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MJC
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MensagemAssunto: Indústria e Tecnologia   Indústria e Tecnologia EmptyQui Jul 29 2010, 13:05

Por altura dos anos 20 do século passado, antes da utilização das fitas magnéticas, os estúdios faziam as gravações utilizando o método de corte directo em discos de cera. Por questões de segurança, eram frequentemente utilizadas duas máquinas de corte (por vezes, três) que no caso eram gira-discos que rodavam o disco de cera, enquanto a cabeça de corte talhava os sulcos correspondentes ao sinal analógico de entrada.

Com alguma frequência, e com vista a aumentar a segurança de uma gravação, em vez de um microfone ligado a dois GDs (duas cabeças de corte) procedia-se à ligação de dois microfones, um a cada GD. Obtinham-se portanto dois discos perfeitamente casados, cada um com uma perspectiva sonora diferente, dada a localização dos dois microfones não ser, obviamente, a mesma.

Foi isto que terá acontecido aquando da gravação de obras de Sir Edward Elgar em 1928 e 1933 e que muitos engenheiros acreditam serem as primeiras gravações em verdadeiro stereo, embora de uma forma acidental.

Durante os anos 90, e após alguns avanços e recuos, a editora inglesa EMI decidiu não editar a obra em questão (edição stereo) por recear que o mercado a classificasse pejorativamente como falso stereo.

Consta que uma das principais razões para o projecto de lançamento destas obras ter abortado, teria a ver com um documento técnico publicado por um engenheiro da EMI, no qual se afirmava que a EMI, invariavelmente, procedia à derivação do microfone mono para os dois GDs.

Desde há muito que esta história apaixona imensa gente, tanto pelo mistério que a envolve como pelas numerosas opiniões e reacções que tem provocado.
Houve inclusive uma fase, em que engenheiros da EMI, com recurso a aplicações tecnologicamente avançadas, se propuseram a desempenhar testes que visariam a certificação de que tinham sido utilizados dois microfones, ou não.

Também existiram rumores que a EMI, em dada altura, e depois de deixar arrefecer o assunto, pensou em editar as obras em stereo, sem qualquer identificação que as pudesse relacionar com todo este processo, e esperar pela reacção dos consumidores. Ao que parece, tal nunca chegou a acontecer.

Daqui, deste remoto local de Lisboa de onde vos escrevo, e até esta hora, não tenho nenhuma informação sobre o que irá acontecer a estas peças de Elgar.
Podem porém ficar descansados os membros do AAP, que ao mínimo sinal de novidades, serão os primeiros a ser informados.

Cumprimentos do vosso repórter industrial,

Mário
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MensagemAssunto: Re: Indústria e Tecnologia   Indústria e Tecnologia EmptyQua Ago 11 2010, 01:18

Brigado Mário. Indústria e Tecnologia 22692

Uma coisa me intriga: a relação qualidade preço e a efectiva especulação que se gera em seu redor, seja por parte da indústria, comércio ou consumidor. Diria que não faz muito sentido, mas não seria dizer muito...
Mas vou colocar aqui um exemplo. Comprei uns discos com um selo designando o produto como sendo 180 g. e tal... e de facto são bons discos. Agora comprei uns com o selo da Speakers Corner Records. Ainda não tive tempo de os ouvir, mas começo desde já a colocar aqui uma questão: se paguei 27€ cada e na fnac estão a cerca de 36€, será que isto não dá que pensar? É só uma diferênça de cerca de 9€ cada!... Indústria e Tecnologia 809774 Indústria e Tecnologia 317942
Agora questiono-me ainda sobre outros casos que, segundo as razões apontadas, seja de superioridade sónica ou mesmo sendo de edições limitadas, será que realmente algum argumento pode justificar tal disparidade de prêço? trata-se de prêços acima de 40 e 60€! Note-se que não se trata de nenhum disco antigo e raro... mas de novas edições!

