Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Confortable - Temporada 2 Seg Out 28 2019, 17:28
Episódio 1
Ser audófilo para mim, está muito ligado a pessoas que têm a capacidade e a habilidade de construir de base ou reconstruir, buscando um ideal e/ou procurando melhorar um equipamento e o prazer de audição que este proporciona, utilizando materiais, técnicas e tecnologias nas quais acreditam contribuir para essa melhoria.
Todos os outros que ouvem e analisam o som de um equipamento, andam no troca-troca de equipamentos, mesmo com o objectivo de possuírem um melhor deleite auditivo com o seu set, costumo classificá-los como áudio-melómanos, ou como me classifico a mim mesmo, de ‘melomanófilo’.
Uns e outros são ‘espécimes’ bem-vindos a este hobby e não tem de haver, necessariamente, prevalência de uns sobre os outros. Contudo, gostaria de me debruçar um pouco sobre os primeiros, não só pela minha grande admiração por quem usa as mãos e cria, como porque, mesmo considerando a minha crónica falta de destreza manual, aprendo sempre imenso.
Penso que alguns termos hoje-em-dia tão em voga no Áudio, como audiófilo, high-end, etc., são termos relativamente recentes no léxico mais corrente deste entretém.
Na minha adolescência conheci e convivi com o pai de um colega meu de liceu, técnico de electrónica - colaborador dos então TLP - que nas suas horas vagas dedicava-se à paixão do áudio e, ainda, a uma paixão maior de rádio amador.
Todos os equipamentos que tinha eram feitos por ele. Até as antenas de rádio o eram. Aprendi sempre muito com ele e que com o filho, já então também um entusiasta destas andanças. Termos como escala, transparência, linearidade, e por aí fora, sim, eram temos que regularmente o ouvia proferir. Audiofilia, não!
Quando queria falar de equipamentos de alta performance, vulgarmente referia-se a equipamentos profissionais de alguma exclusividade de construção, primeiramente de origem americana e, já mais para o fim, japonesa, à qual atribuía a responsabilidade pelo futuro da electrónica, em todas as suas vertentes.
Entre estas considerações, estava a capacidade dos Japoneses em perseguirem a miniaturização e a automação de equipamentos como factor de facilitação da vida humana. Fosse no áudio caseiro, fosse no profissional, fosse na electrónica em geral ligada a qualquer sector industrial.
O advento destas tendências de filosofia tecnológica, por parte dos nipónicos, associada a uma maior capacidade, rapidez de produção e preço mais competitivo, até à crise da sobreprodução do Japão, levou a uma alerta generalizado no ocidente, nomeadamente em países que até então tinham a hegemonia da criação e desenvolvimento, como sejam os Estados Unidos e a Alemanha, conduzindo nestes a uma resposta que se revelou por não muito consentânea, nomeadamente na tentativa de aumento da quantidade e da rapidez de processo industrial mas, com notórias e significativas falhas de qualidade no produto final, incluindo a fiabilidade, até então reconhecida como inabalável.
No áudio, todavia, a vanguarda da criação tecnológica e a facilidade do utilizador, foram marcas que permaneceram e permanecem como inquestionáveis e actualmente estendidas a outras paragens do oriente e que se traduzem, como facilidade de utilização e de possuírem o máximo possível de funções ao dispor do utilizador-consumidor.
Face ao exposto, na conhecida «Golden Age» do áudio, os construtores japoneses trouxeram-nos uma panóplia de equipamentos onde a qualidade de construção era paralela à facilidade de uso, devido a muito bem engendrada funcionalidade dos automatismos e a um preço imbatível.
Face a estas propostas comerciais, não sobrou muito tempo para o ocidente, principalmente a indústria de áudio Inglesa, ou derivada, não começasse por denegrir tais propostas, dizendo que o Japão fazia e gastava grande parte do orçamento do caderno de encargo em equipamentos com muitas ’luzinhas’, botõezinhos e pouca qualidade sónica.
Tendo, ao princípio, embarcado nesta lenga lenga, hoje percebo que tais acusações assentam sempre bem a quem não tem a capacidade de fazer melhor, ou pelo menos igual.
