Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 12:58
Jorge Ferreira escreveu:
Será que já descobriram todas as mensagens subliminares desta fabulosa reedição da MOFI ?
Ouvi dizer que se ouvirmos este disco ao contrário ouvimos a declaração de Natal do Exmo Senhor Presidente da República.
Abraços, Jorge Ferreira
"VÁ DE RETRO" SATANÁS !!!
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 16:06
Mais uma reedição Audiófila da MOFI de outro clássico da Música Portuguesa
Outra caixa bastante limitada a lembrar os UHQR (Ultrajantes Homens Que Roubam) da MOFI, 8 LP's a 45rpm prensados sempre só de um lado na R.T.I. (Roubar Todos os Indivíduos) nos U.S.A. (Usar Salários dos Assalariados).
Esta obra tem temas muito actuais "O barco vai de saída", "Porque não me vês", "De um miserável naufrágio que passámos", "A ilha", "O cortejo dos penitentes" entre outros temas.
Mas claro aqui a pérola de ostra do tejo é o tema principal que dá o nome a este album, simplesmente um clássico durante muito mais anos de sacrificios que ainda hão-de vir, senão vejamos a letra do tema principal:
Por esta retrete abaixo Deixando para trás A côncava funda Sem os fundos da europa Cheguei perto do sonho Agora afogo-me em águas sujas Dos rios deste inferno Onde escorre sangue e fel De Portugueses amargos e feridos Recebendo ofertas De músicas dissonantes Que soam nas nossas orelhas Pior que Kraut Rock Nesta terra a afundar Meu bem como eu vou Por esta retrete abaixo
Por esta retrete abaixo há muito foram os euros Dos barcos de pesca Enviados para abate Agora tiram o couro E o cabelo de Inês Pouco ou nada se produz e nem do céu cai água Fomos enfeitiçados Nesta bandalheira De campinas sem trigo E amores partidos Afagamos as dores Que são sentidas Ao largarmos fezes duras Por esta retrete abaixo
Meu pesadelo Quanto eu não te quero Eu nem sei Eu nem sei Emigra um bocadinho mais Que eu também Que eu também meu bem
Por esta retrete abaixo O que é de uns Também é de outros Não é mais nem menos Cócó fazem todos Do suor da fêmea Do calor do macho Mas aquilo que uns tratam De estragar e espoliar A outros enriquece Os bancos recebem ajuda A nós sacrificios amargos Nesta terra imperfeita Outrora mais suave As nossas vidas vão andando Por esta retrete abaixo
Esta reedição tem um som com pouca liquidez e a música não flui, ao contrário do que seria de prever.
Abraços, Jorge Ferreira
Última edição por Jorge Ferreira em Seg Abr 16 2012, 16:52, editado 1 vez(es)
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 16:35
Nao sei onde vais arranjar estas ideias todas, mas eu adoro as tuas edições da mofi.
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Fran Membro AAP
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Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 16:37
António José da Silva escreveu:
Nao sei onde vais arranjar estas ideias todas, mas eu adoro as tuas edições da mofi.
Realmente o gajo é um mestre do phtoshop ou lá o que é, e também é "poeta".
PS : muda lá o nome MOFI, para MOFO
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 16:44
A capa está absolutamente genial. Este tópico do (em)Buste ainda vai figurar entre os "all time best" do AAP.
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Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 17:09
Por acaso essa ideia do Fran até que ficava bem...
Sendo assim, vamos declarar nova falência da MOFI e criar outra empresa no mesmo minuto chamada MOFO, desta forma podemos fugir ao fisco e deixar uma série de credores completamente agarrados.
Era preferivel ficarem agarrados ao som das reedições, mas como as misturas do Peter não têm corrido lá muito bem, vamos ter de deixá-los agarrados aos calotes que lhes vamos dar.
Que seja MOFO então!!!
As remisturas do Peter não são muito fieis ao original pois esta pérola soa mais a um Burlesco que a outra coisa. Embora o anterior "engenheiro" Joseph fosse ainda menos fiel segundo palavras de Anibal do silêncio dos inocentes, critica essa que Joseph nem passou cavaco.
Abraço, Jorge Ferreira
Fran Membro AAP
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Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 17:11
Jorge Ferreira escreveu:
Por acaso essa ideia do Fran até que ficava bem...
Sendo assim, vamos declarar nova falência da MOFI e criar outra empresa no mesmo minuto chamada MOFO, desta forma podemos fugir ao fisco e deixar uma série de credores completamente agarrados...
Que seja MOFO então!!! ...
)__((:
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 17:16
Jorge Ferreira escreveu:
Que seja MOFO então!!!
MOFO. (Master Of Financial Overdraft)
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Última edição por António José da Silva em Seg Abr 16 2012, 17:23, editado 1 vez(es)
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 17:21
António José da Silva escreveu:
Jorge Ferreira escreveu:
Que seja MOFO então!!!
MOFO. (Master Of Financial Overdraft)
Genial é isso mesmo
Fran Membro AAP
Mensagens : 8496 Data de inscrição : 08/12/2011 Localização : Usuário BANIDO
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 18:18
António José da Silva escreveu:
Jorge Ferreira escreveu:
Que seja MOFO então!!!
MOFO. (Master Of Financial Overdraft)
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 22:57
Finalmente o mais aguardado de todos, com aquele cheirinho a MOFO:
"10.000 Anos depois entre Vermes e Merkel" foi um album muito à frente do seu tempo, com temas super actuais tais como "O Caos", "Fuga Para O Espaco" e "A Partir Do Zero" entre outros.
Um clássico do José Cid no panorama do progressivo com a participação de José Sócrates com o pseudónimo de "Zé Nabo" entre outros.
