Hoje em dia discute-se muito a questão da
gama dinâmica (diferença entre o som de menor e o de maior intensidade numa gravação, medida em dB), por um lado devido à compressão dinâmica (redução dessa diferença) de que têm sido vítimas a maior parte das edições de pop/rock nos últimos anos mas também devido ao aparecimento de formatos de alta definição que permitem registar programas musicais com uma gama dinâmica que ultrapassa os 120dB.
Mas será que temos interesse ou conseguimos sequer beneficiar de uma gama dinâmica com tal amplitude?
Se tivermos em conta que o ruído de fundo nas nossas salas raramente desce abaixo dos 20-30dB no período entre as 9 e as 23 horas, e que até as colunas de reprodução doméstica mais "poderosas" dificilmente atingem os 120dB (a 1 metro) de nível máximo de pressão sonora (e limiar da dor), facilmente chegamos à conclusão que
na nossa sala não conseguimos reproduzir no ponto de escuta uma gama dinâmica superior aos, 84dB se o ponto de escuta distar 2 metros das colunas (120 — 30 = 90dB + atenuação 2x 1m = —6dB).
Ora 84dB equivale a um valor que ronda os 14bit.
Mas na realidade este valor está longe da
gama dinâmica real que encontramos
nas gravações em CD de música "clássica", o género musical normalmente associado a uma grande amplitude dinâmica, e que nas várias centenas de CDs que possuo (ou dos poucos ficheiros HD que avaliei) nunca excede os 72dB ou 12bit.
No caso do jazz ou do pop/rock os melhores exemplos rondam os 25-30dB de gama dinâmica (normalmente andam nos 10dB).
Nesta tabela podemos ver as capacidades dinâmicas dos vários formatos/suportes de audio:
Quem quiser perceber de que se trata ou testar as capacidades do seu sistema tem neste
link um conjunto de gravações com uma gama dinâmica que vai dos 6db aos 72dB (atenção ao volume):
http://www.audiocheck.net/testtones_dynamic.php
Boas experiências,
Ricardo