The Golden Age dos amplificadores a válvulas terá terminado nos 60's. Caracterizou-se pela variedade e qualidade de equipamentos e por um som excepcional para a época. Curiosamente há audiofilos que preferem o som dessa era ao som da actualidade. Ou seja, a Golden Age talvez tenha sido a Golden Age e agora temos umas sombras desses produtos...
Ter-se-á perdido a arte de fazer amplificadores a válvulas? Ter-se-ão perdido décadas de aprendizagem à medida que os projectistas se iam reformando? Muito do know-how estava na cabeça dos executantes e não é absolutamente evidente olhando para o esquemático, ou fazendo reverse-engineering. O R&D era sério, hoje nem existe - os fabricantes de amplificadores a válvulas são mais montadores e marketeers. Depois há ainda a questão das válvulas... aquelas válvulas já não se fabricam e a industria das válvulas é uma sombra pálida da era dourada. Hoje os fabricantes de amplificadores a válvulas só têm válvulas novas porque aproveitam a boleia dos fabricantes de amplificadores de guitarra e dos estúdios, que são os grandes consumidores e mantêm as fábricas abertas.
Por exemplo, os powers mono Marantz model 9 da década de 60 foram amplificadores bem recebidos na altura... e agora!
O pré-amplificador era o model 7.
A Marantz, empresa que já passou por muitas mãos, fez várias reedições ao longo das décadas...
Fez também amplificadores muito caros como o Project T1
No entanto, todos esses amplificadores pós Golden Era têm hoje interesse e procura limitados. O verdadeiro interesse está nas versões originais!!!
Nas reedições a Marantz (que já passou por vários donos) já não tinha as válvulas das versões dos 60's... Possivelmente estará aqui 1/3 da da diferença... Por outro lado, as cabeças/mãos responsáveis pelo projectos seriam outras... Mais um terço. O último terço seria porque aqueles amplificadores eram da Golden Age e as reedições não.
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Ago 26 2014, 17:28
Apresentei os Marantz apenas como um exemplo. Um exemplo positivo de um fabricante que foi inovador e impulsionou o audio, tendo um papel importante na Golden Era.
Se estivéssemos a falar do estado ridículo a que a indústria do audio chegou, a Marantz também seria um bom exemplo...
Palmas Membro AAP
Mensagens : 330 Data de inscrição : 27/05/2014 Idade : 58 Localização : Maia e Coimbra
Assunto: Re: The Golden Age Qua Ago 27 2014, 09:50
A golden age tinha algo que não há mais: fabrico corrente de todos os tipos de válvulas. Hoje é um drama para os fabricantes, não podem usar NOS, por não haver quantidades que garantam stock e preços decentes. Só um construtor muito pequeno (tipo Yamamoto) ou diy podem recorrer a esses tesouros. de resto estão quase limitados a 12AX7, 6922, KT88's 6H30pi (estas muito mais caras) e mais algumas, mas nunca como já foi. Creio que neste pequeno senão se perderam algumas capacidades de voltar a fzer uns tesouros. Também o custo de mão de obra levou a que muitas marcas deixassem de usar a montagem ponto-a-ponto para usar pcb's. No entanto face à variedade que se fabricava antes e a que se fabrica agora, provávelmente há maior percentagem de bons amps.
Apenas a minha vista sobre o tema
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: The Golden Age Qua Ago 27 2014, 12:30
Em todas as eras se fazem ou fizeram coisas boas. E há muito construtor recente que recorre ás técnicas e fabrico do antigamente, e lhe coloca o seu próprio saber e inovaçã. Uma mistura que provavelmente junta o melhor de todas as eras.
_________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince
If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...
The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Qua Ago 27 2014, 12:45
Palmas escreveu:
A golden age tinha algo que não há mais: fabrico corrente de todos os tipos de válvulas. Hoje é um drama para os fabricantes, não podem usar NOS, por não haver quantidades que garantam stock e preços decentes. Só um construtor muito pequeno (tipo Yamamoto) ou diy podem recorrer a esses tesouros. de resto estão quase limitados a 12AX7, 6922, KT88's 6H30pi (estas muito mais caras) e mais algumas, mas nunca como já foi.
Relativamente às válvulas, subsistem alguns fabricantes e tipos de válvulas em que suponho que as características serão as melhores que eles conseguem produzir... Mas e a fiabilidade das válvulas agora produzidas? A filosofia anterior na industria (em qualquer industria) era construir algo para durar durar... E a cultura atual segue mais o padrão "feito apenas para durar algum tempo para depois virem cá comprar mais"...
Palmas escreveu:
Também o custo de mão de obra levou a que muitas marcas deixassem de usar a montagem ponto-a-ponto para usar pcb's.
Mas não será a diferença entre as duas montagens marginal? (no osciloscópio e no som)
Foto do Marantz 9:
Revamp:
Palmas Membro AAP
Mensagens : 330 Data de inscrição : 27/05/2014 Idade : 58 Localização : Maia e Coimbra
Assunto: Re: The Golden Age Qua Ago 27 2014, 16:08
Digital Man escreveu:
Palmas escreveu:
A golden age tinha algo que não há mais: fabrico corrente de todos os tipos de válvulas. Hoje é um drama para os fabricantes, não podem usar NOS, por não haver quantidades que garantam stock e preços decentes. Só um construtor muito pequeno (tipo Yamamoto) ou diy podem recorrer a esses tesouros. de resto estão quase limitados a 12AX7, 6922, KT88's 6H30pi (estas muito mais caras) e mais algumas, mas nunca como já foi.
Relativamente às válvulas, subsistem alguns fabricantes e tipos de válvulas em que suponho que as características serão as melhores que eles conseguem produzir... Mas e a fiabilidade das válvulas agora produzidas? A filosofia anterior na industria (em qualquer industria) era construir algo para durar durar... E a cultura atual segue mais o padrão "feito apenas para durar algum tempo para depois virem cá comprar mais"...
Palmas escreveu:
Também o custo de mão de obra levou a que muitas marcas deixassem de usar a montagem ponto-a-ponto para usar pcb's.
Mas não será a diferença entre as duas montagens marginal? (no osciloscópio e no som)
Foto do Marantz 9:
Revamp:
A montagem ponto-a-ponto (como a que se pode ver no Marantz acima) é uma factor de longevidade dos aparelhos. As ligações são melhores, as soldaduras mais robustas e a arejamento dos componentes melhor. Isso com o tempo faz alguma diferença também no som.
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Qua Ago 27 2014, 16:20
Enquanto os Marantz 9 originais normalmente aparecem não muito longe dos 10K, já estes famosos monobolocos McIntosh MC30 (1954-1962) são mais acessíveis e aparecem normalmente por volta dos 2-5K, consoante o estado. Curiosamente, se recuarmos à década de 80, vendiam-se por 200-300. Não eram vintage e o pessoal estava hipnotizado pelo solid-state e pelos compact-discs...
Na década de 60 o mais popular terá sido o McIntosh 275 (1961-1970). Este modelo teve várias reedições, a primeira das quais terá sido a Commemorative Edition, em 1993, e a última a actual 50th Anniversary Limited Edition. As reedições não eram réplicas - têm sucessivas "optimizações"...
Creio que este era o original:
Palmas Membro AAP
Mensagens : 330 Data de inscrição : 27/05/2014 Idade : 58 Localização : Maia e Coimbra
Assunto: Re: The Golden Age Qua Ago 27 2014, 16:37
Digital Man escreveu:
Enquanto os Marantz 9 originais normalmente aparecem não muito longe dos 10K, já estes famosos monobolocos McIntosh MC30 (1954-1962) são mais acessíveis e aparecem normalmente por volta dos 2-5K, consoante o estado. Curiosamente, se recuarmos à década de 80, vendiam-se por 200-300. Não eram vintage e o pessoal estava hipnotizado pelo solid-state e pelos compact-discs...
Na década de 60 o mais popular terá sido o McIntosh 275 (1961-1970). Este modelo teve várias reedições, a primeira das quais terá sido a Commemorative Edition, em 1993, e a última a actual 50th Anniversary Limited Edition. As reedições não eram réplicas - têm sucessivas "optimizações"...
Creio que este era o original:
Lindos, mas o de cima é um monobloco e o de baixo (original?) stereo
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Qua Ago 27 2014, 16:38
Palmas escreveu:
A montagem ponto-a-ponto (como a que se pode ver no Marantz acima) é uma factor de longevidade dos aparelhos. As ligações são melhores, as soldaduras mais robustas e a arejamento dos componentes melhor. Isso com o tempo faz alguma diferença também no som.
Nos transístores é raro ver p2p. Acho que só vi uma vez um Pass DIY, que era um amplificador ultra-simples. Nos crossovers de colunas os PCB's também já foram adoptados pela maioria dos fabricantes... Nas válvulas é que vejo que ainda há muito ponto-a-ponto, ainda que em alguns casos misturam p2p com PCB's pequenos... Dois exemplos:
Psvane TC5
Primaluna Dialogue Premium
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Qua Ago 27 2014, 16:46
Palmas escreveu:
Digital Man escreveu:
Enquanto os Marantz 9 originais normalmente aparecem não muito longe dos 10K, já estes famosos monobolocos McIntosh MC30 (1954-1962) são mais acessíveis e aparecem normalmente por volta dos 2-5K, consoante o estado. Curiosamente, se recuarmos à década de 80, vendiam-se por 200-300. Não eram vintage e o pessoal estava hipnotizado pelo solid-state e pelos compact-discs...
