Música e Audiofilia em Português

Para quem ainda não conhece, o brasileiro Ricardo Labuto Gondim é teólogo, professor universitário, ensaísta, crítico de cinema e música clássica…e audiófio.
No seu site LOGOS ELECTRÓNICO podemos encontrar textos interessantes e com muita graça (alguns deles escritos pelo nosso amigo Holbein Menezes) sobre música e cinema:

http://www.logoseletronico.com/audicoes.htm
http://www.logoseletronico.com/monumentos.htm
http://www.logoseletronico.com/melomanos.htm
http://www.logoseletronico.com/opera.htm

filosofia e audio:

http://www.logoseletronico.com/audiofilos.htm



Como aperitivo proponho a leitura de "Para quem é o sistema, afinal?"

Dezenas de revistas e milhares de sites na web – incluindo o logos eletrônico – demonstram de modo irrefutável que a chamada “audiofilia” é uma coisa complicada.

Eis a pergunta inevitável: será que é mesmo?

http://www.logoseletronico.com/arqaudi/audiofilia.htm

A ver se arranjo tempo, parece interessante.

 
Definitivamente um site a explorar
Obrigado Ricardo

— Que sistema você teria se fosse rico?
— Eu não teria um som “milionário”, mas uma sala maravilhosa e um sistema que tocasse bem, muito bem. Pertenço à minoria que não acredita na relação entre preço estratosférico e performance. Um número numa etiqueta não pode legitimar o que é bom.
— Então qual é o critério?
— O ouvido é o critério.
— Mas se o ouvido te enganar?
— Não existe problema em ser enganado pelos próprios ouvidos. O sistema é para ouvir música, não para impressionar visitas. Ainda que estivesse enganado, estaria feliz.

© R.L.G

António José da Silva escreveu:

A ver se arranjo tempo, parece interessante.

É muito divertido (e educativo)…e, para aqueles que precisam de uma motivação extra, está cheio de fotos de miúdas giras descascadas. 

ricardo onga-ku escreveu:

António José da Silva escreveu:

A ver se arranjo tempo, parece interessante.

É muito divertido (e educativo)…e, para aqueles que precisam de uma motivação extra, está cheio de fotos de miúdas giras descascadas. 

Vá lá....tive que ir ver se dizias a verdade ou estavas só a mangar com o pessoal...de facto confirmo que aquilo está cheio de "bom material" divertido e educativo .
  

Muito interessante.


http://www.logoseletronico.com/arqaudi/filosofia.htm


Acho que o Ricardo não vai gostar.   

Dei uma vista de olhos rápida    confirma-se as babes descascadas

http://www.logoseletronico.com/arqaudi/phono.htm

gostei da review do nad pp2  ............isso e para levar a sério???
 

http://www.logoseletronico.com/arqaudi/freud.htm

"Antes que a sábia pergunta do meu filho me levasse a verbalizar o óbvio, agi sensatamente quando decidi comprar um toca-discos para DJs. Não sei se já te contei isso antes, mas de um modo geral meus LPs são tão ruins que a NASA pediu para estudá-los: eles acham que entre os bilhões de fungos dos meus discos podem existir microorganismos ainda desconhecidos pela ciência. Talvez eu detenha na estante o segredo da vida na impiedade glacial do vácuo. Ou a solução para gerar atmosfera em Marte através de cianobactérias. Se eu tivesse o Thorens monumental dos meus sonhos, teria também um pesadelo. Grandes toca-discos exigem grandes prensagens. Mas na tração bestial do meu Numark TT200 – que custou uma bagatela há cerca de 3 anos – Mengelberg soa claro, plano e “limpo”. Como se os fungos tivessem ido para o espaço."   

Os textos são todos muito bem escritos, com bastante conhecimento global e cheios de bom humor.   

ricardo onga-ku escreveu:

— Que sistema você teria se fosse rico?
— Eu não teria um som “milionário”, mas uma sala maravilhosa e um sistema que tocasse bem, muito bem. Pertenço à minoria que não acredita na relação entre preço estratosférico e performance. Um número numa etiqueta não pode legitimar o que é bom.
— Então qual é o critério?
— O ouvido é o critério.
— Mas se o ouvido te enganar?
— Não existe problema em ser enganado pelos próprios ouvidos. O sistema é para ouvir música, não para impressionar visitas. Ainda que estivesse enganado, estaria feliz.

© R.L.G

E já agora pode-se saber qual é o sistema do Ricardo ?

Genial   

Guia para os inseguros

http://www.logoseletronico.com/arqaudi/inseguros.htm


Excerto...



Um exemplo amador do fenómeno é o dialecto audiófilo, que nos torna enigmáticos, singulares ou quase grandiosos diante de esposas, namoradas e jovens de até 12 anos. Dos 12 em diante eles começam a descobrir nossas fraudes.

  

António José da Silva escreveu:

Muito interessante.


http://www.logoseletronico.com/arqaudi/filosofia.htm


Acho que o Ricardo não vai gostar.   

Já li faz muito tempo mas voltei a reler a conclusão…e gostei.
Apenas não concordo com o uso abusivo da palavra "arte"; neste caso preferia o uso de "artifício" ou "habilidade" (técnica) já que para mim "arte" é coisa maior, expressão de ideias, de sentimentos.

