Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: O admirável mundo novo Sex Ago 09 2013, 17:04
Continuo a ser surpreendido pela tremenda clarividência do Aldous Huxley quando descreveu a sociedade ocidental do futuro no início dos anos 30... Este tópico, batizado com o título do famoso romance de Huxley, pode servir de livro de recortes para pequenos sinais da degradação da nossa sociedade e de um alerta à navegação. Hoje começo com este:
jpamplifiers Membro AAP
Mensagens : 608 Data de inscrição : 16/09/2011 Localização : Sintra
Assunto: Re: O admirável mundo novo Sex Ago 09 2013, 17:25
ricardo onga-ku escreveu:
Continuo a ser surpreendido pela tremenda clarividência do Aldous Huxley quando descreveu a sociedade ocidental do futuro no início dos anos 30... Este tópico, batizado com o título do famoso romance de Huxley, pode servir de livro de recortes para pequenos sinais da degradação da nossa sociedade e de um alerta à navegação. Hoje começo com este:
Excelente:__((:
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: O admirável mundo novo Sex Ago 09 2013, 18:05
Muito bom mesmo.
A única coisa que eu acho que vale a pena analisar melhor, é que a patetice de alguns (muitos mesmo), o desinteresse total por coisas interessantes, a falta de ideias e vontade de colocar algo de positivo em prática, é transversal aos tempos mesmo que de outras formas e feitios. Mas parece-me tudo igual, só que hoje mais visível. É uma pena que tanta juventude (e não só) dê tanta importância ás futilidades da vida e que essa importância lhes castre para sempre o futuro que poderiam ter. O mundo e a vida estão cheia de coisas belas, mas infelizmente, os óculos opacos da ignorância não deixam vislumbrar todo o esplendor natural e humano, e muito menos entender os grandes pensadores.
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stardrake Membro AAP
Mensagens : 679 Data de inscrição : 29/01/2012 Localização : Cascais
Assunto: Re: O admirável mundo novo Sex Ago 09 2013, 18:28
Olhem que um alerta sobre "barbies", vindo de uma "barbie" socialista, é aquilo a que podemos chamar "Uma admirável javardisse"
Mário
BAILOTE Membro AAP
Mensagens : 1648 Data de inscrição : 16/02/2011 Idade : 52 Localização : Albufeira
Assunto: Re: O admirável mundo novo Sex Ago 09 2013, 19:01
o aviso á navegação é ainda mais grave pois os senhores capitalistas (...deberg) mais poderosos do mundo reunem uma vez por ano para imporem as suas estratégias para dominar e programar mentalmente o povo para a constante aceitação do seu dominio. E nesse club maçonico vive um sr. Português (Pinto Balsemão) responsável pela arma mais perigosa e dominadora do mundo ...a televisão e consequentemente foi surgindo outras tais medias que baralham os neuronios aos jovens de forma que um dia nem conseguem comunicar. E esta é só a minha visão da sociedade e do mundo...a vossa não sei bem qual será...mas respeitarei!!!
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: O admirável mundo novo Sáb Ago 31 2013, 21:39
Era só o que nos faltava !! E logo depois de estarmos sob ataque serrado dessa espécie que infesta o emiciclo, cruzamento de cabra com pavões...
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: O admirável mundo novo Sex Nov 29 2013, 18:29
Nasceu surda e aos 29 anos ouve pela primeira vez a sua própria voz.
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: O admirável mundo novo Qui Abr 10 2014, 19:18
As crianças não são hiperactivas, são mal-educadas Henrique Raposo
É uma comédia que se acumula no dia-a-dia. Um sujeito vai ao café ler o jornal, e o café está inundado de crianças que não respeitam nada, nem os pardalitos e os pombos, e os pais "ai, desculpe, ele é hiperactivo", que é como quem diz "repare, ele não é mal-educado, ou seja, eu não falhei e não estou a falhar como pai neste preciso momento porque devia levantar o rabo da cadeira para o meter na ordem, mas a questão é que isto é uma questão médica, técnica, sabe?, uma questão que está acima da minha vontade e da vontade do meu menino, olhe, repare como ele aperta o pescoço àquele pombinho, é mais forte do que ele, está a ver?". E o pior é que a comédia já chegou aos jornais. Parece que entre 2007 e 2011 disparou o consumo de medicamentos para a hiperactividade. Parece que os médicos estão preocupados e os pais apreensivos com o efeito dos remédios na personalidade dos filhos. Quem diria?