Fiquem bem e boas audições!
Fernando
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António José da Silva
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António José da Silva


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MensagemAssunto: Re: Indústria e Tecnologia   Indústria e Tecnologia EmptySex Ago 13 2010, 13:34

Se a história da origem do estéreo é realmente esta, é sem duvida uma história interessante. Poderiamos investigar melhor esta questão.
Este teu tópico faz-me lembrar um livro (que recomendo fortemente) que conta a história da ciência, e onde se aprende que muitos inventos e descobertas científicas advêm de coincidências, erros, e mesmo rixas entre cientistas. Este livro deveria ser de leitura obrigatória nas escolas.
Apesar de não ter lido a versão portuguesa, penso que será igualmente boa.


Sobre o livro.

"Ao longo de todo o livro, a receita, ou melhor, as receitas de Bryson são claras. Está mais interessado em explicar como os factos foram descobertos do que em relatá-los secamente. Está mais empenhado em explicar as histórias humanas do que entrar em pormenores de rigor que o leitor rapidamente esqueceria. Vai direito aos temas mais importantes e às polémicas mais sedutoras. Ajuda a perceber a importância das diversas descobertas, narrando um pouco da sua história. Escreve sem floreados. Directamente. Usa a dose justa de termos técnicos. Trata o leitor como um ser inteligente que gosta de perceber e de aprender enquanto se diverte com a aventura da ciência. Sabe que a simplicidade é o melhor veículo para a profundidade. Ao mesmo tempo que faz tudo isso, Bill Bryson consegue atingir um rigor científico e histórico espantoso (...) O resultado é a prova esmagadora do poder do profissionalismo e do talento."
Nuno Crato, In Expresso, 27 de Novembro de 2004

http://www.wook.pt/ficha/breve-historia-de-quase-tudo/a/id/77275

http://www.amazon.com/Short-History-Nearly-Everything/dp/0767908171



Vou tentar saber mais sobre o assunto da origem da gravação estéreo.
Quem sabe se não podemos iniciar um debate sobre o que é melhor, estéreo ou mono. Pode parecer uma questão "parva" mas as opiniões divergem mais do que se possa julgar.

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MensagemAssunto: Re: Indústria e Tecnologia   Indústria e Tecnologia EmptySex Ago 13 2010, 17:02

Pois é, a especulação toma normalmente conta de toda a concepção e aquilo que entendemos, culturalmente (política/religiosa/económica...) é uma ilusão ao serviço de interesses e não da verdade.
Aqui, sem querer elevar tanto a quetão, realmente existe matéria que pode e deve ser tratada. No caso dos discos Speakers Corner Records, ainda não fiz comparação directa com os outros, mas ainda irei ter esse cuidado, pois eu como gosto muito do disco de Stan Getz e Gilberto, comprei este também, quando já o tinha em casa. Já o ouvi e não notei nada de diferente; a não ser uma leve impressão, que pode ser apenas isso mesmo, mas ainda irei fazer a comparação directa. Disco e capara são exactamente iguais, o que se diz ser diferente é a qualidade da impressão, ou seja, da massa - penso eu de que... Indústria e Tecnologia 447836 Uma coisa é certa, já vi estes discos ainda mais baratos: 26 e 25€.

Agora, que estou na limpeza de discos que tenho vindo a comprar já há algum tempo, deparei-me com uma agradável surpreza: pensava que não tinha o Guardador de Margens do Rui Veloso e afinal estava já entre estes e nem me lembrava! Indústria e Tecnologia 933723 Agora o problema de arrumação, ou seja, para guardar os discos, começa a ser realmente um problema! Indústria e Tecnologia 865586
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MensagemAssunto: Re: Indústria e Tecnologia   Indústria e Tecnologia EmptySáb Ago 14 2010, 22:37

Lamento informar-vos que afinal os discos em causa são mesmo iguais. Como o primeiro tinha sido comprado usado não sabia... mas afinal...
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E eu a ver se ouvia diferênças!... Indústria e Tecnologia 317942
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