Fórum para a preservação e divulgação do áudio analógico, e não só... |
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| Histórias de embalar | |
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+5Doug Milton vlopes António José da Silva jpamplifiers 9 participantes | Autor | Mensagem |
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jpamplifiers Membro AAP
Mensagens : 608 Data de inscrição : 16/09/2011 Localização : Sintra
| Assunto: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 15:22 | |
| Após muitos anos de pesquisa no campo de áudio, descobriu-se que a música e a reprodução musicais têm seu lado atraente através da sua “audição pelo timbre”. Na “audição pelo timbre” o tom é subordinado ao timbre, desta forma a qualidade do tom musical é determinada pela “presença” que vem a ser a relação existente entre a fundamental e a amplitude distribuída nos seus harmônicos. Esta modalidade de audição é fortemente influenciada pela cultura musical de cada povo, desta forma os ocidentais focam na tonalidade e harmonia enquanto os orientais na textura e na coloração. A isto se chama “audição pelo timbre”. Existe uma outra modalidade chamada de “audição sônica” que foca na transparência, no desempenho, no espaço sonoro e na imagem do som, que não são elementos musicais. Nenhuma das formas descrita é melhor ou pior, nem correta ou incorreta mas apenas formas que induzem a preferência do ouvinte. O conhecimento deste conceito, conduz ao projeto de um equipamento mais adequado para este ou aquele público usuário.
A famosa válvula 300B, sucessora da 300 A de 1933, de aquecimento direto iniciou sua carreira em 1938 no não menos famoso amplificador 91-A da Western Electric foi comercialmente superada pelas KT66 da mesma época, mas mundialmente difundidas em 1947 pelos amplificadores Williamsom, que em push pull e com realimentação negativa apresentavam maior potência e menos distorção. Estes equipamentos WE estavam a beira do esquecimento e da extinção quando no final dos anos 70 ocorreu a ressurreição dos mesmos pelos audiófilos japoneses. A audição pelo timbre foi decisiva nesta ressurreição. Este amplificador apesar de sua impressionante qualidade auditiva proporciona 8% de THD e resposta de 40 a 12.000 Hz. Algo impensável em um amplificador de alta qualidade. Como um amplificador com estas características poderia ser mais agradável que um op amp com .001% de THD e ampla resposta espectral? Em 1955 Norman Crowhurst especialista em áudio amplificação levantou a hipótese das distorções agradáveis e das desagradáveis com algo diretamente incomensurável em aparelhos então existentes. Em sua teoria, a relação proporcional de energia de cada um dos harmônicos em relação à fundamental formaria o timbre que nos daria uma coloração subjetivamente atraente ou não. Estes fatores estariam ligados à polarização das válvulas, casamento de impedâncias e carga acústica. Afinal amplificadores SE reproduzem todos os harmônicos; restava domá-los. Os fatores descritos se encontravam em posição favorável. Provavelmente devido a cultura musical crítica dos japoneses quanto à “audição pelo timbre” a que estavam acostumados, os japoneses compraram o remanescente de amplificadores WE 91 abandonados em conjunto com os famosos reprodutores da Altec “Voice-of-the-Theatre” e válvulas de reposição, inclusive construindo novos protótipos experimentais. Inclusive conduzindo a remanufatura de novas válvulas 300-B para os novos amplificadores recém produzidos. A revista francesa L’Audiophile através de seu correspondente Jean Hiraga publicou as experiências, e em 1986 em sua loja no centro de Paris realizou demonstrações com os novos amplificadores e reprodutores, replicas Onken, japonesas, dos antigos Altec, utilizando toca discos francês Platine Verdier. Neste momento o vinil, o toca discos, o amplificador à válvula e os reprodutores em corneta de alta eficiência demonstravam sua superioridade acústica sobre os avançados equipamentos digitais e de estado sólido então em moda.
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| | | António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 15:59 | |
| Estas história vem mesmo a calhar e poderá ser que nos levem a entender a magia deste tipo de equipamento. A ver se tem continuação. _________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte | |
| | | vlopes Membro AAP
Mensagens : 3034 Data de inscrição : 03/07/2010 Localização : Para onde nos pode levar uma música? Para qualquer lugar onde seja capaz de voar o pensamento.
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 16:20 | |
| Citando o Joaquim: "Neste momento o vinil, o toca discos, o amplificador à válvula e os reprodutores em corneta de alta eficiência demonstravam sua superioridade acústica sobre os avançados equipamentos digitais e de estado sólido então em moda". Estamos perfeitamente alinhados com esta "doutrina"!!! | |
| | | Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 16:23 | |
| - vlopes escreveu:
Citando o Joaquim:
"Neste momento o vinil, o toca discos, o amplificador à válvula e os reprodutores em corneta de alta eficiência demonstravam sua superioridade acústica sobre os avançados equipamentos digitais e de estado sólido então em moda".
