Desinvestimento/valor vs prazer de ouvir música

Bem, vendi as maggies.

Talvez as melhores colunas que já tive, mas era isso ou ficarem paradas uns 3 ou 4 anos, porque são frágeis e, na sala, eram capazes de ter vida curta.

vendi também o amplificador, porque achei que não precisava dele. não sei se fiz bem ou não nem isso é importante.

agora, o sistema, com um receiver Kenwood KR-3090, umas rega Kyte, um gira da pioneer de gama baixa... quanto prazer dá a menos?

curiosamente, muito pouco.

antes, o som era melhor, sem dúvida, com mais "corpo" e tridimensionalidade, especialmente por obra das Maggies.

É verdade que as rega kyte não têm isso, mas divirto-me quase o mesmo.

De certa forma sinto algum alívio por ter vendido algo que ia ficar parado ou, não ficando, podia ser destruído por alguma brincadeira ou descuido dos putos.

Na sala estão uma Davis Acoustics Matisse que se portam bem e às quais acrescentei uns suportes largos em madeira para ver se ningué prega com elas no meio do chão e enrolei as grelhas com fita-cola para os putos não amassarem os altifalantes.

Agora... nunca vos apeteceu mandar lixar o hifi e ouvir a música e pronto? quer dizer, às vezes a procura da perfeição pode ser divertida, mas por vezes pode ser cansativa.

Se não houvesse a encomenda do móvel para o escritório também não haveria esta mudança mas curiosamente fiquei, como disse, algo aliviado por ter feito aquilo que no fundo é um downgrade.

acho que o prazer vem de dentro.

enxuto escreveu:

... Agora... nunca vos apeteceu mandar lixar o hifi e ouvir a música e pronto? quer dizer, às vezes a procura da perfeição pode ser divertida, mas por vezes pode ser cansativa ... acho que o prazer vem de dentro.

Por acaso não ... porque nunca o tive ... ouvir música, sempre foi aquilo que fiz, o resto, é treta (para mim)

Como de costume, e no que ao audio diz respeito, estás uns passos à minha frente.

enxuto escreveu:

Como de costume, e no que ao audio diz respeito, estás uns passos à minha frente.

Enxuto, agradeço as tuas palavras, mas eu não estou à frente de ninguém, em nada, simplesmente gosto de musica, e nunca me preocupei muito, com o que lê a música, a qual para mim, é o mais importante.

Acredito que haja muita gente, que pouco ou nada ligue à música, mas sim aos aparelhos XPTO, mas cada um, sabe de si, e cada um, escolhe o caminho que quer e que pensa ser melhor para si.

No meu caso concreto, é a música, a seguir a música e depois a música

Um abraço e acho que se te sentes bem assim, tomaste a atitude certa, independentemente do que os outros possam dizer e/ou pensar, pois o mais importante, és TU.

Abç

Ah, isto foi mais um desabafo.

e para saber se sou uma ave muito rara ou não.

enxuto escreveu:

Ah, isto foi mais um desabafo.

e para saber se sou uma ave muito rara ou não.

Olha, se és, então já somos dois


PS : se calhar, aos olhos de muita gente, somos duas aves raras e ignorantes ... mas que se lixe

PS' : vejamos se mais alguém opina, seria bom (penso eu de que)

pois era.

julgava que ia ter respostas, bastantes.

é caraças, passei dos 400 posts.

enxuto escreveu:

pois era.

julgava que ia ter respostas, bastantes.

Hás-de tê-las ... requer alguma preparação para nos "desancarem"

Parabéns por passares as 4 centenas , tanto mais em tempo de crise

enxuto escreveu:

Bem, vendi as maggies.