Na década de 60 o mais popular terá sido o McIntosh 275 (1961-1970). Este modelo teve várias reedições, a primeira das quais terá sido a Commemorative Edition, em 1993, e a última a actual 50th Anniversary Limited Edition. As reedições não eram réplicas - têm sucessivas "optimizações"...
Creio que este era o original:
Lindos, mas o de cima é um monobloco e o de baixo (original?) stereo
Exato.
Monoblocos MC-30:
Citação :
ELECTRICAL: 30w. Response 20-30kHz (+0.1 -0.1dB). Distortion 0.5%. Noise & hum -90dB. Output impedance 4, 8, 16, and 600 ohms. 600 ohm balanced to ground. 4, 8 and 16 ohms isolated from ground. Damping factor 12 for 4, 8 and 16 ohms. Input impedance 500k. Input sensitivity 0.5V. Late versions supplied with variable damping control.
TUBES: 2-1614 output, 2-12AX7, 12AU7, 12BH7, 5U4.
275 Stereo:
Citação :
ELECTRICAL: 75w/ch stereo, 150w mono. Response 16-40kHz (+0 -0.1dB). Distortion 0.5%. Noise & hum -90dB. Output impedance 4, 8, 16, 67 and 600 ohms. 600 ohm center tap internally grounded. (2, 4, 8, 16 and 32 ohms in mono). Output voltages 25V (isolated), 70.7V (one side grounded) and 230V (center tap grounded). Internal impedance less than 10% of rated impedance. Input impedance 250k. Input sensitivity: 0.5V (in mono or twin amp). 2.0V in stereo.
The Citation II is a straightforward amplifier. It is similar to a solid-state amp by virtue of the fact that what you feed it is what you get. There’s no tube amp romanticizing; rather, it is analytical and ruthlessly revealing. Vocals are nicely defined with the instruments sharp and clear. Soundstage is both wide and deep. The Citation allows you to hear the fluctuations in the vocals to such a degree that it feels you are at a live concert in the comfort of your own home.
Harman Kardon A500, 1962-65? 25W, Valve complement: 4 x 12AX7, 1 x 12AU7, 4 x 7355
www.wardsweb.org/audio/HK.html escreveu:
One of the amp's attributes is long output tube life, since the 7355's are rated up to 500V on the plates and about 50 watts in P-P operation, while the A-500 operates them at only 360V and 25W.
Hoje a filosofia será mais do tipo "A especificação diz 500V?! Experimenta 550V!"
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Qui Ago 28 2014, 13:23
Sansui AU-111, 1965-1971 com 5 revisões 40W, Vacuum Tubes: 6L6GC x 4, 12AX7 x 5, 12BH7A x 2, 6AQ8 x 1
Em 1999 foi feita uma reedição, o SANSUI AU-111 vintage. http://audio-database.com/SANSUI/amp/au-111vintage1999-e.html Mantiveram o mesmo painel.
As reedições, por mais fieis ao esquema original têm sempre grandes diferenças, a começar pelos transformadores.
Este terá sido um dos últimos amplificadores lançado pela Sansui que se celebrou essencialmente nos anos 70 pela sua oferta a transístores. Voltaram portanto às origens... Talvez tenham descoberto que os amplificadores dos 90's eram esmagados pelo som do velhinho Au-111 de 65 que tinha ficado esquecido no armazém...
Mário Franco Membro AAP
Mensagens : 2494 Data de inscrição : 27/03/2013 Idade : 66
Assunto: Re: The Golden Age Qui Ago 28 2014, 15:16
O tema é interessante.
É importante reavivar este conceito.
Aqui ficam mais alguns aparelhos à laia de modesto contributo.
Mensagens : 608 Data de inscrição : 16/09/2011 Localização : Sintra
Assunto: Re: The Golden Age Qui Ago 28 2014, 21:08
Digital Man escreveu:
Sansui AU-111, 1965-1971 com 5 revisões 40W, Vacuum Tubes: 6L6GC x 4, 12AX7 x 5, 12BH7A x 2, 6AQ8 x 1
Em 1999 foi feita uma reedição, o SANSUI AU-111 vintage. http://audio-database.com/SANSUI/amp/au-111vintage1999-e.html Mantiveram o mesmo painel.
As reedições, por mais fieis ao esquema original têm sempre grandes diferenças, a começar pelos transformadores.
Este terá sido um dos últimos amplificadores lançado pela Sansui que se celebrou essencialmente nos anos 70 pela sua oferta a transístores. Voltaram portanto às origens... Talvez tenham descoberto que os amplificadores dos 90's eram esmagados pelo som do velhinho Au-111 de 65 que tinha ficado esquecido no armazém...
AU111, para mim o melhor amplif. vintage
chicosta Membro AAP
Mensagens : 1076 Data de inscrição : 25/02/2012 Idade : 54
Assunto: Re: The Golden Age Qui Ago 28 2014, 21:26
jpamplifiers escreveu:
Digital Man escreveu:
Sansui AU-111, 1965-1971 com 5 revisões 40W, Vacuum Tubes: 6L6GC x 4, 12AX7 x 5, 12BH7A x 2, 6AQ8 x 1
Em 1999 foi feita uma reedição, o SANSUI AU-111 vintage. http://audio-database.com/SANSUI/amp/au-111vintage1999-e.html Mantiveram o mesmo painel.
As reedições, por mais fieis ao esquema original têm sempre grandes diferenças, a começar pelos transformadores.
Este terá sido um dos últimos amplificadores lançado pela Sansui que se celebrou essencialmente nos anos 70 pela sua oferta a transístores. Voltaram portanto às origens... Talvez tenham descoberto que os amplificadores dos 90's eram esmagados pelo som do velhinho Au-111 de 65 que tinha ficado esquecido no armazém...
AU111, para mim o melhor amplif. vintage
Lá que de frente é lindo de morrer, É!!!! Acho que nunca ouvi nenhum Sansui...
nbunuel Membro AAP
Mensagens : 2485 Data de inscrição : 07/07/2010
Assunto: Re: The Golden Age Qui Ago 28 2014, 22:32
jpamplifiers escreveu:
Digital Man escreveu:
Sansui AU-111, 1965-1971 com 5 revisões 40W, Vacuum Tubes: 6L6GC x 4, 12AX7 x 5, 12BH7A x 2, 6AQ8 x 1
Em 1999 foi feita uma reedição, o SANSUI AU-111 vintage. http://audio-database.com/SANSUI/amp/au-111vintage1999-e.html Mantiveram o mesmo painel.
As reedições, por mais fieis ao esquema original têm sempre grandes diferenças, a começar pelos transformadores.
Este terá sido um dos últimos amplificadores lançado pela Sansui que se celebrou essencialmente nos anos 70 pela sua oferta a transístores. Voltaram portanto às origens... Talvez tenham descoberto que os amplificadores dos 90's eram esmagados pelo som do velhinho Au-111 de 65 que tinha ficado esquecido no armazém...
AU111, para mim o melhor amplif. vintage
De acordo, bem como o seu mano mais pequeno, AU 70, com a devida ressalva da potência, claro está! [img][/img]
jose.ribeiro Membro AAP
Mensagens : 701 Data de inscrição : 06/12/2012 Idade : 43 Localização : Gondomar
Assunto: Re: The Golden Age Sex Ago 29 2014, 12:42
Post muito interessante. Obrigado Digital Man. Vou-me colar, porque nesta area apenas aprendo.
Abraços!
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Sex Ago 29 2014, 18:13
A Revox teve este brinquedo... Revox A40, 1961-65 - Seria o primeiro amplificador com opção Tape Monitor? 10W apenas, mas deviam ser bons watts... Quanto ao design, os suíços são bons a desenhar relógios e os alemães bons a contratar designers italianos...
Construção menos usual:
Apenas por curiosidade, na década de 70 (já fora da Golden age), o Revox A-78 (solid-state) teve muitos fãs. Fazia conjunto com a conhecida fita A-77 e tuner A-76. Reza a lenda que os três eram bons rapazes... O design melhorou bastante.
Aqui todos juntos.
Aqui só o o A-78.
A-78 MKII
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Sex Ago 29 2014, 18:46
A Pioneer já cá anda desde 1938! Durante tanto tempo é normal ter tido muitos altos e baixos. Não foi há muitos anos que faziam os melhores plasmas do mundo... (outra tecnologia em via de extinção).
Este amplificador tinha o aspecto igual a um amplificador muito elegante da actualidade. Estava muito à frente do tempo!
No entanto, lá por dentro está algo completamente diferente...
Nem precisava de "capota":
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Sáb Ago 30 2014, 16:39
Como não poderia deixar de ser, o superlativo fabricante de colunas Altec Lansing também deu cartas nesta área.
