Não roda... mas toca!

Esmerine e Siver Mount Zion... o dia não vai ser alegre começando com isto...

António José da Silva escreveu:

Mister W escreveu:

António José da Silva escreveu:

Não roda no trabalho...a ver (ouvir) vamos.

David Sylvian & Holger Czukay - Plight & Premonition (1988, Venture VE 11, UK)

Não deixes que o trabalho perturbe a tua audição!  

Quem é que disse que já não há bons empregos?!

Só durou uns 10 min....na volta, o melhor estava por vir.

Conseguiste aguentar 10 minutos?! Nada mau...

Mister W escreveu:

Conseguiste aguentar 10 minutos?! Nada mau...

Tu já estás treinado. Já vais em quantos min?

Mais uma manhã virado para a janela... Ora aparece o sol ora bate a chuva no vidro, mas em todos os cenários é possível sentir o trabalho deste fabuloso músico:

e já a ouvir Homelands (terceira faixa) do:


E as pequenas e velhinhas KEF portam-se tão bem a tocar estes sons do mundo... elas que também já tem a sua longa história - a tocar desde 1970 com a curiosidade de terem o "Serial Number" 111!!!

Ainda sem "DAC", com ficheiros que vivem comigo desde 2008... (tenho que os actualizar!)

José Miguel escreveu:

Mais uma manhã virado para a janela... Ora aparece o sol ora bate a chuva no vidro, mas em todos os cenários é possível sentir o trabalho deste fabuloso músico:
...

Não conheço, mas vou me interessar é certo !... entretanto o titulo desse album deu-me vontade de ouvir o Arve Henriksen aonde a terceira faixa chama-se justamente Migration... como esse album, e deve passar muito bem num dia de chuva/sol aonde o claro/obscuro domina e impõe o seu mistério !

TD124 escreveu:

... entretanto o titulo desse album deu-me vontade de ouvir o Arve Henriksen aonde a terceira faixa chama-se justamente Migration... como esse album, e deve passar muito bem num dia de chuva/sol aonde o claro/obscuro domina e impõe o seu mistério !

Ouvi atentamente duas músicas desse álbum e gostei muito (Sorrow and its Opposite e a tal Migration). A sonoridade leva-me para caminhos obscuros, pouco fáceis para mim. É algo perturbante e inquietou o meu dia.

Luciana Silva escreveu:

... Ouvi atentamente duas músicas desse álbum e gostei muito (Sorrow and its Opposite e a tal Migration). A sonoridade leva-me para caminhos obscuros, pouco fáceis para mim. É algo perturbante e inquietou o meu dia.

A musica do Grande norte pode ser algo perturbante e magnética, pois possui uma visceralidade contemplativa... mas não se inquiéte, pois a angustia do nada faz parte da vida !...

A hora de almoço terminou e volto a estar sozinho... ainda que daqui a duas horas lá tenha que ir para o trabalho. Por isso toca:

Fela Kuti - Shuffering and Shmiling

Descemos com a música vinda do Norte, agora tento subir com ritmos africanos, mais quentes e ao mesmo tempo sensuais, mas não menos comprometidos.
O dia não quer revelar o melhor do Sol... que assim seja!

TD124 escreveu:

Luciana Silva escreveu:

... Ouvi atentamente duas músicas desse álbum e gostei muito (Sorrow and its Opposite e a tal Migration). A sonoridade leva-me para caminhos obscuros, pouco fáceis para mim. É algo perturbante e inquietou o meu dia.

A musica do Grande norte pode ser algo perturbante e magnética, pois possui uma visceralidade contemplativa... mas não se inquiéte, pois a angustia do nada faz parte da vida !...

A vida mental está repleta de inquietude, o nada é um espaço vazio habitado por partículas carentes de serem alguma coisa... não fico angustiada ao ser varrida por uma música que me coloca perante um sentimento de mistério, de obscurantismo, de alienação... fico inquieta, a assistir aos cenários cogitados a cada momento por mim. Surpreendo-me. A música sempre me inquietou...

