Braços de grande massa

O mundo audiófilo vinylico gira em torno dos braços de pequena e média massa, Ora existe outro mundo que produz um som de grande qualidade: são os braços de elevada massa, que alguns ainda não conhecem. Dentro destes, tem particular realce os que têm amortecimento viscoso.

Braços com que se pode pregar um prego na parede, como se pode ver nas fotos anexas. Eram muito populares na radio.

http://flickrhivemind.net/User/meshplate/Interesting

São braços uni pivot a trabalharem numa taça cheia de silicone.

Não precisam de elevador: largam-se e demoram dois segundos a chegar ao disco: dois segundos é o ideal; o tempo de queda é sujeito a afinação com o parafuso que se vê por cima do eixo.

O seu percursor foi a Gray Research: os seus braços custavam bem mais que um SME.

Os japoneses, dada a popularidade deste tipo de braços, desataram a imitá-los, havendo uma enorme profusão de clones: Calrad, Velvet Touch, Musimaster, Grace, Neat, Realistic, Argonne, e muitos mais.

Com uma cabeça esférica, porque o braço não tem qualquer tipo de afinação, e um tracking a mais de 2,5 gramas, tocam que nem um mimo.

Na reprodução do som preocupamo-nos muito com a dinâmica direita esquerda, mas esquecemo-nos da dinâmica frente trás. Ora estes braços põem essa dinâmica, bem como a direita esquerda, a um nível incomparável. Peguem num disco ao vivo de qualidade; ponham-no a tocar com um destes braços; fechem os olhos; e verão que começam a sentir os músicos a mover-se no palco.

Se montarem um braço destes no vosso gira-discos favorito podem ter a certeza que muito dificilmente o voltam a tirar.

Boas audições

Ora aqui está um tópico deveras interessante. Um bom ponto de partida para uma variedade de temas de conversa, especialmente o amortecimento na parte traseira do braço que quanto a muitos, é o sitio mais indicado para se "acalmar" o braço de vibrações indesejadas. Esses braços (claro está) necessitam de células com compliance bastante baixa.

E para quando a sua apresentação?

CNeves escreveu:

»... Peguem num disco ao vivo de qualidade; ponham-no a tocar com um destes braços; fechem os olhos; e verão que começam a sentir os músicos a mover-se no palco...«

Tópico muitíssimo interessante. Continuo adepto de braços de elevada massa, embora nunca tenha tido a oportunidade de experimentar algo tão »robusto«.

Mas, ainda que mal pergunte, se eu decidir escutar um disco de uma boa orquestra, gravado ao vivo, por exemplo a Sinfonia nr. 8 de Mahler, será que o ruído dos músicos a moverem-se no palco não irá perturbar a audição? Imagino o que seria a confusão das cadeiras a baterem umas nas outras, um dos primeiros violinos caindo dentro da tuba, as estantes com as partituras todas trocadas, isto já para não falar no caos criado pela movimentação dos coros.

Saudações analógicas,

Mário João Ceia

Caro amigo
Lamento muito a minha ignorância, mas não tenho grande conhecimento de peças clássicas ao vivo. Sou de opinião que ao contrário da música popular e da ópera, que de certa forma é música popular, a reprodução ao vivo de peças clássicas nada acrescenta: isso devido a normalmente não existir aquela emoção do público, que só por si faz vibrar o disco ao vivo; mas que também contagia os músicos, e fá-los expressar a música de forma diferente. Sou um grande fã de música popular ao vivo. Claro que na música clássica há exceções: há belíssimos discos dos concertos de fim do ano em Viena: eu tenho alguns, mas em CD; bem como do Prom: aqui tenho DVDs.
Assim, não tenho discos de vinil ao vivo das peças clássica que mais gosto, pelo que não posso expressar opinião.
Julgo que o amigo sabe bem que a agulha em qualquer braço não reproduz nada mais do que lá esta colocado: a maioria de vezes menos. Ora os braços de amortecimento viscoso, na minha opinião transmitem como nenhum outro a emoção da música: sou de opinião, e é tão só uma opinião, que isso é devido à espacialidade frente verso e direita esquerda que conseguem: é tão só isso que eu quis transmitir.
Boas audições

Mas a questão é mesmo ir ao encontro daquilo que o analógico guarda, que ansiamos descobrir. Eu que o diga, que já descobri muito! O mesmo se pode dizer do amigo Rui Borges!...
Aqui o que conta é o gira, o braço, a célula, o pre-de-phono... e tudo isto é qualquer coisa! Mas a recompensa!...

Eu ando há algum tempo a tentar construir uma tina de amortecimento em silicone para o meu ET - a marca já produziu uma mas está descontinuada - mas talvez esteja quase a conseguir...depois dou notícias.

Abraço,

Seven

seven escreveu:

Eu ando há algum tempo a tentar construir uma tina de amortecimento em silicone para o meu ET - a marca já produziu uma mas está descontinuada - mas talvez esteja quase a conseguir...depois dou notícias.

Abraço,

Seven

Isso seria bem interessante e obviamente que queremos ver.