A Altec Lansing era a empresa resultante da compra pela Altec da empresa Lansing em 1941, de James Bullough Lansing, devido à sua tecnologia para colunas. 5 anos depois Lansing sairia da Altec Lansing para criar a James B. Lansing Sound, que depois passou a ser apenas JBL.
Assunto: Re: The Golden Age Sáb Ago 30 2014, 18:16
A LEAK foi fundada em 1934 por Harold Joseph Leak e foi vendida em 1969, fechando no final dos 70's. Na década de 50 e 60 deram um fabuloso contributo à Golden Age.
LEAK TL/25 PLUS, 1958 - Mais belo do que isto... EF86 ECC81 2xEL34 GZ34
LEAK Stereo 20, 1958 3xECC83 4xEL84 GZ34
LEAK Stereo 50, 1958 3xECC83 3xEL34 GZ34
LEAK Stereo 60, 1963 3xECC83 4xEL34 GZ34
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Sáb Ago 30 2014, 21:32
A Quad Electroacustics remonta a 1936, Londres, embora a empresa só tenha adoptado esse nome em 1983, o qual já tinha sido usado em linhas de produtos. Em 1957 lançaram no mercado a primeira coluna electrostática full-range! Continuaram a desenvolver e comercializar essas colunas até hoje. Por volta dessa altura lançaram o amplificador The Quad II. Na altura a empresa chamava-se Acoustical Manufacturing.
Acoustical Manufacturing The Quad II, 1957? (monoblocos) 2xEF86 2xKT66 GZ32
Este amplificador foi revisitado pela Quad por volta de 2005, agora com o nome Quad II Classic:
Quem também lançou um power inspirado no Quad II original foi a Leben, o power stereo CS-660P:
One of Mr.Hyodo's favourite KT66 based power amplifiers is the QUAD II, (The QUAD II has recently been re-launched due to the demand from audiophiles).
M Hyodo has now decided to design a new power amplifier using the same KT66 tube but incorporating high-end audio grade components, far superior to those used in the original QUAD design.
A versão original também é cobiçada para restauros/restyling/DIY. Esta interpretação de John Howes chamou-me a atenção:
http://www.audiojumble.co.uk/ModifiedQuads.htm
Ou seja, tornaram-se objectos de culto, o que não surpreende dado que foram feitos na Golden Age.
João da Bernarda Membro AAP
Mensagens : 346 Data de inscrição : 13/11/2012 Idade : 50 Localização : Lisboa
Assunto: Re: The Golden Age Dom Ago 31 2014, 13:10
Respondendo ao titulo do posts penso que um fator importante, se não mesmo determinante para esse dito som Golden Age como descrito acima tem a ver com o facto de os materiais utilizados na época serem de qualidade superior. Coisas que poderiam ter a ver com o ferro utilizado nos núcleos dos transformadores, até a saturação magnética dos núcleos de alimentação ser mais baixa, condensadores de papel e óleo, resistências de carbono , soldadura ponto a ponto etc etc... coisa que hoje não são para todos quer pelo custo quer pela mão de obra. Abram um JPAUDIO ao pé de um Dynavox e verão algumas destas diferenças. Cumprimentos João
Última edição por João da Bernarda em Dom Ago 31 2014, 16:12, editado 3 vez(es)
João da Bernarda Membro AAP
Mensagens : 346 Data de inscrição : 13/11/2012 Idade : 50 Localização : Lisboa
Assunto: Re: The Golden Age Dom Ago 31 2014, 13:10
Respondendo ao titulo do posts penso que um fator importante, se não mesmo determinante para esse dito som Golden Age como descrito acima tem a ver com o facto de os materiais utilizados na época serem de qualidade superior. Coisas que poderiam ter a ver com o ferro utilizado nos núcleos dos transformadores, até a saturação magnética dos núcleos de alimentação ser mais baixa, condensadores de papel e óleo, resistências de carbono , soldadura ponto a ponto etc etc... coisa que hoje não são para todos quer pelo custo quer pela mão de obra. Abram um JPAUDIO ao pé de um Dynavox e verão algumas destas diferenças. Cumprimentos João
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: The Golden Age Dom Ago 31 2014, 18:02
M Hyodo has now decided to design a new power amplifier using the same KT66 tube but incorporating high-end audio grade components, far superior to those used in the original QUAD design. Recentemente o Sr Hyodo decidiu de desenhar um amplificador de potência utilisando as vàlvulas KT66, mas incorporando componentes audio de topo, muito superiores aos utilisados no circuito QUAD de origem...
...
João da Bernarda escreveu:
... penso que um fator importante, se não mesmo determinante para esse dito som Golden Age como descrito acima tem a ver com o facto de os materiais utilizados na época serem de qualidade superior. ... Cumprimentos João
Amigo João,
parece-me haver discordância entre o seu ponto de vista e o que exprime o Sr Hyodo, e neste caso particular inclino-me para o lado japonês!... pois admito e respeito que se possa preferir um componente antigo, qualquer que seja, pelo som que induz (ou pode induzir) no resultado final, mas trata-se de subjectividade e não de objectividade, ou seja, "não se trata de "qualidade" mas de "preferência"!!!...
Visto que faz amplificadores, sabe então que nucleos modernos orientados em ferro de qualidade Hi-B ou Metalimphy, sem falar de chapas em niquel/cobalto, Permalloy, Super Permalloy ou Amorfas, permitem construir transformadores com menos distorsão, mais banda e menos erro de fase que um transformador antigo, sem falar das geometrias em C, duplo C, O ring ou toroidais, que possibilitam desempenhos superiores às geometrias EI da época quando bem utilisadas... a mesma coisa poderia ser dita para os condensadores quimicos actuais, com menos resistência série e maior longevidade, para os condensadores téflon, polypropiléno, policarbonato autocicatrisantes, com resistência série infima, grande rapidez de descarga, precisão no tempo e alta fiabilidade!... de mesmo para as resistências em substrato vidro da Moshave, em metal ou bobinadas em substrato carbono como as Welwynn, etc, etc...
Penso verdadeiramente, que as matérias primas de hoje são superiores!... e se os transformadores não são bons, é que o bobinador não conheçe o trabalho dele... mas não é a culpa dos ingredientes. Que voçê prefira uma resistência Allen Bradley em carbono (grande desvio no tempo), ou condensadores da Western Electric a oléo (grande desvio temporal), pois o som lhe agrada tudo bem!!!... mas dizer que são superiores aos componentes audio modernos, é outra coisa...
Trocaria um Tamura a nucleo amorfo, pelos Partridge de um Leak???... não creio!
Até+
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Dom Ago 31 2014, 19:49
A Dynaco, fundada em 1955 por David Hafler deu um bom contributo para a Golden Age com amplificadores/kits com excelente relação preço/qualidade (hi-fi 'económico'). Muitos desses projetos ainda hoje são apreciados, preservando essencialmente o desenho original.