Aqui o trabalho de remastering de Peter Steps Rabbit contou com o apoio dos estúdios de Paul Doors por forma a se obter um half speed mastering retirando o máximo de profundidade da gravação:
De facto esta reedição audiófila tem uma profundidade e uma espacialidade incríveis, até o meu cão ficou surpreendido:
Mais um sucesso que cheira a MOFO por todos os lados...
Abraços, Jorge Ferreira
vlopes Membro AAP
Mensagens : 3034 Data de inscrição : 03/07/2010 Localização : Para onde nos pode levar uma música? Para qualquer lugar onde seja capaz de voar o pensamento.
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Seg Abr 16 2012, 23:04
Jorge Ferreira escreveu:
Por acaso essa ideia do Fran até que ficava bem...
Sendo assim, vamos declarar nova falência da MOFI e criar outra empresa no mesmo minuto chamada MOFO, desta forma podemos fugir ao fisco e deixar uma série de credores completamente agarrados.
Era preferivel ficarem agarrados ao som das reedições, mas como as misturas do Peter não têm corrido lá muito bem, vamos ter de deixá-los agarrados aos calotes que lhes vamos dar.
Que seja MOFO então!!!
As remisturas do Peter não são muito fieis ao original pois esta pérola soa mais a um Burlesco que a outra coisa. Embora o anterior "engenheiro" Joseph fosse ainda menos fiel segundo palavras de Anibal do silêncio dos inocentes, critica essa que Joseph nem passou cavaco.
Abraço, Jorge Ferreira
De preferencia um big calote que se perpetue para as proxima gerações de Joseph´s, Peter´s and Paul..
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Ter Abr 17 2012, 05:24
Jorge Ferreira escreveu:
Finalmente o mais aguardado de todos, com aquele cheirinho a MOFO:
"10.000 Anos depois entre Vermes e Merkel" foi um album muito à frente do seu tempo, com temas super actuais tais como "O Caos", "Fuga Para O Espaco" e "A Partir Do Zero" entre outros.
Um clássico do José Cid no panorama do progressivo com a participação de José Sócrates com o pseudónimo de "Zé Nabo" entre outros.
Aqui o trabalho de remastering de Peter Steps Rabbit contou com o apoio dos estúdios de Paul Doors por forma a se obter um half speed mastering retirando o máximo de profundidade da gravação:
De facto esta reedição audiófila tem uma profundidade e uma espacialidade incríveis, até o meu cão ficou surpreendido:
Mais um sucesso que cheira a MOFO por todos os lados...
Abraços, Jorge Ferreira
Brutal, mal posso aguardar pela próxima reedição. )__((: Já agora, ainda não falastes em preços.
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Ter Abr 17 2012, 09:22
Incrível como o José Cid já previa esta situação. Estamos realmente num jogo entre Vermes e Merkel e todos preocupados e resolver os seus problemas. Ainda bem que a MOFO se decidiu a lançar esta obra tão profunda.
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Fran Membro AAP
Mensagens : 8496 Data de inscrição : 08/12/2011 Localização : Usuário BANIDO
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Ter Abr 17 2012, 10:46
Ainda pensei que esse, fosse um disco do José Cidra
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Ter Ago 14 2012, 21:40
Mais uma nova release da Mofo de um disco clássico da Música Portuguesa :
Grupo Novo Rock "Portugal na CEE"
Half Speed Remastered por Stan Ricker para ainda mais Grave...
Esta reedição tem uma espacialidade incrível, no entanto todo esse espaço poderá ter a ver com o facto de a malta estar toda a emigrar.
Eu sinceramente acho que sai demasiado caro, para o retorno que nos dá, mas enfim...
Abraços, Jorge Ferreira
Fran Membro AAP
Mensagens : 8496 Data de inscrição : 08/12/2011 Localização : Usuário BANIDO
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Ter Ago 14 2012, 21:42
Jorge Ferreira escreveu:
Mais uma nova release da Mofo de um disco clássico da Música Portuguesa :
Grupo Novo Rock "Portugal na CEE"
Half Speed Remastered por Stan Ricker para ainda mais Grave...
Esta reedição tem uma espacialidade incrível, no entanto todo esse espaço poderá ter a ver com o facto de a malta estar toda a emigrar.
Eu sinceramente acho que sai demasiado caro, para o retorno que nos dá, mas enfim...
Abraços, Jorge Ferreira
Ainda se fosse P.S.P. (Projecto Som Pop), ainda ía, agora G.N.R., népias
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Ter Ago 14 2012, 22:00
Jorge Ferreira escreveu:
Mais uma nova release da Mofo de um disco clássico da Música Portuguesa :
Grupo Novo Rock "Portugal na CEE"
Half Speed Remastered por Stan Ricker para ainda mais Grave...
Esta reedição tem uma espacialidade incrível, no entanto todo esse espaço poderá ter a ver com o facto de a malta estar toda a emigrar.
Eu sinceramente acho que sai demasiado caro, para o retorno que nos dá, mas enfim...
Abraços, Jorge Ferreira
Mas a versão não deveria de ser a "Portugal fora da CEE?
Mais uma brilhante edição de JF para o mofi.
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Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Ter Ago 14 2012, 22:49
Se calhar devia ser "portugal nunca devia ter entrado na CEE"
Mas era um titulo demasiado grande assim fica nas entrelinhas da cover art...
Ulrich Membro AAP
Mensagens : 4947 Data de inscrição : 06/10/2011 Idade : 46 Localização : Aveiro
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Ter Ago 14 2012, 23:17
Jorge Ferreira escreveu:
Mais uma nova release da Mofo de um disco clássico da Música Portuguesa :
Grupo Novo Rock "Portugal na CEE"
Half Speed Remastered por Stan Ricker para ainda mais Grave...
