Clube da "Rodinha" aka Idler's

António José da Silva escreveu:

Ajgarcia escreveu:

Ordem decrescente de qualidade. (provavelmente)

Roda - direct drive - correia

Assim vais arranjar guerra.

Will have soon all three drive types in friendly coexistence here!

mannitheear escreveu:

Will have soon all three drive types in friendly coexistence here!

It may be friendly, but there is always a favourite one, and I'm pretty sure I know the one you will be loving the most.

My intention is to get the best from all three...

mannitheear escreveu:

My intention is to get the best from all three...

Das bessere ist doch der feind vom guten...oder?

Wir werden sehen!

Para os que se lembram, este topico tinha sido criado hà anos para o Lenco mas infelismente havia poucos no AAP a rodar, então tornou-se geral para todos os rodinhas... mas, visto que hoje hà vàrios em circulação (e o ultimo Portugaudio foi a prova), toca a botar faladura e fotos sobre eles... sém esqueçer os outros é claro, mas creio que os Lenco sejam maioritàrios aqui no AAP em relação aos outros rodinhas...

TD124 escreveu:

Para os que se lembram, este topico tinha sido criado hà anos para o Lenco mas infelismente havia poucos no AAP a rodar, então tornou-se geral para todos os rodinhas... mas, visto que hoje hà vàrios em circulação (e o ultimo Portugaudio foi a prova), toca a botar faladura e fotos sobre eles... sém esqueçer os outros é claro, mas creio que os Lenco sejam maioritàrios aqui no AAP em relação aos outros rodinhas...

Eu fui um dos que levou dois Lenco para o último Potugaudio. Um L70 em estado de novo (nunca tinha sido utilizado quando o encontrei), tal qual havia saído de fábrica em 1963 no raríssimo plinto metálico com a palavra "stereo" gravada na fronte. Nada foi alterado nesse gira-discos, até os cabos de alimentação e audio são os originais. Tem montada uma Shure M3D. A intenção era mostrar aquele que deu inicio aos Lenco Idler Drive de prato pesado tal qual ele era, sem artificios, sem upgrades (nalguns casos são mais downgrades) e/ou tunings. Acredito que muita gente que por lá passou nunca tenha visto uma coisa daquelas ao vivo e, muito menos a tenha ouvido. Infelizmente não foi possível ouvi-lo uma vez que foi necessário emprestar o prato ao companheiro da sala ao lado cujo prato do seu Lenco estava empenado!!!! ( a sorte dele é que eu gosto tanto de chocolate como dos Lenco).
O outro que levei é também um L70. Este foi literalmente resgatado do lixo. Estava com o braço partido, cheio de ferrugem e o motor parecia uma moto-serra. Mas com algumas horas de dedicação e muito carinho um Lenco regressa sempre à vida. Foi totalmente decapado e repintado em cor champagne, todos os furos referentes ao braço original foram tapados, foi aberto um novo furo para montar um Jelco SA-250ST que albergou uma ADC XLM MKII Improved. O motor foi aberto, limpo e lubrificado e roda tranquilo e silencioso. Tudo isso montado num plinto em Kambala (Iroko) a respeitar o desenho dos plintos originais do L75. E alí esteve ele a acompanhar as colunas dos irmãos Cardoso da MCaudio, essas sim, as estrelas da companhia.

Sou assumidamente um "Lencoólico" (alcunha que a minha filha me deu).

Mas antes de começar aqui a colocar os meus Lenco, vou abrir as hostilidades colocando o meu TD 124 com o Ortofon RS 212. Apenas para que não fique a impressão de que sou fundamentalista e por cortesia e respeito pelo criador do tópico. Aliás há por aqui vários "rodinhas" (Elacs, Duals, Teacs, Brauns, e está a ser negociado no Japão um CEC FR-250A, porque a minha paixão pelos Chuo Denki é proporcional à paixão pelos Lenco). Ah, também já houve vários Garrad 301 e 401, mas os preços que eles atingem é tão tentador que já foram.

kazumbi escreveu:

Lindo aparelho. Está mesmo muito bonito

Já agora que estou perante connaisseurs gostava de tirar uma dúvida:

- Sempre, ou quase sempre, ouvi falar de que os motores dos 124 aqueciam demasiado em audições prolongadas, provocando variação de velocidade e, por isso, diminuíam a qualidade de audição ao fim de umas horas. Qual a verdade disto? É mito, ou difamação maldosa?

