Esta manhã, princípio de tarde, está a ser passada na lavandaria... Para me distrair puxei de um álbum nascido na/da nova cena Jazz Londrina.
É Jazz, mas tem os elementos de Electrónica, Hip-Hop, Ambient, ... Fusão de influências para nos proporcionar grandes paisagens, diferentes texturas, ... Grande álbum.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 02 2020, 14:32
José Miguel escreveu:
...Ora aí está uma coisa que nunca me tinha passado pela cabeça... Vou verificar isso.
Apertar os parafusos das colunas todos os anos é primordial, faz parte da higiene das colunas
Quando fomos tratar do gira-discos, em conversa surgiu a ideia de verificar as colunas... Elas estão quase a fazer 30 anos e não sei se olhar para o crossover está em falta.
No dia que tiveres que olhar para o crossover é que as colunas jà não funcionam ou que a escuta degradou-se tanto que indica um problema electrico ... senão deixa o crossover como està pois vai continuar a estar bom mesmo quando os altifalantes jà estiverem mortos ...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 02 2020, 14:40
José Miguel escreveu:
É Jazz, mas tem os elementos de Electrónica, Hip-Hop, Ambient, ... Fusão de influências para nos proporcionar grandes paisagens, diferentes texturas, ... Grande álbum.
Bela proposição sém duvida ... um pouco "pregado nos diferentes cosmos " como o Sun Ra, mas excelente
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 02 2020, 17:07
A nova "cena" Jazz Londrina faz-me pensar mais em outras coisas, por exemplo, nos The Clash... Pode parecer estranho, mas a forma como o Dub e o Reggae estão no Punk dos The Clash é natural e orgânica, eles viviam rodeados daqueles sons, eles faziam parte das suas vidas e mundividência. Quando quiseram comunicar, a Música passava por ali. Com esta nova vaga de Músicos Jazz é a mesma coisa, a Electrónica e o Hip-Hop são parte fundamental da cultura Londrina, nesse álbum tanto somos levados aos meandros da noite, como seguimos até aos bairros da periferia.
Como o Paulo falou de Sun Ra, vai rodar: Angels and Demons at Play... O título deste álbum fica bem no meio desta conversa.
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14320 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 02 2020, 18:22
José Miguel escreveu:
A nova "cena" Jazz Londrina (...)
Visualizando atentamente o boneco publicado, verifico que no seu sistema, existe novo pré de phono, equipado com uma válvula que não apresenta analogia com nenhuma outra.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 02 2020, 18:27
Ghost4u escreveu:
José Miguel escreveu:
A nova "cena" Jazz Londrina (...)
Visualizando atentamente o boneco publicado, verifico que no seu sistema, existe novo pré de phono, equipado com uma válvula que não apresenta analogia com nenhuma outra.
Chiça!!!... o fantasma vasculha tudo nas fotos, tenho a certeza que até vê em baixo das saias
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 02 2020, 18:56
Eu saio para fazer um pequeno teste e preparar o jantar... Quando volto isto já vai até às saias.
Válvulas no pré de phono só quando o do AAP estiver pronto ou outro se colocar na corrida, até agora este vai fazendo o seu trabalho.
Para continuar em força, aqui roda: O lado B deste álbum começa tão bem, Charlie M foi desenhada por Lester Bowie e a base "swingada" é incrível.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Sex Jan 03 2020, 10:12
Gravado em 2006 durante os três concertos no Palacio da Alhambra em Granada, este é sém duvida o melhor "ao vivo" da harpista canadiana. Alternando faixas antigas e recentes a musica oscila entre o celtico e o oriental e a Loreena McKennitt consegue guardar uma grande coesão nesta fusão. Um disco màgico e recomendado que mostra a força da tolerância e da arte, executado num lugar célebre pela pratica dessas mesmas qualidades. A qualidade da gravação é cinco estrelas e capta perfeitamente a ambiência do local e a proeza musical, pois tudo é absolutamente perfeito ...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sex Jan 03 2020, 12:03
Deste lado continuo no caminho de descoberta e para isso recorro ao digital - hoje com auscultadores.
Displaced Diaspora by Moses Boyd.