Esta reedição tem uma espacialidade incrível, no entanto todo esse espaço poderá ter a ver com o facto de a malta estar toda a emigrar.
Eu sinceramente acho que sai demasiado caro, para o retorno que nos dá, mas enfim...
Abraços, Jorge Ferreira
Que fantástica remasterização ,
melhor que o "My Way" do José Cid Vicous
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 08:37
Esse José Sid Vicious era um ganda maluco !!!
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 11:05
Estas reedições audiófilas da Mofo das pérolas da Música Portuguesa são de deixar tudo por elas...
Agora reeditaram em SACD mais um titulo incontornável da cena Underground, que merecia à muito tempo o tratamento Mofo.
Como os mais entendidos já devem estar a perceber, trata-se daquele que os Americanos consideram o maior visionário da cena Underground do Mundo e quiçá de Portugal.
Um homem que está para a música Pimba como o José Sid Vicious esteve para o Punk ou o Andarilho Warhol para a Pop Arte.
Nesta magnifica reedição Half Speed Mastered a partir das Master Tapes Contrafeitas Originais é revelada com a máxima perfeição e detalhe todo o requinte da voz do Artista.
De facto, é como saborear o néctar que flui de um garrafão de vinho tinto ordinário, bebido depois de deixado ao Sol durante um dia quente de verão.
Aquele calorzinho algo exagerado tipico da Mofo faz-nos lembrar a voz na obra "Os Trombones Peixe Espada" do quase tão influente cantor Toma e Espera.
Por outro lado, os efeitos especiais desta obra surtem o mesmo efeito que o Rogério Águas conseguiu na obra "A Parede".
Os silêncios entre as faixas são profundos e também um alívio nesta experiência de audição empolgante.
Vários anos à frente para o seu tempo, esta obra "Deixei tudo por Ela" é a profecia do fim do mundo deste Nostradamus da música.
Abraços, Jorge Ferreira
Ulrich Membro AAP
Mensagens : 4947 Data de inscrição : 06/10/2011 Idade : 46 Localização : Aveiro
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 11:16
Jorge Ferreira escreveu:
Nesta magnifica reedição Half Speed Mastered a partir das Master Tapes Contrafeitas Originais é revelada com a máxima perfeição e detalhe todo o requinte da voz do Artista.
De facto, é como saborear o néctar que flui de um garrafão de vinho tinto ordinário, bebido depois de deixado ao Sol durante um dia quente de verão.
more plz...
Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 11:24
Só tu me fazias rir hoje...!
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 11:55
Esperem... que Eu já estou a cheirar a Mofo...
Pois estou neste momento a ouvir outra reedição em vinil bem negro que me chegou agora, estou extasiado...
Quando me conseguir recompor já falo da minha experiência auditiva desta surpresa que me chegou agora
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 12:29
Cá está mais uma Reedição audiófila acabadinha de chegar...que cheira a Mofo por todos os lados !!!
Um clássico dos anos oitenta do Pop/Rock Português, o primeiro album dos nossos Doutores & Engenheiros.
Uma obra que foi Gravada aos Domingos e em tempo recorde apesar da falta de cadeiras no estúdio.
Não sabemos se esta Reedição foi obtida com a ajuda de um Mestrado Original ou se com algo equivalente, mas seja como for não foi deixada nenhuma impressão digital...
O vinil é bem negro, com uma negritude que compromete.
O album abre com o tema "Estou na margem" cantada pelos dois lideres da banda.
Depois vem a "Vida da gente", já sabemos como é a vida da gente, portanto acho que não era preciso relembrar, não havia necessidade...
Seguido pelo tema "História" de facto estes artistas são bons a contar histórias não há dúvida.
Fiquei desiludido com a faixa seguinte "Sonhos" pois é como se tivessem ficado desfeitos...
O tema "Nasci no Ocidente" não percebi se é bom ou se é mau...
Quase a terminar o Album "Noites" este é um tema quente sem dúvida.
Finalmente uma referência ao tema favorito dos lideres da banda "O céu pode esperar" realmente não há dúvida que mostram aqui toda a sua mestria maquiavélica e manipulativa.
Esta reedição é sem dúvida um Must Have para quem quer subir de nivel rápidamente.
Abraços, Jorge Ferreira
Luis Filipe Goios Membro AAP
Mensagens : 10506 Data de inscrição : 27/10/2010 Idade : 66 Localização : Lanhelas - Minho
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 13:26
Grande Jorge!!! Ainda me riria mais se não fosse tão "real" Não aprendemos nada com esses gajos, ainda será que alguém compra esses marmanjos reeditados ? Só mesmo à
Ulrich Membro AAP
Mensagens : 4947 Data de inscrição : 06/10/2011 Idade : 46 Localização : Aveiro
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 13:32
Jorge Ferreira escreveu:
Esta reedição é sem dúvida um Must Have para quem quer subir de nivel rápidamente.
De facto com argumentos destes...
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 13:58
Estas reedições estão-se a tornar rapidamente umas das pérolas do AAP. Reeditadas pela Mofo e masterizadas pelo amigo Jorge, são um exemplo de humor inteligente e cheio de trocadilhos fantástico. Eu já me ri a bom rir. Fabuloso.
Bis, bis, bis....
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Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 18:27
Não é para me gabar, mas eu tenho reedições Audiófilas que mais ninguém tem !!!
Luis Filipe Goios Membro AAP
Mensagens : 10506 Data de inscrição : 27/10/2010 Idade : 66 Localização : Lanhelas - Minho
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 18:39
Jorge Ferreira escreveu:
Não é para me gabar, mas eu tenho reedições Audiófilas que mais ninguém tem !!!
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 20:33
Tive acesso a uma test pressing da Mofo que infelizmente não vai ser lançada comercialmente.