Dynaco Mark II Power Amp Mono (50W) 1955 Dynaco PAM-1 Preamp Mono 1957 Dynaco Mark III Power Amp Mono (60W) 1957 Dynaco Stereo 70 Power Amp Stereo (35WPC) 1959 Dynaco PAS-2 Preamp Stereo 1960 Dynaco Mark IV Power Amp Mono (40W) 1960 Dynaco Stereo 35 Power Amp Stereo (17W) 1963 Dynaco SCA-35 Integrated Amp Stereo(17W) 1964 Dynaco PAS-3X Preamp Stereo 1966
Dynaco ST-70, 1959 35W, EL-34 (4), 7199 (2), GZ-34/5AR4 http://www.thehistoryofrecording.com/Manuals/DynaCo/Dynakit_ST70.pdf Disponível também como kit, foi vendido durante décadas, incluindo muitas novas companhias especializadas, estimando-se que tenham sido produzidos mais de 300.000 (incluindo kits e montados na fábrica). Aspeto da versão original:
Exemplos de kits mais recentes:
Já agora um elegante clone:
Dynaco Mark III, 1957 60w mono, KT88/6550 (2), 6AN8, GZ-34/5AR4 http://www.the-planet.org/dynaco/Amplifier/Mark%20III.pdf http://www.thehistoryofrecording.com/Manuals/DynaCo/Dynakit_Mark_III_Manual.pdf
Revisitas recentes do Mark III, nem sempre mantendo o layout original:
João da Bernarda Membro AAP
Mensagens : 346 Data de inscrição : 13/11/2012 Idade : 50 Localização : Lisboa
Assunto: Re: The Golden Age Dom Ago 31 2014, 23:43
Caro TD124 Não se trata de discordância mas sim de diferentes conceitos de qualidade. Para mim a qualidade num componente tem toda a ver com a função e não com o facto de durar 100 000horas de trabalho ou ter um desvio padrão de produção de 0,0X% a custos muito mais baixos. Na minha opinião "no antigamente" usava-se óleo nas fontes como um Ongaku, não eram BlackGates mas eram SPRAGES, MALLORYS ou outros. O fio era ponto a ponto como no ONGAKU, ok, não era prata , era cobre. As resistências eram de carbono, não eram de metal ranhoso. Hoje uma das resistências mais caras do mercado são as afamadas Duelundt que não são nem mais nem menos que uma mina de lapiseira (compósito de carbono) dentro de um tubo. Há quem lhe chame as resistências Faber Castlle, já as fiz DIY e também tenho Duelundts em casa...mesmo assim hoje temos outras resistências como as de tantalum que poderão ser melhor opção em certas funções. As válvulas eram muito melhores, basta ouvi-las, e não me digam que as novas KT cento e muito são as melhores porque se o dizem é porque nunca ouviram umas GE ou GOLD LYON KT88 originais(já as ouvi). Basta ver os preços NOS,,, é proibitivo. As NOS que me chegaram ás mãos vendi-as e fiquei contente com o dinheiro. Os condensadores de acoplamento PIO da Jensen são os que mais se aproximam dos NOS não sabendo mesmo se são produzidos como eram à 60 anos. Condensadores de plástico não gosto,,, ok podem ter mais de 1000volts de isolamento dielétrico, selfhealing mas para mim não servem se não para compensação de energia reactiva de balastros de lâmpadas florescentes (que exagero o teflon não é assim tão mau..) . Recentemente começaram-se a produzir Partridge´s em quantidades muito limitadas a preços astronómicos. É claro que o preço só por si não dita a qualidade mas têm mercado hoje a preços superiores aos Tamura, mas quanto a isso só ouvindo. Claro que os condensadores eletroliticos de óleo secam passado uns anos, as resistências de compósito de carbono "medem" ruído, os condensadores de PIO avariam (já substitui carradas deles em amplificadores por novos) mas o resultado final com o melhor instrumento de medição de som do universo, que é o nosso ouvido, dita que a medição feita pelos instrumentos elétricos feitos pelo homem é meramente parcial e insuficiente daí eu achar que a harmonização de um amplificador feita pela escolha de materiais é tão importante como outros fatores como circuito e o resultado desses amps vintage era bem mais feliz que os amplificadores de baixa e media gama de hoje como consequência dos materiais utilizados. Como exemplo da insuficiente capacidade de se medir o rendimento de um condensador de acoplamento como componente chave dum amplificador é: como é que dois condensadores, um de plástico outro de papel e óleo medem igual até mais de 200khz e mesmo assim fazem tanta diferença quando ouvidos? Quanto aos críticos que dizem que os novos Mundrox XPTO são o suprasumo da barbatana é um efeito colateral de uma industria que move milhões que na minha opinião chega mesmo a ser mafiosa e aí entra novamente o ouvido para avaliar o que os outros dizem. Abraço João
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: The Golden Age Seg Set 01 2014, 10:16
João da Bernarda escreveu:
Caro TD124 Não se trata de discordância mas sim de diferentes conceitos de qualidade. ... João
Amigo João,
isso é uma maneira de andar às voltas, e de praticar um Audio partisão e fechado no meu ponto de vista... Como disse à poucos dias em relação aos giras discos, o grande problema dos anos noventa foi de ter baralhado tudo, e de conduzir às tribus dos Vintage, Tecnologicos, Subjectivistas ou Objectivistas... o que conduz a uma visão parcial da Alta-fidelidade e que não a projecta no futuro, mas sim no passado!!!...
Hoje ouve-se dogmas do tipo "O SE soa melhor que o Push-Pull", "As cornetas são superiores aos electrodinamicos", "Os triodos são superiores aos tétrodos e pentodos", "Os verdadeiros Porsches são a arrefecimento a ar", "A arquitectura antiga é melhor que a moderna", e "as unicas màquinas capazes de fazer um grande café são as velhas italianas a pistão" (concordo com a ultima... )
Copiar os aparelhos antigos, a qualquer nivel que seja, é andar para tràs e não fazer homenagem à unica coisa que era boa nesse tempo, que era o génio individual. Um McIntosh MC275 é uma catedral de complexidade e astucia, um Quad II é uma maravilha de simplicidade e eficiência e um Marantz 7B um manifesto do equilibrio subjectivo...
O segredo deles està no circuito como sempre, ou seja nos homens..., e os componentes modificam certos aspectos do som, mas não o equilibrio global quando são de qualidade, pois um MC275 continua a ser tão "fantàsticamente dinâmico", com componentes antigos ou modernos!... pois é o seu circuito acoplado ao funcionamento em classe B que impoem essa qualidade sonora particular!
Então, o futuro do Audio não passa pela técnica "de fazer do novo com o velho" como 95% do DIY, mas de fazer verdadeiramente coisas novas como em 5% do DIY ou das marcas existentes!... se queremos verdadeiramente ver o Audio progredir, como progrediu no começo da sua historia... e os novos componentes podem ajudar nesse caminho...
Evidentemente hà bons e maus!!!... mas isso sempre existiu e existirà...
Até+
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Seg Set 01 2014, 16:34
João da Bernarda escreveu:
As válvulas eram muito melhores, basta ouvi-las, e não me digam que as novas KT cento e muito são as melhores porque se o dizem é porque nunca ouviram umas GE ou GOLD LYON KT88 originais(já as ouvi).
A evolução tecnológica é boa e foi estrondosa em certas áreas, nos últimos 50 anos. Basta ver o exemplo das telecomunicações. No entanto, há muitas áreas industriais em que não houve evolução tecnológica para além da estritamente necessária para reduzir os custos de produção em prol da competitividade e, em alguns casos, essa redução teve um impacto negativo na qualidade e/ou fiabilidade e tempo de vida útil do produto. Creio que os amplificadores a válvulas e as máquinas de café enquadram-se nesta categoria. A funcionalidade de ambos continua a ser essencialmente a mesma, mas há diferenças na tecnologia que levam a resultados diferentes.
Numa das empresas que trabalhei ainda na década de 90 havia uma máquina automática de café vintage, enorme, feia, e pesada em que o contador interno já tinha há muito passado 1 milhão de cafés. O que mais me surpreendia naquela máquina é que ano após ano o café saia sempre igual. A empresa cresceu e foi necessário comprar uma máquina para outra ala e optou-se por uma máquina italiana conceituada e um modelo de topo, preparado para utilização intensiva. Tinha menos de 1/4 do tamanho da máquina vintage, embora fosse metálica, tinha muitas peças em plástico e uma pessoa sozinha conseguia pegar nela. No início era boa, mas, e apesar de ter manutenção ao fim de uns meses o café já não era tão bom. O mais estranho é que avariava todos os anos. Acabou por ser substituída por uma modelo muito mais recente, com LCD, em que sem exagero, 90% das peças deveriam ser de plástico incluindo as mecânicas. Avariava duas vezes por ano, o café só foi bom no primeiro mês... Evolução?!
Tenho um amigo que trabalha na industria dos moldes que me diz que já vai longe o tempo em que a fábrica estabelecia como objetivo a qualidade de utilização nos seus vários ângulos. O objetivo é essencialmente reduzir os custos de produção dentro de um objetivo visual, sem sacrificar a funcionalidade. Hoje impera a lógica "mínima espessura desde que não parta" e ainda "se pode ser feito em plástico, esquece o metal". É barato e funciona mas não está concebido para ser excelente nem para durar. A garrafa de coca-cola de 1.5L já não está concebida para ser facilmente manuseável quando está meia-vazia. Está concebida para ser barata - se custa a segurar quando tem mais ar do que liquido, é irrelevante porque os ganhos no processo de fabrico (e até para o ambiente) são grandes e as pessoas "engolem bem" essa pequena perda de qualidade.
A tónica cultural em muitas áreas da industria não é a excelência mas a competitividade a curto-prazo. Toda a política de gestão e prémios, desde a coca-cola ao fabricante de electrónica está focada na vertente financeira imediata. Muitas das avarias que se verificaram na década de 90 no ramo automóvel foram provocadas por falhas electrónicas às quais as marcas eram em parte alheias porque os componentes eram fornecidos por terceiros. Mas esses fornecedores competem entre si e se podem usar componentes chineses baratos e baixar assim o preço do produto, conseguindo assim concretizar o negócio e manter-se no negócio. será esse o único caminho. Pelo menos até a marca cliente começar a pôr o contrato em cheque.
Em algumas áreas em que a tecnologia está estagnada temos efectivamente piores equipamentos no presente devido essencialmente a dois motivos: materiais e o processo de fabrico. Em qualquer dos casos o fator chave é o custo:
- Quanto aos materiais, o preço de muitas matérias primas, incluindo os metais, disparou de tal forma ao longo das décadas que torna inviável a sua utilização na quantidade maciça que era usada na maioria dos produtos. Um máquina de café para uma empresa com 100kg de metal?! Esqueçam! Mas a própria liga e qualidade das peças que moem o café eram incomparavelmente melhores. Tive o prazer de conhecer um senhor que trabalhou há muitos anos na siderurgia alemã e segundo ele chegavam a existir diferenças de quase uma ordem no preço do produto final consoante as ligas e o tratamento dado, de acordo com cada cliente (e aquilo que estavam dispostos a pagar).
- Os problemas no fabrico diferenciam-se em dois tipos: qualidade de fabrico e testes de tolerância. Antigamente apostava-se mais no processo de fabrico desenvolvendo maquinaria muito cara e sofisticada que produzia peças de elevadíssima qualidade. Hoje investe-se essencialmente na automatização e redução de custo incluindo do equipamento de fabrico! Compensa-se a limitação do hardware com processos de qualidade parametrizáveis que realimentam o circuito com as peças excessivamente defeituosas e segmentam as peças boas por qualidade...