Obrigado

Goansipife escreveu:

kazumbi escreveu:

Lindo aparelho. Está mesmo muito bonito

Já agora que estou perante connaisseurs gostava de tirar uma dúvida:

- Sempre, ou quase sempre, ouvi falar de que os motores dos 124 aqueciam demasiado em audições prolongadas, provocando variação de velocidade e, por isso, diminuíam a qualidade de audição ao fim de umas horas. Qual a verdade disto? É mito, ou difamação maldosa?

Obrigado

Estrondosamente lindo.

Já agora que estou perante connaisseurs gostava de tirar uma dúvida:

- Sempre, ou quase sempre, ouvi falar de que os motores dos 124 aqueciam demasiado em audições prolongadas, provocando variação de velocidade e, por isso, diminuíam a qualidade de audição ao fim de umas horas. Qual a verdade disto? É mito, ou difamação maldosa?

Obrigado[/quote]

Isso foi resolvido com o motor do MK II
Pode-se fazer o upgrade das bobines do motor do MK I, colocando-lhe bobines do MK II.
Há um italiano que vende bobines muito boas para isso. Eu comprei as minhas no eBay.

Já agora a tua opinião. Debaixo de circunstancias iguais (braço, célula e ligado ao mesmo sistema), sónicamente falando qual preferes, Lenco ou o 124?

Já agora ficam aqui algumas imagens do caixão em que este TD 124 estava metido quando me chegou às mãos.

kazumbi escreveu:

(...)Sou assumidamente um "Lencoólico" (alcunha que a minha filha me deu).

... vou abrir as hostilidades colocando o meu TD 124 com o Ortofon RS 212. Apenas para que não fique a impressão de que sou fundamentalista e por cortesia e respeito pelo criador do tópico. ...

Um Lencoólico, essa està gira e diz tudo. Hoje no forum hà vàrios Lenco's, então vai ser engraçado de discutir sobre esse gira tão particular e criador de grandes paixões ! Obrigado pela atenção e o envio da foto do seu TD124 que està verdadeiramente muito bonito...  

Goansipife escreveu:

... Sempre, ou quase sempre, ouvi falar de que os motores dos 124 aqueciam demasiado em audições prolongadas, provocando variação de velocidade e, por isso, diminuíam a qualidade de audição ao fim de umas horas. Qual a verdade disto? É mito, ou difamação maldosa?

Ném verdade ném difamação (como muitas vezes)!, pois é verdade que o motor do TD124 aqueçe, como todos os motores sincronos o que é então uma verdade que o TD124 partilha com os Garrard, Lenco, Rek-O-Kut, EMT e etc, etc...

Com o gira perfeitamente lubrificado e o motor em perfeito estado, a variação de velocidade tém uma amplitude temporal muito grande e o gira é estàvel durante varias horas, mas apòs varias horas (quatro ou cinco), é necessario dar-lhe um toque no regulador de velocidade, mas sém que a qualidade da reprodução seja afectada pois o desvio é minimo e positivo (linear e sém oscilações)... como os outros giras citados, mas é verdade que o TD124 tém o motor mais fràgil dessa geração !!!...

António José da Silva escreveu:

Já agora a tua opinião. Debaixo de circunstancias iguais (braço, célula e ligado ao mesmo sistema), sónicamente falando qual preferes, Lenco ou o 124?

Essa pergunta não se faz...
Mas como aqui no Alentejo também aguentamos muita porrada, cá vai. Eu prefiro o Lenco.

kazumbi escreveu:

Já agora ficam aqui algumas imagens do caixão em que este TD 124 estava metido quando me chegou às mãos. ...

Jà estava pronto para a cova, mas voçê salvou-o e muito bem fez, pois està uma bela restauração !!!

TD124 escreveu:

Ném verdade ném difamação (como muitas vezes)!, pois é verdade que o motor do TD124 aqueçe, como todos os motores sincronos o que é então uma verdade que o TD124 partilha com os Garrard, Lenco, Rek-O-Kut, EMT e etc, etc...

Com o gira perfeitamente lubrificado e o motor em perfeito estado, a variação de velocidade tém uma amplitude temporal muito grande e o gira é estàvel durante varias horas, mas apòs varias horas (quatro ou cinco), é necessario dar-lhe um toque no regulador de velocidade, mas sém que a qualidade da reprodução seja afectada pois o desvio é minimo e positivo (linear e sém oscilações)... como os outros giras citados, mas é verdade que o TD124 tém o motor mais fràgil dessa geração !!!...

