Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qua Abr 13 2016, 23:00
TD124 escreveu:
Luciana Silva escreveu:
... A vida mental está repleta de inquietude, o nada é um espaço vazio habitado por partículas carentes de serem alguma coisa... não fico angustiada ao ser varrida por uma música que me coloca perante um sentimento de mistério, de obscurantismo, de alienação... fico inquieta, a assistir aos cenários cogitados a cada momento por mim. Surpreendo-me. A música sempre me inquietou...
A minha primeira esposa que adorava a musica... tinha uma rejeição compulsiva em relação à musica do Philip Glass, que criava crises de angustia inexplicaveis e encontrava-se com làgrimas a rolar no rosto, simplesmente à escuta da abertura do Akhnaten !!!...
Durante alguns anos afastei-me dela, pouco suportava ouvir... Sempre tive uma relação complicada com a música, um misto de repudio com atracção... qualquer som fazia-me dispersar, suar, enjoar, desligar... buscava imediatamente o silêncio e apaziguava. Redescobri muito lentamente o potencial (positivo) da música, aprendi a ouvir-me ouvindo-a... e há sons que me levam para sítios estranhos. Mais uma vez, a inquietude do nada onde tudo cabe e pode aparecer...
A musica é uma arte primeira, então como todas as formas de arte ela cristalisa a capacidade do ser humano a expressar o inefàvel. A partir dai tudo pode ser expresso, sugerido ou mesmo vivido. A maneira como a musica é feita, estilisada... participa à natureza das reações de escuta... deixo-lhe então para escutar um album de musica dos Depeche Mode, mas feito por uma outra pessoa... e eu que nunca gostei da New Wave... adoro este album e acho as melodias divinas...
Agora toca:
A contradição também faz parte da vida... Caro Paulo, deixe-me inquietar-me...
Se é verdadeiramente um desejo amiga Luciana, deixo-lhe então um dos maiores catalisadores de angustia e inquietude que conheço, que é o album Treny do Jacaszek (pode ir no site do artista e ouvir). Aqui neste espaço àrido e frio da Europa de leste vai encontrar a angustia da noite glacial... ponctuada pela adoração divina e pelo extase... sém qual o homém não poderia existir nessas terras do nada... e se açeitar a viagem do Jacaszek, serà no fim gratificada por um relento de beleza unica que sò pertence a esse espaços e que se aparenta à catarsis da morte branca... logo me dirà o que pensa disto...
Paulo, o ojectivo de inquietar-me com as suas sugestões foi um êxito… Comecei por o ler e bloqueei na referência à sua (ex)esposa. Permita-me a veleidade, mas sempre que se refere a ela associo a um poema de Manuel Laranjeira intitulado “Prefacio Lírico para uma Ballada”, vou partilha-lo consigo:
Nas cinzas d’um grande amor ainda existe calor a que a noss’alma se aqueça…
E a gente põe-se a dizer: ─ «Vida, não vás tão depressa, deixa-me ainda aquecer!»
D’aquele amor que passou, alguma coisa ficou, …alguma coisa que vive: ficou-me isto… ─ est’hora de arte, que é a essência, a melhor parte d’aquelle amor que lhe tive…
Oh balada amarga e triste, feita de gôso e de dôr, és o calor que inda existe
…nas cinzas daquele amor.
Dum passado marcante resta sempre a criatividade de o condecorar. A sua (ex)esposa tinha razão ao sentir-se profundamente tocada pela música do Philip Glass no Akhanaten, é arrebatadora e ouvida num volume generoso, perturba o ritmo cardíaco e atemoriza a alma… Não me admira que o choro seja a expressão de um estado emocional provocado por tamanha grandiosidade.
A música deixa-nos perante um espaço infinito de possibilidades e cada um preenche-o como pode. Não digo como quer porque muitas vezes dei comigo a contrariar o decurso natural da imaginação enquanto ouvinte de uma dada sonoridade, criando sempre obstáculos à apreciação.