"Onde entra então a arte neste arrazoado de considerações?
Melhor é dar exemplos.
A medicina é uma arte, a construção de instrumentos musicais é uma arte, a fabricação de bons vinhos e a culinária são artes.
O projeto e fabricação de equipamentos de High-End é uma arte, e avaliar estes equipamentos também é.
Viver é uma arte.
Ora, e onde está agora a ciência?
Se vocês derem uma olhada na lista perceberão que todas esas artes citadas se apóiam na ciência e na tecnologia.
Falei se apóiam.
Não disse são ciência.
A arte está conectada com a alma humana, e, como tal, paira por cima de qualquer tecnologia.
Decide e toma caminhos por si mesma, mesmo que, quando possível, usa a ciência como apoio.
Para maior deleite, naturalmente, e não para maior – e desnecessária - repressão.

Gente, sentido comum e aplicação correta das idéias que deram origem ao método cientifico é o que falta."

…

Por falar em "arte":

logoseletronico escreveu:

Boa parte dos audiófilos não troca um fusível sem consultar um oráculo. E como até mesmo o estudo dos duendes tem lá a sua epistemologia, vivemos uma permanente ilusão de ciência, onde a ficção e a mágica podem ser justificadas.

Fico sempre com um sorriso nos lábios com a mudança de fusíveis nos aparelhos, e melhor ainda, a mudança de fusíveis nos quadros de alimentação.   

ricardo onga-ku escreveu:

António José da Silva escreveu:

Muito interessante.


http://www.logoseletronico.com/arqaudi/filosofia.htm


Acho que o Ricardo não vai gostar.   

Já li faz muito tempo mas voltei a reler a conclusão…e gostei.
Apenas não concordo com o uso abusivo da palavra "arte"; neste caso preferia o uso de "artifício" ou "habilidade" (técnica) já que para mim "arte" é coisa maior, expressão de ideias, de sentimentos.

"Onde entra então a arte neste arrazoado de considerações?
Melhor é dar exemplos.
A medicina é uma arte, a construção de instrumentos musicais é uma arte, a fabricação de bons vinhos e a culinária são artes.
O projeto e fabricação de equipamentos de High-End é uma arte, e avaliar estes equipamentos também é.
Viver é uma arte.
Ora, e onde está agora a ciência?
Se vocês derem uma olhada na lista perceberão que todas esas artes citadas se apóiam na ciência e na tecnologia.
Falei se apóiam.
Não disse são ciência.
A arte está conectada com a alma humana, e, como tal, paira por cima de qualquer tecnologia.
Decide e toma caminhos por si mesma, mesmo que, quando possível, usa a ciência como apoio.
Para maior deleite, naturalmente, e não para maior – e desnecessária - repressão.

Gente, sentido comum e aplicação correta das idéias que deram origem ao método cientifico é o que falta."

…

Por falar em "arte":

Eu diria que todo o artigo e bastante profundo nas suas considerações. E sobretudo, escrito com uma inegável inteligência abrangente.

Mais umas deambulações geniais.   

http://www.logoseletronico.com/arqaudi/critica.htm


Pequeno excerto:

Nunca, sob nenhuma hipótese desconsidere a marca do produto. Áudio é religião e equipamentos não têm usuários, têm devotos. Exemplificando: para uma fatia substancial de leitores, todo e qualquer modelo de caixa B&W é necessariamente uma Revelação. Se os agudos de um dado espécime forem incômodos – pois enquanto algumas B&W são transparentes outras tendem a um brilho compacto – use um eufemismo qualquer e transforme o pecado em virtude. Diga algo no gênero “os agudos têm aquela frontalidade que irá agradar aos amantes da marca”.

O espírito é este. Não provoque o leitor, não estimule opiniões pessoais: um dos pilares de sustentação da indústria do Hi-End é a irracionalidade.

Cheio de pequenas preciosidades.


http://www.logoseletronico.com/arqaudi/imprensa.htm


Se não fosse a publicidade amortizando custos e financiando o uísque dos editores, sua revista preferida custaria muito mais do que você estaria disposto a pagar. A questão é que por traz de cada anúncio se ergue um anunciante; o homem que detém a pena que assina o cheque, muito mais poderosa que a pena que assina o artigo.

Essa verdade tão ingênua costuma escandalizar os incautos que tentam constituir uma visão crítica do mundo, mas que não conhecem Marx nem Kant, só Walt Disney.

http://www.logoseletronico.com/arqaudi/maximas.htm



Um sistema deveria ser eleito unicamente pela AFINIDADE que estabelece entre a música e o ouvinte.

A afinidade é corrompida quando sofre a mediação de abstrações como “qualidade”, “marca” e “dinheiro”. Como sempre existem produtos mais famosos e mais caros, um sistema comprado nessas condições não é uma fonte de alegria, mas um ato de resignação.

Bem vejo que ficaste adepto do R.L.G.
Ele escreve, de facto, muito bem.

ricardo onga-ku escreveu:

Bem vejo que ficaste adepto do R.L.G.
Ele escreve, de facto, muito bem.

Absolutamente fantástico, e já li praticamente tudo.