A equalização RIAA é a especificação standard mundial para a correcta gravação e reprodução de discos de vinil.
Foi estabelecida pela Recording Industry Association of America (RIAA).
O objectivo prático da equalização é permitir tempos de gravação maiores, melhorar a qualidade de som, facilitar o tracking das células e limitar os ruídos dos discos.
Em síntese essa curva durante a gravação atenua os graves e "amplifica" os agudos em relação a uma referência de 1 kHz. Ao tocar o disco a entrada phono do amplificador “amplifica” mais os graves e atenua os agudos em relação à mesma referência de 1 kHz mas agora com a curva invertida.
Imagem da amplificação de um andar phono RIAA standard:
O uso dessa curva permite que se atinja dois objetivos, primeiro manter os sulcos do disco dentro de um tamanho relativamente padrão pois senão os sulcos devido aos graves seriam demasiado largos, reduzindo o tempo de reprodução dos discos e dificultando a leitura da agulha, em segundo lugar atenuar os ruídos de alta frequência gerados pelo contacto da agulha na superfície do disco.
Desde 1940 cada editora tinha a sua própria equalização o que era um problema depois para tocar os discos em diferentes andares phono.
Chegaram a existir mais de 100 curvas diferentes, nomeadamente Columbia-78, Decca, Victor-78, BBC, NAB, Orthacoustic, Columbia LP, FFRR-78, microgroove, AES entre muitas outras…
A curva RIAA teóricamente foi adoptada desde 1954 se bem que até ao início dos anos 70 ainda se encontram alguns discos que não usam esta curva standard.
Com a equalização RIAA um disco é gravado (cortado) com as baixas frequências reduzidas e as altas frequências aumentadas, e ao tocar o andar phono faz o oposto. O resultado é uma frequência de resposta tanto mais plana quanto mais correcta for a implementação da RIAA no andar phono.
O ruído de fundo e os clicks dos discos são bastante atenuados com a implementação desta forma de gravar e tocar os discos de vinil.
O outro grande benefício do sistema é que sem ele as baixas frequências iriam causar que a agulha de corte fizesse espiras demasiado largas.
Não era apenas a questão do tempo de leitura de cada lado do disco que seria muito menor, era também o stress e desgaste que iria acontecer na aste (canteliver) da célula, a distorção que iria ocorrer devido a problemas de tracking e por fim um maior desgaste da agulha e dos discos.
Por outro lado uma das desvantagens do sistema é que o rumble dos gira discos é bastante amplificado, para resolver isso tentou-se adoptar a norma “RIAA IEC” que cortava um pouco mais na intensidade dos graves mas essa norma não vingou, pois chegaram à conclusão que era suposto os gira discos modernos de qualidade não sofrerem desse problema.
Para se implementar um pré-phono com as características correctas de RIAA é preciso respeitar os dB’s que se tem de atenuar ou aumentar de acordo com cada frequência que o sistema tem de tocar, sendo que os 1000Hz são o ponto zero, à medida que a frequência vai baixando dos 1000Hz vai-se aumentando os dB’s gradualmente, e à medida que a frequência vai subindo dos 1000Hz vai-se atenuando os dB’s também gradualmente (ver gráfico no inicio deste meu post).
Links interessantes:
http://www.tanker.se/lidstrom/riaa.htm
http://www.phonostagepreamp.com/78rpm-riaa-equalization.htm
Abraço,
Jorge Ferreira