Estamos perfeitamente alinhados com esta "doutrina"!!! Parece mesmo o estilo de escrita do Paulo TD124.... | |
| | | Doug Membro AAP
Mensagens : 534 Data de inscrição : 09/01/2011 Idade : 38
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 16:31 | |
| Fica aqui a referencia bibliográfica
http://www.novacon.com.br/audiowestern.htm | |
| | | António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 16:42 | |
| - Doug escreveu:
- Fica aqui a referencia bibliográfica
http://www.novacon.com.br/audiowestern.htm Muito bom mesmo, algo a ler e decerto que pode gerar bastantes conversas interessantes. E se for com a ajuda de alguém tecnicamente capaz como o amigo Joaquim, tanto melhor. _________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte | |
| | | ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 19:31 | |
| - António José da Silva escreveu:
- Doug escreveu:
- Fica aqui a referencia bibliográfica
http://www.novacon.com.br/audiowestern.htm
Muito bom mesmo, algo a ler e decerto que pode gerar bastantes conversas interessantes. E se for com a ajuda de alguém tecnicamente capaz como o amigo Joaquim, tanto melhor. Nesse caso gostava que me explicassem esta frase: "Este amplificador apesar de sua impressionante qualidade auditiva proporciona 8% de THD e resposta de 40 a 12.000 Hz. Algo impensável em um amplificador de alta qualidade. Como um amplificador com estas características poderia ser mais agradável que um op amp com .001% de THD e ampla resposta espectral?" Talvez porque: a) fazia frio e o 300B aquecia a sala? b) havia algo de errado com o op amp?? c) as distorções eram de tal modo profundamente agradáveis que quem as escutou nem percebeu que distorciam os timbres dos instrumentos e vozes??? d) já iam na 6ª de Glenfiddich???? e) os cabos usados tinham condutores em platina????? f) o leitor de CDs eram um Rega Planet original?????? g) rodava uma bela cachimbada??????? h) escutava-se uma gravação mono de banjo solo registada em New Orleans no ano de 1923???????? | |
| | | ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 19:35 | |
| Histórias de embalar... indeed | |
| | | Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 20:11 | |
| Boa leitura sobre o assunto.
http://milbert.com/articles/tubes_vs_transistors | |
| | | ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 21:12 | |
| Imagino que o autor se esteja a referir a gravações de pop&rockalhada... The basic cause of the difference in tube and transistor sound is the weighting of harmonic distortion components in the amplifier's overload region. Transistor amplifiers exhibit a strong component of third harmonic distortion when driven into overload. This harmonic produces a "covered" sound, giving the recording a restricted quality. Alternatively a tube amplifier when overloaded generates a whole spectrum of harmonics. Particularly strong are the second, third, fourth, and fifth overtones which give a full-bodied "brassy" quality to the sound. The further any amplifier is driven into saturation, the greater the amplitude of the higher harmonics like the seventh, eighth, ninth, etc. These add edge to the sound which the ear translates to loudness information. Overloading an operational amplifier produces such steeply rising edge harmonics that they become objectionable within a 5-dB range. Transistors extend this overload range to about 10-dB and tubes widen it 20-dB or more. Using this basic analysis, the psychoacoustic characteristics stated in the beginning of this paper can be related to the electrical harmonic properties of each type of amplifier.
(...)
Vacuum-tube amplifiers differ from transistor and operational amplifiers because they can be operated in the overload region without adding objectionable distortion.Objectionable distortion??? Driven into overload??? Cambada de doidos. Já agora, sabiam que um avião a hélice é muito mais agradável do que um a jacto quando em queda livre por falta de combustível? | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Histórias de embalar Qui maio 10 2012, 23:04 | |
| - jpamplifiers escreveu:
- Após muitos anos de pesquisa no campo de áudio, descobriu-se que a música e a reprodução musicais têm seu lado atraente através da sua “audição pelo timbre”.
Na “audição pelo timbre” o tom é subordinado ao timbre, desta forma a qualidade do tom musical é determinada pela “presença” que vem a ser a relação existente entre a fundamental e a amplitude distribuída nos seus harmônicos. Esta modalidade de audição é fortemente influenciada pela cultura musical de cada povo, desta forma os ocidentais focam na tonalidade e harmonia enquanto os orientais na textura e na coloração. A isto se chama “audição pelo timbre”. Existe uma outra modalidade chamada de “audição sônica” que foca na transparência, no desempenho, no espaço sonoro e na imagem do som, que não são elementos musicais. Nenhuma das formas descrita é melhor ou pior, nem correta ou incorreta mas apenas formas que induzem a preferência do ouvinte. O conhecimento deste conceito, conduz ao projeto de um equipamento mais adequado para este ou aquele público usuário.
