O filtro brickwall

O "grande" problema do Redbook (Audio-CD) é que o conversor D/A precisa de um filtro de passa-baixo analógico (chamado brickwall) que corte a banda audível à frequência limite (22 KHz a 44,1KHz) e quanto mais acentuado for o declive produzido pelo filtro mais a afectada irá ser a resposta de fase perto da frequência de corte.
É por esta razão que a resposta de fase das altas frequências num D/AC NOS (sem sobre-amostragem ou oversampling) não é muito boa; a sobre-amostragem permite empurrar a frequência de corte do filtro para frequências mais elevadas e usar um declive menos acentuado.
A questão é que os algoritmos de interpolação não são perfeitos (embora a teoria o seja) e geram artefactos visíveis na resposta de impulso:


Alguns fabricantes (como a Wadia ou a Meridian) criaram filtros para limpar esses artefactos:


A Cambridge instalou no Dacmagic a possibilidade de escolher entre diferentes algoritmos (Steep, Linear Phase, Minimum Phase) e pelo que li essa diferença é subtil mas audível...

http://www.stereophile.com/content/cambridge-audio-azur-dacmagic-da-converter-measurements

É ouvir.

Ricardo

O problema é que qualquer filtro introduz uma rotação de fase que é audível já que esta é função da frequência. Com uma alta frequencia de amostragem podes evitar ter o filtro, basta um condensador na saída para "limar" o sinal.

Quando temos um sinal a 192 KHz não é necessário filtrar, basta o mencionado condensador. Mas como o mundo não é perfeito e nós temos CDs a 44 KHz, azar. Efectivamente meter uma amostra pelo meio gera "ruído" mas este é, creio, sempre mais benévolo que um filtro passa-baixo de uma grau altísimo. Podem escolher as diferentes tipologias que quiserem (Butterworth, Chebyschev) mas a física é a física e não há nada a fazer senão tentar enganar o sinal. Com uma filtragem final no dominio digital isto pode evitar-se mas encarece a coisa.