Talvez as melhores colunas que já tive, mas era isso ou ficarem paradas uns 3 ou 4 anos, porque são frágeis e, na sala, eram capazes de ter vida curta.

vendi também o amplificador, porque achei que não precisava dele. não sei se fiz bem ou não nem isso é importante.

agora, o sistema, com um receiver Kenwood KR-3090, umas rega Kyte, um gira da pioneer de gama baixa... quanto prazer dá a menos?

curiosamente, muito pouco.

antes, o som era melhor, sem dúvida, com mais "corpo" e tridimensionalidade, especialmente por obra das Maggies.

É verdade que as rega kyte não têm isso, mas divirto-me quase o mesmo.

De certa forma sinto algum alívio por ter vendido algo que ia ficar parado ou, não ficando, podia ser destruído por alguma brincadeira ou descuido dos putos.

Na sala estão uma Davis Acoustics Matisse que se portam bem e às quais acrescentei uns suportes largos em madeira para ver se ningué prega com elas no meio do chão e enrolei as grelhas com fita-cola para os putos não amassarem os altifalantes.

Agora... nunca vos apeteceu mandar lixar o hifi e ouvir a música e pronto? quer dizer, às vezes a procura da perfeição pode ser divertida, mas por vezes pode ser cansativa.

Se não houvesse a encomenda do móvel para o escritório também não haveria esta mudança mas curiosamente fiquei, como disse, algo aliviado por ter feito aquilo que no fundo é um downgrade.

acho que o prazer vem de dentro.

Relativamente à questão das crianças, estou completamente solidário. Cá em casa é só uma e tudo o que podia ser "escondido" já foi. Relativamente ao resto, é o que lhe reserva a consciência. Se se sente bem em ouvir no que ficou, porquê mais? Eu só por força maior me irei desfazer do que tenho. Foi algo que trabalhei para ter e por isso tem um valor sentimental, mais do que qualquer outro. Se toca bem ou não, se há melhor ou não, concerteza haverá, mas para mim é o melhor que há. Sem dúvida que o que interessa é ouvir boa música, isso é o mais importante.

Abr

HD

eu, relativamente a algumas coisas até prefiro que não tenham valor sentimental. espero conseguir reservar isso para algumas cuidadosamente selecionadas.

para me prender pouco a objetos.

a questão aqui está na relação entre a qualidade do material, o prazer de ouvir música, e o receito de que o material se estrague, ou que fique parado, ou que haja irritações com a rapaziada, etc, etc.

e se o prazer vem de dentro ou não. é que se vier é capaz de ser tudo mais simples.

Um tema interessante.
Acho que há mais tolerância para com um sistema barato, os seus defeitos são
, digamos, automaticamente justificados pelo baixo preço. Num sistema caro a tolerância a defeitos é muito mais baixa, o sistema tem de "justificar" o seu preço. Ou seja vivemos melhor com os defeitos de um sistema barato, do que com os defeitos de um sistema caro.

sim, em princípio, de acordo.

Como em tudo na vida, o equilíbrio é sempre a melhor conselheira. Cada um sabe de si, das suas necessidades e cabe-nos a nós pessoas educadas respeitar as decisões de cada um.
É pelo amor a musica que não sou grande adepto do DIY e das muitas trocas baldrocas com equipamentos e cabos em constantes comparações. O meu tempo para ouvir musica já é limitado e se em vez de ouvir pura e simplesmente musica andasse a fazer "coisas" ou em comparações obsessivas, deixava de ouvir musica.
Depois sou da opinião que a busca "paranoica" pelo hipoteticamente correto (apesar de respeitar e até poder ser útil), também tira muito do verdadeiro prazer pois ao invés de se ouvir musica, está-se a tentar descobrir algo no sistema, e isso não é verdadeiramente ouvir musica.

Contrariamente a ti, eu não tenho intenção de fazer o mesmo, apesar de estar cada vez mais perto de atingir o que pretendo e de poder abrandar, faltando para tal as colunas. Mas fico contente que ao teres feito esse "downgrading", não se tenha dissipado o prazer de ouvires as tuas obras.

enxuto escreveu:

Bem, vendi as maggies.

