"Novo" "brinquedo". Entre aspas, claro, porque nem são novos pois têm a minha idade (design de 1979), nem brinquedos, pois são uns auscultadores muito a sério.
Comprei há 15 dias a um muito simpático senhor de Tomar que já não tinha uso para eles.
São ridiculamente exigentes em termos de amplificação, com impedâncias de 400 Ohm e sensibilidade ridiculamente baixa.
Vão levar algumas alterações reversíveis, nomeadamente em termos de conforto (pads e headband novos) e cabos novos com terminação XLR de 4 pinos, para ligar a amplificador balanceado, até porque o cabo original já viu melhores dias...
Em termos de som... bem, não esperava este tipo de som de um design tão invulgar e de uns auscultaores tão antigos. Em primeiro lugar, são híbridos. Têm drivers dinâmicos que funcionam em conjunto com electrets. Estes lidam com frequências acima dos 4 KHz, e estão ligados através de pequenos transformadores step-up.
Em suma, um design que tem tudo para correr mal... mas que é capaz de níveis de detalhe incríveis e de agudos extremamente informativos mas sempre muito suaves, sem qualquer tipo de sibilância.
Os graves têm pouco impacto, mas uma grande extensão. Conseguem-se ouvir detalhes relativos ao timbre e tonalidade de sons de muito baixa frequência, e embora lhe falte o "rumble", a extensão e o detalhe acabam por compensar. Não são auscultadores para aqueles amantes do grave que gostam de andar com subwoofers colados às orelhas.
Têm uma assinatura sonora muito diferente de todos os outros auscultadores que já ouvi. Há qualquer coisa de mágico a acontecer ali. Não se consegue definir bem. Não sei se será a suavidade dos agudos, a resolução dos graves e médios, a excelente imagem estereofónica, mas tem qualquer coisa de muito especial.
Estava em vias de comprar uns Sennheiser HD600, que já por diversas vezes experimentei. Conheço muito bem esses auscultadores e tenho acesso a dois pares, de familiares. São, sem dúvida, uma referência incontornável, pelo seu detalhe, imagem, palco, linearidade. Depois de ter os K340, desisti dos Senns.
Há uns tempos, pensava que a evolução dos auscultadores em termos de qualidade sonora era algo de muito recente. Que tudo o que fosse anterior a 1990 e tal era puro lixo. Os Koss PortaPro provaram-me que não é bem assim. Os AKG K340 confirmaram definitivamente que ainda há uma ou duas coisas antigas que valem a pena no mundo dos auscultadores, e que conseguem manter a sua qualidade em comparação com coisas mais modernas.
Este modelo da AKG foi posto à venda em 1979/80 com um PVP de 300 USD. Convertendo para valores actuais, estamos a falar de auscultadores de cerca de 1100 USD. Durante alguns anos, até ao lançamento dos AKG K1000, foram o topo de gama da marca.