Ou seja, apesar do excelente progresso de que beneficiamos hoje, há algumas áreas onde há atalhos e concessões à qualidade porque a competitividade necessária para sobreviver num mundo globalizado assim o obriga. Os fabricantes não têm alternativa!
O caso as válvulas encaixa-se nesta grupo. Além dos aspetos referidos, passou-se de uma situação de profundo R&D e produção em grande escala para um mercado de nicho. Segundo o que leio (dado que a minha experiência tem uma amostra não representativa) não é só a taxa de falha das novas válvulas que é maior, a curto e longo prazo - é um problema de inconsistência e desempenho em medidas como a transconduntância e ruído.
As válvulas de outrora eram concebidas e fabricadas pela nata da indústria - as empresas que lideraram a maioria das investigações científicas/tecnológicas que nos permitiram chegar até onde estamos hoje. E não foi só na Europa - até nos EUA. Veja-se o caso da RCA, que nasceu por volta de 1919 pelas mãos da GE e do governo para incorporar a tecnologia da Marconi americana. Foram inovadores e líderes na tecnologia para transmissão de radio, televisão, incluindo o NTSC, computadores (na decada de 60 eram uma das maiores empresas), microscópio electrónico, tecnologia CMOS, o famoso LCD, etc. Tiveram um papel preponderante em muitas das tecnologias que nos rodeiam hoje. Ah! E faziam válvulas, onde também inovaram:
http://en.wikipedia.org/wiki/RCA escreveu:
RCA was a major producer of vacuum tubes (branded Radiotron) in the US, creating a series of innovative products ranging from octal base metal tubes co-developed with General Electric before WWII to the transistor-sized Nuvistor used in the tuners of the New Vista series of TV sets. The Nuvistor tubes were a last hurrah for vacuum tubes, and were meant to compete with the newly introduced transistor.
Quem faz agora as válvulas? Serão empresas "vão-de-escada" que usam materiais económicos e máquinas atabalhoadas feitas com componentes chineses?
Por outro lado essas válvulas NOS também parecem ter panos para mangas... São efetivamente virgens ou estão à beira do fim? Foram guardadas sem humidade que promovesse corrosão? Comprando um conjunto emparelhado medem e soam de forma igual? Por fim, o preço de alguns modelos é "pornográfico"!
TD124 escreveu:
se queremos verdadeiramente ver o Audio progredir, como progrediu no começo da sua historia... e os novos componentes podem ajudar nesse caminho...
Não será fácil porque a maior parte da industria audio está mais focada na facilidade de utilização, acesso a conteúdos, consumo energético, entre outros aspetos, do que na fidelidade de reprodução. Nesta última área há cada vez um número mais reduzido de fabricantes a apostar. Sem grande R&D e empresas tecnológicas de topo a liderar o processo, estaremos condenados a não sair da mesma pista do disco e continuar com pequenas optimizações dos esquemáticos antigos.
Ainda assim, acho que é de louvar terem aparecido as KT120 e as mais recentes KT150 que parecem vir limar as arestas das primeiras e podem tornar-se uma séria alternativa às KT88/6550 de produção actual, se conseguirem elevar a fasquia de qualidade e aproximar-se das válvulas da Golden Age... Acho meritório o simples facto de tentarem inovar nesta área. Neste momento, suponho que a única forma de comprar um quarteto com segurança é comprá-las emparelhadas por um lojista que teste os vários parâmetros críticos - não só o ganho mas outros parâmetros importantes. E, já agora, que as deixe a funcionar algumas horas durante o teste. Caso contrário pode ser atirar o dinheiro à rua...
Uma ideia positiva para fechar: A Golden Age foi em 1950/60, mas concordo que é possível recria-la no presente, ou ir até um pouco mais longe, com reverse engineering, misturando componentes que agora são melhores com outros que na altura eram melhores, etc.
Na realidade, acredito que a golden age vai regressar em breve, com o fulgor do passado, mas vai utilizar a mesma tecnologia (com aperfeiçoamentos e adaptações), ou seja:
- gira-discos + amplificador a válvulas!
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: The Golden Age Seg Set 01 2014, 20:42
Digital Man escreveu:
João da Bernarda escreveu:
As válvulas eram muito melhores, basta ouvi-las, e não me digam que as novas KT cento e muito são as melhores porque se o dizem é porque nunca ouviram umas GE ou GOLD LYON KT88 originais(já as ouvi).
A evolução tecnológica é boa e foi estrondosa em certas áreas, nos últimos 50 anos. Basta ver o exemplo das telecomunicações. No entanto, há muitas áreas industriais em que não houve evolução tecnológica para além da estritamente necessária para reduzir os custos de produção em prol da competitividade e, em alguns casos, essa redução teve um impacto negativo na qualidade e/ou fiabilidade e tempo de vida útil do produto. Creio que os amplificadores a válvulas e as máquinas de café enquadram-se nesta categoria. A funcionalidade de ambos continua a ser essencialmente a mesma, mas há diferenças na tecnologia que levam a resultados diferentes.
Numa das empresas que trabalhei ainda na década de 90 havia uma máquina automática de café vintage, enorme, feia, e pesada em que o contador interno já tinha há muito passado 1 milhão de cafés. O que mais me surpreendia naquela máquina é que ano após ano o café saia sempre igual. A empresa cresceu e foi necessário comprar uma máquina para outra ala e optou-se por uma máquina italiana conceituada e um modelo de topo, preparado para utilização intensiva. Tinha menos de 1/4 do tamanho da máquina vintage, embora fosse metálica, tinha muitas peças em plástico e uma pessoa sozinha conseguia pegar nela. No início era boa, mas, e apesar de ter manutenção ao fim de uns meses o café já não era tão bom. O mais estranho é que avariava todos os anos. Acabou por ser substituída por uma modelo muito mais recente, com LCD, em que sem exagero, 90% das peças deveriam ser de plástico incluindo as mecânicas. Avariava duas vezes por ano, o café só foi bom no primeiro mês... Evolução?!
Tenho um amigo que trabalha na industria dos moldes que me diz que já vai longe o tempo em que a fábrica estabelecia como objetivo a qualidade de utilização nos seus vários ângulos. O objetivo é essencialmente reduzir os custos de produção dentro de um objetivo visual, sem sacrificar a funcionalidade. Hoje impera a lógica "mínima espessura desde que não parta" e ainda "se pode ser feito em plástico, esquece o metal". É barato e funciona mas não está concebido para ser excelente nem para durar. A garrafa de coca-cola de 1.5L já não está concebida para ser facilmente manuseável quando está meia-vazia. Está concebida para ser barata - se custa a segurar quando tem mais ar do que liquido, é irrelevante porque os ganhos no processo de fabrico (e até para o ambiente) são grandes e as pessoas "engolem bem" essa pequena perda de qualidade.
A tónica cultural em muitas áreas da industria não é a excelência mas a competitividade a curto-prazo. Toda a política de gestão e prémios, desde a coca-cola ao fabricante de electrónica está focada na vertente financeira imediata. Muitas das avarias que se verificaram na década de 90 no ramo automóvel foram provocadas por falhas electrónicas às quais as marcas eram em parte alheias porque os componentes eram fornecidos por terceiros. Mas esses fornecedores competem entre si e se podem usar componentes chineses baratos e baixar assim o preço do produto, conseguindo assim concretizar o negócio e manter-se no negócio. será esse o único caminho. Pelo menos até a marca cliente começar a pôr o contrato em cheque.
Em algumas áreas em que a tecnologia está estagnada temos efectivamente piores equipamentos no presente devido essencialmente a dois motivos: materiais e o processo de fabrico. Em qualquer dos casos o fator chave é o custo:
- Quanto aos materiais, o preço de muitas matérias primas, incluindo os metais, disparou de tal forma ao longo das décadas que torna inviável a sua utilização na quantidade maciça que era usada na maioria dos produtos. Um máquina de café para uma empresa com 100kg de metal?! Esqueçam! Mas a própria liga e qualidade das peças que moem o café eram incomparavelmente melhores. Tive o prazer de conhecer um senhor que trabalhou há muitos anos na siderurgia alemã e segundo ele chegavam a existir diferenças de quase uma ordem no preço do produto final consoante as ligas e o tratamento dado, de acordo com cada cliente (e aquilo que estavam dispostos a pagar).
- Os problemas no fabrico diferenciam-se em dois tipos: qualidade de fabrico e testes de tolerância. Antigamente apostava-se mais no processo de fabrico desenvolvendo maquinaria muito cara e sofisticada que produzia peças de elevadíssima qualidade. Hoje investe-se essencialmente na automatização e redução de custo incluindo do equipamento de fabrico! Compensa-se a limitação do hardware com processos de qualidade parametrizáveis que realimentam o circuito com as peças excessivamente defeituosas e segmentam as peças boas por qualidade...