Talvez as melhores colunas que já tive, mas era isso ou ficarem paradas uns 3 ou 4 anos, porque são frágeis e, na sala, eram capazes de ter vida curta.

vendi também o amplificador, porque achei que não precisava dele. não sei se fiz bem ou não nem isso é importante.

agora, o sistema, com um receiver Kenwood KR-3090, umas rega Kyte, um gira da pioneer de gama baixa... quanto prazer dá a menos?

curiosamente, muito pouco.

antes, o som era melhor, sem dúvida, com mais "corpo" e tridimensionalidade, especialmente por obra das Maggies.

É verdade que as rega kyte não têm isso, mas divirto-me quase o mesmo.

De certa forma sinto algum alívio por ter vendido algo que ia ficar parado ou, não ficando, podia ser destruído por alguma brincadeira ou descuido dos putos.

Na sala estão uma Davis Acoustics Matisse que se portam bem e às quais acrescentei uns suportes largos em madeira para ver se ningué prega com elas no meio do chão e enrolei as grelhas com fita-cola para os putos não amassarem os altifalantes.

Agora... nunca vos apeteceu mandar lixar o hifi e ouvir a música e pronto? quer dizer, às vezes a procura da perfeição pode ser divertida, mas por vezes pode ser cansativa.

Se não houvesse a encomenda do móvel para o escritório também não haveria esta mudança mas curiosamente fiquei, como disse, algo aliviado por ter feito aquilo que no fundo é um downgrade.

acho que o prazer vem de dentro.

Sabes quando a me apercebo que uma peça de Hifi é boa (no meu ouvido)??? quando dou por mim a ouvir Musica!! não interessa a gama e o preço. ja ouvi muita coisa muito cara e não me abstrai de ouvir sons! não era musica, eram sons! não tinha em si uma noção de conjunto de harmonia entre si.
Mas tambem gosto de peças Vintage! é uma questão de gosto tambem estetico.
A musica deve ser uma experiencia sensorial e pessoal.
Um sistema que me marcou e ainda hoje tenho memoria dele, foi um sistema um pouco ortodoxo.
Fonte GD Tecnhics + shureVST V
Pre CAT Sl 1 Signature
Power Audio Research Classic 60
Colunas JM LAb Profil 5 ( gama baixa)
Como podes ver existem contradiçoes de gama, mas porra que cantava! e depois armado em ESTUPIDO vendi as colunas e o power e talvez hoje ainda procure essa forma de apresentar a musica

ou entao na altura ouvia bem e agora sou surdo como uma porta
Eu gosto do vintage e gosto do som do vintage (talvez um pouco mais colorado?!?) mas tambem ja não procuro o som perfeito! É extremamente cansativo a audição critica

microseiki escreveu:

Sabes quando a me apercebo que uma peça de Hifi é boa (no meu ouvido)??? quando dou por mim a ouvir Musica!! não interessa a gama e o preço.

Eu também penso assim, quando nos apaixonamos tudo é belo e sem defeitos, e no audio é a mesma coisa, quando gostamos de um material achamos que é o melhor, daí a grande subjectividade metafísica no debate : qual é o melhor sistema de som?

Eu continuo a achar o que um grande senhor, dono de umas caves, uma vez me disse: o melhor vinho é aquele que eu gosto

É uma frase que encerra um património de experiência fabuloso e uma lição gratuita

Micro, disseste tudo.

De qualquer modo:

1.º eu já sabia que ia ser assim porque já tinha as rega Kyte á uns tempos e pude "ouver" que elas parece que tocam música a sorrir;
2.º o downgrade não foi só porque me apeteceu. Foi porque não me apeteceu ter as Magnepan paradas três ou quatro anos ou andar sempre a ralhar com os putos por causa delas.

é isso, microseiki...

o sistema cantava e se calhar, tecnicamente nem era nada de extraordinário... mas punha-te os pés a dançar, que é o que conta.

