Assunto: Re: O derradeiro leitor de CD? Qui Set 26 2013, 13:46
TD124 escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
... A função de um equipamento de audio é a de reproduzir a música gravada , e pode também ser um objecto de luxo para aqueles que querem mostrar que estão bem na vida... ... R
Olà Ricardo,
tens razão!... um equipamento audio serve a reproduzir a musica gravada e a nada mais... mas!,... mas o problema é intelectualmente como o fazer, pois o problema é demasidado complexo, e vou-me explicar...
Uma via é de buscar o desempenho... o que se chama a via logica ou ciêntifica... então neste caso vamos ser pragmaticos: O desempenho de uma fonte digital é directamente ligada ao Chip DAC utilisado, como numa fonte analogica (Vinyl) é ligado à célula!... È a célula e o DAC, que determinam essencialmente a largura de banda, a distorsão, a diafonia, a dinamica, o nivel de ruido etc, etc... então basta agarrar numa célula fantastica e metê-la num gira discos correcto com um braço correcto e o desempenho é enorme e é verdade!... da mesma maneira que se agarra numa mecanica em plastico de CD, um andar de saida com muita realimentação e o desempenho (medivel) é enorme... ... sim é fàcil, a unica coisa é que isso foi feito milhares de vezes... e o resultado não é à medida do que se espera pois:...
A grande célula num gira correcto vai ter o mesmo desempenho, mas!!!... ... a transparência é média, a tensão e o ataque das notas é médio também, e o equilibrio timbrico (fundamental) é desigual em função da frequência... e não dà valor ao trabalho dos musicos, ném à musica em geral... ... e a mesma coisa se passa no dominio digital...
Outra via é de agarrar num sistema com um desempenho X, e trabalhar à volta dele afim de harmonisar todos os elementos objectivos/subjectivos ou seja : assegurar-se que o equilibrio de reprodução seja elevado... pois diz-me là o que é mais importante para ti:
A quantidade de distorsão... (que é medivel e apresentado como sendo do desempenho...) Ou a forma da distorsão e o equilibrio a todas as frequências e niveis... (que ninguém mede nem apresenta...)
A quantidade de diafonia a 1Khz... (que é medivel e apresentado como sendo do desempenho...) Ou o equilibrio da diafonia a todas as frequências... (que ninguém mede nem apresenta...)
A dinamica teorica em laboratorio perante uma frequência fixa... Ou a dinamica em sinal complexo numa situação real, ou proxima desta...
A potência medida em laboratorio a uma frequência, um canal e sobre resistência fixa... Ou a potência medida em situação real, ligado a um filtro, dois canais em serviço e sinal complexo...
A relação sinal/ruido medido com entrada em curton circuito em laboratorio... Ou a relação medida durante o funcionamento, pela substração do sinal e do barulho...
Tenho a certeza que quase sempre escolheste a segunda opção!... ora a segunda NUNCA é apresentada, pois não faz parte da norma HiFi (determinada nos anos sessenta!!!...), e seria muito malvada para alguns aparelhos, certos ném sequer sobreviveriam à medida... então a reprodução da musica é simples ??? ... queres continuar a agarrar-te a medidas que pouco dizem (quanto à qualidade da restituição), ou começar a ver o problema de um ângulo mais vasto, e infelismente mais complexo ???...
Abraço Ricardo e até breve
Olá Paulo,
Este tema dá pano para mangas e no outro dia não conseguimos falar sequer 5 minutos sobre o assunto; era bom poder acompanhar a discussão com medições, com a escuta de equipamentos-exemplo de topologia e "filosofia" variada e, claro, um bom petisco...
Bem, há um ponto em que estamos absolutamente de acordo: as especificações fornecidas pelos fabricantes são redutoras e enganadoras.
Mas se por um lado certas medições podem ser simplificadas e redutoras é também possível efectuar medições mais exaustivas e por conseguinte mais capazes de caracterizar certos parâmetros do desempenho de um equipamento.
Um bom exemplo é o da medição da resposta de frequências de um amplificador recorrendo a um circuito que simule a carga de uma coluna, como aquele utilizado pela Stereophile:
Circuit of Ken Kantor loudspeaker simulator, intended to represent a two-way, sealed-box minimonitor with a nominal impedance of 8 ohms
http://www.stereophile.com/reference/60
Para melhor visualizar a eficácia desta metodologia de medição nada melhor do que um exemplo, como a resposta de um integrado Audio Note Jinro (a preto) de $26.500 USD:
Audio Note Jinro, volume control at maximum, frequency response at 1V into: simulated loudspeaker load (gray), 8 ohms (left channel blue, right red), 4 ohms (left cyan, right magenta), 2 ohms (green). (1dB/vertical div.)
Sem este circuito de simulação de carga o amplificador teria, aparentemente, um desempenho exemplar embora algo limitado em extensão nos extremos da banda de frequências. E tu sabes melhor do que qualquer um de nós que na realidade a carga das colunas irá produzir variações na reposta e essas variações serão diferentes de coluna para coluna, com algumas a acentuar os agudos e outras os médios ou os graves...
Mas a minha crítica ao produto que deu origem a este tópico não se baseia apenas nas especificações técnicas ou nas medições efectuadas pelo "crítico", resulta também da minha experiência de escuta com equipamentos de topologia semelhante, neste caso a conversão sem filtro de reconstrução ou se sobre-amostragem, e da audição de equipamentos da marca. Todas as topologias têm limitações, tanto ao nível da electrónica como das caixas acústicas, mas há topologias claramente mais limitadas do que outras.
