Setup Tankado

Tankado escreveu:

... Já expressei várias vezes este ponto, nem sempre tenho facilidade em expressar as diferenças entre aparelhos, apesar de as conseguir identificar.
A sonoridade do Thorens TD 160/145 é diferente da que o Lenco L75 tem. Diria que o Lenco tem um grave mais imediato, mais rápido e com mais corpo, enquanto que o Thorens tem um som mais "delicado" e com um timbre mais suave...

Como sempre, fiquem a vontade para discordar com as minhas opiniões e apreciações.

Avaliar as diferenças entre gira-discos é o exercicio mais complicado do audio pois os parâmetros em jogo são vàrios, demasiados mesmo: O gira, o braço, a célula, o phono, o movel, o mat (acessorios) e as respectivas afinagens disto tudo... é em eliminando as multiplas variàveis parasitas que podemos avaliar separadamente a influência de cada elemento, um grande gira mal afinado pode soar pior que um pequeno perfeitamente configurado e isto não é raro. Estou de acordo com o que dizes em relação ao Thorens e ao Lenco mas esses mesmos giras equipados diferentemente vão possuir ainda outras diferenças... o som de um disco vinil é a soma entre a gravação, o mastering, a prensagem, o tipo de plastico, o gira, o braço, a célula, o phono, o movel e as respectivas afinagens sém falar do resto do sistema e a sala, são muitas as variàveis sonoras! Finalmente, sendo a escuta vinil mais ou menos marcada pela influência destes elementos pareçe-me açeitavel que a escolha de um gira seja feita em função da nossa estética sonora preferida, vais ver que o teu Dual 1019 ainda vai ter uma outra sonoridade e assim de seguida. Escolhe aquele que te der mais vontade de ouvir os teus discos ou descobrir novos em adequação com a estética sonora e plastica do teu agrado, o resto serà musica...

Esse L-75 está catita

Tankado escreveu:

Bom dia a todos,

Quando comprei o Thorens fiquei com a pulga atrás da orelha com um Lenco, se calhar até tinha sido lógico ter adquirido logo o Lenco, mas nem sempre a lógica prevalece no momento... Talvez seja contraproducente, mas nas minhas decisões a parte estética nunca é totalmente excluída da decisão, apesar de conseguir separar a estética do som.
Ainda não o fiz, mas pretendo adquirir uma segunda headshell no futuro para isso mesmo.

O plinto é mais substancial que o original, mas não é tão maciço como os construídos por camadas. Foi construído em pinho (este não por mim) e as molas foram anuladas também.

Já expressei várias vezes este ponto, nem sempre tenho facilidade em expressar as diferenças entre aparelhos, apesar de as conseguir identificar.
A sonoridade do Thorens TD 160/145 é diferente da que o Lenco L75 tem. Diria que o Lenco tem um grave mais imediato, mais rápido e com mais corpo, enquanto que o Thorens tem um som mais "delicado" e com um timbre mais suave.

São máquinas diferentes e (excelentes dentro do nível e preço em que se encontram) e ambas de grande qualidade.
Posso ser eu que ainda não tenho o ouvido treinado a esse ponto e por isso não tenho a sensibilidade necessária... Mas pela minha experiencia (que pode não ser muita), ás vezes vejo algumas reviews que me parecem exageradas no que toca a diferenças, de forma a justificar e afirmar escolhas.

Esta mudança foi mais um passo ou dois em frente, estou mais satisfeito com o Lenco e isso é o mais importante. Não tinha problemas de viver com o Thorens e sei que em vez de um passo, poderia ter dado um salto caso tivesse substituído as colunas.

Mas cada coisa a seu tempo  


(...)
Cumprimentos,
Rafael Silva

É bom ler o que partilhas, lembrava-me de termos falado sobre essa "pulga atrás da orelha".

Compreendo o que dizes sobre o Lenco, não pela comparação com o Thorens, mas ela experiência que tivemos quando vivemos uns meses com o nosso e um Rega Planar 3. São sons diferentes, mas para nós o que resulta do uso do Lenco é mais completo - nos extremos é mais provocador, o Rega era mais refinado no "meio". Depois trocamos o braço... tu aí já tens um braço melhor do que o original do Lenco e isso é algo que contará para o resultado que agora experimentas.

Dar dois passos em frente já é um salto!
Com paciência vais encontrar as colunas certas para esse teu espaço, uma vantagem para ti é não precisares de colunas muito grandes para encher a sala de som. Podes verificar se por aí existem propostas de novas e que consigas ouvir, neste momento há para todos os gostos a preços razoáveis. Com um pouco mais de paciência, tens o mercado de usados que é sempre uma caixinha de surpresas.

Boa noite,

Ghost4u escreveu:

Esse L-75 está catita

Eu concordo  

José Miguel escreveu:

Tankado escreveu:

Bom dia a todos,

Quando comprei o Thorens fiquei com a pulga atrás da orelha com um Lenco, se calhar até tinha sido lógico ter adquirido logo o Lenco, mas nem sempre a lógica prevalece no momento... Talvez seja contraproducente, mas nas minhas decisões a parte estética nunca é totalmente excluída da decisão, apesar de conseguir separar a estética do som.

[...]


(...)
Cumprimentos,
Rafael Silva

É bom ler o que partilhas, lembrava-me de termos falado sobre essa "pulga atrás da orelha".