É mais um clássico do nosso Rock do inicio dos anos 80.
A razão de terem abortado o lançamento prende-se com um problema ocorrido na reedição do cover art :
Ao que parece o conhecido audiófilo "emplastro" (que anda sempre em cima do acontecimento) é o grande responsável pelo problema que ocorreu.
Dizem que ele tirou a placa da boca para ficar exactamente como era na altura (fiel à época), tendo depois conseguido infiltrar-se na tipografia sem ninguém saber.
É realmente uma pena pois esta reedição audiófila do Album "Tripas à moda do Porto" dos Trabalhadores do Comércio trazia como brinde o famoso single "Chamem a Polícia" :
É realmente uma pena esta test pressing do Album e do Single não serem lançadas comercialmente pois o som é fabuloso, seria concerteza um marco nas gravações audiófilas.
Consegue perceber-se perfeitamente o som da secção de violinos, o poder da tuba, o refinamento da arpa e a secção de metais também é fabulosa principalmente o trombone, os trompetes e os clarinetes.
Os meus temas favoritos além do incontornável "Chamem a Polícia" é também o "Só quero que me deixe trabalhar".
Abraços, Jorge Ferreira
Última edição por Jorge Ferreira em Qua Ago 15 2012, 21:25, editado 1 vez(es)
Ulrich Membro AAP
Mensagens : 4947 Data de inscrição : 06/10/2011 Idade : 46 Localização : Aveiro
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 20:50
Muito bom,
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 21:23
Mas que grande (saudável) maluco que este gajo me saiu.
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Milton Membro AAP
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Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 23:02
Com isto tudo estás a afetar a produção nas fábricas do MAO Áudio...
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qua Ago 15 2012, 23:17
Este é o último destes Mofo que comprei com o empréstimo que fiz ao banco :
Segue a letra da famosa música (muito actual) e sem a mínima adulteração da minha parte pois com isto não se brinca :
Vou, vou-vos mostrar mais um pedaço da minha vida, um pedaço um pouco especial, trata-se de um texto que foi escrito, assim, de um só jorro, numa noite de Fevereiro de 79, e que talvez tenha um ou outro pormenor que já não é muito actual. Eu vou-vos dar o texto tal e qual como eu o escrevi nessa altura, sem ter modificado nada, por isso vos peço que não se deixem distrair por esses pormenores que possam ser já não muito actuais e que isso não contribua para desviar a vossa atenção do que me parece ser o essencial neste texto.
Chama-se FMI.
Quer dizer: Fundo Monetário Internacional.
Não sei porque é que se riem, é uma organização democrática dos países todos, que se reúnem, como as pessoas, em torno de uma mesa para discutir os seus assuntos, e no fim tomar as decisões que interessam a todos… É o internacionalismo monetário!
FMI
Cachucho não é coisa que me traga a mim Mais novidade do que lagostim Nariz que reconhece o cheiro do pilim Distingue bem o Mortimore do Meirim A produtividade, ora aí está, quer dizer Há tanto nesta terra que ainda está por fazer Entrar por aí a dentro, analisar, e então Do meu ‘attachi-case’ sai a solução!
FMI Não há graça que não faça o FMI FMI O bombástico de plástico para si FMI Não há força que retorça o FMI
Discreto e ordenado mas nem por isso fraco Eis a imagem ‘on the rocks’ do cancro do tabaco Enfio uma gravata em cada fato-macaco E meto o pessoal todo no mesmo saco A produtividade, ora aí está, quer dizer Não ando aqui a brincar, não há tempo a perder Batendo o pé na casa, espanador na mão É só desinfectar em superprodução!
FMI Não há truque que não lucre ao FMI FMI O heróico paranóico ‘hara-quiri’ FMI Panegírico, pro-lírico daqui
Palavras, palavras, palavras e não só Palavras para si e palavras para dó A contas com o nada que swingar o sol-e-dó Depois a criadagem lava o pé e limpa o pó A produtividade, ora nem mais, célulazinhas cinzentas Sempre atentas E levas pela tromba se não te pões a pau Num encontrão imediato do 3º grau!
