Audio e Cinema em Casa - Uma Desilusão e um Lamento

A todos o meu bom dia desde um Porto com chuva " molha tolos".

Pois eu ontem lá comprei a dita revista do título deste tópico, o que faço com muita regularidade, e qual não foi o meu espanto quando nada vi referido relativamente ao PORTUGÁUDIO e na capa da revista aparece um gira como sendo a " referencia absoluta".

È claro que compreendo os compromissos comerciais das editoras, mais a mais nesta época de crise, mas não deixa de ser a todos os níveis LAMENTÁVEL não aparecer, em toda a revista, uma única referencia ao evento de Santarém e respectivos fabricantes.

Que se fale do equipamento estrangeiro, aceito; que se apresentem equipamentos estrangeiros como sendo a referencia absoluta já me custa mais a engolir mas vá lá; agora que se falem de uns e pura e simplesmente se esqueçam ou ignorem outros é que não se pode aceitar.  

È claro que só compra a revista quem quer e por isso, deixarei de ocupar lugar nas minhas prateleiras com ela.

Existem tantos motivos de reportagem por cá ( carolas fabricantes, experts reparadores, bandas caseiras ) e nada é referenciado. PORQUÊ ?  Será esquecimento ? Talvez não… Será que o que se faz por cá faz sombra? Não sei.

Ok, aqui fica o meu lamento de manhã de Domingo e agora vamos a ver se o tempo abre e dá para uma voltinha de bicleta.

Saudações PORTUGUESAS.

ASPRA

Caro Aspra
Há assuntos que discutidos, só o poderão ser em privado mas descortinando a minha opinião em Portugal, o "negocio do Audio" sofre de uma grande falta de paixão e musica. Sofre de um mal que existe na política na relação votante/ governo eleito. O que é que eu quero dizer com isto? Respondo com uma pergunta! O que é que faz um amante da musica reproduzida com fidelidade comprar aparelhos de marca de renome internacional mesmo sendo piore que os JGs JPs NLs etc do nosso mercado que quase custam o praticamente o preço de desvalorização face performance de um aparelho de renome internacional. Se calhar os amantes da musica recriada com fidelidade são muito menos, somos muito menos, resta-nos criar a força de vendas e um lugar para divulgação dos nossos produtos e paixão. Mais não digo a não ser que tenho um sonho.

Se calhar , e como é normal , por desconhecimento de som verdadeiro de cada instrumento , sao levados a pensar que quanto mais caro melhor , quanto mais caro mais fiel , quanto mais caro mais impressiona o pessoal , quanto mais caro mais satisfaçao pessoal ....
Quem tem coragem de dizer que um sistema de 200 mil euros toca mal ?
As revistas vivem de quem lhes paga ...

João da Bernarda escreveu:

Caro Aspra
Há assuntos que discutidos, só o poderão ser em privado mas descortinando a minha opinião em Portugal, o "negocio do Audio" sofre de uma grande falta de paixão e musica. Sofre de um mal que existe na política na relação votante/ governo eleito. O que é que eu quero dizer com isto? Respondo com uma pergunta! O que é que faz um amante da musica reproduzida com fidelidade comprar aparelhos de marca de renome internacional mesmo sendo piores que os JGs JPs NLs etc do nosso mercado que quase custam o praticamente o preço de desvalorização face performance de um aparelho de renome internacional. Se calhar os amantes da musica recriada com fidelidade são muito menos, somos muito menos, resta-nos criar a força de vendas e um lugar para divulgação dos nossos produtos e paixão. Mais não digo a não ser que tenho um sonho.

João

E como o poeta diz que o sonho comanda a vida, espero que o seu, se traduza, para bem de todos nós, num enriquecimento do audio nacional.

Um Bem haja e Sempre em frente.

Aspra

Quem sabe se o evento deste ano irá ter cobertura pela nossa nobre revista de áudio.   

Pois... Infelizmente continuamos dominados pelo poder do dinheiro... Mas à parte este mote, a realidade é que nos cabe a nós tomar posição, ou não fossemos nós quem tem a última palavra em termos de apreciação.
Por isso, apelo a que tenhamos cuidado nas apreciações que possamos fazer. Por exemplo, tal como aqueles que podem comprar produtos a preços proibitivos, há muito a tendência para se substituir facilmente a qualidade relativa pela fama de uma marca... Daí que, também, o pecado tem o seu...
Quanto à revista em causa, quando ainda consumia revistas de áudio, desde cedo percebi que não era a revista que me seduzia. E é curioso que, o próprio nome relaciona-se bem com a contradição que me merece repulsa. Ou seja, o áudio - pelo menos para mim - não se casa bem com o vídeo. Neste caso prefiro sempre o ao vivo, que mesmo a «fidelidade», quanto mais o... E não será por acaso que nunca me deixei seduzir pelo home-cinema... a não ser na versão mais barata, para ver uns filmezitos... pois satisfazem muito bem pelo serviço que prestam, a não ser que se trate de uma verdadeira trampa.