O álbum Treny do Jacaszek é um bom exemplo dessa tentativa de contrariar os primeiros cenários que a música provoca. Sem qualquer pudor (mas com algum rubor) vou descrever-lhe o que senti. Nos primeiros segundos/minutos mergulhei no oceano, perdida num espaço desconhecido, cheio de leis da natureza intraduzíveis para mim. Como é inquietante estar noutro habitat… Quis contrariar o que instintivamente senti e pensei em anular o fatalismo encerrado pela música. A angústia foi superior a esta minha vontade e venceu a cada instante… Numa segunda audição, dei-me por vencida… e a música arrebatou-me, é uma extensão infinita de movimento que parece guardar o mecanismo mais recôndito da Natureza. Associei-a à voz da Natureza, ao cântico notívago e imperfurável… deleitei-me durante minutos, repousada nesta ideia de auscultação da “máquina (Natureza)” que tem as suas próprias leis, leis que nos escapam e nos afundam no caos que é a inevitabilidade da nossa fragilidade…
A contemplação estética final é mesmo um momento de catarse e purificação.
Inquietou-me Paulo, inquietou-me…
Luciana Silva Membro AAP
Mensagens : 640 Data de inscrição : 17/10/2015
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 00:11
TD124 escreveu:
Luciana, antes de ir fazer o jantar deixo-lhe um coelhinho muito especial. È um dos meus grupos preferidos então espero que a musica barroca, envolvente, sugestiva, estética e majestuosa dos Mercury Rev lhe agrade... e me faça um pouco perdoar pelos trilhos tenebrosos nos quais a convidei a passear...
Ainda bem que o Paulo assinalou a inversão de marcha… assim o estado sombrio não se perpetua... Tal como na Natureza, tudo é mutável e a neblina serve apenas para desvelar a luz. Já conhecia Mercury Rev, mas estava tão afastada deles que o “coelhinho especial” soou a total novidade. Soube tão bem… Saí do “estado de sítio”.
mannitheear Membro AAP
Mensagens : 1392 Data de inscrição : 01/08/2013
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 06:49
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 09:10
Luciana Silva escreveu:
... Comecei por o ler e bloqueei na referência à sua (ex)esposa. Permita-me a veleidade, mas sempre que se refere a ela associo a um poema de Manuel Laranjeira ...
D’aquele amor que passou, alguma coisa ficou, …alguma coisa que vive: ficou-me isto… ─ est’hora de arte, que é a essência, a melhor parte d’aquelle amor que lhe tive…
Amiga Luciana, agradeço-lhe pelo poema que não conhecia e que me tocou... tanto mais que as minhas duas (ex)esposas são simplesmente as minhas melhores amigas e hà muito mais do que alguma coisa que ficou, pois simplesmente elas são uma das melhores parte de mim. Deixo-lhe então a "Estratégia da ruptura" do Wim Mertens que é uma musica tão minimal e profunda... que pode criar sensações complexas e convulsivas... escute-o com atenção pois as duas primeiras faixas são beleza imaculada !...
... Numa segunda audição, dei-me por vencida… e a música arrebatou-me, é uma extensão infinita de movimento que parece guardar o mecanismo mais recôndito da Natureza. Associei-a à voz da Natureza, ao cântico notívago e imperfurável… deleitei-me durante minutos, repousada nesta ideia de auscultação da “máquina (Natureza)” que tem as suas próprias leis, leis que nos escapam e nos afundam no caos que é a inevitabilidade da nossa fragilidade…
A contemplação estética final é mesmo um momento de catarse e purificação. ...
Apòs essa viagem tumultuosa através dos véus obscuros da alma, convido-a a uma viagem no Grande norte mas ao canto da lareira... a neve cai là fora na noite, mas a magia acolhedora do Fogo leva-nos de volta à infância com ligeireza e suavidade...
Inquietou-me Paulo, inquietou-me…
Estou contente, não por a ter inquietado é claro... mas por lhe ter proporcionado um momento de vida intenso, pois tudo deve ser vivido e de todas as maneiras. Deixo-lhe então mais um album calmo e aonde o amor paira no ar. Aproveite desse espaço criado pelos Lambchop com o seu amoroso !...