FMI Não há lenha que detenha o FMI FMI Não há ronha que envergonhe o FMI FMI …
Entretém-te filho, entretém-te, não desfolhes em vão este malmequer que bem-te-quer, mal-te-quer, vem-te-quer, ovomalt’e-quer, messe gigantesca, vem-te vindo, vi-me na cozinha, vi-me na casa-de-banho, vi-me no Politeama, vi-me no Águia D’ouro, vi-me em toda a parte, vem-te filho, vem-te comer ao olho, vem-te comer à mão, olha os pombinhos pneumáticos que te orgulham por esses cartazes fora, olha a Música no Coração da Indira Gandi, olha o Muchê Dyane que te traz debaixo d’olho, o respeitinho é muito lindo e nós somos um povo de respeito, né filho? Nós somos um povo de respeitinho muito lindo, saímos à rua de cravo na mão sem dar conta de que saímos à rua de cravo na mão a horas certas, né filho? Consolida filho, consolida, enfia-te a horas certas no casarão da Gabriela que o malmequer vai-te tratando do serviço nacional de saúde. Consolida filho, consolida, que o trabalhinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, é o mais lindo de todos, como o astro, não é filho? O ca#$ao do astro entra-te pela porta das traseiras, tu tens um gozo do caraças, vais dormir entretido, não é? Pois claro, ganhar forças, ganhar forças para consolidar, para ver se a gente consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha-da-pu%&a, não é filho? Pois claro! Estás aí a olhar para mim, estás a ver-me dar 33 voltinhas por minuto, pagaste o teu bilhete, pagaste o teu imposto de transação e estás a pensar lá com os teus botões: Este tipo está-me a gozar, este gajo quem é que julga que é? Né filho? Pois não é verdade que tu és um herói desde de nascente? A ti não é qualquer totobola que te enfia o barrete, meu grande safadote! Meu Fernão Mendes Pinto de m*&da, né filho? Onde está o teu Extremo Oriente, filho? Ah-ni-qui-bé-bé, ah-ni-qui-bó-bó, tu és ‘Sepuldra’ tu és Adamastor, pois claro, tu sozinho consegues enrabar as Nações Unidas com passaporte de coelho, não é filho? Mal eles sabem, pois é, tu sabes o que é gozar a vida! Entretém-te filho, entretém-te! Deixa-te de políticas que a tua política é o trabalho, trabalhinho, porreirinho da Silva, e salve-se quem puder que a vida é curta e os santos não ajudam quem anda para aqui a encher pneus com este paleio de Sanzala e ritmo de pop-xula, não é filho? A one, a two, a one two three
FMI dida didadi dadi dadi da didi FMI …
Come on you son of a bitch! Come on baby a ver se me comes! Come on Luís Vaz, ‘amanda’-lhe com os decassílabos que os senhores já vão ver o que é meterem-se com uma nação de poetas! E zás, enfio-te o Manuel Alegre no Mário Soares, zás, enfio-te o Ary dos Santos no Álvaro de Cunhal, zás, enfio-te o Zé Fanha no Acácio Barreiros, zás, enfio-te a Natalia Correia no Sá Carneiro, zás, enfio-te o Pedro Homem de Melo no Parque Mayer e acabamos todos numa sardinhada ao integralismo Lusitano, a estender o braço, meio Rolão Preto, meio Steve McQueen, ok boss, tudo ok, estamos numa porreira meu, um tripe fenomenal, proibido voltar atrás, viva a liberdade, né filho? Pois, o irreversível, pois claro, o irreversívelzinho, pluralismo a dar com um pau, nada será como dantes, agora todos se chateiam de outra maneira, né filho? Ora que porra, deixa lá correr uma fila ao menos, malta pá, é assim mesmo, cada um a curtir a sua, podia ser tão porreiro, não é? Preocupações, crises políticas pá? A culpa é dos partidos pá! Esta m*&da dos partidos é que divide a malta pá, pois pá, é só paleio pá, o pessoal na quer é trabalhar pá! Razão tem o Jaime Neves pá! (Olha deixaste cair as chaves do carro!) Pois pá! (Que é essa orelha de preto que tens no porta-chaves?) É pá, deixa-te disso, não destabilizes pá! Eh, faz favor, mais uma bica e um pastel de nata. Uma porra pá, um autentico desastre o 25 de Abril, esta confusão pá, a malta estava sossegadinha, a bica a 15 tostões, a gasosa a sete e coroa… Tá bem, essa m*&da da pide pá, Tarrafais e o carágo, mas no fim de contas quem é que não colaborava, ah? Quantos bufos é que não havia nesta m*&da deste país, ah? Quem é que não se calava, quem é que arriscava coiro e cabelo, assim mesmo, o que se chama arriscar, ah? Meia dúzia de líricos, pá, meia dúzia de líricos que acabavam todos a fugir para o estrangeiro, pá, isto é tudo a mesma carneirada! Oh sr. guarda venha cá, á, venha ver o que isto é, é, o barulho que vai aqui, i, o neto a bater na avó, ó, deu-lhe um pontapé no cu, né filho? Tu vais conversando, conversando, que ao menos agora pode-se falar, ou já não se pode? Ou já começaste a fazer a tua revisãozinha constitucional tamanho familiar, ah? Estás desiludido com as promessas de Abril, né? As conquistas de Abril! Eram só paleio a partir do momento que tas começaram a tirar e tu ficaste quietinho, né filho? E tu fizeste como o avestruz, enfiaste a cabeça na areia, não é nada comigo, não é nada comigo, né? E os da frente que se lixem… E é por isso que a tua solução é não ver, é não ouvir, é não querer ver, é não querer entender nada, precisas de paz de consciência, não andas aqui a brincar, né filho? Precisas de ter razão, precisas de atirar as culpas para cima de alguém e atiras as culpas para os da frente, para os do 25 de Abril, para os do 28 de Setembro, para os do 11 de Março, para os do 25 de Novembro, para os do… que dia é hoje, ah?