Moises Boyd é um baterista da nova geração e com ele carrega uma energia revolucionária. Ele está no centro do movimento que tem mexido com Londres e basta escutar este álbum para perceber como a sua bateria depressa nos faz passar por vários lugares e estilos. Preciso, rápido, habilidoso, culturalmente influenciado pelas suas raízes e pelo que o rodeia, Boyd tanto nos entrega batidas rendilhadas capazes de nos fazer vaguear como beats que não permitem outra coisa que não o bater do pé (escutem Drum Dance!). Tudo poderia ficar assim, mas não fica, no meio do álbum há lugar para City Nocturne e a bela voz de Zara McFarlane - o Jazz toma a sua forma mais tradicional e veste-se a rigor, corria o ano de 2015, mas poderia correr o de 1950, 60, 70, ... a linha de baixo é poderosa, mas permite que a voz bem desenhada de McFarlane nos apareça como o sinal que devemos seguir.
Pode ser escutado aqui: https://mosesboyd.bandcamp.com/album/displaced-diaspora
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Sex Jan 03 2020, 15:34
Com um "novo" sistema é sempre interessante de re-escutar obras que conheçemos de cor e em vàrias situações. Foi com grande prazer que voltei a este recital na opera de Colonia ... pois o sistema regalou-me de uma escuta que honra este clàssico. Gostei de o re-ouvir ...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sex Jan 03 2020, 18:03
Passei algum tempo às voltas com jovens formações de Jazz, até descobri que na próxima Quinta-feira teremos o que ver e ouvir na Casa da Müsica: Coelho/Hasselberg/Sousa, ou seja, vibrafone, contra-baixo e bateria.
Agora sigo com a velha guarda, que não deixa de ser importante para o que ainda hoje se faz: O baixo eléctrico nas mãos deste senhor ganhou vida, novas linhas, chegou a acordes ... Bem, ele sabia o que fazia e divertia-se, é um gosto ouvir os momentos de rapidez e agilidade, como é um gosto ouvir os de alguma melancolia.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sex Jan 03 2020, 18:59
Depois de Pastorius ainda hoube um desvio até Coltrane via CD, para preparar umas coisas descansado, agora regresso aos discos pretos com: Hawes ao piano está lindamente, mas a comunicação entre o Trio é qualquer coisa. A atmosfera "live" está bem presente e até dispensava aquelas vozes lá ao fundo... Mas o Trio está bem na frente e gosto muito do trabalho de Red Mitchell no contra-baixo...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 10:49
José Miguel escreveu:
A nova "cena" Jazz Londrina faz-me pensar mais em outras coisas, por exemplo, nos The Clash...
Moises Boyd é um baterista da nova geração e com ele carrega uma energia revolucionária. ...
Passei algum tempo às voltas com jovens formações de Jazz, ...
O nosso amigo José Miguel anda numa de Jazz contemporaneo ... ou moderno, começo a me perder nas "etiquetas" que desde os anos 70 são utilisadas para descrever estes horizontes musicais oriundos ou proximos do Jazz. Pessoalmente, tenho pena que o termo "Jazz" seja ainda utilisado para abordar uma musica que seria do Post-Jazz ... sendo eu um daqueles que pensam que o Jazz desapareceu com o Albert Ayler. Para mim ele fechou o circulo seminal e depois ficou uma "linguagem Jazz", mas este estilo foi muito mais além do que a criação de uma linguagem ... foi um manifesto étnico, politico, social e intelectual !!!...
No entanto, de vez em quando apareçem coisas que me fazem pensar que estou errado e que o Jazz ainda existe. Desde a magnifica capa aonde o virtuoso pianista apareçe nu com as palmas das mãos bem visiveis tudo està dito ... não hà nada a esconder, não haverà hipocrisia e o titulo "Eu" escrito no seu idioma natal serà o selo de garantia desta autenticidade. A primeira faixa aonde uma batucada frenética seguida de perto pela ritmica do piano, sém harmonisação, anuncia o começo de tudo na africa, na pàtria do ritmo. Segue-se uma continuidade aonde a musica vai pouco a pouco se enriquecer e se harmonisar, florescer, entrechocar até se desconstruir no fim numa alusão ao free ... ao caos do fim! O genial pianista cubano nunca perde o fio da meada e o "Swing" é permanente, sempre exaltado mesmo nos tempos lentos, uma lição de modéstia ou de respeito. A modernidade està omnipresente mas sempre num plano segundario, ela serve a intenção mais do que a musica. Um album que se o Monk tivesse escutado teria dito como fazia: Yeh Man! There's no fucking shit here ...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 11:41
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
A nova "cena" Jazz Londrina faz-me pensar mais em outras coisas, por exemplo, nos The Clash...
