A rodar XXXVIII

A simples circunstância de um amigo me pôr a ouvir «Quem é você», conduziu-me, desde logo, à pretensão de conhecer o álbum que inclui o tema. Na verdade, Zizi Possi é um nome praticamente desconhecido neste lado do Atlântico. Quando embrenhei no álbum «Valsa brasileira», evocando temas de Edu Lobo, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Pixinguinha, Tom Jobim ou Vinicius de Morais, as interpretações fossilizaram-se na minha memória auditiva, devido às cambiantes reflectidas na dúzia de faixas constituintes do disco.

É curioso notar que, quando José Miguel comentou a audição do primeiro long-play de Som imaginário, o desejo de ouvir Zizi foi despertado, por tratar-se de um registo da Terra de Vera Cruz, merecedor de ser desvendado.

(Dismedi Blau, DM-150CD)

Fruto do ensino primário, onde aprendi a escrever com caneta de tinta permanente durante a 3ª classe, recordo que, por vezes, surgia na folha uma pinta negra produzida por um indesejado pingo de tinta. Imediatamente, entrava em acção o mata-borrão rosado. Actualmente, mantenho o hábito de escrever com esse tipo de tinta. Embora, possua diversas canetas, a minha preferência recai nas germânicas Lamy e na britânica Manuscript de aparo fino, com a qual elaboro este curto testemunho.

Saliento que antes de passar para a escrita digital no AAP, por meio do Spectrum, gatafunho o texto. Apesar de não ser notório nenhum borrão de tinta, escrevo saboreando o Pinta Negra Rosé de 2015, elaborado na Adega Mãe, no Carvalhal. Trata-se de um vinho monocasta (Aragonez), acompanhando a audição de uma das vozes femininas que mais aprecio do Brasil - Gal Costa. Ainda que não simpatize com todos os seus álbuns, o disco editado em 2005, tal como o farol neste ilhéu, desperta as sereias ao projectar o seu facho sobre o mar.