Quanto a mim, ataco o dia com coisas pesadas e radicais... uma maneira de mostrar a alguns velhos que por aqui andam, que efectivamente não hà nada de bom na musica moderna...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 10:33
Ai se o Paulo (TD124) vê estas imagens...
Aqui é o lugar da música sem forma, mas ainda assim bem formada!
ps.: eu que já aqui falei de vinil fui repreendido...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 11:20
Tankado escreveu:
Roda agora
Muito bem! ...mas aqui o topico chama-se "não roda...", então não é exactamente o sitio e aqui ao lado vai encontrar muitos amigos de jogo que gostam de brincar com as Pizzas pretas e as rodas de oleiro...
Então amigo Tankado, obrigado por ter passado por aqui, mas ADEUS !!!
Tankado Membro AAP
Mensagens : 806 Data de inscrição : 29/01/2016 Idade : 32 Localização : Leiria
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 11:31
José Miguel escreveu:
Ai se o Paulo (TD124) vê estas imagens...
Aqui é o lugar da música sem forma, mas ainda assim bem formada!
ps.: eu que já aqui falei de vinil fui repreendido...
TD124 escreveu:
Tankado escreveu:
Roda agora
Muito bem! ...mas aqui o topico chama-se "não roda...", então não é exactamente o sitio e aqui ao lado vai encontrar muitos amigos de jogo que gostam de brincar com as Pizzas pretas e as rodas de oleiro...
Então amigo Tankado, obrigado por ter passado por aqui, mas ADEUS !!!
Epá... enganei-me no tópico. Peço desculpa, sou mesmo distraído
Boa continuação, vou agora para o sitio onde devia estar Obrigado pela chamada de atenção... se não fosse isso acho que ia continuar a postar sem me aperceber de onde estava
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 12:32
É assim mesmo Tankado, contra os hereges e blasfemadores, marchar marchar.
_________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince
If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...
The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 12:58
António José da Silva escreveu:
É assim mesmo Tankado, contra os hereges e blasfemadores, marchar marchar.
Andas muito por estas bandas !... não tens uma roda de oleiro como os outros para te entreteres a fazer Pizzas pretas ou potes de barro... ???
Queres que te empreste uma, para que brinques com os outros!
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 13:07
TD124 escreveu:
Queres que te empreste uma, para que brinques com os outros!
Sim, és livre de me enviar o teu TD-124 sem custos para ti.
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Luciana Silva Membro AAP
Mensagens : 640 Data de inscrição : 17/10/2015
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 14:57
TD124 escreveu:
Luciana Silva escreveu:
... Comecei por o ler e bloqueei na referência à sua (ex)esposa. Permita-me a veleidade, mas sempre que se refere a ela associo a um poema de Manuel Laranjeira ...
D’aquele amor que passou, alguma coisa ficou, …alguma coisa que vive: ficou-me isto… ─ est’hora de arte, que é a essência, a melhor parte d’aquelle amor que lhe tive…
Amiga Luciana, agradeço-lhe pelo poema que não conhecia e que me tocou... tanto mais que as minhas duas (ex)esposas são simplesmente as minhas melhores amigas e hà muito mais do que alguma coisa que ficou, pois simplesmente elas são uma das melhores parte de mim. Deixo-lhe então a "Estratégia da ruptura" do Wim Mertens que é uma musica tão minimal e profunda... que pode criar sensações complexas e convulsivas... escute-o com atenção pois as duas primeiras faixas são beleza imaculada !...
... Numa segunda audição, dei-me por vencida… e a música arrebatou-me, é uma extensão infinita de movimento que parece guardar o mecanismo mais recôndito da Natureza. Associei-a à voz da Natureza, ao cântico notívago e imperfurável… deleitei-me durante minutos, repousada nesta ideia de auscultação da “máquina (Natureza)” que tem as suas próprias leis, leis que nos escapam e nos afundam no caos que é a inevitabilidade da nossa fragilidade…
A contemplação estética final é mesmo um momento de catarse e purificação. ...