Compreendo o que dizes sobre o Lenco, não pela comparação com o Thorens, mas ela experiência que tivemos quando vivemos uns meses com o nosso e um Rega Planar 3. São sons diferentes, mas para nós o que resulta do uso do Lenco é mais completo - nos extremos é mais provocador, o Rega era mais refinado no "meio". Depois trocamos o braço... tu aí já tens um braço melhor do que o original do Lenco e isso é algo que contará para o resultado que agora experimentas.

Dar dois passos em frente já é um salto!
Com paciência vais encontrar as colunas certas para esse teu espaço, uma vantagem para ti é não precisares de colunas muito grandes para encher a sala de som. Podes verificar se por aí existem propostas de novas e que consigas ouvir, neste momento há para todos os gostos a preços razoáveis. Com um pouco mais de paciência, tens o mercado de usados que é sempre uma caixinha de surpresas.

Apesar de saber do que não gosto nestas colunas, em parceria com o amplificador
-Em volumes mais elevados, perto dos 80db em algumas gravações com menos qualidade, o sistema é um pouco agressivo/estridente;
-Gostava que tivesse um pouco mais de graves;

O sistema tem as suas qualidades...
É muito rápido, dinâmico e transparente... percebe-se cada palavra sem esforço e cada instrumento. Não sei se faz sentido, mas tem ritmo, apesar do som ser algo "magro", é energético.
Os vocais estão bem definidos, geralmente ao centro, um pouco a cima de onde se encontra o gira-discos, por vezes em alguns discos, podemos levantar da cadeira e as vozes continuam a sair daquele local.

As colunas conseguem desaparecer, apesar de o palco não se alongar muito para além das mesmas e sem muita profundidade.
Sem ser essa a intensão inicial, acho que é uma boa descrição de como soa (a mim) o meu sistema de forma objetiva.


Pelas minhas experiencias, já fiquei várias vezes impressionado pela escala e impacto de alguns sistemas com colunas grandes, inseridas inclusivamente em salas tratadas e com custos fora do meu alcance. Julgo que o adjetivo impressionado, é o correto, porque é uma estética sonora à qual não estou habituado.

No entanto, chego à conclusão que não é esse punch por si que me faz querer levantar, bater o pé e abanar a cabeça. É o ataque, o ritmo e o som que sai de forma "imediata". No entanto, punch qb (qb, é muito subjetivo) faz falta e ajuda a elevar a emoção.

Cumprimentos,
Rafael Silva

Bom dia Rafael!

Pelo que escreveste sobre as tuas colunas e tipo de som, fui procurar uma imagem da tua sala para perceber como elas estão… tu já tens o Lenco há dois anos!?!

A tua descrição do som que tens lembra-me o que tivemos com as KEF Chorale SP1016 – não me recordo se falamos destas quando compraste as tuas. O som na gama média era muito bom, não sentia as altas frequências como dizes, mas naquela altura os amplificadores que tínhamos eram todos da década de 70 (ainda assim, as KEF não são conhecidas por serem agressivas). As baixas frequências não eram muito profundas, isso desequilibrava o som total, mas ajudava a que a gama média ficasse presente.

Talvez essa energia que referes possa vir precisamente das altas frequências “vivas” e zona média realçada, certo é que tens aí boas pistas para procurar as que poderão ser as próximas colunas.

Ouvir sistemas muito bons é de facto impressionante e causa impacto, mas há impactos negativos. Eu já partilhei isto algumas vezes, o sistema que nos marcou muito no início tem as suas limitações em termos de colunas, são mono-vias, mas o que apresenta é muito bom (não vai aos extremos do espectro). Ainda hoje é um tipo de som que nos agrada muito, não tentamos ouvir com esse tipo de colunas álbuns de Rock Progressivo ou Metal, não dá. Rock minimalista ou com produção acústica já encaixa, Jazz e Clássica de pequenas formações soa muito bem. No lado oposto deste sistema/experiência está uma das nossas últimas experiências, um sistema que custa tanto como uma casa com jardim num centro urbano, mas que nos deu a impressão de estarmos a olhar para fotografias macro (para referir o teu outro passatempo). Honestamente não sei se seria das colunas ou da amplificação, da fonte ou da sala, ou de tudo… mas a escala de apresentação não era natural (tivemos a mesma sensação a escutar outros sistemas de preços puxados nos últimos tempos – será tendência?). O pormenor que aparece é impressionante e no início tira o fôlego, mas pouco depois as coisas começam a não bater certo – nós não observamos o mundo pela lente macro ou com zoom constante, pelo contrário, quando algo aparece fora de “medida” os nossos sentidos captam.

Um destes dias alguém dizia que ao escutar Música não procurava a análise ou postura crítica. Eu sorri ao ouvir isso, é muito comum colocarmos um álbum que conhecemos bem e acabarmos perdidos no momento de escuta… não estamos a analisar o que ouvimos ou não entramos em postura crítica face ao que está a acontecer, mas não deixa de ser importante termos uma boa janela para a Música que permite passar aquele pormenor que esperamos receber (mesmo que “inconscientemente”).

Existem várias estéticas de som para responder ao que cada um procura, felizmente há muito por onde escolher desde preços mais simpáticos (coisas novas!).