

http://www.discogs.com/sell/list?label=Beppo+Records&ev=lb

António José da Silva escreveu:

Tenho que ouvir essa maravilha.

Estes são da mesma editora.

http://www.discogs.com/sell/list?label=Beppo+Records&ev=lb

O meu é precisamente o 2º dessa lista -Beppo 504- mas com um capa mais original!

Obrigado pela pesquisa. Como não pensava encontrar grande coisa, nem sequer me dei ao trabalho.

Fiquei a saber que provém de Inglaterra, que não é oficial (que surpresa!) e que tem um valor de cerca de 50 Euros (nada mau, o meu custou um pouco mais de 1/4...).

Esse tipo de discos, é que se quer.
Pelo que apurei, essa Beppo Records é de Wales, UK, e edita só cenas pirata.

O teu, parece ser o Volume 2 http://www.discogs.com/buy/Vinyl/John-Coltrane-QuartetWith-Eric-Dolphy-In-Europe-Volume-2/43762317?ev=bp_titl ... existe o Volume 1 http://www.discogs.com/John-Coltrane-Quartet-In-Europe-Volume-1/release/3143512 , e ainda o Volume 3 http://www.discogs.com/John-Coltrane-Quartet-In-Europe-Volume-3/release/3143528 , ambos os 2 gravados em Koncerthuset, Stockholm - November 19th, 1962

É de certeza uma grande compra ,

eu também gosto de correr à procura de coisas diferentes, tipo editoras pouco conhecidas...

...é um pouco o espírito alfarrabista, que deve ter ficado pelo facto de ter crescido a frequentar todas as feiras da ladra e antiquários conhecidos ...

...mexer e remexer à procura do tesouro que niguém viu

Ulrich escreveu:

É de certeza uma grande compra ,
eu também gosto de correr à procura de coisas diferentes, tipo editoras pouco conhecidas...
...é um pouco o espírito alfarrabista, que deve ter ficado pelo facto de ter crescido a frequentar todas as feiras da ladra e antiquários conhecidos ...
...mexer e remexer à procura do tesouro que niguém viu

Eu confesso que estou a perder um pouco esse espirito... Bons tempos, em que a manhã de Sábado (e por que não a tarde(?) depois de um almocito bem regado...) era quase sempre um exclusivo da Feira da Ladra.

O facto da internet disponibilizar informação sobre (quase) todos os artistas e discos, creio que terá contribuído para o refrear desse espirito aventureiro.
Como já tive a oportunidade de referir, hoje em dia, só compramos um disco menos bom (não tanto em estado, mas mais em conteúdo) se estivermos distraídos.

Antes da internet, funcionava mais à base do "feeling" de cada um. Quando comprávamos um disco que parecia agradar-nos, só em casa, depois de o ouvir, é que formávamos, por fim, uma opinião sobre o mesmo. Se não prestasse, enfiávamos o "barrete" e pronto...
É claro que sempre existiram excepções e locais que permitiam, no limite, que os discos fossem trocados. Outros havia, onde se podia "picar" o disco em questão, antes de o comprar... Com os discos selados, essa prática foi extinta.
Bons tempos esses! (Os Tempos Áureos do Vinil)

Sem tirar nem pôr ,

eu também penso assim.

Mas de facto quem diria que hoje a nossa loja era o Mundo, se existir e estive à venda eu posso comprar.

A minha primeira compra vinda do Japão foi uma emoção, eu a pensar para mim: mandei vir cenas do Japão!

mas podemos ter, o tu também se nota que fazes, o espírito aventureiro na NET.

Mas é um facto que a procura se torna triste porque a oferta das feiras da ladra é cada vez mais pobre, e os LP ao Sol , passo por eles e nem lhes toco

Ulrich escreveu:

Sem tirar nem pôr ,

eu também penso assim.

Mas de facto quem diria que hoje a nossa loja era o Mundo, se existir e estive à venda eu posso comprar.

A minha primeira compra vinda do Japão foi uma emoção, eu a pensar para mim: mandei vir cenas do Japão!

mas podemos ter, o tu também se nota que fazes, o espírito aventureiro na NET.