Durante alguns anos afastei-me dela, pouco suportava ouvir... Sempre tive uma relação complicada com a música, um misto de repudio com atracção... qualquer som fazia-me dispersar, suar, enjoar, desligar... buscava imediatamente o silêncio e apaziguava.
Redescobri muito lentamente o potencial (positivo) da música, aprendi a ouvir-me ouvindo-a... e há sons que me levam para sítios estranhos. Mais uma vez, a inquietude do nada onde tudo cabe e pode aparecer...

Agora toca:



A contradição também faz parte da vida... Caro Paulo, deixe-me inquietar-me...

Vamos lá dar início a mais uma viagem...
Valtari de Sigur Rós foi a primeira paragem, não podia deixar de ser! Foi marcada no mapa por quem me acompanha lado-a-lado.

A canção é de enorme beleza e o vídeo oficial pode ser visto aqui: https://vimeo.com/53394874
Sem preconceitos pelo som do vídeo, ouçam e vejam... o Bailado e a sonorização são de cortar a respiração, a cada movimento ficava de pelos no ar!!!
Não entendo as palavras, mas neste caso a imagem vale muito...


Depois deste muito bonito, algo diferente, para conhecer:

Breadwoman & Other Tales by Anna Homler and Steve Moshier

Podem conhecer o projecto aqui:
https://rvng.bandcamp.com/album/breadwoman-other-tales

A escutar neste momento This Immortal Coil, que não deve ser confundido com o projecto da 4AD !!!...

TD124 escreveu:

...que não deve ser confundido com o projecto da 4AD !!!...

Contrariamente a esse cheio de vida eterna, o outro foi mortal.

António José da Silva escreveu:

...Contrariamente a esse cheio de vida eterna, o outro foi mortal.

Mortal mas Ohh quanto bom !!!... a voz da Lisa Fraser ainda ressoa no meu espirito e imaginàrio... que projecto de visionàrios e poetas... para resumir, de verdadeiros artistas, então toca e toca-me:



Ouço a faixa Jeweller com um can Ultrasone... e o espirito rodopia, viravolta e eleva-se numa dança imovel e melancolica... aonde a suavidade tém o gosto amargo do desespero... é uma espiral mortal sém duvida...

f&%da-se que bom que é isto !!!...

Vai por aí uma "procissão" de álbuns que até arrepia... mas eu não quero adiantar nada!!!

Está na minha hora, mas ainda deu para ouvir Jeweller e Strength of Strings...
Espero que o dia de hoje termine em grande.

José Miguel escreveu:

Vai por aí uma "procissão" de álbuns que até arrepia...

Hoje ora està trovoada, ora faz sol e calor... então os discos seguem o tempo !!!

Voçês andam muito por este lado, o ajs vai castigà-los de escutar um suporte imovel em vez dos discos rigidos, grandes e quase sempre pretos... que objecto tão monomaniaco e feio que é isso !!!

TD124 escreveu:

António José da Silva escreveu:

...Contrariamente a esse cheio de vida eterna, o outro foi mortal.

Mortal mas Ohh quanto bom !!!... a voz da Lisa Fraser ainda ressoa no meu espirito e imaginàrio... que projecto de visionàrios e poetas... para resumir, de verdadeiros artistas, então toca e toca-me:



Ouço a faixa Jeweller com um can Ultrasone... e o espirito rodopia, viravolta e eleva-se numa dança imovel e melancolica... aonde a suavidade tém o gosto amargo do desespero... é uma espiral mortal sém duvida...

f&%da-se que bom que é isto !!!...

Um dos discos que mais me marcou!

TD124 escreveu:

António José da Silva escreveu:

...Contrariamente a esse cheio de vida eterna, o outro foi mortal.