FMI Dida didadi dadi dadi da didi FMI …
Não há português nenhum que não se sinta culpado de qualquer coisa, não é filho? Todos temos culpas no cartório, foi isso que te ensinaram, não é verdade? Esta m*&da não anda porque a malta, pá, a malta não quer que esta m*&da ande, tenho dito. A culpa é de todos, a culpa não é de ninguém, não é isto verdade? Quer isto dizer, há culpa de todos em geral e não há culpa de ninguém em particular! Somos todos muita bons no fundo, né? Somos todos uma nação de pecadores e de vendidos, né? Somos todos, ou anti-comunistas ou anti-faxistas, estas coisas até já nem querem dizer nada, ismos para aqui, ismos para acolá, as palavras é só bolinhas de sabão, parole parole parole e o Zé é que se lixa, cá o pintas azeite mexilhão, eu quero lá saber deste paleio vou mas é ao futebol, pronto, viva o Porto, viva o Benfica, Lourosa, Lourosa, Marraças, Marraças, fora o arbitro, gatuno, bora tudo p’ro ca%$lho, razão tinha o Tonico de Bastos para se entreter, né filho? Entretém-te filho, com as tuas viúvas e as tuas órfãs que o teu delegado sindical vai tratando da saúde aos administradores, entretém-te, que o ministro do trabalho trata da saúde aos delegados sindicais, entretém-te filho, que a oposição parlamentar trata da saúde ao ministro do trabalho, entretém-te, que o Eanes trata da saúde à oposição parlamentar, entretém-te, que o FMI trata da saúde ao Eanes, entretém-te filho e vai para a cama descansado que há milhares de gajos inteligentes a pensar em tudo neste mesmo instante, enquanto tu adormeces a não pensar em nada, milhares e milhares de tipos inteligentes e poderosos com computadores, redes de policia secreta, telefones, carros de assalto, exércitos inteiros, congressos universitários, eu sei lá! Podes estar descansado que o Teng Hsiao-Ping está a tratar de ti com o Jimmy Carter, o Brezhnev está a tratar de ti com o João Paulo II, tudo corre bem, a ver quem se vai abotoar com os 25 tostões de riqueza que tu vais produzir amanhã nas tuas oito horas. A ver quem vai ser capaz de convencer de que a culpa é tua e só tua se o teu salário perde valor todos os dias, ou de te convencer de que a culpa é só tua se o teu poder de compra é como o rio de S. Pedro de Moel que se some nas areias em plena praia, ali a 10 metros do mar em maré cheia e nunca consegue desaguar de maneira que se possa dizer: porra, finalmente o rio desaguou! Hão te convencer de que a culpa é tua e tu sem culpa nenhuma, tens tu a ver, tens tu a ver com isso, não é filho? Cada um que se vá safando como puder, é mesmo assim, não é? Tu fazes como os outros, fazes o que tens a fazer, votas à esquerda moderada nas sindicais, votas no centro moderado nas deputais, e votas na direita moderada nas presidenciais! Que mais querem eles, que lhe ofereças a Europa no natal?! Era o que faltava! É assim mesmo, julgam que te levam de mercedes, ora toma, para safado, safado e meio, né filho? Nem para a frente nem para trás e eles que tratem do resto, os gatunos, que são pagos para isso, né? Claro! Que se lixem as alternativas, para trabalho já me chega. Entretém-te meu anjinho, entretém-te, que eles são inteligentes, eles ajudam, eles emprestam, eles decidem por ti, decidem tudo por ti, se hás-de construir barcos para a Polónia ou cabeças de alfinete para a Suécia, se hás-de plantar tomate para o Canada ou eucaliptos para o Japão, descansa que eles tratam disso, se hás-de comer bacalhau só nos anos bissextos ou hás-de beber vinho sintético de Alguidares-de-Baixo! Descansa, não penses em mais nada, que até neste país de pelintras se acho normal haver mãos desempregadas e se acha inevitável haver terras por cultivar! Descontrai baby, come on descontrai, arrefinfa-lhe o Bruce Lee, arrefinfa-lhe a macrobiótica, o biorritmo, o euroscópio, dois ou três ofeneologistas, um gigante da ilha de Páscoa e uma Grace do Mónaco de vez em quando para dar as boas festas às criancinhas! Piramiza filho, piramiza, antes que os chatos fujam todos para o Egipto, que assim é que tu te fazes um homenzinho e até já pagas multa se não fores ao recenseamento. Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, ca#$oes de vindouros, ah? Sempre a m*&da do futuro, a m*&da do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? José Mário Branco, 37 anos, isto é que é uma porra, anda aqui um gajo cheio de boas intenções, a pregar aos peixinhos, a arriscar o pêlo, e depois? É só porrada e mal viver é? O menino é mal criado, o menino é ‘pequeno burguês’, o menino pertence a uma classe sem futuro histórico… Eu sou parvo ou quê? Quero ser feliz porra, quero ser feliz agora, que se f&%da o futuro, que se f&%da o progresso, mais vale só do que mal acompanhado, vá mandem-me lavar as mãos antes de ir para a mesa, filhos da pu%&a de progressistas do ca%$lho da revolução que vos f&%da a todos! Deixem-me em paz porra, deixem-me em paz e sossego, não me emprenhem mais pelos ouvidos ca%$lho, não há paciência, não há paciência, deixem-me em paz ca%$lho, saiam daqui, deixem-me sozinho, só um minuto, vão vender jornais e governos e greves e sindicatos e policias e generais para o raio que vos parta! Deixem-me sozinho, filhos da pu%&a, deixem só um bocadinho, deixem-me só para sempre, tratem da vossa vida que eu trato da minha, pronto, já chega, sossego porra, silêncio porra, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me só, deixem-me morrer descansado. Eu quero lá saber do Artur Agostinho e do Humberto Delgado, eu quero lá saber do Benfica e do bispo do Porto, eu quero se lixe o 13 de Maio e o 5 de Outubro e o Melo Antunes e a rainha de Inglaterra e o Santiago Carrilho e a Vera Lagoa, deixem-me só porra, rua, larguem-me, zórpila o fígado, arreda, ‘terneio’ Satanás, filhos da pu%&a. Eu quero morrer sozinho ouviram? Eu quero morrer, eu quero que se f&%da o FMI, eu quero lá saber do FMI, eu quero que o FMI se f&%da, eu quero lá saber que o FMI me f&%da a mim, eu vou mas é votar no Pinheiro de Azevedo se eu tornar a ir para o hospital, pronto, bardamerda o FMI, o FMI é só um pretexto vosso seus ca#$oes, o FMI não existe, o FMI nunca aterrou na Portela coisa nenhuma, o FMI é uma finta vossa para virem para aqui com esse paleio, rua, desandem daqui para fora, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, a culpa é vossa, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe, oh mãe…
Mãe, eu quero ficar sozinho… Mãe, não quero pensar mais… Mãe, eu quero morrer mãe. Eu quero desnascer, ir-me embora, sem ter que me ir embora. Mãe, por favor, tudo menos a casa em vez de mim, outro maldito que não sou senão este tempo que decorre entre fugir de me encontrar e de me encontrar fugindo, de quê mãe? Diz, são coisas que se me perguntem? Não pode haver razão para tanto sofrimento. E se inventássemos o mar de volta, e se inventássemos partir, para regressar. Partir e aí nessa viajem ressuscitar da morte às arrecuas que me deste. Partida para ganhar, partida de acordar, abrir os olhos, numa ânsia colectiva de tudo fecundar, terra, mar, mãe… Lembrar como o mar nos ensinava a sonhar alto, lembrar nota a nota o canto das sereias, lembrar o depois do adeus, e o frágil e ingénuo cravo da Rua do Arsenal, lembrar cada lágrima, cada abraço, cada morte, cada traição, partir aqui com a ciência toda do passado, partir, aqui, para ficar…
Assim mesmo, como entrevi um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o azul dos operários da Lisnave a desfilar, gritando ódio apenas ao vazio, exército de amor e capacetes, assim mesmo na Praça de Londres o soldado lhes falou: Olá camaradas, somos trabalhadores, eles não conseguiram fazer-nos esquecer, aqui está a minha arma para vos servir. Assim mesmo, por detrás das colinas onde o verde está à espera se levantam antiquíssimos rumores, as festas e os suores, os bombos de lava-colhos, assim mesmo senti um dia, a chorar de alegria, de esperança precoce e intranquila, o bater inexorável dos corações produtores, os tambores. De quem é o carvalhal? É nosso! Assim te quero cantar, mar antigo a que regresso. Neste cais está arrimado o barco sonho em que voltei. Neste cais eu encontrei a margem do outro lado, Grandola Vila Morena. Diz lá, valeu a pena a travessia? Valeu pois.