Moises Boyd é um baterista da nova geração e com ele carrega uma energia revolucionária. ...
Passei algum tempo às voltas com jovens formações de Jazz, ...
[justify]O nosso amigo José Miguel anda numa de Jazz contemporaneo ... ou moderno, começo a me perder nas "etiquetas" que desde os anos 70 são utilisadas para descrever estes horizontes musicais oriundos ou proximos do Jazz. Pessoalmente, tenho pena que o termo "Jazz" seja ainda utilisado para abordar uma musica que seria do Post-Jazz ... sendo eu um daqueles que pensam que o Jazz desapareceu com o Albert Ayler. Para mim ele fechou o circulo seminal e depois ficou uma "linguagem Jazz", mas este estilo foi muito mais além do que a criação de uma linguagem ... foi um manifesto étnico, politico, social e intelectual !!!...
(...)
Bom dia Paulo!
Há uma coisa que me faz perder muito depresa, as etiquetas/rótulos/gavetas para separar a Música. Quando referi os The Clash estava a pensar como o Contexto Social está presente de forma natural, sem qualquer necessidade de forçar. O Paulo fala do Jazz nessa perspectiva, enquanto forma de expressão é notório o Contexto Social, principalmente o Jazz ligado a movimentos espirituais e libertadores - o meu favorito, confesso que sinto grande afinidade com o lado mais espiritual do Jazz.
Hegel um dia escreveu que a Arte morreu, mas Ela não morreu... é verdade que por vezes passa por momentos de adormecimento, por exemplo, o Jazz enquanto forma de expressão Musical (Arte!) muitas vezes fecha-se sobre si mesmo, a tribo do Jazz criou rituais que afastam as pessoas que querem entrar, por vezes complicando o que é simples. Como forma de Arte, a Música em geral, o Jazz em particular se quiser, deve tocar a mente e fazer reflectir, não deve ser uma escapatória para as rotinas do dia-a-dia... Não se escuta Música, não se lê um Livro, não se vê uma Escultura ou Filme para embalar e adormecer, se isso acontecer é mau sinal e a Arte não estará a tocar como deve... seja por defeito Dela ou das pessoas e respectiva formação.
A nova "cena" de Londres é constituída por jovens que chegaram de outros países ou têm raízes fora, tal e qual como nas décadas de 50 e 60, que querem fazer passar a sua mensagem e para isso utilizam a Música. Os álbuns que partilhei têm de tudo um pouco, até o lado mais espiritual... Eles são altamente pertinentes, poderão de facto ser "Post-Jazz", mas o lado Cultural está lá e incorporar a Electrónica e o Hip-Hop é tão natural como no passado se permitiu a entrada de ritmos Sul Americanos ou do Médio Oriente.
Um exemplo de cá: muitas vezes quando escuto jovens formações Portuguesas eu não sinto o lado de revolta, de ambição, o lado espiritual... esta sociedade está demasiado sossegada e mesmo os jovens a ganhar mal para tocar, sem grandes perspectivas, criam coisas que parecem ficar pela temtativa de tocar o Belo - não chega.
Muitas vezes sinto a necessidade de explicar às pessoas que a Música é Arte, parece que por ser de fácil acesso e criação deixou de ser, mas não... O Tempo será o melhor dos filtros, mas a formação das pessoas também não é mau para peneirar.
Ah! Esse álbum é bem bom!
galvaorod Membro AAP
Mensagens : 1155 Data de inscrição : 14/04/2017
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 12:07
Agora que Trump está com cócegas no dedo do gatilho, nada como revisitar um clássico do rock português.