Mortal mas Ohh quanto bom !!!... a voz da Lisa Fraser ainda ressoa no meu espirito e imaginàrio... que projecto de visionàrios e poetas... para resumir, de verdadeiros artistas, então toca e toca-me:



Ouço a faixa Jeweller com um can Ultrasone... e o espirito rodopia, viravolta e eleva-se numa dança imovel e melancolica... aonde a suavidade tém o gosto amargo do desespero... é uma espiral mortal sém duvida...

f&%da-se que bom que é isto !!!...

Esta é uma das grandes excepções da musica pós 80.

António José da Silva escreveu:

TD124 escreveu:

António José da Silva escreveu:

...Contrariamente a esse cheio de vida eterna, o outro foi mortal.

Mortal mas Ohh quanto bom !!!... a voz da Lisa Fraser ainda ressoa no meu espirito e imaginàrio... que projecto de visionàrios e poetas... para resumir, de verdadeiros artistas, então toca e toca-me:



Ouço a faixa Jeweller com um can Ultrasone... e o espirito rodopia, viravolta e eleva-se numa dança imovel e melancolica... aonde a suavidade tém o gosto amargo do desespero... é uma espiral mortal sém duvida...

f&%da-se que bom que é isto !!!...

Esta é uma das grandes excepções da musica pós 80.

Acho que pouco mais conheces de música após os anos 80....

Vou dar-te um cheirinho do que se faz de bom hoje em dia se quiseres aceitar....

Alexandre Vieira escreveu:

Acho que pouco mais conheces de música após os anos 80....

O que significa que achas mal.

Mas o tipo de musica maioritariamente praticado, fez-me perder o interesse. Mas isto sou eu, individual mas transmissível.

Mas o tópico não é sobre o meu gosto ou falta dele.

TD124 escreveu:

José Miguel escreveu:

Vai por aí uma "procissão" de álbuns que até arrepia...

Hoje ora està trovoada, ora faz sol e calor... então os discos seguem o tempo !!!

Voçês andam muito por este lado, o ajs vai castigà-los de escutar um suporte imovel em vez dos discos rigidos, grandes e quase sempre pretos... que objecto tão monomaniaco e feio que é isso !!!

Eu já recebi um castigo... Mas não consegui ouvir os três álbuns em vinil que prometi, por isso...

Por outro lado, o António não me quer para fiel depositário-guardador de uma longa colecção, eu não encontro trabalho lá para os lados dele - onde as trocas acontecem -, por isso peco!

O bichinho do conhecimento é um Monstro face ao da posse!!!

Alexandre Vieira escreveu:

Vou dar-te um cheirinho do que se faz de bom hoje em dia se quiseres aceitar....

Já ouvi isso em tua casa e não me despertou qualquer tipo de interesse. Mas amanhã no trabalho vou tentar ouvir novamente.

António José da Silva escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

Acho que pouco mais conheces de música após os anos 80....

O que significa que achas mal.

Mas o tipo de musica maioritariamente praticado, fez-me perder o interesse. Mas isto sou eu, individual mas transmissível.

Mas o tópico não é sobre o meu gosto ou falta dele.

Tens toda a razão! Eu acho que nem vale a pena abrir um tópico sobre o que gostas ou eu gosto...

Acho que não iria ter interesse para ninguém!

O que interessa é a partilha!

Mas hoje temos o mesmo gosto: VIVA O BENFICA!

António José da Silva escreveu:

... Esta é uma das grandes excepções da musica pós 80.

Sò para te castigar dessa bacorada, estão estes na rampa de lançamento... e são sublimes !!!...

..............................

TD124 escreveu:

António José da Silva escreveu:

... Esta é uma das grandes excepções da musica pós 80.

Sò para te castigar dessa bacorada, estão estes na rampa de lançamento... e são sublimes !!!...

..............................

Se chamas isto que já tem 40 anos música moderna...

- acho que está faraónico



Mas são de facto dois excelentes álbuns!

TD124 escreveu:

Sò para te castigar dessa bacorada, estão estes na rampa de lançamento... e são sublimes !!!...