Mas é um facto que a procura se torna triste porque a oferta das feiras da ladra é cada vez mais pobre, e os LP ao Sol , passo por eles e nem lhes toco

Desculpem lá o termo, mas hoje em dia, não dá tesão nenhum comprar quando é pela Net.
Existe a ansia/euforia da espera, que se vai embora num instante quando o carteiro toca à nossa porta.

Fran escreveu:

Desculpem lá o termo, mas hoje em dia, não dá tesão nenhum comprar quando é pela Net.
Existe a ansia/euforia da espera, que se vai embora num instante quando o carteiro toca à nossa porta.

Tens razão, mas já consigo controlar esse aspecto, quando compro qualquer coisa já estou mentalizado para a espera e evito consultar o tracking number, que só cria ansiedade

Ulrich escreveu:

... Tens razão, mas já consigo controlar esse aspecto, quando compro qualquer coisa já estou mentalizado para a espera e evito consultar o tracking number, que só cria ansiedade

Mas isso é que dá gozo, andar todos os dias a consultar o tracking number, e ficar f$%&do por estar já há mais de um dia, em determinado sitio ... eu próprio, já cheguei a reclamar aos correios, via email, por uma encomenda minha, que vinha da Áustria, estar à uma semana, em Lisboa ... responderam-me logo que encomendas com mais de 2Kg, podiam demorar até 2 semanas desde Lisboa até aqui (calei-me logo )


EDITO : esta por exemplo, vai fazer com que eu vá direitinho aos correios, sem o aviso nem nada (aqui, é assim mesmo, o pipol dos correios, já me conhece)

Ulrich escreveu:

Os gajos dos correios la da Ilha, trabalham 24 sobre 24 só para o Fran.

António José da Silva escreveu:

Ulrich escreveu:

Os gajos dos correios la da Ilha, trabalham 24 sobre 24 só para o Fran.

Eu acho que eles já se sentem intimidados

Ulrich escreveu:

Eu acho que eles já se sentem intimidados

Quando ele aparece lá, já tem debaixo do balcão uma embalagem com um disco (qualquer) só para o calarem.

António José da Silva escreveu:

Quando ele aparece lá, já tem debaixo do balcão uma embalagem com um disco (qualquer) só para o calarem.

Admira-te

Já cá mora

O primeiro disco que vendi...

Foi para o fran. quem diria?

enxuto escreveu:

O primeiro disco que vendi...

Foi para o fran. quem diria?

Desde que tenhas algo que me interesse, cá estarei eu a dizer :

- Pronto!!!

Mas afinal o que é que se passa aqui?! Julgava que isto era um tópico sério de partilha de boa música ... mas parece que me enganei ...

Ficam ums fotos de uns títulos que conseguí arranjar prá secção (já grandinha) do grande mestre...
Desta vez não me vou perder em muitos elogios e grandes considerações porque no que respeita a Chet Baker, creio não valer a pena. Só mesmo ouvindo.

Chet Baker - Once Upon a Summertime (Recorded Feb1977, New York) - Artists House (AH9411) USA, 1980
Este disco conta com uma formação pouco habitual (no material de Chet Baker) e com 5 temas de autores diversos (ver fotos da contra capa).

No entanto, não é por isso que deixa de ser um disco de qualidade; não só a nível musical mas também a nível gráfico. Formato gatefold, no interior da capa são apresentadas inúmeras fotos e informação sobre o artista, bem como, excertos de uma entrevista dada pelo mesmo em Outubro de 1977 em Nova York.
Adicionalmente, pudemos ainda encontrar um pequeno booklet com fotos, informação adicional e alguns elementos sobre a editora (Artists House) e as sua edições.
Excelente peça de colecção que em boa hora conseguí agarrar.






Chet Baker & Florens Brothers - "Rendez-Vous" (Recorded Sep1979, London) - Bingow Records (BGW3104) France, 1979
Este disco conta com a mestria dos irmãos Florens, na guitarra e no piano, que juntamente com Chet Baker nos transmitem uma sonoridade extremamente simples mas simultaneamente profunda.
Incompreensivelmente, este trabalho, por vezes não conta da discografia oficial de Chet Baker. Por ventura, não será pela falta de qualidade do mesmo.
O reportório conta com um tema da autoria de Henry Florens e outro de Jean Paul Florens. O lado B inicia-se com uma excelente versão de My Funny Valentine.
Para mim isto é o "verdadeiro" Jazz. Imperdível!