Quem não se lembra dos tempos de criança e do primeiro sistema. Para muitos de nós, tratava-se da gama de entrada de uma qualquer marca. E o gozo que isso nos dava, lembram-se?

Então não lembro?

Claro que lembro.

O primeiro sistema mais ou menos ainda existe.

Este fim de semana também fiz um desinvestimento.

Gravei uma bobina das grandes no Revox a77 com todas as musicas mais conhecidas dos Beatles retiradas da minha caixa azul com os 13 discos em vinil dos Beatles.

Depois foi ouvir estas musicas em duas colunas básicas dum mini sistema hifi da Sony
amplificadas directamente do Revox A77 com os seus 8 watt de potência.

Confesso que adorei este som minimalista.

Para terminar levei o Revox a77 mais as colunas a casa de uns amigos que ficaram burros com a pureza das musicas dos Beatles em reel To reel.

afonso escreveu:

Este fim de semana também fiz um desinvestimento.

Gravei uma bobina das grandes no Revox a77 com todas as musicas mais conhecidas dos Beatles retiradas da minha caixa azul com os 13 discos em vinil dos Beatles.

Depois foi ouvir estas musicas em duas colunas básicas dum mini sistema hifi da Sony
amplificadas directamente do Revox A77 com os seus 8 watt de potência.

Confesso que adorei este som minimalista.

Para terminar levei o Revox a77 mais as colunas a casa de uns amigos que ficaram burros com a pureza das musicas dos Beatles em reel To reel.

Porquê? Os teus amigos ficaram com o Revox e a bobine? Ou chamas desinvestir, gravar num R2R as musicas que gostamos?

Fernando

Comecei por dizer que o desinvestimento foi durante o fim de semana...

Terá sido mais um eventual downgrade sonoro que não se veio a verificar, muito antes pelo contrario.

Por acaso os meus amigos ficaram tão espantados com a qualidade musical que decidiram também comprar uns reel To reel.

Próximos membros deste fórum...

afonso escreveu:

Fernando

Comecei por dizer que o desinvestimento foi durante o fim de semana...

Terá sido mais um eventual downgrade sonoro que não se veio a verificar, muito antes pelo contrario.

Assim está bem! Foi só um fim de semana

afonso escreveu:

Por acaso os meus amigos ficaram tão espantados com a qualidade musical que decidiram também comprar uns reel To reel.

Próximos membros deste fórum...

Quantos são, quantos são ??
Venham eles !!

afonso escreveu:

Próximos membros deste fórum...

Quantos mais apaixonados por este nosso hobby, melhor.

enxuto escreveu:

Agora... nunca vos apeteceu mandar lixar o hifi e ouvir a música e pronto? quer dizer, às vezes a procura da perfeição pode ser divertida, mas por vezes pode ser cansativa.

O Audio pode ser um passatempo muito interessante mas se nos deixarmos levar pelo entusiasmo corremos sérios riscos de usar o nosso sistema exclusivamente para comparar equipamentos e acessórios.
Trata-se simplesmente de uma questão de auto-disciplina, de conseguirmos decidir quando vamos escutar música; temos de ser capazes de desligar, de resistir ao vício de colocar os mesmos discos aprovados pela indústria e escutados nos xôs, de viver obcecados com as novidades e com as revistas, de experimentar mais um cabo cuja relação custo/benefício é assustadoramente minúscula.

É por isso que defendo a importância o conhecimento técnico, mesmo o mais básico, que nos permite determinar as deficiências do nosso sistema e orientar a evolução do mesmo, que nos ajuda a separar o trigo do joio no que se refere à informação e nos defende da publicidade enganosa da indústria, dos críticos "profissionais", do consumismo desenfreado e irracional desta época do crédito fácil, da internet e da opinião...scientia potentia est.

Não é o maior ou menor investimento, ou mesmo o desinvestimento no nosso sistema que vai alterar a nossa atitude; isso depende exclusivamente da força de vontade.

Boas escutas,
Ricardo