Força neles!  

Compreendo as prioridades editoriais da revista e do eng Jorge Gonçalves.
Afinal essa é, segundo julgo, e a par com o AudioShow, a sua principal ocupação e por isso mesmo a componente económica estará sempre em cima da mesa na altura das decisões. Até porque a edição duma revista periódica tem um grande peso económico.

No entanto esperamos que haja no futuro alguma abertura para que o nosso evento ou os nossos construtores possam ter alguma visibilidade na única revista portuguesa da especialidade .
Este ano fiz questão de convidar o eng JG em pessoa, mas infelizmente a agenda dele não o permitiu.
Esperamos que possa haver no futuro uma aproximação que permita dar mais visibilidade ao que de bom se faz no nosso país.

O facto de não ter sido efectuada qualquer referência ao PortugÁudio na última edição, não me surpreendeu pois a estratégia da publicação em questão é sobejamente conhecida.

Acho que deviam alterar o nome da revista para Imacústica, já que uma parte considerável do seu conteúdo é utilizada na promoção do material representado e comercializado por essa empresa. Na prática, um catálogo disfarçado.

Apesar de reconhecer que o aspecto comercial/financeiro é uma componente fundamental, neste ou noutro tipo de actividade, seria assim tão descabido que esta publicação dedicasse duas páginas ao audio nacional?

Eu sei que a dimensão (e o poder de compra) do nosso mercado não são comparáveis nem justificam publicações da especialidade como as que se fazem no Reino Unido, na Alemanha ou até na vizinha Espanha. Mesmo assim, devia haver espaço para um conteúdo mais alargado, em vez do constante bombardeamento com equipamentos de fabricantes de "renome".

Mas para além da componente financeira, creio que existe também um factor cultural que se baseia no facto de não valorizarmos convenientemente o que é nosso. E essa é a principal diferença em relação a outros países europeus, onde é dado um especial enfoque sempre que é lançado um determinado equipamento de fabrico nacional. Portanto, também uma questão de mentalidades e essas não se transformam do dia prá noite.

Abraço

Mister W escreveu:

O facto de não ter sido efectuada qualquer referência ao PortugÁudio na última edição, não me surpreendeu pois a estratégia da publicação em questão é sobejamente conhecida.

Acho que deviam alterar o nome da revista para Imacústica, já que uma parte considerável do seu conteúdo é utilizada na promoção do material representado e comercializado por essa empresa. Na prática, um catálogo disfarçado.

Apesar de reconhecer que o aspecto comercial/financeiro é uma componente fundamental, neste ou noutro tipo de actividade, seria assim tão descabido que esta publicação dedicasse duas páginas ao audio nacional?  

Eu sei que a dimensão (e o poder de compra) do nosso mercado não são comparáveis nem justificam publicações da especialidade como as que se fazem no Reino Unido, na Alemanha ou até na vizinha Espanha. Mesmo assim, devia haver espaço para um conteúdo mais alargado, em vez do constante bombardeamento com equipamentos de fabricantes de "renome".

Mas para além da componente financeira, creio que existe também um factor cultural que se baseia no facto de não valorizarmos convenientemente o que é nosso. E essa é a principal diferença em relação a outros países europeus, onde é dado um especial enfoque sempre que é lançado um determinado equipamento de fabrico nacional. Portanto, também uma questão de mentalidades e essas não se transformam do dia prá noite.    

Abraço

100% de acordo. 

António José da Silva escreveu:

Mister W escreveu:

O facto de não ter sido efectuada qualquer referência ao PortugÁudio na última edição, não me surpreendeu pois a estratégia da publicação em questão é sobejamente conhecida.

Acho que deviam alterar o nome da revista para Imacústica, já que uma parte considerável do seu conteúdo é utilizada na promoção do material representado e comercializado por essa empresa. Na prática, um catálogo disfarçado.

Apesar de reconhecer que o aspecto comercial/financeiro é uma componente fundamental, neste ou noutro tipo de actividade, seria assim tão descabido que esta publicação dedicasse duas páginas ao audio nacional?  

Eu sei que a dimensão (e o poder de compra) do nosso mercado não são comparáveis nem justificam publicações da especialidade como as que se fazem no Reino Unido, na Alemanha ou até na vizinha Espanha. Mesmo assim, devia haver espaço para um conteúdo mais alargado, em vez do constante bombardeamento com equipamentos de fabricantes de "renome".

Mas para além da componente financeira, creio que existe também um factor cultural que se baseia no facto de não valorizarmos convenientemente o que é nosso. E essa é a principal diferença em relação a outros países europeus, onde é dado um especial enfoque sempre que é lançado um determinado equipamento de fabrico nacional. Portanto, também uma questão de mentalidades e essas não se transformam do dia prá noite.    