Fernando Salvado Membro AAP
Mensagens : 466 Data de inscrição : 02/03/2018 Localização : Parede
Assunto: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 15:47
Sigo com muita atenção as partilhas do Paulo e José Miguel e atrevo-me a referir o que ando a ouvir; uma reedição em vinil do disco Canções e Fugas do Mário Laginha que pelo Natal me puseram no sapatinho !!! Quanto ao pianista Roberto Delgado que o Paulo refere, não posso estar mais de acordo que é um pianista de eleição. A participação com a Fatoumata Diawara em Marciac é uma maravilha. Obrigado aos dois e a outros que partilham as suas emoções musicais...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 16:03
Caro Fernando Salvado, faça o favor de participar mais, desde logo porque sem Música os equipamentos não servem para muito - para olhar, fruição estética.
As partilhas são óptimas linhas orientadoras para a descoberta, a nossa pequena colecção está salpicada de álbuns que foram espreitados após serem aqui apresentados.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 16:09
José Miguel escreveu:
...Há uma coisa que me faz perder muito depresa, as etiquetas/rótulos/gavetas para separar a Música. Quando referi os The Clash estava a pensar como o Contexto Social está presente de forma natural, sem qualquer necessidade de forçar. O Paulo fala do Jazz nessa perspectiva, enquanto forma de expressão é notório o Contexto Social, principalmente o Jazz ligado a movimentos espirituais e libertadores - o meu favorito, confesso que sinto grande afinidade com o lado mais espiritual do Jazz. ...
...Muitas vezes sinto a necessidade de explicar às pessoas que a Música é Arte, parece que por ser de fácil acesso e criação deixou de ser, mas não...
Olà José, eu citei-te no meu preambulo "em forma de desabafo" simplesmente para notar que andas numa de Jazz moderno, londrino neste caso ... nada nesse meu preambulo te era dirigido, ném a ninguém, foi um pensamento livre simplesmente! Dito isto, estou complétamente de acordo contigo e acho essa cena inglesa muito interessante e desde os anos 2000, e o que a torna ainda mais singular é o facto que os britanicos foram historicamente discretos nesse estilo musical. È verdade que muitas vezes é necessario lembrar às pessoas que a Musica é uma Arte e que um disco é muito mais do que um objecto ... à minha volta devo por vezes mesmo explicar que um disco e um livro são peças tão preciosas um como outro, mas o livro pareçe evidente e o disco não !...
Quanto ao Jazz espiritual, não sabendo o sentido que lhe dàs, diria que globalmente não é a faceta do Jazz que mais me estimula. A Alice Coltrane, Pharoah Sanders, Sun Ra, Sonny Sharrock ou Don Cherry são artistas que aprecio em dose mais ou menos homeopatica, sém ser fã, mas a espiritualidade aqui pareçe-me ser metafisica ou uma singular interpretação do budismo. Aprecio sém medida o Love Supreme ou Spiritual Unity ... e inversamente tenho grandes dificuldades a estar em sintonia com os sentimentos de Meditations, Interstellar Space, Living Space, Om ou Ascension do Coltrane ou mesmo o Ghosts, Spirits do Ayler. A minha relação à musica é o fruto do dialogo cabeça/coração e aconteçe por vezes que sò um ou nenhum seja tocado
Apesar de não ser um adepto da ultima fase artistica (free metafisico) na obra do John Coltrane, este ultimo e postumo album é transcendente. Longe da busca frenética de um extase absoluto que percorria os seus precedentes albums ... aqui tudo é apaziguamento e luz. Consciente de estar a viver os seus ultimos dias o Mestre escolheu a via da aceitação e raramente o seu saxofone foi tão profundo e orgânico. Ele deixa-nos como o Bowie ou o Cohen uma lição de modéstia, de coragem, de Arte. Este disco que é um original de primeira prensagem americana segue-me desde os meus 21 anos e procura-me sentimentos tão catarticos quanto os da primeira vez que o escutei. Não sei se isto é Jazz espiritual ... mas se tal é o caso, então assino com o José
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 16:15
Fernando Salvado escreveu:
... não posso estar mais de acordo que é um pianista de eleição. A participação com a Fatoumata Diawara em Marciac é uma maravilha. ...
Vejo que o amigo Fernando conheçe as boas referências . Creio que a primeira colaboração entre ele e a Diawara foi no album que hoje apresentei. Apòs isso fizeram varias colaborações em Marciac, algumas excepcionais! ... mas jà faz alguns anos que não vou ao festival então não pude apreciar por mim mesmo. Mas aqui no burgo jà o vi algumas vezes e foi fantastico !...