Apòs essa viagem tumultuosa através dos véus obscuros da alma, convido-a a uma viagem no Grande norte mas ao canto da lareira... a neve cai là fora na noite, mas a magia acolhedora do Fogo leva-nos de volta à infância com ligeireza e suavidade...
Inquietou-me Paulo, inquietou-me…
Estou contente, não por a ter inquietado é claro... mas por lhe ter proporcionado um momento de vida intenso, pois tudo deve ser vivido e de todas as maneiras. Deixo-lhe então mais um album calmo e aonde o amor paira no ar. Aproveite desse espaço criado pelos Lambchop com o seu amoroso !...
Quanto a mim, ataco o dia com coisas pesadas e radicais... uma maneira de mostrar a alguns velhos que por aqui andam, que efectivamente não hà nada de bom na musica moderna...
Iniciei o dia a ouvir com interrupções as suas sugestões, pois enquanto ouvia dançava sobre uma superfície de plástico de bolha de diâmetro considerável… Uma suspensão muito agradável para os pés nus, mas algo barulhenta, que influenciou o discernimento face à música.
Depois de tal insensatez, iniciei uma audição cuidada começando com a música de Wim Mertens em Stategie de la Rupture, bastante intensa e reveladora de um todo que é vertiginosamente fragmentado, é essa a estratégia… fragmentar para voltar a unir. Não sei se conhece a desarmante poesia chinesa, minimalista como a música que indicou, mas complexa ao ponto de mistificar o banal. Bai Juyi (772-846) escreve uma canção de despedida que revela que o fogo só queima a erva, não a mata… A ruptura é mesmo isso, é profunda para os nossos olhos, mas superficial para o tempo que a cicatriza e a faz reviver, materializando-a em algo gracioso.
Ouvi de seguida Amiina em Kurr, ainda estou fascinada… remeteu-me para cenários puristas, intimistas, pálidos, dramáticos, niilistas… Belíssimo!! Os metalofones (?) soam-me tão bem, fazem-me retornar às origens, ao conforto familiar… Vou ter que ter este trabalho em minha posse, para o poder contemplar… Lambchop em Is a Woman já conhecia e, por isso, fiz o que aconselhou, chamei o José para partilhar comigo a música…
Continuá-lo-ei a seguir Paulo, a aprender…
Última edição por Luciana Silva em Qui Abr 14 2016, 15:13, editado 1 vez(es)
mannitheear Membro AAP
Mensagens : 1392 Data de inscrição : 01/08/2013
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 15:06
Dear friends,
because I like music and especially people which can be toched by music, I love this thread, the suggestions and the personal thoughts about music very much!!!
I didn't know Arve Henriksen at all and this is another great discovery for me. I want to thank TD 124 for this great suggestion and I'm willing to overlook his occasional presentations of odd 80's recordings with thin sound and whiney vocals, which seem both symptomatic for that time...
Cheers Manfred
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 15:11
mannitheear escreveu:
Dear friends,
because I like music and especially people which can be toched by music, I love this thread, the suggestions and the personal thoughts about music very much!!!
I didn't know Arve Henriksen at all and this is another great discovery for me. I want to thank TD 124 for this great suggestion and I'm willing to overlook his occasional presentations of odd 80's recordings with thin sound and whiney vocals, which seem both symptomatic for that time...
Cheers Manfred
And a like this.....
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mannitheear Membro AAP
Mensagens : 1392 Data de inscrição : 01/08/2013
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 15:18
Dear Antònio,
you seem to enjoy this place of THE EVIL (digital) very much!
Cheers Manfred
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 15:20
mannitheear escreveu:
Dear Antònio,
you seem to enjoy this place of THE EVIL (digital) very much!
Cheers Manfred
I need to keep a close eye on the enemy.
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 17:47
mannitheear escreveu:
...I didn't know Arve Henriksen at all and this is another great discovery for me. ...