A famosa válvula 300B, sucessora da 300 A de 1933, de aquecimento direto iniciou sua carreira em 1938 no não menos famoso amplificador 91-A da Western Electric foi comercialmente superada pelas KT66 da mesma época, mas mundialmente difundidas em 1947 pelos amplificadores Williamsom, que em push pull e com realimentação negativa apresentavam maior potência e menos distorção. Estes equipamentos WE estavam a beira do esquecimento e da extinção quando no final dos anos 70 ocorreu a ressurreição dos mesmos pelos audiófilos japoneses. A audição pelo timbre foi decisiva nesta ressurreição. Este amplificador apesar de sua impressionante qualidade auditiva proporciona 8% de THD e resposta de 40 a 12.000 Hz. Algo impensável em um amplificador de alta qualidade. Como um amplificador com estas características poderia ser mais agradável que um op amp com .001% de THD e ampla resposta espectral? Em 1955 Norman Crowhurst especialista em áudio amplificação levantou a hipótese das distorções agradáveis e das desagradáveis com algo diretamente incomensurável em aparelhos então existentes. Em sua teoria, a relação proporcional de energia de cada um dos harmônicos em relação à fundamental formaria o timbre que nos daria uma coloração subjetivamente atraente ou não. Estes fatores estariam ligados à polarização das válvulas, casamento de impedâncias e carga acústica. Afinal amplificadores SE reproduzem todos os harmônicos; restava domá-los. Os fatores descritos se encontravam em posição favorável. Provavelmente devido a cultura musical crítica dos japoneses quanto à “audição pelo timbre” a que estavam acostumados, os japoneses compraram o remanescente de amplificadores WE 91 abandonados em conjunto com os famosos reprodutores da Altec “Voice-of-the-Theatre” e válvulas de reposição, inclusive construindo novos protótipos experimentais. Inclusive conduzindo a remanufatura de novas válvulas 300-B para os novos amplificadores recém produzidos. A revista francesa L’Audiophile através de seu correspondente Jean Hiraga publicou as experiências, e em 1986 em sua loja no centro de Paris realizou demonstrações com os novos amplificadores e reprodutores, replicas Onken, japonesas, dos antigos Altec, utilizando toca discos francês Platine Verdier. Neste momento o vinil, o toca discos, o amplificador à válvula e os reprodutores em corneta de alta eficiência demonstravam sua superioridade acústica sobre os avançados equipamentos digitais e de estado sólido então em moda.
Muito bem! Não é por acaso que eu prefiro o SE! | |
| | | limiano Membro AAP
Mensagens : 45 Data de inscrição : 11/12/2011
| Assunto: Re: Histórias de embalar Sex maio 11 2012, 12:49 | |
| Sem negar as caractristicas sonicas dos antigos amplificadores que tinham o seu som,agradável mas limitado ... Acho que 8% de distorção(audivel e colorido) ,12000 hz, é limitativo para a reprodução musical de qualidade Mesmo os antigos amplificadores a valvulas não sofriam de limitações tão grandes,para isso é preciso recuar ao tempos das lampadas ... Bem haja | |
| | | ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
| | | | reirato Membro AAP
Mensagens : 3642 Data de inscrição : 08/11/2010 Idade : 80 Localização : Stª Maria de Belém, Lisboa
| Assunto: Re: Histórias de embalar Dom maio 13 2012, 00:38 | |
| - limiano escreveu:
- Sem negar as caractristicas sonicas dos antigos amplificadores que tinham o seu som,agradável mas limitado ...
Acho que 8% de distorção(audivel e colorido) ,12000 hz, é limitativo para a reprodução musical de qualidade Mesmo os antigos amplificadores a valvulas não sofriam de limitações tão grandes,para isso é preciso recuar ao tempos das lampadas ... Bem haja Nada que uma boa galena não consiga resolver!!! | |
| | | ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
| Assunto: Re: Histórias de embalar Dom maio 13 2012, 10:26 | |
| Este jeitoso Yamamoto anda lá perto (10% p/ 1W a 8 Ohm): Yamamoto A-08, distortion (%) vs 1kHz continuous output power into (from bottom to top at 1W): 8, 16, 4, 2 ohms. | |
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