Esse tenho em casa e....meu Deus (mesmo para um total ateu). Not my cup of tea.

Alexandre Vieira escreveu:

TD124 escreveu:

António José da Silva escreveu:

... Esta é uma das grandes excepções da musica pós 80.

Sò para te castigar dessa bacorada, estão estes na rampa de lançamento... e são sublimes !!!...

Se chamas isto que já tem 40 anos música moderna...

Eu pensei que ele falava da musica dos anos 80 e não da musica apòs os anos 80 !!!

Então é tempo que o ajs acorde e começe a ouvir musica... mesmo se não é em vinilo !!!...

António José da Silva escreveu:

TD124 escreveu:

Sò para te castigar dessa bacorada, estão estes na rampa de lançamento... e são sublimes !!!...

Esse tenho em casa e....meu Deus (mesmo para um total ateu). Not my cup of tea.

Este está comigo e é a tua onda...




Tenho que comprar outro que este já se foi de tanto ouvir...

TD124 escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

TD124 escreveu:

António José da Silva escreveu:

... Esta é uma das grandes excepções da musica pós 80.

Sò para te castigar dessa bacorada, estão estes na rampa de lançamento... e são sublimes !!!...

Se chamas isto que já tem 40 anos música moderna...

Eu pensei que ele falava da musica dos anos 80 e não da musica apòs os anos 80 !!!

Então é tempo que o ajs acorde e começe a ouvir musica... mesmo se não é em vinilo !!!...    

Tu é mau....!

TD124 escreveu:

... mesmo se não é em vinilo !!!...    

E assim estragamos um tópico...

Alexandre Vieira escreveu:

E assim estragamos um tópico...

Como é na zona do "daginital" não faz mal.

António José da Silva escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

E assim estragamos um tópico...

Como é na zona do "daginital" não faz mal.

Muito bom!

Alexandre Vieira escreveu:

António José da Silva escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

E assim estragamos um tópico...

Como é na zona do "daginital" não faz mal.

Muito bom!

É melhor parar senão o Sr. Admin. ainda se zanga com os dois..

Alexandre Vieira escreveu:

E assim estragamos um tópico...    

Naaa !!!... daqui a bocado vou meter este no Garrard (ou no TD) e ir beber um copo com um amigo...  como não vai haver ninguém em casa, dà a impressão de haver gente e não estraga os ouvidos !!! tão a ver que também ponho vinilos...    mas não os escuto, não faltava mais nada que começar a andar de cavalo em vez de carro...
............................ .....................

António José da Silva escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

António José da Silva escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

E assim estragamos um tópico...

Como é na zona do "daginital" não faz mal.

Muito bom!

É melhor parar senão o Sr. Admin. ainda se zanga com os dois..

O Ferpina acho que não lê estes tópicos, não tem tempo para tal, acho desde o último Portugaudio que anda a licitar cabos no Ebay...

TD124 escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

E assim estragamos um tópico...    

Naaa !!!... daqui a bocado vou meter este no Garrard (ou no TD) e ir beber um copo com um amigo...  como não vai haver ninguém em casa, dà a impressão de haver gente e não estraga os ouvidos !!! tão a ver que também ponho vinilos...    mas não os escuto, não faltava mais nada que começar a andar de cavalo em vez de carro...  
............................ .....................

O Disco é muito bom!

Mesmo para se ouvir sozinho:

José Miguel escreveu:

... O bichinho do conhecimento é um Monstro face ao da posse!!!

Grande verdade, menos para o ajs ... ele sò gosta de conheçer, o que toda a gente jà conheçe !!!...

Manias dele, mas no fundo não hà que criticar, pois no fundo até ném é muito mau rapaz ! .....

[quote="TD124"]

José Miguel escreveu:

... ele sò gosta de conheçer, o que toda a gente jà conheçe !!!...

