DIY ou malucos do som

Estas coisas são mesmo assim ,ou se é ou não é!
Quem é não há nada a fazer.São coisas que se apanham normalmente em miúdo a fase onde se tem menos defesas e que muitas vezes ficam para toda a vida .Contra estes casos ainda não se arranjou vacina
Também pode atacar mais tarde e forte ,mas a racionalidade é outra e normalmente entra-se estado de loucura controlada
Há os casos porque é moda ou está dar, mas esses são passageiros ,com muito barulho mas sem paixão
Comecei muito novinho ainda na primaria por razões óbvias de o meu pai reparar rádios por isso material não faltava para fazer experiencias ,ás escondidas claro ,mas muito novinho fiquei a saber como um condensador rebentava!
Nos finais de 80 aparece uma nova onda que começou com a revista Imassom ,videosom e posteriormente a revista Audio e Hifi (nacional)
Na FIL, talvez o inicio do que foi depois o áudio show,a revista audio tinha uma sala que servi-o de ponto de encontro entre diy e futuros audiófilos
Nessa sala estiveram expostos alguns equipamentos feitos pelos então novos criticos onde já se notava que alguns iriam ser gurus .Era já uma questão de nariz empinado.....Neste mundo mais vale parece-lo que sê-lo
Lembro-me da grande desilusão que foi não ter podido ouvir os aparelhos construídos pelos então já críticos de audio nos quais se acreditava .A idade da inocência...
Infelizmente nada se ouvi-o !Nem um famoso pré ,nem umas colunas de ribon decca com corneta á mistura que a imaginar pelas descrições dos feitores eram uma maravilha
Foi realmente pena, mas a verdade é que é muito mais fácil e confortável ouvir e criticar o trabalho dos outros .Expor e ser alvo de critica é algo para o qual é preciso outro espírito ,saber é capacidade de aprender...
Mas os verdadeiros diy estavam lá cheio de pica !
Em 1992 o Jorge Gonçalves da revista áudio que também era naïf na altura ,disponibilizou uma sala para os malucos som , no áudio show realizado na escola em Benfica
Meritório e revelador de o homem gostava mesmo destas coisas do som
A revista audio teve um papel importante nesta fase do áudio em Portugal E teve um inicio que na minha opinião foi excelente
Para alem dos testes que se liam com entusiasmo tal como se esperava a saída da revista, também produzi-o bons artigos e teve algumas experiencias de teste de laboratório sobre os aparelhos testados

Mas toda esta conversa para falar do primeiro salão da era moderna, de malucos do som em Portugal
Todos os presente eram amadores com paixão. Ainda não havia doutores nem mestres nem gurus, essa trapalhada toda .... O que criava um bom clima de partilha e conversa
Recordo o Guilhermino Pereira o Carlos ladeiras o Rui Borges ,o Federico Soares e mais algum que não me lembro agora
O pessoal com a artilharia toda numa sala onde todos repartiam o tempo no uso dos seus aparelhos
Os malucos voltaram no ano seguinte a convite do Jorge Gonçalves .Atenção que não se pagava nada á borliu! Meritório para a revista que tinha dessa forma uma forte ligação aos leitores
Depois acabou e até compreendo as razões de carácter comercial pelas quais não eram simpático para os vendedores ter lá o pessoal a "chatear"

Revista áudio 1992 Áudio show, sala dos atacados....

Fantástico tópico amigo Rui que serve para dar ainda mais alento naquilo que o AAP intende fazer. A nossa ideia é mesmo essa. Juntar os "malucos" que sabem da poda. Ouvi-los explicar as razoes e porquês do caminho que seguem e ouvir suas criações.
Será que vislumbro neste tópico alguma "pica" para voltar a fazer uma brincadeira destas? espero que sim. Malta disposta a participar ativa e passivamente não parece faltar.
Obrigado por esta partilha que no fundo é um pouco da nossa historia áudio.

Muito bom

Passados quase 20 anos as motivações são as mesmas, como subinhado acima por AJS , juntar "malta" com os mesmos gostos para partilhar "saberes e expreiências".

Aqui fica o bom exemplo de alguns pioneiros

Abraços



Off-Topic: gostei de conhecer os primórdios da marca Audio physic em PT.

E eu fiquei curioso com as colunas do Rui Borges...


E esse woofer Hartley deve ser um "must"...

Milton escreveu:

E eu fiquei curioso com as colunas do Rui Borges...


E esse woofer Hartley deve ser um "must"...