Ora aqui está uma explicação com cabeça, tronco e membros. Como é sempre de esperar do nosso companheiro Paulo
Muito Obrigado

kazumbi escreveu:

Mas como aqui no Alentejo também aguentamos muita porrada...

Eu sei, a minha mulher é alentejana, e nunca se queixou.

António José da Silva escreveu:

kazumbi escreveu:

Mas como aqui no Alentejo também aguentamos muita porrada...

Eu sei, a minha mulher é alentejana, e nunca se queixou.

Espero que nunca lhe doam as mãos, que tu mereces

Também sabemos que és tu quem fala mais alto lá em casa

SIM QUERIDA VOU JÁ IMEDIATAMENTE

kazumbi escreveu:

António José da Silva escreveu:

Já agora a tua opinião. Debaixo de circunstancias iguais (braço, célula e ligado ao mesmo sistema), sónicamente falando qual preferes, Lenco ou o 124?

Essa pergunta não se faz...  
Mas como aqui no Alentejo também aguentamos muita porrada, cá vai. Eu prefiro o Lenco.

Sinta-se à vontade amigo Kazumbi...   pois os gostos não se discutem !!! .........

Mas que o 124 é uma linda obra de arte, lá isso é...

António José da Silva escreveu:

Mas que o 124 é uma linda obra de arte, lá isso é...

Isso é uma maneira discreta de dizer que os Lencos, Garrard, e etc são rafeiros !... e que somente o TD124 e o 930 atingem o "state of art" !!!... isso é exagerado, mas não é complétamente falso ...

Vai vir polémica!... mas é o que tu queres e pedes

...uns mais obra de arte que os outros...

Ghost4u escreveu:

(...)

O que é isso    
O que são Lencos   O que é Garrard   O que é 124 senão um mero número   O que é 930, senão o número antecedente ao 931 e posterior ao 929   Desconheço do que se trata...
Será que Lencos, Garrard, 124 e 930 são uma subreclasse de cães de guardar gado, casas ou quintas   Ou serão cães sem raça definida,  de raças misturadas  

Tàs ver Antonio!, com a tua mania de criar polémica ... os possuidores de 401 jà andam a mandar vir, e com razão !!!

Bote ai fotos do seu Inglês... pois é o topico para ele (rodinha), e para os outros da mesma raça !!!...

TD124 escreveu:

Tàs ver Antonio!, com a tua mania de criar polémica ... os possuidores de 401 jà andam a mandar vir, e com razão !!!

O 401 até que era bem bonito.

TD124 escreveu:

(...) os possuidores de 401 jà andam a mandar vir, e com razão !!!

Era bom era...
Não me importava nada de ser proprietário de um 401, da Peugeot.

António José da Silva escreveu:

...O 401 até que era bem bonito.

Ghost4u escreveu:

...Era bom era...
Não me importava nada de ser proprietário de um 401, da Peugeot.

È verdade que estamos no contexto do topico...  pois são "rodinhas" também !!!

O Anti-Lenco do meu amigo Patrick fotografado num quadro bucolico ...

TD124 escreveu:

O Anti-Lenco do meu amigo Patrick fotografado num quadro bucolico ...

E "bucolicamente" como é que ele toca, comparado com as ditas propostas "modernas" xoto"?

Goansipife escreveu:

TD124 escreveu:

O Anti-Lenco do meu amigo Patrick fotografado num quadro bucolico ...

E "bucolicamente" como é que ele toca, comparado com as ditas propostas "modernas" xoto"?

I have yet listened to this one and have a similar one. Since then my interest in modern turntables went to zero....

mannitheear escreveu:

I have yet listened to this one and have a similar one. Since then my interest in modern turntables went to zero....

Yes I'm following you and how I guess well what you mean

Comecemos por uma coisa que tinha sido um L70 e que, após uma tentativa de assassinato,  encontrei moribundo num leilão do eBay. Alguns dias na enfermaria a canja de galinha e alguns mimos e voltou à vida. E assim, já cheio de saúde, jovem passado mais de meio século, discreto, voltou a cumprir a sua missão com enorme dignidade.
Um Lenco nunca morre!

Fabuloso e com o comprovado Jelco.