Como é óbvio, existem crianças realmente hiperactivas (que o Altíssimo dê amor e paciência aos pais), mas não me venham com histórias: este aumento massivo de crianças hiperactivas não resulta de uma epidemia repentina da doença mas da ausência de regras, da incapacidade que milhares e milhares de pais revelam na hora de impor uma educação moral aos filhos. Aliás, isto é o reflexo da sociedade que criámos. Se um pai der uma palmada na mão de um filho num sítio público (digamos, durante uma birra num café ou supermercado), as pessoas à volta olham para o dito pai como se ele fosse um leproso. Neste ambiente, é mais fácil dar umas gotinhas de medicamento do que dar uma palmada, do que fazer cara feia, do que ralhar a sério, do que pôr de castigo. Não se faz nada disto, não se diz não a uma criança, porque, ora essa, é feio, é do antigamente, é inconstitucional.
Vivendo neste aquário de rosas e pozinhos da Sininho, as crianças acabam por se transformar em estafermos insuportáveis, em Peter Pan amorais sem respeito por ninguém. Levantam a mão aos avós, mas os pais ficam sentados. E, depois, os pais que recusam educá-los querem que umas gotinhas resolvam a ausência de uma educação moral. Sim, moral. Eu sei que palavra moral deixa logo os pedagogos pós-moderninhos de mãos no ar, ai, ai, que não podemos confrontar as crianças com o mal, mas fiquem lá com as gotinhas que eu fico com o mal.
Assunto: Re: O admirável mundo novo Qui Abr 10 2014, 21:08
A história repete-se vejam se não revêem nestas frases, depois vejam os autores
"Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus." Sócrates, filósofo grego que viveu por volta de 470/399 a.C
"Não tenho mais nenhuma esperança no futuro de nosso País, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível." Hesíodo, filósofo que viveu por volta de 720 a.C.
"Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe." Eugenio, um pensador que viveu no ano 2.000 a.C.
"Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos .Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura." Esta frase lapidar foi descoberta recentemente sobre um vaso de argila, nas ruínas da Babilônia. Portanto, tem mais de 4.000 anos de existência.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: O admirável mundo novo Qui Abr 10 2014, 22:49
anibalpmm escreveu:
A história repete-se vejam se não revêem nestas frases, depois vejam os autores
"Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus." Sócrates, filósofo grego que viveu por volta de 470/399 a.C
"Não tenho mais nenhuma esperança no futuro de nosso País, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível." Hesíodo, filósofo que viveu por volta de 720 a.C.
"Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe." Eugenio, um pensador que viveu no ano 2.000 a.C.
"Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos .Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura." Esta frase lapidar foi descoberta recentemente sobre um vaso de argila, nas ruínas da Babilônia. Portanto, tem mais de 4.000 anos de existência.
Muito bem resumido e visto. Acho exatamente o mesmo. As pessoas é que têm uma memória coletiva bastante limitada (temporalmente).
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ricardo onga-ku Membro AAP
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Assunto: Re: O admirável mundo novo Sex Abr 11 2014, 09:08
anibalpmm escreveu:
A história repete-se vejam se não revêem nestas frases, depois vejam os autores
"Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus." Sócrates, filósofo grego que viveu por volta de 470/399 a.C
"Não tenho mais nenhuma esperança no futuro de nosso País, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível." Hesíodo, filósofo que viveu por volta de 720 a.C.
"Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe." Eugenio, um pensador que viveu no ano 2.000 a.C.
"Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos .Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura." Esta frase lapidar foi descoberta recentemente sobre um vaso de argila, nas ruínas da Babilônia. Portanto, tem mais de 4.000 anos de existência.
Atenção que o texto acima citado fala de crianças de idade infantil e não de idade juvenil…para mim não estamos a falar da mesma coisa.
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: O admirável mundo novo Sex Abr 11 2014, 13:38
ricardo onga-ku escreveu:
anibalpmm escreveu:
A história repete-se vejam se não revêem nestas frases, depois vejam os autores
"Nossa juventude adora o luxo, é mal educada, caçoa da autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem a seus pais e são simplesmente maus." Sócrates, filósofo grego que viveu por volta de 470/399 a.C
"Não tenho mais nenhuma esperança no futuro de nosso País, se a juventude de hoje tomar o poder amanhã, porque essa juventude é insuportável, desenfreada, simplesmente horrível." Hesíodo, filósofo que viveu por volta de 720 a.C.
"Nosso mundo atingiu seu ponto crítico. Os filhos não ouvem mais seus pais. O fim do mundo não pode estar muito longe." Eugenio, um pensador que viveu no ano 2.000 a.C.
"Essa juventude está estragada até o fundo do coração. Os jovens são malfeitores e preguiçosos .Eles jamais serão como a juventude de antigamente. A juventude de hoje não será capaz de manter a nossa cultura." Esta frase lapidar foi descoberta recentemente sobre um vaso de argila, nas ruínas da Babilônia. Portanto, tem mais de 4.000 anos de existência.