Ou seja, apesar do excelente progresso de que beneficiamos hoje, há algumas áreas onde há atalhos e concessões à qualidade porque a competitividade necessária para sobreviver num mundo globalizado assim o obriga. Os fabricantes não têm alternativa!
O caso as válvulas encaixa-se nesta grupo. Além dos aspetos referidos, passou-se de uma situação de profundo R&D e produção em grande escala para um mercado de nicho. Segundo o que leio (dado que a minha experiência tem uma amostra não representativa) não é só a taxa de falha das novas válvulas que é maior, a curto e longo prazo - é um problema de inconsistência e desempenho em medidas como a transconduntância e ruído.
As válvulas de outrora eram concebidas e fabricadas pela nata da indústria - as empresas que lideraram a maioria das investigações científicas/tecnológicas que nos permitiram chegar até onde estamos hoje. E não foi só na Europa - até nos EUA. Veja-se o caso da RCA, que nasceu por volta de 1919 pelas mãos da GE e do governo para incorporar a tecnologia da Marconi americana. Foram inovadores e líderes na tecnologia para transmissão de radio, televisão, incluindo o NTSC, computadores (na decada de 60 eram uma das maiores empresas), microscópio electrónico, tecnologia CMOS, o famoso LCD, etc. Tiveram um papel preponderante em muitas das tecnologias que nos rodeiam hoje. Ah! E faziam válvulas, onde também inovaram:
http://en.wikipedia.org/wiki/RCA escreveu:
RCA was a major producer of vacuum tubes (branded Radiotron) in the US, creating a series of innovative products ranging from octal base metal tubes co-developed with General Electric before WWII to the transistor-sized Nuvistor used in the tuners of the New Vista series of TV sets. The Nuvistor tubes were a last hurrah for vacuum tubes, and were meant to compete with the newly introduced transistor.
Quem faz agora as válvulas? Serão empresas "vão-de-escada" que usam materiais económicos e máquinas atabalhoadas feitas com componentes chineses?
Por outro lado essas válvulas NOS também parecem ter panos para mangas... São efetivamente virgens ou estão à beira do fim? Foram guardadas sem humidade que promovesse corrosão? Comprando um conjunto emparelhado medem e soam de forma igual? Por fim, o preço de alguns modelos é "pornográfico"!
TD124 escreveu:
se queremos verdadeiramente ver o Audio progredir, como progrediu no começo da sua historia... e os novos componentes podem ajudar nesse caminho...
Não será fácil porque a maior parte da industria audio está mais focada na facilidade de utilização, acesso a conteúdos, consumo energético, entre outros aspetos, do que na fidelidade de reprodução. Nesta última área há cada vez um número mais reduzido de fabricantes a apostar. Sem grande R&D e empresas tecnológicas de topo a liderar o processo, estaremos condenados a não sair da mesma pista do disco e continuar com pequenas optimizações dos esquemáticos antigos.
Ainda assim, acho que é de louvar terem aparecido as KT120 e as mais recentes KT150 que parecem vir limar as arestas das primeiras e podem tornar-se uma séria alternativa às KT88/6550 de produção actual, se conseguirem elevar a fasquia de qualidade e aproximar-se das válvulas da Golden Age... Acho meritório o simples facto de tentarem inovar nesta área. Neste momento, suponho que a única forma de comprar um quarteto com segurança é comprá-las emparelhadas por um lojista que teste os vários parâmetros críticos - não só o ganho mas outros parâmetros importantes. E, já agora, que as deixe a funcionar algumas horas durante o teste. Caso contrário pode ser atirar o dinheiro à rua...
Uma ideia positiva para fechar: A Golden Age foi em 1950/60, mas concordo que é possível recria-la no presente, ou ir até um pouco mais longe, com reverse engineering, misturando componentes que agora são melhores com outros que na altura eram melhores, etc.
Na realidade, acredito que a golden age vai regressar em breve, com o fulgor do passado, mas vai utilizar a mesma tecnologia (com aperfeiçoamentos e adaptações), ou seja:
- gira-discos + amplificador a válvulas!
Li atentamente todo o teu pensamento, e quero desde já agradecer o trabalho que tivestes neste resumo que, num ponto geral me parece bastante acertado. Como sempre, as coisas a analisar não são simples nem lineares. Muitas coisas evoluíram, outras regrediram apesar da evolução aparente. Quem (como eu) estava habituado a fazer viagens de 3000Km nos anos 70/80 nos carros da altura, sabe que eram necessários 15l aos 100km para uma velocidade máxima de 170Km/h e que o conforto era zero. As coisas mudaram e há uns anos atrás começo-se a viajar a 200Km/h com um consumo de 8l e em grande conforto. Mas há alguns (poucos) anos a esta parte, a industria passou a fazer aquilo que alguns mecânicos chamam de "motores de plástico". Resumindo, tudo é caro e nada dura nada.
E ai nascem as perguntas que para mim me parece pertinentes. Qual a altura em que a evolução deixa de ser possível? Qual a altura em que a evolução começou a estar ao serviço de uma qualquer ideologia (puramente comercial ou farsa ecológica, ou tendência tecnológica)?
Tal como nas gravações musicais em que o auge do possível e verdadeiramente belo foram atingidos nos anos 60 e nada mais foi acrescentado, penso que nos aparelhos que fazem as nossas delicias, também a tecnologia nem sempre foi no sentido da progressão ou fidelidade, mas de outros interesses (claro que não se pode generalizar).
Felizmente para todos nos, tanto no "antigamente" como hoje se fazem coisas boas, e quero acreditar que ainda se irão fazer mais coisas boas no futuro. A ver vamos.
_________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince
If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...
The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Seg Set 01 2014, 22:28
Para fechar com chave de ouro esta incursão pela Golden Age, a Western Electric foi outro gigante com um papel importante na ciência e tecnologia, e esteve presente na Golden Age (embora não fosse esse o seu core business) até porque faziam válvulas... Além de amplificadores também andaram nas colunas - boas unidades de compressão...
A empresa foi iniciada no século XIX... Teve joint ventures com empresas japonesas, como a Nippon Electric, chegou a ser dona da Nec. Em 66 a empresa era um dos maiores empregadores dos EUA com mais de 15 fábricas que produziam equipamento de comunicações, electrónica e até militar. Inúmeras inovações tecnológicas de vários tipos. Só para dar uma ideia do que estamos a falar:
In 1960, NASA awarded Western Electric a contract worth over $33,000,000 for engineering and construction of a tracking system for the Project Mercury program.
Algum equipamento com 50 a 80 anos da Western Electric (pessoal mais sensível é melhor sentar-se... )
WE 91-A Por volta de 1929.. Os "saleiros" são válvulas disfarçadas...
Sophia Electric Model 91-01 300B SET Amplifiers, baseados no WE 91-A. Uns 91-A originais vale à volta de $50,000 em HK, enquanto estes Sophia custam apenas $4.000 e têm um som parecido.
Shindo Laboratory, "Western electric 300B Single limited", 8W
WE 43A, 1929, 4x211
WE 59B, 1930, 2x262A 2x252A 2x253A
WE Model 41-42-43, 1935 - 205D PP + 211E PP
WE 118A, 1940, 2x6J7 4x6L6 5Z3
WE 124C, 1947, 2x (6J7 or 348A), 2x (6L6 or 350B), 5U4G or 274B
A WE é triplamente cobiçada: - as válvulas - usadas em muitos projetos comerciais e caseiros - os circuitos - usados em muitos projetos comerciais e caseiros (naturalmente com algumas nuances) - o equipamento que atinge preços muito elevados, principalmente ali da década de 20/30.
Há muitos projetos comerciais a usar válvulas WE, especialmente as 300B.
Assim como há réplicas das válvulas...
Psvane WE212 1:1 Replica
Amplificadores WE 7505:
Já agora, umas colunas WE:
As cornetas não aparecem na equação por acaso. Muitos destes amplificadores não se "safam" com colunas normais...
greytear Membro AAP
Mensagens : 314 Data de inscrição : 19/05/2012 Idade : 45 Localização : Aveiro
Assunto: Re: The Golden Age Seg Set 01 2014, 22:48
António José da Silva escreveu:
Qual a altura em que a evolução deixa de ser possível? Qual a altura em que a evolução começou a estar ao serviço de uma qualquer ideologia (puramente comercial ou farsa ecológica, ou tendência tecnológica)?
Caro António,
no meu entendimento, creio que respondes à tua própria questão. A evolução deixa de ser possível, quando a sede de consumo é ditada pela sofreguidão do lucro. Pedindo desculpa por saír do campo da tecnologia de reprodução de música gravada, basta dar um salto a uma dessas grandes superfícies e às lojas de roupa para perceber que, por detrás das marcas estonteantes, coloridas e etc, a qualidade da roupa (i.e., dos tecidos que a compõem) é toda igual e, no meu entendimento, mediocre.
O que a malta quer é consumir. A qualidade? Ah, a marca garante....