Finalmente um clube do qual posso/podemos fazer parte!!!
Não temos em casa um “rodinhas” dos mais sofisticados, mas caros e desejados, mais preparados para a “guerra”, … mas temos, como já aqui foi dito, o mais engenhoso “patinho feio” dos que usam a técnica “idler”. Também é o que proporcionou este tópico, até ser abalroado pelos príncipes e princesas…
Vamos por partes!
Como chegamos ao Lenco que hoje temos?
Tudo começou… o nosso primeiro gira-discos foi adquirido numa loja de velharias em Vila Nova de Gaia, terra que estávamos a abandonar para nos mudarmos para a bela cidade do Porto. A casa “nova” merecia ter um gira-discos, porque discos nós já tínhamos…
A casa!
A nossa humilde casa era um pequeno apartamento T0 no cimo da Rua da Picaria, a nossa cara e parecia ter saído de um filme francês… Que linda casa!!! Era a nossa casa de bonecas, lá começou por tocar um amplificador integrado com um gira-discos dos finais dos anos 80 (tudo preto…).
Tudo parecia bem, mas ouvir os discos não era perfeito, estava mesmo longe de ser perfeito. Decidimos, sem mais, trocar as velhas colunas que estavam escondidas e passamos numa pequena loja de usados que ainda hoje apreciamos. Lá encontramos umas colunas que pareciam saídas de um catálogo de design dos anos 50… nem pensamos duas vezes, o senhor pedia-nos 30 euros por elas e elas tocavam bem.
Chegados a casa colocamos as colunas e o som melhorou, a experiência de ouvir música era melhor e mais completa…
(calma, estou mesmo a chegar ao Lenco…)
Com aquela pequena mudança (até no preço) sentimos que tínhamos encontrado um caminho seguro e ao nosso alcance: procurar peças usadas e baratinhas, melhorar à medida das nossas possibilidades.
Eu, mais activo no acto de procurar as belas peças, dei de caras com o Garrard 301 e tudo mudou… mostrei-o de imediato à Luciana, nas mais variadas formas (plintos e tal…), mostrei a história, mostrei… era uma peça de sonho, mas como todas as peças de sonho estava longe do nosso alcance.
Sem saber como, porque de uma página se chega a outra e a outra, dei de caras com o Lenco L75 e comecei a ler tudo o que podia… era fascinante como uma peça mal-amada por muito se transformava em peça de culto para uns poucos! Não preciso referir o Lenco-Heaven, talvez nem precise referir esta: http://www.high-endaudio.com/RC-Lenco.html
Os preços dos Lencos eram bem mais baixos, quase dentro das nossas possibilidades… quase! Os baratos estavam fora de Portugal…
A busca!
Assim que descobrimos que com o Lenco poderíamos agradar aos dois, ou seja, preenchia o nosso imaginário (parte da história… sim, nós sabemos que romanceamos!!!) e agradava aos nossos olhos (sim, a estética é muito importante para nós!!!), começamos a procurar.
Não era fácil encontrar perto de casa, naquela altura não nos aventurávamos em páginas de anúncios em Portugal e o ebay era algo muito “distante”. Até hoje devo dizer que nunca vi um Lenco em bom estado numa loja no Porto…
Tocados pela vontade de evoluir descobrimos as tais páginas de anúncios e descobrimos que os Lenco tinham valores puxados… 300 euros pode parecer pouco para a maioria das pessoas, mas era muito para nós!
Não desistimos de procurar, mas entretanto tivemos outros gira-discos e um deles (oferta da Luciana) ainda está connosco e estará! O amplificador que acompanha esse gira-discos também foi comprado na tentativa de evoluirmos e por cá ficou – é a peça dos olhos da Luciana.
Os anos passaram, trocas e mais trocas – experimetamos uns cinco gira-discos –, surgiu a oportunidade de ter um Lenco. Não seria o mítico L75, mas o L78, o irmão mais velho e com a particularidade de ter auto-stop.

Chegou o Lenco!
O Lenco tinha um aspecto incrível, é lindo!!! Parecia novo!!! Mas…


(o mate também está novo...)
Quando chegamos a casa percebemos que havia um ruído que não deveria existir, comecei a procurar respostas e nada. Decidi entrar no Fórum (este Fórum) para pedir ajuda e a partir daí já sabem…
Nós não arriscamos mexer no que está para lá do nosso alcance, procuramos ajuda e por acaso encontramos.
O nosso Lenco caiu nas mãos certas, o veredicto foi simples: não era usado faz tempo e décadas passaram, os lubrificantes estavam uma miséria…
Uma semana nas mãos de quem percebe e pequenos reparos foram feitos… fomos chamados para ir ver e ouvir e pudemos experimentar o silêncio dele a trabalhar sem mais.
Hoje podem encostar a orelha ao Lenco e nada… que maravilha!!!