Afinal de contas, todos gostamos de uma vida mais facilitada com o máximo de funcionalidades à mão de semear. Veja-se o que se passa com a utilização dos smartphones, que levam a grande maioria dos utilizadores a trocarem constantemente de equipamento, porque o próximo tem mais uma série de funçõezinhas e assim encontram maior conforto na gestão do seu dia-a-dia, mesmo que esse conforto não seja mais do que o acesso rápido e facilitado a informação e comunicação.
O termo Confortable derivado do latim e entendido na maioria das línguas, é o objectivo de todos e de cada um de nós. Porque é que não pode ser associado a Qualidade?
To be continued…
fredy Membro AAP
Mensagens : 5130 Data de inscrição : 08/02/2011 Idade : 62 Localização : Casal do Marco - Seixal
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Ter Out 29 2019, 09:23
Olá
Citação :
Goansipife escreveu... Face ao exposto, na conhecida «Golden Age» do áudio, os construtores japoneses trouxeram-nos uma panóplia de equipamentos onde a qualidade de construção era paralela à facilidade de uso, devido a muito bem engendrada funcionalidade dos automatismos e a um preço imbatível.
E bem exposto. Bons tempos em que a dificuldade em escolher tinha apenas a ver com os escassos escudos que disponhamos, algumas lojas como as das estações do Metro tinham pilhas de equipamentos maioritariamente vindos do país do Sol Nascente.
Citação :
Goansipife escreveu... Face a estas propostas comerciais, não sobrou muito tempo para o ocidente, principalmente a indústria de áudio Inglesa, ou derivada, não começasse por denegrir tais propostas, dizendo que o Japão fazia e gastava grande parte do orçamento do caderno de encargo em equipamentos com muitas ’luzinhas’, botõezinhos e pouca qualidade sónica. Tendo, ao princípio, embarcado nesta lenga lenga, hoje percebo que tais acusações assentam sempre bem a quem não tem a capacidade de fazer melhor, ou pelo menos igual.
A canção do bandido... denegrir os outros por não terem (alguns) capacidade de fazer melhor, e o pior é que a maioria embarcou...
Citação :
Goansipife escreveu... Afinal de contas, todos gostamos de uma vida mais facilitada com o máximo de funcionalidades à mão de semear. Veja-se o que se passa com a utilização dos smartphones, que levam a grande maioria dos utilizadores a trocarem constantemente de equipamento, porque o próximo tem mais uma série de funçõezinhas e assim encontram maior conforto na gestão do seu dia-a-dia, mesmo que esse conforto não seja mais do que o acesso rápido e facilitado a informação e comunicação.
Pois é mas... aí já tem lógica, e os argumentos já são válidos... para o audio instalou-se uma corrente que diz que tudo detiora o som... e as mentalidades são difíceis de mudar...
Fredie
galvaorod Membro AAP
Mensagens : 1155 Data de inscrição : 14/04/2017
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Ter Out 29 2019, 11:12
Só tenho pena que este texto chegue a tão poucas pessoas que gostam de áudio. Bravo!
Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Ter Out 29 2019, 17:06
Episódio 2
A ‘invasão’ do mercado português de equipamentos de alta-fidelidade de origem japonesa, a partir dos anos 70, do século passado, trouxe uma certa democratização de poder de compra aos consumidores da classe média, mas também a possibilidade destes acederem a boas escutas com todo o conforto, face a uma maior recorrência a automatismos, sem venderem as calças.
Eram adquiridos, na sua grande maioria, em conjuntos rack mono-marca (podendo também sê-lo multi-marca em peças individualizadas) e assim expostos nas lojas, maioritariamente empilhados tipo feira. A loja da cave do Metro dos Restauradores, já mencionada pelo Fredy, era o exemplo mais emblemático desta tipologia de abordagem de venda.
Encontram-se vídeos, na net, de lojas japonesas ainda com um figurino muito próximo, nos dias de hoje.