Pela vaga de fundo se sumiu o futuro histórico da minha classe, no fundo deste mar, encontrareis tesouros recuperados, de mim que estou a chegar do lado de lá para ir convosco. Tesouros infindáveis que vos trago de longe e que são vossos, o meu canto e a palavra, o meu sonho é a luz que vem do fim do mundo, dos vossos antepassados que ainda não nasceram. A minha arte é estar aqui convosco e ser-vos alimento e companhia na viagem para estar aqui de vez. Sou português, pequeno burguês de origem, filho de professores primários, artista de variedades, compositor popular, aprendiz de feiticeiro, faltam-me dentes. Sou o Zé Mário Branco, 37 anos, do Porto, muito mais vivo que morto, contai com isto de mim para cantar e para o resto.
Abraços, Jorge Ferreira
Fran Membro AAP
Mensagens : 8496 Data de inscrição : 08/12/2011 Localização : Usuário BANIDO
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 01:50
Merece
zaratustra Membro AAP
Mensagens : 4762 Data de inscrição : 09/07/2010 Localização : Frossos, Albergaria-a-Velha
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 02:09
Pois merece...!
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 02:39
Só posso dizer, obrigado Jorge.
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Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 10:57
Tive alguma relutância em brincar também com este disco e com esta obra, pois é talvez dos discos mais sérios da música portuguesa com o qual se calhar não se devia brincar.
No entanto a sua actualidade é infelizmente assustadora.
Por isso limitei a brincadeira apenas à capa e transcrevi a letra do FMI na integra tal como o José Mario Branco a escreveu e declamou/cantou nesse disco.
José Mario Branco é um dos mais inteligentes compositores, músicos e cantautores Portugueses de todos os tempos, um Homem sem dúvida extremamente inteligente.
Quando ele era jovem iniciou a Licenciatura em História na Universidade de Coimbra curso esse que não chegou a terminar, após ter sido perseguido pela PIDE exilou-se em França em 1963.
Desde 1967 que começou a gravar discos tendo colaborado entre outros com José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto, Camané entre muitos outros...
Voltou para Portugal em 1974, e em 2006, na altura já com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Terminou o 1º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso.
José Mário Branco é acima de tudo um filósofo da nossa triste realidade.
Atinge o seu ponto máximo nesta sua música mais emblemática FMI, de mais de 20 minutos, editado em 1982 mas cuja letra da música foi escrita por ele em 1979.
José Mário Branco encarna nesta música uma versão Portuguesa do Poeta Anarquista Françês Antonin Artaud e encena um complexo de édipo português centrado na mãe, fazendo desta música um "The End" da Música Portuguesa.
Ao mesmo tempo faz um retrato teatral, antropológico, sociológico, filosófico, biológico, escatológico, lógico e ilógico de Portugal e dos Portugueses, fazendo uso de palavrões com um rigor poético notável.
Infelizmente cada vez mais esta música se torna assustadoramente actual, para mal da esmagadora maioria dos Portugueses.
Abraços, Jorge Ferreira
Luis Filipe Goios Membro AAP
Mensagens : 10506 Data de inscrição : 27/10/2010 Idade : 66 Localização : Lanhelas - Minho
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 13:12
Obrigado, Jorge. E, pensar nos anos que "isto" tem!!!
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 13:21
Luis Filipe Goios escreveu:
Obrigado, Jorge. E, pensar nos anos que "isto" tem!!!
E pensar que estamos a viver o que ele canta durante mais de 20 minutos...
Um Abraço Grande meu Caro Amigo, estamos juntos
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 13:36
Jorge Ferreira escreveu:
Tive alguma relutância em brincar também com este disco e com esta obra, pois é talvez dos discos mais sérios da música portuguesa com o qual se calhar não se devia brincar.
No entanto a sua actualidade é infelizmente assustadora.
Por isso limitei a brincadeira apenas à capa e transcrevi a letra do FMI na integra tal como o José Mario Branco a escreveu e declamou/cantou nesse disco.
José Mario Branco é um dos mais inteligentes compositores, músicos e cantautores Portugueses de todos os tempos, um Homem sem dúvida extremamente inteligente.