Somos uns orgulhosos proprietários de um Lenco L78, lindo no seu plinto original branco, com o seu pesado braço… um dia, quem sabe, teremos a oportunidade de alterar algo (braço!?!?!?), mas para já a única coisa que mudou foi a célula e agulha (mora lá uma Shure M75-6).
Já pudemos ouvir um gira-discos de 20 MIL EUROS!!!, sabemos bem que estava inserido em outro sistema, não somos maluquinhos das comparações sem sentido… mas logo no local sentimos que o nosso Lenco não ficava nas covas na qualidade de reprodução…
Ouvimos diariamente ligado ao Pioneer SX-880, mas já o ouvimos ligado a um valvulado e pré valvulado que queríamos trazer para casa…
Não sabemos se será sempre o nosso, mas é o nosso!


…o Garrard 301? Sim, ainda é um sonho.

Magnifica descrição.

Bonita história. Fez-me querer ter um Lenco(!), mas eu tenho um Thorens e até tem uma história parecida, tirando que foi o primeiro.

José Miguel escreveu:

Finalmente um clube do qual posso/podemos fazer parte!!!

Magnifico! Os "Rodinhas", sejam eles quais forem em que sistema for, servem para isso mesmo - para nos ajudarem a sermos felizes.

Goansipife escreveu:

... E "bucolicamente" como é que ele toca, comparado com as ditas propostas "modernas" xoto"?

Amigo Goansipife, não sou a pessoa mais objectiva para falar da sua sonoridade visto que sou eu que o modifico e fabrico os elementos periféricos, deixo então ao Manfred e César de se exprimirem nesse aspecto. No entanto posso lhe dizer que se o gira foi batisado de Anti-Lenco... é que quiz lhe dar uma sonoridade algo oposta à de origem. Naturalmente e sem modificações, um Lenco apresenta grandes qualidades de materialisação, sentido ritmico, macro-dinamica e densidade harmonica (que alguns consideram como sendo a base da musicalidade...) mas, falta-lhe coisas que voçê conhece bem com o seu gira que são a definição fina, a microdinamica, equilibrio tonal e a elegância estructural e harmonica... e que eu quiz dar ao Anti-Lenco...

Então para resumir, vejo o Lenco de base como uma feijoada (nutritivo mas pesado), o seu gira ou um Pink Triangle como um linguado grelhado com creme de broculos (delicado e leve)... então com o Anti-Lenco tentei fazer uma carne de porco à alentejana... aos outros de dizer se consegui !!!...

Visto que gosta das respostas com cabeça, tronco e membros... espero que esta seja uma !!!

Abraço

kazumbi escreveu:

Comecemos por uma coisa que tinha sido um L70 e que, após uma tentativa de assassinato,  encontrei moribundo num leilão do eBay. Alguns dias na enfermaria a canja de galinha e alguns mimos e voltou à vida. E assim, já cheio de saúde, jovem passado mais de meio século, discreto, voltou a cumprir a sua missão com enorme dignidade.     Um Lenco nunca morre!  

Bela historia e excelente trabalho de restauração... e gosto muito da sua ultima frase que mostra todo o amor e respeito que tém por essas belas màquinas... Bravo amigo Kazumbi !!!

José Miguel escreveu:

(...)Como chegamos ao Lenco que hoje temos? ...

A busca!
Assim que descobrimos que com o Lenco poderíamos agradar aos dois, ou seja, preenchia o nosso imaginário (parte da história… sim, nós sabemos que romanceamos!!!) e agradava aos nossos olhos (sim, a estética é muito importante para nós!!!), começamos a procurar.    ...

È sempre giro quando entendo as palavras que um Lenco é bonito... pois para mim é mais bonito do que um TD 124 ou EMT930 é certo (os maiores camafeus da historia), mas continua a ser feio como um corno ... então e mesmo se a estética é algo que me deixa de màrmore, deixo uma magnifica foto do Todd Eberle sobre o unico "rodinhas" que acho verdadeiramente estético e mereçedor do termo belo !

E bravo pela (vossa) historia de Lenco ... é sempre agradàvel lê-lo !!!

Este tópico está a embalar.