Por incrível que te possa parecer, do melhor que foi feito na história da musica (60/70) pouca gente verdadeiramente conhece, infelizmente. E deixa muito pouco espaço (tempo) para o muito mau de hoje.

António José da Silva escreveu:

TD124 escreveu:

... ele sò gosta de conheçer, o que toda a gente jà conheçe !!!...

... do melhor que foi feito na história da musica (60/70) pouca gente verdadeiramente conhece, infelizmente. E deixa muito pouco espaço (tempo) para o muito mau de hoje.

Eu gosto da tua maneira radical e obtusa de ver as coisas, pois por razões que sò tu conheçes decides que o antigo é melhor que o moderno !!!... espero então que ouças muito o Bach, pois é musica absoluta e ainda por cima é muito antigo ... mas, temo que não seja o caso então deverias te interessar !

TD124 escreveu:

Eu gosto da tua maneira radical e obtusa de ver as coisas, pois por razões que sò tu conheçes decides que o antigo é melhor que o moderno !!!... espero então que ouças muito o Bach, pois é musica absoluta e ainda por cima é muito antigo ... mas, temo que não seja o caso então deverias te interessar !

Não me parece que esteja dentro das duas décadas que mais aprecio.

Luciana, antes de ir fazer o jantar deixo-lhe um coelhinho muito especial. È um dos meus grupos preferidos então espero que a musica barroca, envolvente, sugestiva, estética e majestuosa dos Mercury Rev lhe agrade... e me faça um pouco perdoar pelos trilhos tenebrosos nos quais a convidei a passear...

....................................................

Eu tenho mesmo que mudar de trabalho...
Uma viagem da Póvoa para o Porto e perdi uma festa!!!

É verdade, as décadas de 60 e 70 escondem um mundo obscuro, cavernícola, para nós de uma enorme exclusividade...

O que seria de nós sem uns ficheiritos para matar o bichinho!?!?!
Com a música actual é igual e por isso...

Vou trabalhar!!!

José Miguel escreveu:

... É verdade, as décadas de 60 e 70 escondem um mundo obscuro, cavernícola, para nós de uma enorme exclusividade...

O que seria de nós sem uns ficheiritos para matar o bichinho!?!?! ...

Como as décadas de 80/90/00/XX ... e ainda hoje comprei três vinilos em editores independentes de paises diferentes (Polonia, Noruega e Républica Checa), com edições de 250 ex e 150 ex apenas, pois poucos conheçem ou se interessam (ném é mesmo possivel...) ao que se faz hoje, e que serà possivelmente os clàssicos de amanhã... como sempre! (e com os vinilos tenho os ficheiros em FLAC à borla !!!)

Mas, visto que todo trabalho mereçe um salario... paguem aos musicos a musica que escutam e isto é vàlido muito particularmente com os ficheiros... pois tudo o que vos apresento aqui, foi ripado do CD de origem, ou então é um ficheiro (album desmaterialisado) no formato de origem comprado na Qobuz ou oferto com o vinilo !!!... pois o YouTube é bom para descobrir... mas ao nivel da qualidade ainda prefiro um bom velho LP !!!...

TD124 escreveu:

... paguem aos musicos a musica que escutam e isto é vàlido muito particularmente com os ficheiros...

Isso é um apelo muito belo, mas sabes bem qual é a realidade, seja em musica, livros e filmes. Para não ser mauzinho, 75% é sacado de borla.

TD124 escreveu:

José Miguel escreveu:

... É verdade, as décadas de 60 e 70 escondem um mundo obscuro, cavernícola, para nós de uma enorme exclusividade...

O que seria de nós sem uns ficheiritos para matar o bichinho!?!?!   ...

Como as décadas de 80/90/00/XX ... e ainda hoje comprei três vinilos em editores independentes de paises diferentes (Polonia, Noruega e Républica Checa), com edições de 250 ex e 150 ex apenas, pois poucos conheçem ou se interessam (ném é mesmo possivel...) ao que se faz hoje, e que serà possivelmente os clàssicos de amanhã... como sempre! (e com os vinilos tenho os ficheiros em FLAC à borla !!!)