Mister W escreveu:

Mas afinal o que é que se passa aqui?! ...

os s, mas .......

Dá-lhes Mister, este pessoal não tem respeito por nada , são uns niilistas, e ainda por cima teimosos

Este homem é mesmo um apaixonado por Chet.

Tenho lá um que nunca vi em lado nenhum. Depois mostro-te. E também o duplo da Pure Pleasure com ele e outros de primeira água de seu nome Concierto.



Um regalo musical e sonoro. Altamente recomendável.

http://www.purepleasurerecords.com/product_info.php?cPath=32&products_id=59&osCsid=jji8ilq8hlt50c75hb48asv740

António José da Silva escreveu:

Este homem é mesmo um apaixonado por Chet.

Tenho lá um que nunca vi em lado nenhum. Depois mostro-te. E também o duplo da Pure Pleasure com ele e outros de primeira água de seu nome Concierto.



Um regalo musical e sonoro. Altamente recomendável.

[url=http://www.purepleasurerecords.com/product_info.php?cPath=32&products_id=59&osCsid=jji8ilq8hlt50c75hb48asv740

http://www.purepleasurerecords.com/product_info.php?cPath=32&products_id=59&osCsid=jji8ilq8hlt50c75hb48asv740[/quote[/url]]



Caro AJS,

Hum, tenho que ver isso... cheira-me a raridade...

Em relação ao Concierto do Jim Hall, ele há coisas ...

Ainda hoje ouví esse disco e posso garantir-te que é raro fazê-lo, por uma razão muito simples, só o tenho em CD ... (uma desgraça completa que tenho que resolver em breve ).

Quanto ao facto de ser um regalo prós ouvidos, estou 100% de acordo!

Caros Amigos,

Contrariamente à opinião generalizada de que as prensagens da WAX Time Records são (muito) más, eu tenho vindo pontualmente a adquirir algumas das suas re-edições (algumas com a sigla DMM) e das duas uma: ou tenho tido muita sorte ou então os registos não são assim tão mãos como dizem.
Pois bem, se os ditos discos de fraca qualidade em vez de 15 Euros custassem 40, certamente que passariam a ser vistos com outros olhos pela comunidade (pseudo) audiófila.

Para além do mais, a WAX Time Records tem-me possibilitado a audição de grandes obras (de Jazz) que de outra forma dificilmente teria acesso ...
O último que adquirí e que me deixou deveras surpreendido foi o "Eric Dolphy at the Five Spot" que para além de ter uma qualidade muito razoável é uma daqueles discos que deve ocupar uma posição de destaque na prateleira!

Não será porventura o mais indicado para quem gosta de um Jazz mais ligeiro, já que possuí várias sequências de improvisação num tom marcadamente free (ou em português: desbunda!) como convém numa performance ao vivo. Para mim é essencialmente essa vertente de improvisação que lhe dá o charme de um disco muito especial.
O Eric Dolphy (alto sax, bass clarinet & flute) faz uma dupla com o Booker Little (trumpet) de grande mestria e interligação, ao que não faltam os igualmente fantásticos desempenhos de Mal Waldron (piano) Richard Davis (bass) e Eddie Blackwell (Drums).
Gravado ao Vivo no Five Spot Café, Nova Yorque em 16 de Julho de 1961, ou seja à mais de 50 anos!!!

Mister W escreveu:

Caros Amigos,

Contrariamente à opinião generalizada de que as prensagens da WAX Time Records são (muito) más, eu tenho vindo pontualmente a adquirir algumas das suas re-edições (algumas com a sigla DMM) e das duas uma: ou tenho tido muita sorte ou então os registos não são assim tão mãos como dizem.

Segundo já ouvi dizer, as reedições da Wax Time têm vindo a melhorar por um lado, e por outro têm algumas edições que deixam realmente a desejar. Mas o que importa é que as que tens comprado te satisfazem.
Esse é mesmo um álbum a considerar.