Havia, contudo, na altura, uma aparente maior seriedade de venda. Quando o dono ou o empregado da loja dissesse que este ou aquele conjunto era bom, referindo a qualidade do som, mas também, a fiabilidade dos equipamentos em causa, revelava-se uma realidade de toda a confiança.
Portanto, os botõezinhos, as luzinhas, e os automatismos, raramente (e este raramente era mesmo muito rarissimamente) davam problemas de funcionamento e o som caracterizava-se por ser um som cheio, romântico, suficientemente recortado nas médias e baixas frequências que permitia longas horas de audição.
Os automatismos mostravam ainda vantagem para utilizadores com notória falta de destreza de mãos para interagir com os equipamentos mais espartanos e manuais, principalmente em equipamentos como o gira-discos, evitando, de certa forma, a tendência de se gerar riscos nos vinis, que contribuíam de sobremaneira para o aumento de “plocs” e “ahrchss”.
O handicap destes equipamentos, actualmente, facto dos amantes do vintage, nem sempre terem a facilidade de encontrar peças de substituição, para recondicionamentos desses equipamentos de outrora, tendo em conta que a indústria japonesa sempre se revelou parca neste mercado de sobressalentes.
Estou cada vez mais convencido que o sucesso do CD, para além da prometida e ansiada perfeição sónica, deve-se também à igualmente prometida durabilidade do CD e ao terminar dos “plics e plocs”, “ahrchss” e “hisses”, decorrentes da acção mecânica da agulha nas espiras dos disco de vinil, mas não menos ao conforto do uso de controlo remoto com maior frequência, permitindo colocar unicamente o disco na gaveta, sentar o ‘dito cujo’ no sofá “and play”.
Todavia, é mui bem-vinda esta nova era de apelo ao vinil e, assim, eis que ao fim destes anos todos, fui presenteado por um Amigo com uma generosíssima oferta de um gira automático, que faz o «repeat» de uma face do disco até 6 vezes (muito útil, por exemplo, rodar células/agulhas novas) e que me permite não levantar muito o ‘rabinho’ da cadeira, exigindo somente virar ou trocar de disco.
Isto na sala onde me recolho para trabalhar ou para mandar 'bitaites' aqui para o fórum, é ouro sobre azul.
O gira-discos é uma reconstrução a partir de um modelo que viu a luz do dia, para aí, em 1979/80, e fazia parte desses conjuntos rack da época, ainda por cima, equipado com uma Empire EDR 7 (uma maravilha, já muito explorada aqui), ao qual foi dado o nome de
Confortable
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14347 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Ter Out 29 2019, 17:57
Olha o SL-D3 que a individualidade desta praça, autora da obra de restauro e de beneficiação, disse: - "Já foi entregue ao novo dono (feliz?... Espero que esteja?...)"
Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Ter Out 29 2019, 18:59
Qual SL-D3? Este gira é único e não tem esse tipo de referências
fredy Membro AAP
Mensagens : 5130 Data de inscrição : 08/02/2011 Idade : 62 Localização : Casal do Marco - Seixal
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Ter Out 29 2019, 19:02
Olá
Citação :
Goansipife escreveu... Os automatismos mostravam ainda vantagem para utilizadores com notória falta de destreza de mãos para interagir com os equipamentos mais espartanos e manuais, principalmente em equipamentos como o gira-discos, evitando, de certa forma, a tendência de se gerar riscos nos vinis, que contribuíam de sobremaneira para o aumento de “plocs” e “ahrchss”.
Ouro sobre Azul...
Citação :
Goansipife escreveu... O handicap destes equipamentos, actualmente, facto dos amantes do vintage, nem sempre terem a facilidade de encontrar peças de substituição, para recondicionamentos desses equipamentos de outrora, tendo em conta que a indústria japonesa sempre se revelou parca neste mercado de sobressalentes.
Um problema sem resolução que leva por vezes ao desmembramento de alguns equipamentos...