Saudações, Luis
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Seg Set 01 2014, 23:07
António José da Silva escreveu:
Quem (como eu) estava habituado a fazer viagens de 3000Km nos anos 70/80 nos carros da altura, sabe que eram necessários 15l aos 100km para uma velocidade máxima de 170Km/h e que o conforto era zero. As coisas mudaram e há uns anos atrás começo-se a viajar a 200Km/h com um consumo de 8l e em grande conforto. Mas há alguns (poucos) anos a esta parte, a industria passou a fazer aquilo que alguns mecânicos chamam de "motores de plástico". Resumindo, tudo é caro e nada dura nada.
Em primeiro lugar, a 200km/h, fiquei a saber que estás na Alemanha e viajas nas Autobahn... Aqui em PT a legislação rodoviária é muito mais restritiva...
Como se define uma melhor máquina de café? Tira um café maior? Ou mais depressa? Gasta menos? O mesmo se pode dizer de um amplificador... Ou seja, esse exemplo não é transponível para este domínio.
António José da Silva escreveu:
E ai nascem as perguntas que para mim me parece pertinentes. Qual a altura em que a evolução deixa de ser possível? Qual a altura em que a evolução começou a estar ao serviço de uma qualquer ideologia (puramente comercial ou farsa ecológica, ou tendência tecnológica)?
Tal como nas gravações musicais em que o auge do possível e verdadeiramente belo foram atingidos nos anos 60 e nada mais foi acrescentado, penso que nos aparelhos que fazem as nossas delicias, também a tecnologia nem sempre foi no sentido da progressão ou fidelidade, mas de outros interesses (claro que não se pode generalizar).
Em parte a oferta evoluiu para satisfazer interesses diversos, e isso é bom. Veja-se o caso dos leitores de MP3. Quantos milhões não andarão por aí felizes com esses dispositivos na rua?
Por outro lado, muitos dos caminhos seguidos na demanda de uma reprodução mais próxima do som ao vivo não resultaram em nada verdadeiramente inovador nem superior e não há forma mais fácil de demonstrá-lo do que colocar lado-a-lado máquinas antigas e novas. Na maior parte dos casos não é preciso sair da mesma marca. Um amplificador com 20 anos iguala e por vezes bate facilmente outro atual do mesmo segmento de preços. Em alguns casos há ligeiras melhorias mas são residuais quando não são compromissos. Como é possível, depois de vários modelos novos terem saído?!
Outro fenómeno que consolida esta perspectiva é a utilização de desenhos e abordagens antigas na era atual por parte de muitos fabricantes de topo. Naturalmente, com novas ferramentas, conhecimento e múltiplos materiais à disposição (e recorrendo às válvulas NOS) é possível melhorar o som da Golden Age, mas se olharmos para os aparelhos, têm mais semelhanças do que diferenças.
Se a redescoberta classe D, que já faz amplificadores de 1000W que cabem no bolso, conseguir um som tão bom na gama média como uma boa amplificação a válvulas de 20 ou 30W, então aí sim, será o equivalente a ir a 300km/h na Autobahn, em piloto automático inteligente, e a ouvir um bom disquinho...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 09:37
António José da Silva escreveu:
...E ai nascem as perguntas que para mim me parece pertinentes. Qual a altura em que a evolução deixa de ser possível? Qual a altura em que a evolução começou a estar ao serviço de uma qualquer ideologia (puramente comercial ou farsa ecológica, ou tendência tecnológica)?
Tal como nas gravações musicais em que o auge do possível e verdadeiramente belo foram atingidos nos anos 60 e nada mais foi acrescentado, penso que nos aparelhos que fazem as nossas delicias, também a tecnologia nem sempre foi no sentido da progressão ou fidelidade, mas de outros interesses (claro que não se pode generalizar). ...
Essa não Antonio!... tens verdadeiramente o sentimento que sò andàmos para tràs, e que existe uma conspiração industrial ou ideologica para fazer maus produtos???... tu sabes qual é o meu trabalho, então ou vou-te explicar o ponto de vista do lado de dentro: Nenhum, mas absolutamente nenhum!!!, aparelho antigo passaria as normas de comercialisação francesas de hoje, ném ao nivel eléctrico, ném mecânico ou de segurança... pois os componentes devem ser auto-extinguiveis, sem produção de fumo nocivo, anticombustão activa ou passiva, a temperatura de funcionamento apos 24horas não deve exceder de 30° a temperatura ambiente, etc... etc... etc... Tudo isto existe para proteger a tua saude!. As melhores colunas que ouvi na minha vida eram as "Tolteque" da AHL e funcionavam integralmente a plasma... ora elas não puderam ser comercialisadas, pois ionisavam o ar o que é prejudiciavel para a saude!!!... os triodos do tipo 211, 845 e "todos" os grandes triodos de emissão, emitem raios X, que são nocivos a longo termo, e sò a Nagra e a Audison Research, puseram ecrans de proteção eficazes à frente das vàlvulas para proteger o consumidor... e poderia te contar muito, mas muito mais... que te conduziria a relativisar o antigo e moderno em relação à "suposta qualidade"!!!... e a norma francesa é mais mole, do que a suiça ou noruguesa!!!
greytear escreveu:
... a qualidade da roupa (i.e., dos tecidos que a compõem) é toda igual e, no meu entendimento, mediocre.
O que a malta quer é consumir. A qualidade? Ah, a marca garante. ...
A primeira afirmação é verdadeira, mesmo da parte dos amadores de Vintage. Quanto à pergunta, dà lugar a um topico especifico e polémico, de determinar o sentido de "qualidade" no mundo do audio...
Digital Man escreveu:
...Mas há alguns (poucos) anos a esta parte, a industria passou a fazer aquilo que alguns mecânicos chamam de "motores de plástico". Resumindo, tudo é caro e nada dura nada. ...
Que seja caro é um problema comercial e complexo, mas durar para quê???... Eu, voce e todos os outros audiofilos, vamos posseder na nossa vida X colunas, Y amplificadores e Z fontes!!!... se um produto dura dez anos, é suficiente a mais para assegurar o turn-over. Para quê a eternidade, se sò queremos utilisar uns anitos...
Até+
PS: Jà o disse varias vezes neste espaço, e volto a repetir: Hoje em dia, um fabricante não faz o que quer, mas o que o consumidor X ou Y quer!!!... que seja em termo de preço, estética, ergonomia ou escuta... e evidentemente incluo-me a mim proprio tanto como fabricante que como consumidor nesta frase, pois se hoje "ainda" faço coisas 100% a vàlvulas, é mais por necessidade que por convicção!!!...
gorogoro Membro AAP
Mensagens : 536 Data de inscrição : 30/08/2011 Idade : 45 Localização : Lisboa
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 11:13
Gostei da elucidação das maquinas de café! Muito bom mesmo!!!!
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 12:33
TD124 escreveu:
Digital Man escreveu:
...Mas há alguns (poucos) anos a esta parte, a industria passou a fazer aquilo que alguns mecânicos chamam de "motores de plástico". Resumindo, tudo é caro e nada dura nada. ...
Bad quote!!!!!!! For the record!
Ainda que a afirmação tenha um fundo de verdade, não é minha!
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 12:54
TD124 escreveu:
António José da Silva escreveu:
...E ai nascem as perguntas que para mim me parece pertinentes. Qual a altura em que a evolução deixa de ser possível? Qual a altura em que a evolução começou a estar ao serviço de uma qualquer ideologia (puramente comercial ou farsa ecológica, ou tendência tecnológica)?
Tal como nas gravações musicais em que o auge do possível e verdadeiramente belo foram atingidos nos anos 60 e nada mais foi acrescentado, penso que nos aparelhos que fazem as nossas delicias, também a tecnologia nem sempre foi no sentido da progressão ou fidelidade, mas de outros interesses (claro que não se pode generalizar). ...
Essa não Antonio!... tens verdadeiramente o sentimento que sò andàmos para tràs, e que existe uma conspiração industrial ou ideologica para fazer maus produtos???...
A minha questão não se prende com o andarmos para trás. Eu sei que existem bons equipamentos feitos hoje. A minha questão é outra. Quando se atinge algo que se pode considerar de muito bom ou excelente, será que existe espaço de manobra para ainda melhorar (só falo a nível sonoro)?
_________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince
If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...
The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 13:19
TD124 escreveu:
Nenhum, mas absolutamente nenhum!!!, aparelho antigo passaria as normas de comercialisação francesas de hoje, ném ao nivel eléctrico, ném mecânico ou de segurança... pois os componentes devem ser auto-extinguiveis, sem produção de fumo nocivo, anticombustão activa ou passiva, a temperatura de funcionamento apos 24horas não deve exceder de 30° a temperatura ambiente, etc... etc... etc... Tudo isto existe para proteger a tua saude!
Isto fez-me lembrar um filme em que um recém-licenciado em gestão de empresas que chega ao mundo real e descobre que 90% dos processos se regem por regras diferentes...
Creio que foi a BBC fez um excelente documentário sobre a importação de bens da China para o UK. Para resumir: -- Havia certificados de conformidade/certificação CE falsos! -- Os produtos testados não passavam nos testes. Por exemplo, uma simples iluminação de Natal não passava nem nos testes mecânicos nem nos eléctricos, colocando assim em risco os utilizadores. -- O mais engraçado é ver os controlos alfandegários. Havia uma espécie de inspectores "faz-tudo". Abre o contentor... Escolhe uma caixa ao acaso. O que temos aqui? Um forno eléctrico? A porta abre e fecha bem, tem um vidro de proteção. Aprovado.