Atenção que o texto acima citado fala de crianças de idade infantil e não de idade juvenil…para mim não estamos a falar da mesma coisa.
quando coloquei esse post não era para responder ao das crianças era só mais uma achega para a reflexão
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: O admirável mundo novo Sex Abr 11 2014, 18:13
ricardo onga-ku Membro AAP
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Assunto: De cavalheiros e carroceiros Qua Jun 18 2014, 10:56
A propósito do Pepe e o minuto 19 do França-Inglaterra e das diferenças entre Rugby e Futebol, descobri esta crónica sobre a célebre frase que venho escutando desde criança: o rugby é um desporto de carroceiros jogado por cavalheiros e o futebol é um desporto de cavalheiros jogado por carroceiros.
Mas a frase ou a crónica, que numa primeira abordagem parecerá um pouco snob, pode ser vista como uma metáfora para algo de mais abrangente, definindo na minha óptica a sociedade portuguesa que não sabendo "elevar-se" após a revolução se conduziu de forma suicida à situação em que presentemente nos encontramos. Tivemos primeiro a liberdade em '74 e depois as condições em '86 para sair deste buraco, mas ambas as oportunidades foram desperdiçadas. Triunfou a boçalidade, nivelá-mo-nos pelo medíocre e vivemos de aparências…no banco tratam-me por Sr. Ricardo (tu-cá, tu-lá) mas depois fazem questão em que no meu cartão de débito venha gravado o meu ilustre(?) "título": Senhor ARQ.
Como dizia o Garrett, «O país é pequeno e a gente que nele vive também não é grande.»
De cavalheiros e carroceiros http://jessi-aleal.blogspot.pt/2013/09/de-cavalheiros-e-carroceiros.html
Ouvi algures que o rugby é um desporto de carroceiros jogado por cavalheiros, e o futebol é (ou foi) um desporto de cavalheiros (actualmente) jogado por carroceiros. Sinais dos tempos ou não, a verdade é que sempre achei graça ao rugby e ao futebol (football) nem por isso: talvez por ser um jogo mais para carroceiro do que para cavalheiro desde que o conheço - sem ofensa a muita gente do melhorio que possa gostar de futebol; é por coisas destas que o mundo não "se tomba".
Desporto à parte (pois como já devem ter percebido, esse não é exactamente o meu departamento) por vezes noto que a diferença cavalheiro-carroceiro é mais subtil do que possa parecer à primeira vista. Antigamente, as coisas eram muito claras: um cavalheiro era-o por nascimento e educação; a própria sociedade tratava de o envergonhar se não agisse como tal. Se o desafiavam para um duelo e ele por cobardia não aceitava, por exemplo, era obrigado a permitir que o rival lhe cuspisse no rosto onde quer que o encontrasse. Havia regras para tudo.
Um cavalheiro era sempre considerado um cavalheiro, mesmo que se arruinasse ao jogo, tivesse o fato amarrotado ou fosse tão desleixado como certo Duque de Norfolk, senhor de si a ponto de fazer questão de trajar como bem lhe apetecia.
Hoje as coisas estão muito mais misturadas e acontecem, por exemplo, as "variantes" seguintes:
a) Carroceiros sem educação nenhuma que se fazem passar por cavalheiros ( estudos, cultura postiça, roupas melhorzinhas) mas mantêm os mesmos hábitos: "meninas" e vinho verde, maneiras ordinárias e honra nenhuma;
b) Cavalheiros com toda a obrigação, privilégios e fatiotas para o ser, que além de tudo fazem a questão de alardear ao mundo os grandes cavalheiros que são, mas que acham que o status e as roupas lhes bastam para manter o rótulo. As partes difíceis, as que realmente distinguem um cavalheiro de um homem vulgar, as atitudes superiores, essas...nem vê-las porque são uma canseira enorme e assim como assim, hoje já ninguém se lembra do que vem a ser um cavalheiro.
c) Os que confundem cavalheirismo com dandismo - duas coisas que nem sempre andam juntas e às vezes, chegam mesmo a estar em polos opostos.
d) Os cavalheiros com obrigação para o ser que não contentes em não agir como quem são, se misturam com os carroceiros da categoria a) e se for preciso, descem ao nível deles em cenas pouco cristãs e menos abonatórias.
Olhem que entre uns e outros, não sei o que é pior: se o ouro fino a pavimentar o chão, ou a lata polida a imitar prata. Uns não têm obrigação para mais, esforçam-se mas só fazem figuras tristes; os outros tiveram todos os privilégios, têm toda a obrigação e figuras tristes fazem.
Divertido, mas divertido mesmo, era testar-lhes a coragem num jogo de rugby daqueles renhidos, estilo gladiadores com uma overdose de ginseng coreano. Aos encontrões, empurrões, safanões e chapadões uns aos outros, a ver se aprendiam. Como homens.