Citação :
Goansipife escreveu... Estou cada vez mais convencido que o sucesso do CD, para além da prometida e ansiada perfeição sónica, deve-se também à igualmente prometida durabilidade do CD e ao terminar dos “plics e plocs”, “ahrchss” e “hisses”, decorrentes da acção mecânica da agulha nas espiras dos disco de vinil, mas não menos ao conforto do uso de controlo remoto com maior frequência, permitindo colocar unicamente o disco na gaveta, sentar o ‘dito cujo’ no sofá “and play”.
O prazer de manusear o disco e a capa... passou ao prazer de mexer nas teclas do comando...
Fredie
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Ter Out 29 2019, 20:29
Gonçalo os meus parabéns pela qualidade e profundidade dos textos.
Pensar no áudio é pensar no ser humano! És um humanista-audiofilo!
luis carrilho Membro AAP
Mensagens : 887 Data de inscrição : 19/01/2013 Idade : 51 Localização : Pinhal do Vidal-Seixal
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Qua Out 30 2019, 16:44
Parabéns pelos excelentes textos Gonçalo!!
De facto,nunca percebi porque é que temos de ser forçados a aceitar compromissos de design e conforto num sistema com o qual temos de viver diariamente!!
Por muito bom sonicamente que seja um determinado equipamento,se fôr um mamarracho feio como tudo,simplesmente não o quero cá em casa,porque raio hei-de ser obrigado a olhar todos os dias pra um monstrengo feioso,se de certeza posso encontrar a mesma qualidade sonora,num equipamento de preço equivalente e com uma estética agradável e apelativa??!...Não faz sentido.
Como também não me entra na cabeça que em pleno sec. XXI um tipo vá comprar um pré ou integrado novo sem comando á distancia,pra mim é uma perfeita aberração ter de levantar o dito da cadeira (no meu caso é chaiselongue )pra fazer uma coisa tão simples como controlar o volume ou selecionar a entrada!!
Não há nada de errado em ter um sistema confortável de ver,ouvir e controlar,o resto é conversa de velhos do Restelo,fundamentalistas ultrapassados que se recusam a sair dois Anos 70 do sec. XX!!!
Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Qua Out 30 2019, 21:19
Episódio 3
Então como se comporta este gira-discos? É a pergunta óbvia que logo se impõe depois desta saga e ainda, a seguir, Quanto pode valer perante os demais, dentro da mesma gama? Isto pensando que um exclusivo, poderá ter gama... É claro!
Começo pela segunda questão, que também coloco a mim mesmo. Estou em crer que não existe nada, em nenhuma gama e categoria, que se apresente como absolutamente diferenciadora dentro da mesma zona de preços. Poderá haver sim, conceitos e arquitecturas diferenciadas de concepção e construção do produto, provocando tendência e levando a preferências por este, ou por aquele.
Vou ainda mais longe, creio, da mesma forma, que nada justifica a diferença absoluta e proporcional de valor de uma gama mais alta versus uma gama mais baixa. À excepção muito raras ocasiões, que são isso mesmo... Excepcionais e únicas.
Percebo todas as idiossincrasias em torno desta questão - preço e Mercado – todo o valor de trabalho empregue, todo o valor de criatividade e desenvolvimento, toda a psicologia de preço e status, etc., etc., mas a vida humana pode ganhar felicidade a volumes de dinheiro bem mais condizentes com essa condição humana e a vida em sociedade.
Por outro lado, no áudio, ou em outro sector de actividade, um determinado produto poderá ser tão mais evolutivo quanto mais afinações e pequenos desenvolvimentos fizermos da sua estrutura e conceito base, mas parece-me que nada, ou quase nada resulta de diferença tão drástica relativamente ao conceito de um outro produto original e reconhecido no clã audiófilo da nossa ou de outras praças. Normalmente, as diferenças mais drásticas resultam em produtos completamente diferentes, apesar dos princípios e objectivos de utilização sejam os mesmos.
Veja-se novamente o exemplo dos smartphones e a diferença disparatada de preço entre certas marcas face a outras e, depois, verifica-se variadas vezes, que a marca de preço mais baixo até tem uma relação qualidade-funcionalidade-custo, bem superior ao da sua congénere de preço bem mais elevado.
