Através de O GANHO DO SOM.
"MASTERIZAÇÃO PARA VINYL EM PORTUGAL: O ENGODO DOS ESTÚDIOS NACIONAIS"
"Têm surgido nos últimos tempos campanhas de promoção em vários estúdios nacionais que anunciam a capacidade desses mesmos estúdios para levar a cabo masterização para vinyl. A'O Ganho do Som têm chegado vários pedidos de, por um lado, orçamentos para essa função, e, por outro, esclarecimentos sobre a veracidade de tais campanhas.... Permitam-nos, por conseguinte, esclarecer duma vez por todas: nenhum estúdio nacional tem, presentemente, equipamento de masterização para vinyl.
Masterizar para este suporte é uma ciência ("still a dark science", como dizem e bem os entendidos) já antiga e cuja arte e capacidade técnica está muito longe da actual masterização para suportes digitais. Na verdade, a masterização para vinyl é, simultaneamente, um processo áudio e mecânico, em que o primeiro é indissociável do segundo. Ou seja: qualquer tarefa de igualização e compressão/limitação está dependente do corte físico do masterplate. E vice-versa. Não é possível tomar qualquer decisão áudio (igualização e compressão/limitação) sem observar a subsequente resposta da cabeça de corte no equipamento que dá origem ao masterplate.
Todas essas decisões são impossíveis de se fazer com verdadeiro conhecimento de causa num estúdio de masterização que não tenha acesso imediato do técnico ao equipamento de corte (Neumann ou Westrex, por exemplo). Se não é o caso (como acontece em Portugal), todas as decisões áudio tomadas no vulgar estúdio de masterização são feitas no escuro. E o mais provável de acontecer é darem origem a um masterplate com defeitos de corte/leitura e longe de corresponder às características particulares do vinyl - que é, afinal, o que o cliente pretende ao optar por este formato.
Um verdadeiro estúdio de masterização para vinyl tem, para além do equipamento de corte para observação da sua resposta em tempo real, ferramentas ao seu dispôr que funcionam a par com os equipamentos de igualização e compressão/limitação: o igualizador elíptico (que permite variar a resposta mono dos conteúdos de baixa frequência) e o "variable pitch" (que permite variar a distância entre estrias). O conteúdo em termos de espectro e intensidade da música influi na forma como o técnico age sobre estas duas ferramentas. Por consequência, só pode decidir como afecta esse conteúdo tendo as duas ferramentas à mão. É, afinal, uma tarefa de constante diálogo entre equipamentos áudio e ferramentas mecânicas.
Em Portugal, quando se anuncia Masterização para Vinyl é um mau engodo facilmente desmascarado com algumas perguntas atentas. Aquilo de que se trata, na realidade, é que todos os estúdios de masterização por aqui existentes acabam por enviar os seus masters para estúdios estrangeiros que, esses sim, levam a cabo a verdadeira masterização para vinyl. Ora, isto coloca outro problema: que tipo de master chega às mãos desses estúdios? Na maior das vezes, ou por ignorância ou por ingenuidade, aquilo que lhes é enviado é um master pensado e concebido para formato digital. De todo errado.
É por isto que n'O Ganho do Som:
1 - Não anunciamos masterizar para vinyl
2 - Aceitamos pedidos para masterizar para vinyl
3 - Esclarecemos o cliente de antemão que o master será enviado para terceiros
4 - Não enviamos o mesmo master concebido para o suporte digital
5 - Enviamos um master tonalmente de acordo com aquilo que o cliente decidiu no nosso estúdio mas com níveis e valores de headroom sugeridos pelo técnico do estúdio de masterização para vinyl
6 - Só confiamos o nosso master a Abbey Road
7 - Não levamos comissão sobre o preço apresentado por Abbey Road
8 - Apresentamos a folha de orçamento de Abbey Road
9 - Auferimos lucro na masterização para CD ou outro suporte digital
10 - Cruzamos as pernas e ficamos descansados à espera do melhor vinyl"