TD124 escreveu:

Caros amigos,

Venho de ofereçer como prenda de aniversàrio uma Stanton 500EE MKII broadcast à minha TD124, e digo minha, pois voçês jà sabem que em françês um gira é feminino (La Platine), e adoro o facto que uma cultura veja-os como mulheres. Hoje é um grande dia, pois a minha TD124 festeja 48 anos de existência (como eu),  sem que o tempo tenha imprimido alguma ruga no seu rosto…

Faz apenas 8 anos que vivemos juntos, mas jà a conheço hà muito tempo. A primeira vez que a vi, foi no seu pais natal em Suiça, na casa de um amigo. Ironia do destino, esta pessoa era importador da Linn LP12, e qual não foi o meu espanto, de ver uma sala cheia de gémeas dela de todas as épocas…
Confesso que o primeiro encontro não foi inolvidàvel. Não a achei bela nesse momento e sobretudo a sua idade não me agradou, pois preferia as mais novas, mais jovens e exuberantes… erro de juventude ! Apesar das insistências do meu amigo para que a traga para França, e apesar de me contar a ilustre historia dela, não cedi aos seus charmes e continuei fiel a uma jovem inglesa com quém vivia !... mas desde esse dia, nunca deixei de pensar nela, e reflectir neste erro de julgamento.

Alguns anos depois, qual não foi o meu espanto de vê-la apareçer em França, exactamente no dia dos meus quarenta anos… tocado, excitado e perturbado pela sua presença não tive olhos para ninguém de outro nesse dia. Senti e sabia, que a minha vida ia mudar complétamente e a sua também, e abençoei os anjos quando ela me disse, que ficaria em França para sempre, ou ao meu lado para a eternidade...

Ao contràrio das suas ilustres irmãs, que correram o mundo de estudio em palàcio, a minha nunca tinha abandonado a sua pàtria natal. Teve um destino estranho e triste, pois a sua profissão era ser a supelente da mediatéca de Zurique, e como a sua colega nunca faleceu, então nunca tinha trabalhado, e passou a sua vida no cartão aonde tinha nascido. Era virgem então quando a conheci, e fui eu que lhe apresentei os seus primeiros braços e células. Compreendi ràpidamente que era uma aristocrata, e que sò aceitava de viver com quém ela escolhia. Altiva, desdenhosa e majestuosa, ela recebia com desdém e desinteresse, tanto os braços que as células, dando-se ao luxo de recusar com violência, de viver com o meu braço e célula favoritos…

A nossa relação é forte, profunda e complicada, sempre foi, pois tudo nos separa e finalmente pouco nos reune, mas talvez seja este pouco o essencial, pois é o amor e o respeito ! Às vezes penso para comigo o que lhe pode interessar nesta relação, pois ela é um mito eterno e eu apenas um homém, ela nasceu nobre frente ao Mont Blanc, e eu pequeno frente a Lisboa… mas a nossa simbiose é pura, pois eu cuido dela e protego-a e ela em troca dà-me, sensações unicas que nenhuma outra consegue…

O seu nome compléto é complicado e em françês, pois chama-se Tourne Disque  124 Thorens, mas os intimos tratam-a de La 124. Os meus amigos batizaram-a afectuosamente A velha, e assim todos a chamam aqui em casa. Regularmente é chamada a cantar, pois todos gostam da maneira dela de fazer musica… menos eu. Confesso que regularmente lhe fui (sou) infiel, partilhando os seus charmes com Inglesas, Americanas e mesmo compatriotas dela… mas sempre volto para ela com uma ternura especial e unica, que sò os verdadeiros amantes podem compreender…

Então caros amigos, para a (minha) TD124 e para o (vosso) TD124, venham os parabens !!!...

Visto que falamos de amor e paixão... deixo o texto que tinha escrito aqui no AAP dois anos atràs, no dia do aniversàrio da minha "velha" e do meu também... pois temos exactamente a mesma idade e nascemos no mesmo mês...

kazumbi escreveu:

Comecemos por uma coisa que tinha sido um L70 e que, após uma tentativa de assassinato,  encontrei moribundo num leilão do eBay. Alguns dias na enfermaria a canja de galinha e alguns mimos e voltou à vida. E assim, já cheio de saúde, jovem passado mais de meio século, discreto, voltou a cumprir a sua missão com enorme dignidade.
Um Lenco nunca morre!

Dear kazumbi,
Thank you for sharing these great pics from a extraordinary tasteful restauration!