Como diz o José continue a partilhar connosco pois é para isto que o audio serve
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 17:22
TD124 escreveu:
(...) Não sei se isto é Jazz espiritual ... mas se tal é o caso, então assino com o José [/i] [/justify]
Paulo, faz algum tempo que não leio sobre Coltrane, mas enquanto olho para o restinho de sol lembro-me que ele navegou por várias religiões. Fosse pelas companhias fosse pela necessidade de encontrar respostas diferentes, ele lá seguiu o seu caminho.
Esse álbum está claramente dentro do que se apelida de espiritual, repare no nome da segunda faixa - To be.
Pois é, no Inglês (pelo pouquinho que sei, no Francês também com être) não se distingue bem e o verbo é o mesmo, mas no Português esse To be é igual a Ser, algo que esquecemos ou facilmente trocamos por Estar. Nós Somos mais do que que aquilo que Estamos, no fundo a Arte também serve para nos lembrar disso.
Hoje estou particularmente espiritual... Mas o que Coltrane nos diz vem desde os primeiros pensadores e nós, enquanto sociedade, ainda não aprendemos.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 18:07
José Miguel escreveu:
...Hoje estou particularmente espiritual... Mas o que Coltrane nos diz vem desde os primeiros pensadores e nós, enquanto sociedade, ainda não aprendemos.
Para mim a espiritualidade (Spiritualité) apresenta duas vertentes, uma que é religiosa e outra que é filosofica! Como sou ateu, geralmente sò a segunda me toca ... no entanto e paradoxalmente, adoro a musica liturgica barroca que me pareçe ser o suprasumo do misticismo, como aprecio igualmente a pintura e a arquitecta religiosa!...
O Coltrane era efectivamente mistico e religioso ... com a crença num Deus unico em direção do qual ele tentou sempre se elevar pela sua musica. Se albuns como Crescent e A Love Supreme são efectivamente "rezas" em direção de um Deus idealisado ... os albuns seguintes são na maioria uma busca obcessional de um Deus absoluto. Tive a sorte de discutir disto hà anos com o McCoy Tyner que confirmou o aspecto obcessional da musica do Coltrane apòs o encontro com a Alice Coltrane, que foi a antecâmara do fim do quarteto historico. Se a fé e a crença são coisas que respeito jà a obcessão incomoda-me. Jovém gostava de tudo (absolutamente tudo) na musica do Coltrane ... hoje separo o trigo do joio
Um album badalado por aqui e cheio de espiritualidade é este Birds Requiem ... e é sublime !!!
Já li uma excelente critica desse album e agora mais uma recomendação.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sáb Jan 04 2020, 18:58
Como a conversa está boa, só mais um pouquinho... Cheguei a casa e vi esta separação feita pelo Paulo e com a qual concordo em parte: há a espiritualidade religiosa e a filosófica. Contudo, eu acredito que ambas podem andar de mãos dadas, porque até o mais profundo dos ateus tem uma crença metafísica qualquer, nem que seja a Física ou a Lógica. Dogmas e obsessão à parte, claro.
Eu aprecio a espiritualidade e penso-a da forma mais larga que consigo, quando a encontro na Música (Blues, Jazz, Folk, World, Clássica, ... o meu afilhado gostou da explicação dada sobre a Sinfonia Patética de Tchaikovsky, nela há muita espiritualidade, porque o autor pensa-se e pensa a sua posição no mundo, usa a Música para comunicar) normalmente vejo reflexão sobre algo que é mais do que Estar, procura o Ser - o Ser Homem é mais do que humano, pessoa, indivíduo, sociedade, ... somos tudo isso e mais, na falta de palavras a expressão musical pode ser libertadora de amarras, ainda que eu prefira as palavras... mas aqui interessa a Música.
Por aqui vai rodar um álbum cujo título me parece pertinente: Mondo Inquieto é uma obra de Library, uma espécie de banda sonora sem filme... com a ajuda da Imaginação o filme acontece.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Dom Jan 05 2020, 00:28
José Miguel escreveu:
...Eu aprecio a espiritualidade e penso-a da forma mais larga que consigo, quando a encontro na Música (Blues, Jazz, Folk, World, Clássica, ... o meu afilhado gostou da explicação dada sobre a Sinfonia Patética de Tchaikovsky, nela há muita espiritualidade, porque o autor pensa-se e pensa a sua posição no mundo, usa a Música para comunicar) ...