Por falar em colunas e drivers, a ver se o Rui Pinho coloca aqui uns drivers algo para o estranho que ele lá tem de fabrico alemão e com os quais fez algumas colunas. Penso ser mais matéria boa para a aprendizagem do pessoal do AAP.

Ora aí está mais uma boa «imagem»! No fundo, antigamente havia um maior espírito de aventura... Talvez porque não havia tanta «facilidade», como hoje. Mas é com as dificuldades que o gozo cresce.

Da parte que me toca, também é o gozo que importa e é a sensibilidade que me move, pois nem sequer me importo muito com as medições. Até já pensei adequirir material para fazer medições de áudio, mas tenho preferido os meus ouvidos. Isto faz parte do gozo.

De qualquer forma, não sou pessoa para me meter a criar e produzir, mas apenas fazer para mim... Mas ademiro muito o trabalho que por cá se faz e espero continuar a ver (e ouvir)!

Muito bêm Amigo Rui, embora as coisas por cá tenham descambado por outros caminhos a essência essa continua bêm patente.
E se as coisas não tomaram por cá as devidas proporções foi tambêm por culpa dos média que se renderam á máfia instalada, mas actualmente tambêm existêm outros meios de difusão como é o caso dos forums como o nosso e as pessoas tambêm já não se deixam influenciar por qualquer um sêm mais nem menos, e neste momento seremos certamente muito menos mas muito melhores.
Faça é o favor de não parar de acreditar

Abraço

descobri isto ali numa gaveta...
[img][/img]
[img][/img]

lembrei-me agora desta imagem, que a idade também mostra encanto, seja pela falta de «profissionalismo» ou por falta de pretenção que então não havia, pelo menos como se vê hoje, já com o tamanho da estupidez...

Stereo escreveu:

lembrei-me agora desta imagem, que a idade também mostra encanto, seja pela falta de «profissionalismo» ou por falta de pretenção que então não havia, pelo menos como se vê hoje, já com o tamanho da estupidez...

fantástica esta imagem, (não conhecia), não há explicação mais simples para perceber a lei de Ohm,
não se esqueçam: quanto mais estreito for o fio menos corrente passa.

Em 1991 encontro de construtores amadores de audio
Uma sala cedida pela revista Audio, partilhada em excelente convivio
Um periodo muito bonito do audio em Portugal.Não era tão fácil como hoje,talvez por isso eram pessoas com grande paixão e conhecimentos
Tenho o prazer de ter um exemplar da revista Laudiophile de 1983 ,revista de culto,onde vem publicado o projecto de um amplificador a valvulas ,de José Gomes que esteve presente nestes encontros.Tambem fazia naturalmente parte do grupo de malucos da Centrel.sempre um prazer as longas conversas e discuções

Bons velhos tempos amigo Rui. Será que os conseguimos reanimar neste período negro em que vivemos?

António isso é que era porreiro !!!

Vodoo escreveu:

António isso é que era porreiro !!!

Amigo David. O sonho continua bem vivo.

A cultura é uma coisa terrível, pois o ser humano praticamente não consegue libertar-se dela e segue-a como que numa dependência... Para onde ela for o ser humano segue-a. Enfim, este é o grande drama humano.
Mas mesmo tendo consciência do desânimo que domina o ser humano, para não dizer frustração por ter sido enganado acerca da «terra prometida», não é razão para baixar os braços. Não é por acaso que estamos neste espaço a partilhar experiências de um passa-tempo que todos nós tanto gostamos.
Por isso, seja qual for a intenção ou interesse, há que dar espaço à hipótese e cultivar esta. Se por acaso surgir alguma ideia que possa parecer interessante, há que colocar qualquer hipótese que seja para que se siga em frente.

Stereo escreveu:

A cultura é uma coisa terrível, pois o ser humano praticamente não consegue libertar-se dela e segue-a como que numa dependência... Para onde ela for o ser humano segue-a. Enfim, este é o grande drama humano.
Mas mesmo tendo consciência do desânimo que domina o ser humano, para não dizer frustração por ter sido enganado acerca da «terra prometida», não é razão para baixar os braços. Não é por acaso que estamos neste espaço a partilhar experiências de um passa-tempo que todos nós tanto gostamos.
Por isso, seja qual for a intenção ou interesse, há que dar espaço à hipótese e cultivar esta. Se por acaso surgir alguma ideia que possa parecer interessante, há que colocar qualquer hipótese que seja para que se siga em frente.

Viva,
bora lá com este projecto para a frente

Abraços