Mas, visto que todo trabalho mereçe um salario... paguem aos musicos a musica que escutam e isto é vàlido muito particularmente com os ficheiros... pois tudo o que vos apresento aqui, foi ripado do CD de origem, ou então é um ficheiro (album desmaterialisado) no formato de origem comprado na Qobuz ou oferto com o vinilo !!!... pois o YouTube é bom para descobrir... mas ao nivel da qualidade ainda prefiro um bom velho LP !!!...

Não poderia estar mais de acordo, até porqur vejo de perto projectos desses que editam uma centena ou duas de exemplares pagos do próprio bolso.

Há bandas que nem editam em formato físico, outras editam por conta própria... Usam a divulgação em páginas com BandCamp e afins... Foi assim e é assim que conheço algumas coisas, The Observatory que ambos conhecemos e que só ainda não comprei porque infelizmente ainda não consegui - tenho aquela limitação das compras online.  

Por outro lado, já compramos novo, dando de ganhar a bandas, depois deste tipo de troca!

Conhecer é importante, porque não se pode possuir tudo!




ps.: este pode não ser o melhor caminho, mas já disse muitas vezes aqui algo como isto: convosco aprendi a ouvir muita coisa e já comprei muito...

António José da Silva escreveu:

... mas sabes bem qual é a realidade, seja em musica, livros e filmes. Para não ser mauzinho, 75% é sacado de borla.

Eu sei e é por isso que fiz esse apelo... sabendo que no mundo desmaterialisado os abusos são lei !!!...

José Miguel escreveu:

...Por outro lado, já compramos novo, dando de ganhar a bandas, depois deste tipo de troca!

Conhecer é importante, porque não se pode possuir tudo!   ...

E talvez não seja necessario tudo possuir... fora um grave problema de ego. Todas as obras que vi nos museus estão gravadas no meu espirito... e não tenho necessidade delas em casa ném quereria. Foi por isso que passei rapidamente à desmaterialisação... pois não tenho necessidade de ter o disco nas mãos para ouvi-lo... da mesma maneira que o que me interessa é o vinho, pois a garrafa deito no contentor !...

Eu bem que lanço a ideia de uma Audioteca, como já existiram nas Bibliotecas, mas ninguém me liga... ainda trabalhava a lavar, ouvir, catalogar, ...

Eu uso as Bibliotecas desde sempre, mesmo a secção de filmes - vhs e dvd. Nunca consegui comprar tudo o que queria, mas nunca deixei de ler.

Como ninguém me liga, continuarei a tentar...

Mesmo a ideia dos cafés com vinil parte de algo dentro desse motivo, poder usufruir sem ter que se comprar...

... usaram indevidamente o espaço alheio!!

TD124 escreveu:

Luciana Silva escreveu:

... A vida mental está repleta de inquietude, o nada é um espaço vazio habitado por partículas carentes de serem alguma coisa... não fico angustiada ao ser varrida por uma música que me coloca perante um sentimento de mistério, de obscurantismo, de alienação... fico inquieta, a assistir aos cenários cogitados a cada momento por mim. Surpreendo-me. A música sempre me inquietou...

A minha primeira esposa que adorava a musica... tinha uma rejeição compulsiva em relação à musica do Philip Glass, que criava crises de angustia inexplicaveis e encontrava-se com làgrimas a rolar no rosto, simplesmente à escuta da abertura do Akhnaten !!!...


Durante alguns anos afastei-me dela, pouco suportava ouvir... Sempre tive uma relação complicada com a música, um misto de repudio com atracção... qualquer som fazia-me dispersar, suar, enjoar, desligar... buscava imediatamente o silêncio e apaziguava.
Redescobri muito lentamente o potencial (positivo) da música, aprendi a ouvir-me ouvindo-a... e há sons que me levam para sítios estranhos. Mais uma vez, a inquietude do nada onde tudo cabe e pode aparecer...