Ora este Confortable, revela exactamente isso. Foi alvo de afinações e desenvolvimentos de estruturais, seguindo a ideia e experiência do seu (Re)criador, resultando num produto ainda mais valorizado e diferenciado, para melhor, do gira que lhe deu origem, mas em nada drasticamente inferior a todos os outros.
A sua valia, perante os congéneres, é perfeitamente integrada e condizente com a qualidade comparativa e com os conceitos mais exigentes nesta tipologia de produtos já reconhecidos, no nosso métier, como audiófilos.
E, até por falar em conceito de som audiófilo, este conceito revelou-se logo na primeira sensação que tive quando cheguei a casa, o instalei e ouvi nos primeiros momentos. De imediato partilhei esta impressão com o meu Amigo, dizendo-lhe: “Parece-me que este foi o equipamento que fizeste com mais pergaminhos audiófilos”.
Com o continuar das audições e para além do ‘Conforto’ de utilização, graças aos automatismos existentes, este gira-discos revela todas as características audiófilas sobejamente adjectivadas vulgarmente nas análises a equipamentos de áudio. Mas, aquelas que mais sobressaem são 3:
- Consistência da reprodução, em todo o processo musical em curso; - Recorte e presença do som em toda as frequências, principalmente nas médias e baixas, e, sobretudo de forma muito surpreendente, - Detalhe de palco sonoro, muito bem perceptível nos grandes conjuntos, como por exemplo, em orquestras sinfónicas, onde todos os planos dos naipes são facilmente percebidos e localizados.
Contudo, não perde em nada do intimismo e romantismo próprios do equipamento que lhe deu origem e principalmente dos equipamentos da tipologia de “direct drive”, com a tal maior sensação de rapidez de ataque à nota, comparativamente a muitos “belt drive”, do mercado.
Voltando ao quanto vale este equipamento (?), vale tudo o que outras propostas valem, bem como todo o empenho posto na sua reconstrução.
É claro que existirão outros gira-discos que ainda vão mais longe, com outras afinações e outros desenvolvimentos, mas a este, garantidamente nada lhe falta.
A mim sim! Falta-me ficar eternamente reconhecido e agradecido por merecer esta tão generosa oferta.
MUITO OBRIGADO!
Continua..
fredy Membro AAP
Mensagens : 5130 Data de inscrição : 08/02/2011 Idade : 62 Localização : Casal do Marco - Seixal
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Dom Nov 03 2019, 15:27
Olá
Citação :
Goansipife escreveu... E, até por falar em conceito de som audiófilo, este conceito revelou-se logo na primeira sensação que tive quando cheguei a casa, o instalei e ouvi nos primeiros momentos. De imediato partilhei esta impressão com o meu Amigo, dizendo-lhe: “Parece-me que este foi o equipamento que fizeste com mais pergaminhos audiófilos”.
Não foi essa a intenção, a intenção foi tentar melhorar um equipamento que para mim já era bom... dentro do conceito de que teria de ser automático para não "chatear" Ups acabou o disco tenho que me levantar já...
Citação :
- Consistência da reprodução, em todo o processo musical em curso; - Recorte e presença do som em toda as frequências, principalmente nas médias e baixas, e, sobretudo de forma muito surpreendente, - Detalhe de palco sonoro, muito bem perceptível nos grandes conjuntos, como por exemplo, em orquestras sinfónicas, onde todos os planos dos naipes são facilmente percebidos e localizados.
Acho que o toque final foi dado pela Empire EDR7 que casa muito bem com esse braço.
Não há nada a agradecer.... siga a música ...
Fredie
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Seg Nov 04 2019, 10:12
Andei sém internet desde a semana passada (as tempestades por aqui fizeram estragos na rede) então não pude seguir este interessante topico autobiografico :
Goansipife escreveu:
... Todos os outros que ouvem e analisam o som de um equipamento, andam no troca-troca de equipamentos, mesmo com o objectivo de possuírem um melhor deleite auditivo com o seu set, costumo classificá-los como áudio-melómanos, ou como me classifico a mim mesmo, de ‘melomanófilo’. ...