Hà muito a dizer à volta disso, e compreendo o teu ponto de vista ... mas venho de acabar um "boeuf bourgignon" devidamente regado com amigos e não estou no estado ideal para argumentar. Amanhã vai ser possivel ... entretanto fecho a noite com um disco iniciatico e mesmo espiritual, em todos os casos magnifico !!!...
Anouar Brahem_Le Voyage de Sahar
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14320 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLV Dom Jan 05 2020, 15:48
TD124 escreveu:
(...) um disco iniciatico e mesmo espiritual, em todos os casos magnifico !!!...
Anouar Brahem_Le Voyage de Sahar
Tunisino que me foi dado a conhecer por um tio conterrâneo desse ilustre compositor. Por cá, ouço com frequência «Conte de l´incroyable amour" (ECM, 1457).
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Dom Jan 05 2020, 16:49
Ghost4u escreveu:
TD124 escreveu:
(...) um disco iniciatico e mesmo espiritual, em todos os casos magnifico !!!...
Anouar Brahem_Le Voyage de Sahar
Tunisino que me foi dado a conhecer por um tio conterrâneo desse ilustre compositor. Por cá, ouço com frequência «Conte de l´incroyable amour" (ECM, 1457).
Não conheço esse, sò possuo o que citei e Thimar ... mas vou pesquisar! Obrigado pela dica Ghost
antpaubarcar Membro AAP
Mensagens : 1001 Data de inscrição : 20/12/2013
Assunto: Re: A rodar XLV Dom Jan 05 2020, 17:10
Do canto e da luta...
Outro estilo…
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 06 2020, 09:43
antpaubarcar escreveu:
...Outro estilo…
Efectivamente este é um classico ... sém menospresar o Wish You Were Here e o So que também por ai rodaram
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 06 2020, 17:39
Perto do final da tarde andamos junto ao mar, paramos para beber um copo e ver os mais corajosos a brincar com as pranchas e ondas... Eu ainda não desisti da ideia de praticar surf um destes dias e agora estou pertinho do mar, numa cidade onde se pratica muito... Chegados a casa pensamos no que ouvir e veio à cabeça um que estava parado na estante faz tempo: Aniima - Kurr (2008!?!)
Em boa hora este Kurr foi lembrado, hoje ele está melhor e é possível embarcar na experiência de forma muito mais completa. O detalhe nas frequências mais altas... A imagem da capa diz muito, as meninas tricotaram cada faixa de uma forma que à distância parece quentinha e acolhedora (e é!), mas de perto percebe-se o detalhe das várias voltas que a lã deu.
É complicado escutar Kurr e não pensar em Yann Tiersen e o seu belo trabalho para Le Fabuleux Destin D'Amélie Poulain, este álbum poderia ser uma banda sonora alternativa.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 06 2020, 18:26
José Miguel escreveu:
Perto do final da tarde andamos junto ao mar, paramos para beber um copo e ver os mais corajosos a brincar com as pranchas e ondas... Eu ainda não desisti da ideia de praticar surf um destes dias ... É complicado escutar Kurr e não pensar em Yann Tiersen e o seu belo trabalho para Le Fabuleux Destin D'Amélie Poulain, este álbum poderia ser uma banda sonora alternativa.