José Miguel escreveu:

Finalmente um clube do qual posso/podemos fazer parte!!!
Não temos em casa um “rodinhas” dos mais sofisticados, mas caros e desejados, mais preparados para a “guerra”, … mas temos, como já aqui foi dito, o mais engenhoso “patinho feio” dos que usam a técnica “idler”. Também é o que proporcionou este tópico, até ser abalroado pelos príncipes e princesas…
Vamos por partes!
Como chegamos ao Lenco que hoje temos?
Tudo começou… o nosso primeiro gira-discos foi adquirido numa loja de velharias em Vila Nova de Gaia, terra que estávamos a abandonar para nos mudarmos para a bela cidade do Porto. A casa “nova” merecia ter um gira-discos, porque discos nós já tínhamos…
A casa!
...
Chegou o Lenco!
O Lenco tinha um aspecto incrível, é lindo!!! Parecia novo!!! Mas…
...
O nosso Lenco caiu nas mãos certas, o veredicto foi simples: não era usado faz tempo e décadas passaram, os lubrificantes estavam uma miséria…
Uma semana nas mãos de quem percebe e pequenos reparos foram feitos… fomos chamados para ir ver e ouvir e pudemos experimentar o silêncio dele a trabalhar sem mais.
Hoje podem encostar a orelha ao Lenco e nada… que maravilha!!!

Somos uns orgulhosos proprietários de um Lenco L78, lindo no seu plinto original branco, com o seu pesado braço… um dia, quem sabe, teremos a oportunidade de alterar algo (braço!?!?!?), mas para já a única coisa que mudou foi a célula e agulha (mora lá uma Shure M75-6).
Já pudemos ouvir um gira-discos de 20 MIL EUROS!!!, sabemos bem que estava inserido em outro sistema, não somos maluquinhos das comparações sem sentido… mas logo no local sentimos que o nosso Lenco não ficava nas covas na qualidade de reprodução…
Ouvimos diariamente ligado ao Pioneer SX-880, mas já o ouvimos ligado a um valvulado e pré valvulado que queríamos trazer para casa…
Não sabemos se será sempre o nosso, mas é o nosso!


…o Garrard 301? Sim, ainda é um sonho.

Dear José,
that's a wonderful story!
The very modern aspect is, that there is no obscolescence in these vintage turntables. Contrary to other vintage technology like cameras, cars etc. they can serve still for daily pleasure very well!

TD124 escreveu:

Goansipife escreveu:

... E "bucolicamente" como é que ele toca, comparado com as ditas propostas "modernas" xoto"?

Amigo Goansipife, não sou a pessoa mais objectiva para falar da sua sonoridade visto que sou eu que o modifico e fabrico os elementos periféricos, deixo então ao Manfred e César de se exprimirem nesse aspecto. No entanto posso lhe dizer que se o gira foi batisado de Anti-Lenco... é que quiz lhe dar uma sonoridade algo oposta à de origem. Naturalmente e sem modificações, um Lenco apresenta grandes qualidades de materialisação, sentido ritmico, macro-dinamica e densidade harmonica (que alguns consideram como sendo a base da musicalidade...) mas, falta-lhe coisas que voçê conhece bem com o seu gira que são a definição fina, a microdinamica, equilibrio tonal e a elegância estructural e harmonica... e que eu quiz dar ao Anti-Lenco...

Então para resumir, vejo o Lenco de base como uma feijoada (nutritivo mas pesado), o seu gira ou um Pink Triangle como um linguado grelhado com creme de broculos (delicado e leve)... então com o Anti-Lenco tentei fazer uma carne de porco à alentejana... aos outros de dizer se consegui !!!...

Visto que gosta das respostas com cabeça, tronco e membros... espero que esta seja uma !!!

Abraço

Perfeito!!!! Amigo Paulo.

Mais uma vez uma resposta de paixão por aquilo que se sente pela música ouvida através de um equipamento, e sem aqueles "Clichés" do grave mais grave e do agudo mais agudo.

Repito... Uma resposta perfeita e esclarecedora.

Muito Obrigado.

Abraço
Gonçalo

Paulo,

Para ser um pouco mais esclarecedor, da minha parte, julgo que um dos Anti-Lenco esteve no PortugAudio 2015, a ser demonstrado pelo João Moreno, pessoa que conheço bem.

Se realmente foi um desses projetos Anti-Lenco, tem graça que foi com uma comparação do género - em vez da gastronomia, foram mais gajas  - que chegámos e concordámos ambos sobre a sonoridade que ouvíamos.

Era como se fosse uma mulher bem feita, bonita, mas com carne, quanto baste, onde pudéssemos agarrar. Não propriamente como aquelas modelos, extremamente bonitas, extremamente estéticas, com tudo perfeito, mas se as tentássemos agarrar, partiam-se, ou teríamos medo que tal sucedesse.