Alguns produtos chineses que estão a entrar na Europa são hilariantes. Tive um ferro de soldar com símbolo CE, que deixei em repouso no descanso durante uns 2-3 minutos. O plástico derreteu e a ponta caiu...
Não há nenhuma falha do sistema. É um trade-off. Tudo se passa e decide numa esfera mais elevada (estratégia económica governamental). Se se apertasse a malha aos produtos chineses, não vendiam cá nada, e dessa forma a Europa (com a Alemanha na frente) não poderia exportar para China como o faz agora... No caso dos automóveis a Europa não podia ceder, até porque aí os processos de homologação não se resolvem com certificados... O mais estranho é o tempo que os Chineses levam para conseguir que os automóveis passem nos testes...
German Chancellor Angela Merkel and Chinese Premier Wen Jiabao pose with a heavy duty connector for battery systems at the stand of Phoenix Contact during their opening tour at the Hanover industrial fair in Hanover, April 23, 2012.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 13:41
Mas este "mundo novo" onde tudo é supostamente melhor, tem coisas do catano. Ainda ontem estive a ver com o meu puto, o ultimo Indiana Jones em HD, e só posso dizer que aquilo é simplesmente ridículo. Tudo parece plástico, quase desenho animado, nada tem aspeto real. Acredito que para os "freaks" da tecnologia, aquilo possa ser o supra sumo da batata, mas para quem gosta de uma simulação daquilo que realmente vê no mundo real, aquilo é uma perfeita anedota.
Mas como diz o poeta, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
_________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince
If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...
The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 13:58
António José da Silva escreveu:
A minha questão não se prende com o andarmos para trás. Eu sei que existem bons equipamentos feitos hoje. A minha questão é outra. Quando se atinge algo que se pode considerar de muito bom ou excelente, será que existe espaço de manobra para ainda melhorar (só falo a nível sonoro)?
Houve progressos muito importantes no audio, aos níveis da distribuição, consumo, e pegada ecológica. Todos beneficiámos e a esmagadora maioria dos amantes de musica não-audiofilos, que têm mais conteúdos, com mais facilidade e conforto.
Se nos centrarmos exclusivamente na questão da qualidade de reprodução, não houve grande evolução porque não houve uma mudança de paradigma tecnológico. Houve evoluções e aperfeiçoamentos mas só levaram a mudanças subtis. É verdade que a digitalização foi uma mudança de paradigma mas durante muitos anos não foi mais do que uma transformada do método de armazenamento da informação com perda de dados. Quantas vezes não assisti a duelos vinil - CD em que colocavam gira-discos exóticos ao pé dos melhores leitores de CD da altura e o disco preto ganhava sempre. Havia alturas em que achava o CD espectacular, mas quando entrava o disco-preto era outra música.
Mas esta questão não é assim tão simples porque um cidadão normal conseguia comprar um leitor de CD's de gama média-alta que reproduzisse aí com 90% da qualidade qualidade daquele leitor de CD's mas não conseguiria comprar um gira-discos que se aproximasse daquele. Ora, este é para mim o cerne do problema. Os topos de gama antigos eram bons mas custavam fortunas. Se hoje for possível chegar lá por um décimo do preço o progresso terá sido tremendo. Não porque o som é melhor, mas porque pode ser o nosso som em casa.
Mas o cenário é exatamente oposto!!! Os gira-discos de topo estão ainda mais extravagantes e mais caros e os fabricantes de amplificadores a válvulas dizem que para serem bons têm que usar componentes caríssimos, seja o transformador ou as válvulas, ou até os condensadores, pelo que também são cada vez mais caros...
Se houve evolução foi ao contrário - temos que pagar mais para chegar ao mesmo nível de qualidade que tínhamos antes.
A nossa única esperança são os chineses virem abanar isto. Se eles começarem a produzir material bom (e fiável) a preços acessíveis! Lá bom aspeto já eles têm...
Line Magnetic LM-516IA, 60W+60W, KT88x8、12AU7x6
Line Magnetic LM-519PA, 160W mono, 845 x4、310A x1
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 14:25
António José da Silva escreveu:
Mas este "mundo novo" onde tudo é supostamente melhor, tem coisas do catano. Ainda ontem estive a ver com o meu puto, o ultimo Indiana Jones em HD, e só posso dizer que aquilo é simplesmente ridículo. Tudo parece plástico, quase desenho animado, nada tem aspeto real. Acredito que para os "freaks" da tecnologia, aquilo possa ser o supra sumo da batata, mas para quem gosta de uma simulação daquilo que realmente vê no mundo real, aquilo é uma perfeita anedota.
Mas como diz o poeta, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.
Possivelmente no próximo ano vamos ver o Harrison Ford no Star Wars VII com menos rugas do que há 32 anos quando fez o Blade Runner.
Do you like our owl?
Se no audio nós buscamos a fidelidade como o Rei Artur procurou o Santo Graal, já na imagem estamos na era da infidelidade, como demonstra este video:
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 15:20
Se em termos sónicos a discussão não é fácil, já no que respeita à estética, na comparação Golden Age vs. Atualidade, terá havido uma evolução radical nas formas, texturas, cores e na linguagem visual?!...
Golden Age, na década de 50... Leak
Não, não estou a repetir a mensagem da Leak... pretendo apenas fazer uma ponte com o presente...
2014Line Magnetic
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 16:20
The Manufacture of Radio Valves - Presented by Mullard
Digital Man Membro AAP
Mensagens : 1045 Data de inscrição : 09/01/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 17:03
O video anterior pode dar uma ideia errada de como soam os amplificadores da Golden Age.
Eis algumas gravações do Linn specialist que usam amplificadores Goden Age da gama média!
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 17:19
António José da Silva escreveu:
... A minha questão não se prende com o andarmos para trás. Eu sei que existem bons equipamentos feitos hoje. A minha questão é outra. Quando se atinge algo que se pode considerar de muito bom ou excelente, será que existe espaço de manobra para ainda melhorar (só falo a nível sonoro)?
Antonio, meu amigo!
Troco quando queiras, e pago os portes!... um dos meus TD124 (Mint!!!...), com o braço da tua escolha (montado) e uma grande célula MC adaptada (montada)!!!... contra o teu gira sem braço e célula...
Sou verdadeiramente amigo, pois troco-te um mito eterno e "talvez" o maior gira de todos os tempos e suiço (complétamente armado!!!), contra um gira moderno e feito à mão em Lisboa!!!... é preciso ser muito estupido, mas estou de acordo com a troca, pois gosto de ti!!!...
Isto responde à tua pergunta???... ou estàs convencido que o maior gira vintage toca melhor que um RB???... pensas que o Rui, faz os giras dele pelo prazer que sejam inferiores aos antigos???... e o Tom Yorke, e o Pierre Lurné e o Verdier???...
Acho que o exemplo é suficiente, para responder à tua pergunta...
Abraço
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 18:09
Digital Man escreveu:
... Se nos centrarmos exclusivamente na questão da qualidade de reprodução, não houve grande evolução porque não houve uma mudança de paradigma tecnológico. Houve evoluções e aperfeiçoamentos mas só levaram a mudanças subtis. ...
Olà amigo Digital Man,
aconselho no sentido do topico e dessa afirmação a leitura deste topico em português, aqui ao lado:
O autor aborda alguns aparelhos da Golden Age e contemporaneos, e faz acho eu a parte das coisas!!!...
Verà que o audio aparentemente evoluiu (e muito, sobretudo subjectivamente...), desde essa "era dourada"...
Até+
afonso Membro AAP
Mensagens : 2309 Data de inscrição : 17/06/2012
Assunto: Re: The Golden Age Ter Set 02 2014, 18:25
TD124 escreveu:
António José da Silva escreveu:
... A minha questão não se prende com o andarmos para trás. Eu sei que existem bons equipamentos feitos hoje. A minha questão é outra. Quando se atinge algo que se pode considerar de muito bom ou excelente, será que existe espaço de manobra para ainda melhorar (só falo a nível sonoro)?
Antonio, meu amigo!
Troco quando queiras, e pago os portes!... um dos meus TD124 (Mint!!!...), com o braço da tua escolha (montado) e uma grande célula MC adaptada (montada)!!!... contra o teu gira sem braço e célula...
Sou verdadeiramente amigo, pois troco-te um mito eterno e "talvez" o maior gira de todos os tempos e suiço (complétamente armado!!!), contra um gira moderno e feito à mão em Lisboa!!!... é preciso ser muito estupido, mas estou de acordo com a troca, pois gosto de ti!!!...
Isto responde à tua pergunta???... ou estàs convencido que o maior gira vintage toca melhor que um RB???... pensas que o Rui, faz os giras dele pelo prazer que sejam inferiores aos antigos???... e o Tom Yorke, e o Pierre Lurné e o Verdier???...
Acho que o exemplo é suficiente, para responder à tua pergunta...
Abraço
Não trocava o meu Micro Seiki RX 1500 por nenhuma dessas modernices com nomes pomposos...