A musica é uma arte primeira, então como todas as formas de arte ela cristalisa a capacidade do ser humano a expressar o inefàvel. A partir dai tudo pode ser expresso, sugerido ou mesmo vivido. A maneira como a musica é feita, estilisada... participa à natureza das reações de escuta... deixo-lhe então para escutar um album de musica dos Depeche Mode, mas feito por uma outra pessoa... e eu que nunca gostei da New Wave... adoro este album e acho as melodias divinas...


Agora toca:


A contradição também faz parte da vida... Caro Paulo, deixe-me inquietar-me...

Se é verdadeiramente um desejo amiga Luciana, deixo-lhe então um dos maiores catalisadores de angustia e inquietude que conheço, que é o album Treny do Jacaszek (pode ir no site do artista e ouvir). Aqui neste espaço àrido e frio da Europa de leste vai encontrar a angustia da noite glacial... ponctuada pela adoração divina e pelo extase... sém qual o homém não poderia existir nessas terras do nada... e se açeitar a viagem do Jacaszek, serà no fim gratificada por um relento de beleza unica que sò pertence a esse espaços e que se aparenta à catarsis da morte branca... logo me dirà o que pensa disto...

Paulo, o ojectivo de inquietar-me com as suas sugestões foi um êxito… Comecei por o ler e bloqueei na referência à sua (ex)esposa. Permita-me a veleidade, mas sempre que se refere a ela associo a um poema de Manuel Laranjeira intitulado “Prefacio Lírico para uma Ballada”, vou partilha-lo consigo:

Nas cinzas d’um grande amor
ainda existe calor
a que a noss’alma se aqueça…

E a gente põe-se a dizer:
─ «Vida, não vás tão depressa,
deixa-me ainda aquecer!»

D’aquele amor que passou,
alguma coisa ficou,
…alguma coisa que vive:
ficou-me isto… ─ est’hora de arte,
que é a essência, a melhor parte
d’aquelle amor que lhe tive…

Oh balada amarga e triste,
feita de gôso e de dôr,
és o calor que inda existe

…nas cinzas daquele amor.


Dum passado marcante resta sempre a criatividade de o condecorar.
A sua (ex)esposa tinha razão ao sentir-se profundamente tocada pela música do Philip Glass no Akhanaten, é arrebatadora e ouvida num volume generoso, perturba o ritmo cardíaco e atemoriza a alma… Não me admira que o choro seja a expressão de um estado emocional provocado por tamanha grandiosidade.

A música deixa-nos perante um espaço infinito de possibilidades e cada um preenche-o como pode. Não digo como quer porque muitas vezes dei comigo a contrariar o decurso natural da imaginação enquanto ouvinte de uma dada sonoridade, criando sempre obstáculos à apreciação.

O álbum Treny do Jacaszek é um bom exemplo dessa tentativa de contrariar os primeiros cenários que a música provoca. Sem qualquer pudor (mas com algum rubor) vou descrever-lhe o que senti. Nos primeiros segundos/minutos mergulhei no oceano, perdida num espaço desconhecido, cheio de leis da natureza intraduzíveis para mim. Como é inquietante estar noutro habitat… Quis contrariar o que instintivamente senti e pensei em anular o fatalismo encerrado pela música. A angústia foi superior a esta minha vontade e venceu a cada instante…
Numa segunda audição, dei-me por vencida… e a música arrebatou-me, é uma extensão infinita de movimento que parece guardar o mecanismo mais recôndito da Natureza. Associei-a à voz da Natureza, ao cântico notívago e imperfurável… deleitei-me durante minutos, repousada nesta ideia de auscultação da “máquina (Natureza)” que tem as suas próprias leis, leis que nos escapam e nos afundam no caos que é a inevitabilidade da nossa fragilidade…

A contemplação estética final é mesmo um momento de catarse e purificação.

Inquietou-me Paulo, inquietou-me…