Abraço
Gonçalo

TD124 escreveu:

Visto que falamos de amor e paixão... deixo o texto que tinha escrito aqui no AAP dois anos atràs, no dia do aniversàrio da minha "velha" e do meu também... pois temos exactamente a mesma idade e nascemos no mesmo mês...

Um enorme regalo volta a ler esta apaixonada crónica sobre esse grande e histórico gira.

Goansipife escreveu:

... julgo que um dos Anti-Lenco esteve no PortugAudio 2015, a ser demonstrado pelo João Moreno, pessoa que conheço bem.

... tem graça que foi com uma comparação do género - em vez da gastronomia, foram mais gajas  - que chegámos e concordámos ambos sobre a sonoridade que ouvíamos.    ...

Sim !, foi este que voce ouviu pelas mãos do João Moreno... e como o proprietàrio da màquina é adepto de mulheres peitudas, foi afinado um bocado para o seu gosto...

È pena que na ultima hora o César tenha tirado a magnifica Shure V15 III e posto uma outra, pois o João Moreno disse-me que era de chorar e pedir por mais nessa configuração...

Tive muita pena de não ter estado presente e dê um grande abraço ao João da minha parte quando o ver

PS: ...que as comparações se façam com comida ou mulheres... é sempre metàforas que mostram a acuidade da anàlise latina, assim que o hedonismo e a maneira destes de estar na vida !!!...

Pois, já que estamos de alma aberta a partilhar emoções, aqui fica história de um Lenco (dos outros de prato leve).
Há cerca de 11 meses fui agraciado com uma neta. Nesse dia, na altura em que a minha nora estava na sala de parto no hospital de Beja, eu andava na rua a devorar cigarros. Peguei no telemóvel e fiz uma visita ao eBay e dei de caras com um Lenco B52 numa edição mala de viagem. O leilão estava a terminar e eu decidi que aquilo tinha de ser meu. Era a presente de nascimento ideal para a neta que vinha a caminho. O leilão terminou às 18:18 e a miúda nasceu às 18:24. Esteve à espera do seu Lenco para nascer, eh,eh, eh...
Aqui ficam algumas imagens.
O B52




No dia em que fez um mês a minha nora tirou esta foto



No dia em que fez 10 meses tirou esta
Acho que está a dizer: "A malinha é muito gira, mas quando for grande quero um destes".

kazumbi escreveu:

Pois, já que estamos de alma aberta a partilhar emoções, aqui fica história de um Lenco (dos outros de prato leve).
Há cerca de 11 meses fui agraciado com uma neta. Nesse dia, na altura em que a minha nora estava na sala de parto no hospital de Beja, eu andava na rua a devorar cigarros. Peguei no telemóvel e fiz uma visita ao eBay e dei de caras com um Lenco B52 numa edição mala de viagem. O leilão estava a terminar e eu decidi que aquilo tinha de ser meu. Era a presente de nascimento ideal para a neta que vinha a caminho. O leilão terminou às 18:18 e a miúda nasceu às 18:24. Esteve à espera do seu Lenco para nascer, eh,eh, eh...
Aqui ficam algumas imagens.
O B52




No dia em que fez um mês a minha nora tirou esta foto



No dia em que fez 10 meses tirou esta
Acho que está a dizer: "A malinha é muito gira, mas quando for grande quero um destes".

Muito bom...
Mas a criança já vai influenciada para o futuro

Eu não tenho nenhum Idler, mas ouvi um e gostei muito pelo que mais ou menos "na sombra" esotu a acompanhar a conversa

kazumbi escreveu:

Pois, já que estamos de alma aberta a partilhar emoções, aqui fica história de um Lenco (dos outros de prato leve).
Há cerca de 11 meses fui agraciado com uma neta. Nesse dia, na altura em que a minha nora estava na sala de parto no hospital de Beja, eu andava na rua a devorar cigarros. Peguei no telemóvel e fiz uma visita ao eBay e dei de caras com um Lenco B52 numa edição mala de viagem. O leilão estava a terminar e eu decidi que aquilo tinha de ser meu. Era a presente de nascimento ideal para a neta que vinha a caminho. O leilão terminou às 18:18 e a miúda nasceu às 18:24. Esteve à espera do seu Lenco para nascer, eh,eh, eh...
Aqui ficam algumas imagens.
O B52




No dia em que fez um mês a minha nora tirou esta foto



No dia em que fez 10 meses tirou esta
Acho que está a dizer: "A malinha é muito gira, mas quando for grande quero um destes".

Linda história.


Quer dizer que o Lenco acabou por sair primeiro.