Quando ele era jovem iniciou a Licenciatura em História na Universidade de Coimbra curso esse que não chegou a terminar, após ter sido perseguido pela PIDE exilou-se em França em 1963.
Desde 1967 que começou a gravar discos tendo colaborado entre outros com José Afonso, Sérgio Godinho, Luís Represas, Fausto, Camané entre muitos outros...
Voltou para Portugal em 1974, e em 2006, na altura já com 64 anos, José Mário Branco iniciou uma licenciatura em Linguística, na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Terminou o 1º ano com média de 19,1 valores, sendo considerado o melhor aluno do seu curso.
José Mário Branco é acima de tudo um filósofo da nossa triste realidade.
Atinge o seu ponto máximo nesta sua música mais emblemática FMI, de mais de 20 minutos, editado em 1982 mas cuja letra da música foi escrita por ele em 1979.
José Mário Branco encarna nesta música uma versão Portuguesa do Poeta Anarquista Françês Antonin Artaud e encena um complexo de édipo português centrado na mãe, fazendo desta música um "The End" da Música Portuguesa.
Ao mesmo tempo faz um retrato teatral, antropológico, sociológico, filosófico, biológico, escatológico, lógico e ilógico de Portugal e dos Portugueses, fazendo uso de palavrões com um rigor poético notável.
Infelizmente cada vez mais esta música se torna assustadoramente actual, para mal da esmagadora maioria dos Portugueses.
Abraços, Jorge Ferreira
Não consigo ouvir o FMI sem que me passe um grande arrepio na espinha e com uma lágrima no canto do olho. Impressionante, a quantidade de verdades que o JMB diz, a inteligência com que as diz, e sobretudo, a força que tem origem na raiva com que as diz. Uma obra que é tornada intemporal pela própria natureza humana que faz com que tudo seja cíclico.
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Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 13:39
consegues dizer aquilo que realmente interessa e de forma simples, parabéns pela genial síntese.
Fran Membro AAP
Mensagens : 8496 Data de inscrição : 08/12/2011 Localização : Usuário BANIDO
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 14:02
Já agora
Fran escreveu:
... Bem, FMI, FMI, bastante badalado nos dias que correm ... maaaaaaaaaaaaaaaaaaaas, nos finais dos anos 70, já eles "andavem aí", se não, oiçamos (linguagem imprópria para menores) como em 1979, o senhor José Mário Branco "gostava" deles
Letra http://fmi.com.sapo.pt/
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 17:21
Obrigado Sócio
Realmente toda a gente devia ouvir agora com atenção essa obra e/ou ler com atenção a letra, pois é como eu digo, infelizmente não podia estar mais actual...
Valeu
Fran Membro AAP
Mensagens : 8496 Data de inscrição : 08/12/2011 Localização : Usuário BANIDO
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 17:59
Jorge Ferreira escreveu:
Obrigado Sócio
Realmente toda a gente devia ouvir agora com atenção essa obra e/ou ler com atenção a letra, pois é como eu digo, infelizmente não podia estar mais actual...
Valeu
De nada , foi só uma questão de procurar no tópico Conheces?, pois tinha postado isso, há uns tempos atrás e não teve a "recepção" que se impunha
Ulrich Membro AAP
Mensagens : 4947 Data de inscrição : 06/10/2011 Idade : 46 Localização : Aveiro
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 19:04
Jorge Ferreira escreveu:
Tive alguma relutância em brincar também com este disco e com esta obra, pois é talvez dos discos mais sérios da música portuguesa com o qual se calhar não se devia brincar.
Brincar não significa destratar,
nunca te inibas de brincar com o que te apetece,
tenho a certeza que o José Mário Branco te diria o mesmo
PS:Vem a atalho de foice, mas é o mesmo, ainda hoje li uma coluna no Público, onde um iluminado, banalizava/destratava a História de Portugal por Rui Ramos, só porque não estava como queria
A tolerância é a base moral de uma sociedade saudável, e a brincadeira é maior forma de a demonstrar de forma inteligente .
Luis Filipe Goios Membro AAP
Mensagens : 10506 Data de inscrição : 27/10/2010 Idade : 66 Localização : Lanhelas - Minho
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 19:09
Ulrich escreveu:
A tolerância é a base moral de uma sociedade saudável, e a brincadeira é maior forma de a demonstrar de forma inteligente .
Jorge Ferreira Membro AAP
Mensagens : 3386 Data de inscrição : 05/11/2011 Idade : 56 Localização : Palmela
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 19:56
Ulrich escreveu:
A tolerância é a base moral de uma sociedade saudável, e a brincadeira é maior forma de a demonstrar de forma inteligente .
Belas palavras Ulrich, cinco estrelas !!!
Felizmente não me posso queixar relativamente às minhas brincadeiras com estas reedições audiófilas de clássicos da música Portuguesa.
Penso que a ideia de a Mobile Fidelity reeditar discos audiófilos da música Portuguesa, por si só, já é uma ideia que tem alguma piada...
Abraços, Jorge Ferreira
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Amália Rodrigues "(em)Buste" Qui Ago 16 2012, 20:05
Jorge Ferreira escreveu:
Ulrich escreveu:
A tolerância é a base moral de uma sociedade saudável, e a brincadeira é maior forma de a demonstrar de forma inteligente .
Belas palavras Ulrich, cinco estrelas !!!
Felizmente não me posso queixar relativamente às minhas brincadeiras com estas reedições audiófilas de clássicos da música Portuguesa.
Penso que a ideia de a Mobile Fidelity reeditar discos audiófilos da música Portuguesa, por si só, já é uma ideia que tem alguma piada...
Abraços, Jorge Ferreira
Se um fórum só servisse para coisas sérias, estávamos muito mal de humores.
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