Abraço

100% de acordo. 

Há anos que não leio revistas nacionais... nem tão pouco sabia que existia alguma.
É triste que assim seja, a única revista nacional e não se preocupa em saber ou até mesmo promover os certames da especialidade, uma forma de se ser simpático/bonito e conseguir mais seguidores.
Somos o país do fado...   

Painter

Enquanto o(s) seu(s) responsável(eis) acharem que o AudioShow poderá sair beliscado com um outro certame, mesmo feito em moldes diferentes do que o patrocinado pela revista, dificilmente será divulgado. Tive essa percepção aquando do 1º PortuGáudio e das tentativas para a sua divulgação.

Ferpina escreveu:

Enquanto o(s) seu(s) responsável(eis) acharem que o AudioShow poderá sair beliscado com um outro certame, mesmo feito em moldes diferentes do que o patrocinado pela revista, dificilmente será divulgado. Tive essa percepção aquando do 1º PortuGáudio e das tentativas para a sua divulgação.

Não é mau atribuírem-nos essa importância....
  

Milton escreveu:

Ferpina escreveu:

Enquanto o(s) seu(s) responsável(eis) acharem que o AudioShow poderá sair beliscado com um outro certame, mesmo feito em moldes diferentes do que o patrocinado pela revista, dificilmente será divulgado. Tive essa percepção aquando do 1º PortuGáudio e das tentativas para a sua divulgação.

Não é mau atribuírem-nos essa importância....
  

Está bem visto! Não tinha pensado "a coisa" por esse prisma   

Nem eu.

Mas a única revista portuguesa bem podia dar um pouco que fosse de atenção ao único evento destinado aos construtores/fabricantes/artesãos portugueses.

Foi nessa revista antes mesmo de fazer parte deste fórum que tive pela primeira vez conhecimento do giradiscos uno do Rui Borges numa excelente reportagem.

Agora que não falem do Portugaudio parece-me uma falha grave...

E também li nessa revista uma review dum amplificador a válvulas dum construtor Português de nome Rui Lourenço.

enxuto escreveu:

Nem eu.

Mas a única revista portuguesa bem podia dar um pouco que fosse de atenção ao único evento destinado aos construtores/fabricantes/artesãos portugueses.

Infelizmente isto reflecte-se em todo lado. Desilude-me a falta de unidade neste país!

Painter

Concordo, no geral, com tudo o que os amigos disseram. Em especial com o que disse o Milton. A Audio é praticamente o único ganha-pão do Engº Jorge Gonçalves que para além de editor é também praticamente o único escriba.

Mas para mim também existe um problema na Audio e, fora deste campo, em muitas iniciativas nacionais.

Temos a mania de imitar o que vem de fora e a Audio ao querer imitar as Hifi News e HiFi Choice (por exemplo, e também em situação atual de decadência) na quase exclusiva divulgação do AiDoEnde das marcas mais conhecidas nesta área, todas, ou quase todas, representadas em Portugal pela Absolute Sounds do Ricardo Franassovici, via Imacustica do Manuel Dias; comete o erro de esquecer que uma revista nacional tem o dever (para não dizer a obrigação) de ser:
- Nacional;
- Referir o que é Nacional, tal como as referidas revistas inglesas o fazem
- Apoiar, imparcialmente, a iniciativa Nacional;
- Defender o que é Nacional

Goansipife escreveu:

... uma revista nacional tem o dever (para não dizer a obrigação) de ser:
- Nacional;
- Referir o que é Nacional, tal como as referidas revistas inglesas o fazem
- Apoiar, imparcialmente, a iniciativa Nacional;
- Defender o que é Nacional

Exato, devia ser também um desígnio.
Mas eu temo que o preço por pagina da revista seja um impeditivo semelhante ao preço por metro quadrado do AudioShow...

No entanto está na minha agenda marcar uma reunião com o eng JG para aquilatar a viabilidade de uma colaboração futura.

Boas,
Não vou estar a falar muito se as revistas se lembram ou nao de colocar reportagens sobre o "nosso" tao nobre evento que tanto trabalho da aos nossos Admins a organizar. Penso que cada revista e livre de colocar a informação que quiser, cabe a cada um de nos querer ou nao gastar dinheiro a comprar a dita eu prefiro comprar uns discos.
Acho que a melhor maneira de divulgar o que gostamos e falando uns com os outros e partilhar experiencias e ideias, e no final dar a nossa opinião nao por ser portuges ou nao mas sim por ser ou não bom.
Eu continuo a falar bem das coisas que gosto sejam ou não fabricadas em portugal ( não tenho e culpa que as nossas sejam melhores ou tao boas como as la de fora )