Há mais de 40 anos trabalhei durante um ano, entre 1973 e o verão de 1974, num interregno na minha vida marítima, na
KODAK Portuguesa Limited uma empresa americana não obstante o nome de Portuguesa!? ...
Foi uma experiência muito interessante onde aprendi muita coisa e que acabou devido à crise que se viveu nos fins de 73 (guerra Israelo/Árabe/ Egípcia) e depois a ocorrência do 25 de Abril, também houve crises antes!? ... Quem diria!!...
Era uma empresa fantástica para o tempo e o lugar onde estava, sendo o negócio fulcral a produção de película e o desenvolvimento das técnicas para o seu processamento com vista ao resultado final, a fotografia como produto final no campo lúdico, artístico, científico, tecnológico e industrial e sei lá que mais!? ...
A KODAK naquele tempo era uma Universidade global de conhecimentos científicos e tecnológicos aplicados nos campos acima mencionados, e aonde até cá em Portugal, onde a empresa era mínima e muito voltada para o sector amador (fotografia do passeio de Domingo) e profissional (fotógrafos de loja aberta e de casamentos) e Artes gráficas (tipografias e off-sets industriais), muitos recorriam para obter esclarecimentos e documentação, editada pela KODAK, sobre as mais esquisitas e esotéricas questões como técnicas de radiografia a insectos ou a asas de aviões ou microfotografia de circuitos electrónicos para a fabricação de micro-chips!? ...
Era também uma empresa com uma filosofia global do mercado uma vez que sendo o
core-business a produção e venda de pelicúla na qual é um componente essencial a gelatina e no processo fotográfico ter a prata, na forma de sais, como i
nterface essencial, a KODAK, dizia eu, era um
player muito importante nas minas de prata e tinha grandes (enormes) ranchos na América do Sul para produção de gado com vista a aproveitar o subproduto das vaquinhas, os ossos para produção da gelatina!...
E, quando vendia máquinas fotográficas, estava-se nas tintas para as fotos dos clientes... Vendia máquinas baratas para induzir a venda do dito filme!? ...