Apesar de ser mais velho do que tu (o que não digo com agrado mas é assim...) passei a minha adolescência a surfar nas ondas da Caparica e do Guincho ... actividade que prolonguei até aos 35/40 anos nesses mesmos sitios e aqui em Hossegor e Biarritz. Tu que andas numa "vaga" espiritual, trata-se verdadeiramente de uma actividade (não digo desporto ...) que te conecta com a natureza, que te torna humilde e te aprende a "açeitar" em vez de "controlar" e isso é importante na vida, vai experimentar então! Aqui em casa residem três pranchas de "shaper" e mesmo uma do fundador da Semente que foi o americano que trouxe o surf em portugal nos anos 70 ... Souvenirs, souvenirs sobretudo hoje aonde Portugal se tornou num spot incontornàvel e com razão :
As lembranças que emergem no meu espirito dessa época levariam(me) naturalmente a pensar nos Beach Boys, Waterboys, U2 ou mesmo os The Smiths ... mas hoje em dia a referência que teria em relação ao surf seria o "Summer" dos Mogwai!!!. Mas como essa actividade fisica é a irreverência, a liberdade e o respeito ... deixo-me ir à escuta desta obra (revelada pelo nosso novo administrador Alexandre e que agradeço por isso ...) que me pareçe reunir todas as qualidades que venho de citar ... mais a classe e a descontração, que são bases também do surf praticado nas regras da arte
Fora o minimalismo repetitivo não vejo a conexão entre Amina e Tiersen ... mas talvez tenhas razão e a conexão seja mesmo evidente. Uma vontade de contornar os codigos, uma emancipação ... a liberdade pela alteridade, pela diferença! Bem visto Monsieur
antpaubarcar Membro AAP
Mensagens : 1001 Data de inscrição : 20/12/2013
Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 06 2020, 18:42
Depois de uma tarde atribulada e continuando na ''montagem'' fui ouvindo, com a força dos PH a sobrepor á orquestra...Conquistador…
e para acabar com o ''Hotel'' em reedição..
Última edição por antpaubarcar em Seg Jan 06 2020, 19:04, editado 1 vez(es)
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 06 2020, 18:53
O surf é uma daquelas actividades que anda na cabeça desde criança, por muitas razões ainda não experimentei... O meu irmão sim, ele já se dedicou e eu assim me mantenho, quieto e fora da onda - mas concordo que com o surf vem a possibilidade de estar num meio (àgua/mar) que ajuda ao contacto com a nosso lado mais espiritual.
Passando da Àgua para o Ar, percorridos caminhos desenhados por Terra e forjados com a ajuda do Fogo, roda: Space Oddity continua a ter um lugar especial.
Caro "antpaubarcar", o seu receiver está a ventilar?
antpaubarcar Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 06 2020, 19:11
Caro José Miguel,
O meu receiver não pode passar de 1/4 de potência senão rebento com os cristais todos (cá da casa''), as colunas não rebentam porque são ''apropriadas'', o gira é ...''amazing'', estou a tentar montar um sistema quadrifónico da Sansui dos anos 70 e muitos, início dos anos oitenta, ainda me faltam algumas peças mas até ver o que existe é incrível...de bom
Última edição por antpaubarcar em Seg Jan 06 2020, 19:20, editado 1 vez(es)
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 06 2020, 19:18
Eu reparei que ele estava aberto e fiquei com a düvida se estaria bem... poderia estar a aquecer de forma excessiva.
Felizmente ele está bem e cheio de força, as colunas deverão ter boa sensibilidade e depois dá nisso - um terramoto!
Já tivemos as nossas experiências com receivers, são peças bonitas e os "grandes" estão cheios energia - depois partilhe o resultado dessa aventura.
antpaubarcar Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 06 2020, 19:24
O que está aberto é um QS 500 ''rear amplifier'' que esteve em maquilhagem da caixa, e que, logo que chegue o 2º par de colunas, servirá para teste do ''quadrifónico'' com o receiver, a ver vamos...
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLV Qua Jan 08 2020, 18:37
Ontem deu-me a preguiça e acabei por não partilhar nada, mas hoje a coisa está a saber bem e deixo este que vai começar agora: Banco del Mutuo Soccorso - io sono nato libero.
Este álbum é um excelente exemplo do que se pode esperar do Rock Progressivo vindo de Itália. Os arranjos bem ao estilo sinfónico e a potente voz de Francesco di Giacomo transportam-nos para um ambiente operático.
Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLV Qua Jan 08 2020, 21:45
Bom registo italiano!
Última edição por Ghost4u em Qui Jan 09 2020, 19:44, editado 2 vez(es)
antpaubarcar Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 09 2020, 18:22
Hoje…
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 09 2020, 18:34
Deste lado vou no segundo disco... Para animar um pouco socorri-me do bom e velho Blues Rock: Robin Trower - Live! Eric Clapton with John Mayall's Bluesbreakers - Steppin' out.
