O Japão foi o único país que criou padrões rígidos para o fabrico de discos de vinyl, independentemente de quem fazia a prensagem.
A maioria dos LPs japoneses têm o símbolo JIS circular no dead wax (Japanese Industry Standard),
indicando o padrão da Indústria japonesa, era uma marca de garantia da qualidade de fabrico.
Foram os Japoneses que começaram a usar vinyl virgem (não reciclado) e também por vezes vinyl translúcido (cor púrpura ou vermelho principalmente).
Algumas prensagens Japonesas dos Beatles em vinyl translúcido vermelho são valiosas e excelentes,
e existiu também a caixa dos Beatles da Mobile Fidelity feita também no Japão que é valiosa e excelente,
mas em contrapartida existiram algumas prensagens Japonesas dos Beatles STEREO com um som menos bom,
em termos de qualidade de som (tirando a recente caixa MONO feita na alemanha que ainda não ouvi),
daquilo que eu já ouvi preferi sempre os originais dos Beatles MONO Ingleses.
Já com os Pink Floyd por exemplo é ao contrário,
as melhores prensagens com melhor qualidade de som de muitos dos discos dos Pink Floyd para mim não são as originais Inglesas,
mas sim as Japonesas e nem sequer estou a falar do valioso Dark Side Of The Moon da MFSL (UHQR),
estou a falar de outras edições normais Japonesas.
Todos eles têm qualidade, mas existirá sempre uma coisa, que é o gosto pessoal de cada um.
No Japão a melhor de todas as formulas era a Formulação "Super Vinil" da JVC que foi de facto proibida passado um tempo, devido à toxicidade do processo de fabricação. As primeiras prensagens da MFSL (e todas as séries UHQR) remasterizadas por Stan Ricker foram feitas na fábrica da JVC no japão nos anos setenta e principios dos anos oitenta, e são conhecidas pela excelente qualidade de som e superfícies ultra-silenciosas. Até hoje a JVC nunca revelou a fórmula exacta do "Super Vinil", e continua a ser patenteado apesar de não ser utilizado.
As prensagens Japonesas audiófilas dos anos 70 e principios dos anos 80 foram do melhor que já se fez, não só as da Mobile Fidelity (Mofi/MFSL), mas também as de Jazz da Three Blind Mice, TOSHIBA-EMI, King Records, etc...
No final dos anos oitenta a maior parte dos discos Japoneses já eram feitos a partir de fonte digital,
apesar da qualidade da prensagem e do material do vinyl terem continuado a ser bons, o som já não era tão bom,
os discos desta altura geralmente tendem um pouco mais para os agudos e soam mais flat, com um som menos cheio.
A qualidade das capas, inserts e a tira de papel em volta da capa (OBI) também davam valor e beleza aos discos japoneses.
Os discos Japoneses valiam principalmente pela grande qualidade geral com que os Japoneses fazem tudo o que fabricam.
Na década de 70 as editoras Japonesas tinham os melhores equipamentos em termos de som, as melhores fábricas, o melhor vinyl e as melhores capas.
Mas claro que também existiram outros discos excelentes além dos discos Japoneses...
No final da década de 50 e principio da década de 60 na música clássica,
as prensagens inglesas da DECCA (as minhas favoritas de clássica em termos de som, especialmente as referências SXL da série 2000),
mas também as igualmente Inglesas da EMI (ASD) e Columbia (SAX).
Nos estados unidos também na mesma altura e também na música clássica os Mercury Living Presence e os RCA Living Stereo.
E também na mesma altura e ainda nos states dentro do Jazz os Blue Notes MONO, os Columbia six eye (com os 6 olhos no label) e mais tarde a IMPULSE.
Na década de 60 e 70 também de salientar as prensagens Inglesas dos Beatles MONO (para mim as melhores dos Beatles) e as do Jimi Hendrix MONO da Track Records (para mim também as melhores do Hendrix).
Na década de 70 os Sheffield Lab Direct-To-Disc feitos na R.T.I. nos States também foram uma referência em termos de som.
Outras editoras Americanas como a Verve (nem sempre com bom som), Pacific Jazz, Pablo (quase sempre com excelente som) e Prestige também fizeram belos discos.
Nós tivemos muitos discos com excelente qualidade de som feitos em Portugal na década de 60 e 70,
como por exemplo alguns da Amália, Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Carlos Paredes, entre outros...
Mas os Portugueses infelizmente sempre valorizaram tudo aquilo que fosse feito no estrangeiro,
muitas das vezes simplesmente pelo facto de ser feito no estrangeiro.
Já os alemães nisso são completamente o contrário de nós,
falando na Alemanha e na clássica os Deutsche Grammophon com as tulipas grandes em volta do label (alguns tinham excelente som, mas muitos nem por isso era mais fama que outra coisa, mas uma coisa é certa eles tinham a maior parte dos melhores artistas) de destacar também a filial Archiv criada pela DG.
Ainda na Alemanha na década de 70 e 80 os MPS, ECM e ENJA dentro do Jazz tinham um som excelente.
Na Dinamarca na década de 70 e 80 a Steeplechase dentro do Jazz também com discos com um som fabuloso.
Também as editoras Opus3 e Proprius na Suécia esta última com o famoso disco "Jazz At The Pawnshop" entre outros,
a Harmonia Mundi em França dentro da música clássica.
No inicio da década de 90 a MFSL volta a produzir vinyl mas agora nos Estados Unidos em vez do Japão,
aparecem outras editoras Audiófilas Americanas novas com excelente som tais como a Analogue Productions, Classic Records, Audioquest Music.
Outras editoras audiófilas com belos discos também feitos nos Estados Unidos foram a CISCO e a BOXSTAR.
Actualmente os melhores discos Americanos são feitos ou na recente fábrica Quality Record Pressings (Q.R.P.) ou na mais antiga R.T.I.
Dentro das melhores editoras que ainda existem hoje em dia a fazer vinyl nos Estados Unidos temos por exemplo :
Music Matters (desde que apareceu as capas dos discos audiófilos nunca mais foram as mesmas e faz os melhores Blue Note de sempre)
Analogue Productions
First Impression Music
Premonition
ORG
Groove Note
Mobile Fidelity Sound Lab/MFSL/Mofi
IMPEX
Reference Recordings (recomeçou a editar vinyl)
Resonance Records
Pure Audiophile
Actualmente na Alemanha na fábrica PALLAS também se fazem belos discos audiófilos mais acessíveis para várias editoras, tais como por exemplo :
ORG Music
Sam Records
Tacet
Speakers Corner
Pure Pleasure
WEA (alguns títulos)
Muito mais havia para dizer e concerteza esqueci-me de muita coisa importante...
Mas daquilo que me lembrei falei apenas dos que eu pessoalmente considero serem os melhores,
mas claro que existiram e existem muitas outras editoras que também valem a pena.
Nos últimos anos com o crescimento exponencial da produção de vinyl,
cada vez é preciso ter mais cuidado, paciência e trabalho para se conseguir destingir o trigo do joio...
Mas afinal, é essa procura que também faz parte da magia do vinyl,
hoje faz-se muito vinyl novo que é menos bom, mas também nunca se fez tanto vinyl novo de qualidade como agora !!!
Estejam á vontade para dar aqui neste tópico a vossa própria opinião,
especialmente se for contrária á minha
Ou simplesmente para a completarem um pouco mais com as muitas coisas excelentes que me esqueci.
Abraços e Boas Audições,
Jorge Ferreira