A minha experiência de escuta levou-me a concluir que um sistema mais "transparente", ou que permite maior "fidelidade", é aquele que melhor reproduz a gravação e como eu não tenho acesso ao evento musical original essa gravação é para todos os efeitos a música. Mas é importante ressalvar que quando falo de música estou a referir-me ao som produzido por instrumentos acústicos ou vozes em ambiente com reverberação natural.
Claro que as técnicas e equipamentos de gravação e reprodução têm as suas limitações mas procuro, tanto quanto possível, reproduzir esse som (natural) na minha sala.
Com já referi noutras conversas, nunca escutei um sistema com amplificação S.E.T. e cornetas multi-via de qualidade, e infelizmente todos os sistemas que mais se aproximam destas topologias produzem uma sonoridade "colorido", muitas vezes ao ponto de essas "colorações" ou distorções se tornarem demasiado proeminentes e dominantes, sobrepondo-se à "claridade" tímbrica (mais ou menos fiel) que foi possível registar na altura em que se deu o evento musical.
No caso do sistema de leitura de CD em questão, perturba-me que o Peter Qvortrup tenha pegado "num sistema com um desempenho X, e trabalhado à volta dele afim de harmonisar todos os elementos objectivos/subjectivos" e depois os parâmetros medidos sejam piores do que aquilo que é possível obter... Talvez ele tenha procurado obter do equipamento uma sonoridade mais próxima do vinil mas isso a meu ver seria um erro na perspectiva de quem quer escutar a música (ou a gravação da música) e não os equipamentos de reprodução.
Um abraço, Ricardo
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: O derradeiro leitor de CD? Qui Set 26 2013, 15:33
ricardo onga-ku escreveu:
Olá Paulo,
Este tema dá pano para mangas e no outro dia não conseguimos falar sequer 5 minutos sobre o assunto; era bom poder acompanhar a discussão com medições, com a escuta de equipamentos-exemplo de topologia e "filosofia" variada e, claro, um bom petisco...
Efectivamente, a anàlise da alta-fidelidade toma todo o seu sentido quando é escutada!... e de preferência num quadro pré-estabelecido permitindo de isolar as particularidades de cada elemento, e englobados num protocolo de escuta comum. Era o que eu fazia no meu clube... e o petisco era no fim, pois não é a melhor maneira de ser objectivo...
Bem, há um ponto em que estamos absolutamente de acordo: as especificações fornecidas pelos fabricantes são redutoras e enganadoras.
Não são eles os culpados (para mim...), é o trabalho do legislador de impôr medidas mais modernas, objectivas e discernantes para testar o material... mas estão-se barimbando para a hifi então !!!
Mas se por um lado certas medições podem ser simplificadas e redutoras é também possível efectuar medições mais exaustivas e por conseguinte mais capazes de caracterizar certos parâmetros do desempenho de um equipamento.
Evidentemente que é possivel!... mas para que essas (novas) medições tenham sentido, seria bom de explicar ao consumidor como lê-las... senão a manipulação e desengano vai continuar eternamente...
... No caso do sistema de leitura de CD em questão, perturba-me que o Peter Qvortrup tenha pegado "num sistema com um desempenho X, e trabalhado à volta dele afim de harmonisar todos os elementos objectivos/subjectivos" e depois os parâmetros medidos sejam piores do que aquilo que é possível obter...
... compreendo, mas atenção!... manipular é um exercicio com dois gumes, pois segundo o "manipulador", o resultado final poderà ser magnifico ou lamentàvel... talvez seja o unico dominio na hifi aond existem os "verdadeiros mestres"... talvez!!!
Talvez ele tenha procurado obter do equipamento uma sonoridade mais próxima do vinil mas isso a meu ver seria um erro na perspectiva de quem quer escutar a música (ou a gravação da música) e não os equipamentos de reprodução.
Pois é!... mas quem quer a verdade???... em 18 anos de alta fidelidade encontrei sobretudo pessoas que buscam "um som que lhes agrade" ao qual eles vão chamar alta-fidelidade, verdade ou mesmo musicalidade... se é esse o preço para que o aparelho se venda... é normal que o PQp aplique esses conçeitos... e se calhar ném sequer é esse CD que ele ouve em casa!...
Um abraço, Ricardo
O problema fundamental reside na impossivel união entre verdade e musicalidade... pois no meio està o homem, e este està fundamentalmente partilhado entre os dois conceitos... penso eu !!!
Até+
Fulci Membro AAP
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Assunto: Re: O derradeiro leitor de CD? Dom Out 20 2013, 19:25
Fran escreveu:
Milton escreveu:
Fran escreveu:
Milton escreveu:
... se me saisse o euromilhoes deixava de ouvir musica gravada
Se assim fosse, serias um "ignorante" no que há musica toca.
Queres dizer, continuava a ser um ignorante , mas era um ignorante com muita sorte...
Não quis dizer isso, pois quem sou eu para dizer que A ou B, é ignorante, seja em que área for.
Repara bem, Genesis, Yes, Pentangle, Led Zeppelin, King Crimson, VDGG, etc etc (pois não conheço os teus gostos musicais), já não tinhas direito a ouvir, ou se tinhas (em alguma reunião dos musicos), não era quando tu querias, mas sim quando eles (musicos/bandas) quizessem
Ouvir qualquer desses ainda seria possível pelo preço certo, difícil seria ouvir um Charles Mingus, um Coltrane ou uns Beatles. Para isso já não há dinheiro no mundo.