Na minha vida como amador, ou professional, de audio encontrei poucos audiofilos, muitos melomanos, muitissimos audiobcessionais ... mas muito poucos audio-melomanos ou melanofilos, dà-me então prazer ler essa tua frase. O problema que subsiste é de dar a definição "universal" de cada um desses termos, pois temo que cada um de nòs tenha a sua e visto que o homém tém tendência a se ver ou demasiado bonito ou demasiado feio ...
Bravo por este texto auto-biografico que atravessa a historia e acaba numa bela homenagem a um amigo
Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Seg Nov 04 2019, 16:01
Episódio 4, e...último
Comecei este conjunto de episódios por afirmar, o que eu entendia por ser um verdadeiro audiófilo, como quem “que têm a capacidade e a habilidade de construir de base ou reconstruir, buscando um ideal e/ou procurando melhorar um equipamento e o prazer de audição que este proporciona, utilizando materiais, técnicas e tecnologias nas quais acreditam contribuir para essa melhoria”.
Assim, este último episódio dirige-se directamente a eles.
Nos últimos anos, profissionalmente, tenho estado ligado a gerir projectos e processos de melhoria continua industrial, de acordo com uma metodologia que utiliza o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act), que aqui utilizei, expressando:
- O P, corresponde ao propósito desta reflexão e deste projecto.
- O D, ao desenvolvimento do mesmo.
- O C, à verificação da valia do equipamento em causa e, por último,
- O A, à acção, ou melhor, ao Desafio para a Acção,
que gostaria de deixar aqui a todos os nossos amigos do fórum, com habilidades manuais e até já amplamente reconhecidos por elas, o desafio de partirem para a acção e desenvolverem um projecto de Conforto, nas suas futuras criações
A Alta-Fidelidade Portuguesa, deve e, certamente Pode rivalizar com as demais, em todas as frentes!!!
Fim
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Seg Nov 04 2019, 19:36
É isso que fazemos aqui todos os dias, inspirarmos e inspirarmos-nos para que o conhecimento seja partilhado. Só existirá melhoria do panorama nacional com a partilha! Conhecimento mais sólido e deixar essa herança adquirida a terceiros!
Muito inspirado esse teu manifesto!
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Confortable - Temporada 2 Seg Nov 04 2019, 21:00
Goansipife escreveu:
... que gostaria de deixar aqui a todos os nossos amigos do fórum, com habilidades manuais e até já amplamente reconhecidos por elas, o desafio de partirem para a acção e desenvolverem um projecto de Conforto, nas suas futuras criações ...
Visto que apresentas alguns dos meus aparelhos sinto-me visado pelo desafio mas ... o meu antigo integrado jà integrava um Dac, um phono a sério, uma saida auscultadores, um telecomando e um unico botão multifunções para controlar todas as operações, e isto hà 10 anos atràs!
Mesmo os pequenos aparelhos da foto (caixa de 18cm X 18cm) téem um Dac e Phono integrados e alguns mesmo uma saida para auscultadores apesar de serem "brinquedos" ... sò falta o telecomando mas isso seria abuso
Quanto ao gira discos da foto ele possui um segundo braço o que me pareçe ser o unico "luxo" necessario num aparelho deste tipo. Qualquer outro conforto num gira discos pareçe-me superfluo e mesmo em desacordo com a filosofia do produto. Desde o inicio dos anos 80 que existém leitores de CD's e hoje existém os streamers que ofereçem um "conforto" extremo ao utilisador ... então pareçe-me que o proprietario pode levantar o braço e virar a cara do disco num aparelho cuja tecnologia festeja daqui a pouco 80 anos e que ném sequer é a melhor fonte possivel
Do meu lado então o trabalho està feito ... mas estou disposto a amelhorar na medida do possivel, ou seja, quando o "conforto" não và criar interação negativa com o resultado final. Para mim a escuta é o objectivo màximo de um aparelho ... a estética e a ergonomia são objectivos muito importantes, mas segundàrios !...
Goansipife escreveu:
... A Alta-Fidelidade Portuguesa, deve e, certamente Pode rivalizar com as demais, em todas as frentes!!!...