E não me deixam ficar mal, o pé bate a mente viaja... Confesso que por vezes deixo-me ir apenas pelo lado instrumental e deixo que outras palavras preencham o vazio deixado pelas que ignoro... Blues por mim. Estes dois álbuns merecem ser escutados, mas hoje são ouvidos com muito gozo.
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 09 2020, 19:23
Para continuar num registo que está a proporcionar um bom momento, vou dar uso a um álbum que já viveu muito e fala de muita coisa vivida:
A primeira faixa é o dueto com Johnny Cash - Girl From the North Country... E que bela forma de abrir um álbum.
Na contra capa diz assim: There are those o do not imitate, Who can not imitate But then there are those who emulate At times, to expand further the light Of an original glow. (...) There are those Who are beings complete unto themselves (...) Each is complete and contained (...)
Vale a pena ler tudo, é só virar a capa.
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14320 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLV Qui Jan 09 2020, 19:42
Um 33 1/3 que embeleza a leitura de «A Espuma dos Dias», de Boris Vian, publicado em 1947, catorze anos antes da captação efectuada na actuação ocorrida em Nova Iorque, no Village Vanguard, a 25 de Junho.
(Jazz Images, 37021)
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLV Sex Jan 10 2020, 16:28
Chegou a hora de sentar e relaxar, para começar puxei este:
Burning From The Inside revela os Bauhaus perto do fim, há faixas de uns e faixas de todos, mas a Música mantém frescura, força e pertinência, merece bem os minutos de atenção.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sex Jan 10 2020, 17:08
Continuando...
O que se pode dizer de Mark Lanegan!?! A voz dele poderia ser usada para cantar o bom e o mau do nosso tempo, a idade tem-lhe feito bem, acentuou o lado negro...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Sex Jan 10 2020, 19:40
Já a dois, vai rodar um álbum que cria um ambiente catita, para que se perceba, algo Indie-Folk-Rock. Half Moon Run - Sun Leads Me On.
antpaubarcar Membro AAP
Mensagens : 1001 Data de inscrição : 20/12/2013
Assunto: Re: A rodar XLV Dom Jan 12 2020, 18:18
Sem comentários...
e para terminar por hoje White Punks On Dope...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Seg Jan 13 2020, 19:42
antpaubarcar escreveu:
Sem comentários...
Chama-se a isso uma barrigada amigo antpaubarcar ... sém menospresar os outros saliento o "Exile..." dos Stones e esse magnifico Waterboys que me segue desde a adolescência, e que não tém uma ruga
Efectivamente foi uma sessão de escuta ... sém comentàrios
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLV Ter Jan 14 2020, 11:25
Ontem a Música foi outra e por outros meios, mas um álbum ficou na memória e hoje a oportunidade lá me fez pegar nele:
Não há muito a dizer sobre Giant Steps, além de: sentem-se e deixem-se levar, para quem não conhece o caminho ainda será melhor, a primeira fica sempre na memória.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Ter Jan 14 2020, 12:04
Este faltava aqui em casa e chegou no sapatinho! A artista Grouper (Liz Harris) criou um universo sonoro deveras singular pois a sua voz, sempre modificada, apareçe misturada com as linhas electronicas e os arranjos minimalistas dos instrumentos, como se fosse um elemento sonoro como os outros. Resulta um cruzamento entre a folk LoFi e a musica Ambient aonde o auditor tém o sentimento de escutar uma Joni Mitchell do séc XXI. Algo de melancolico e ao mesmo tempo de extremamente delicado e feminino emerge desta obra. Os arranjos liquidos e vaporosos distilam uma forma de atmosfera irreal mas altamente apaziguada, repleta de luz tamisada. Uma musica actual mas que sugere os sentimentos ressentidos na musica barroca com o basso continuo ... o espectro das sonatas para violoncelo e basso continuo do Vivaldi e do Geminiani não andam longe! Finalmente, a grande força desta musica é de ser conceptualmente diferente e paradoxalmente extrêmamente familiar, aconchegadora mesmo ...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLV Ter Jan 14 2020, 12:11
José Miguel escreveu:
...
Não há muito a dizer sobre Giant Steps, além de: sentem-se e deixem-se levar, para quem não conhece o caminho ainda será melhor, ...
Não sei se é uma reedição moderna ném o que vale ... mas ao menos tém a capa original