You have all in your HD,... so you just have to make a walk on Paulo's music land... and its what i'm doing in Manfred's music land... so mail soon !!!
And indeed, Antonio love this place... but he will never accept to tell !!!...
Cheers Man
Mister W Membro AAP
Mensagens : 4333 Data de inscrição : 07/03/2012 Idade : 57 Localização : Margem Sul... Margem Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Qui Abr 14 2016, 21:27
A ECM não brinca em serviço! Hoje como há mais de quarenta anos atrás, a editora de Manfred Eicher continua a ser um bastião incontornável na arte da música sem (grandes) pretensões comerciais. Felizmente já se "enganaram" muitas vezes...
Dando continuidade à tradição de apostar em novos valores, a editora germânica lançou o àlbum de estreia de uma jóvem norueguesa que dá pelo nome de Mette Henriette(!). Neste trabalho de 2015 (um duplo gravado entre 2013 e 2014) esta ilustre compositora e saxofonista brinda-nos com um jazz atmosférico (ambiental, contemplativo e por vezes minimalista) de rara beleza, onde está bem presente a intensidade e a frieza da escola nórdica. Acreditem que vale bem a pena.
Um breve cartão de visita: https://www.youtube.com/watch?v=9pboi7-4j3c
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sex Abr 15 2016, 14:50
Luciana Silva escreveu:
(...) iniciei uma audição cuidada começando com a música de Wim Mertens em Stategie de la Rupture, bastante intensa e reveladora de um todo que é vertiginosamente fragmentado, é essa a estratégia… fragmentar para voltar a unir...
Vou utilisar um album para fazer a linha continua entre a sua anterior frase sobre a ruptura e a proxima sobre a poésia chinesa minimalista. A beleza pode ser vertiginosamente elevadora ou maquiavelicamente inacessivel ao ponto de doer... e é o que verà neste album aonde os abismos da neve (do branco...) são mais impenetràveis e lacerantes do que os do escuro. Um album de uma beleza absoluta mas, quase doentio com as suas làgrimas em suspensão... uma obra de ruptura !!!
Não sei se conhece a desarmante poesia chinesa, minimalista como a música que indicou, mas complexa ao ponto de mistificar o banal. Bai Juyi (772-846) escreve uma canção de despedida que revela que o fogo só queima a erva, não a mata…
È giro o que escreve, pois sou adepto do haïku, que é uma forma de poésia muito simples que é representante da filosofia Zen e cristalisa os instantes invisiveis da vida ... e para melhor acompanhar a simplicidade absoluta do vazio deixo-lhe à escuta o Life do Stephan Micus...
Um velho lago Uma rã mergulha O barulho da àgua (Haïku do mestre Bashô)
Ouvi de seguida Amiina em Kurr, ainda estou fascinada… remeteu-me para cenários puristas, intimistas, pálidos, dramáticos, niilistas… Belíssimo!! Os metalofones (?) soam-me tão bem, fazem-me retornar às origens, ao conforto familiar… Vou ter que ter este trabalho em minha posse, para o poder contemplar…
Estou contente que tenha gostado de Amiina... e visto que as minhas proposições de hoje vão certamente criar uma reflexão... deixo-lhe um album propicio ao repouso e à contemplação:
Continuá-lo-ei a seguir Paulo, a aprender…
O escritor françês Romain Rolland escreveu: A musica é a palavra mais profunda da alma..., então serà um prazer de continuar visitar consigo os cantos da alma pela palavra da musica !...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sex Abr 15 2016, 14:58
Mister W escreveu:
... uma jóvem norueguesa que dá pelo nome de Mette Henriette(!). Neste trabalho de 2015 (um duplo gravado entre 2013 e 2014) esta ilustre compositora e saxofonista brinda-nos com um jazz atmosférico (ambiental, contemplativo e por vezes minimalista) de rara beleza, onde está bem presente a intensidade e a frieza da escola nórdica. Acreditem que vale bem a pena.
Vou me interessar desde hoje... mas a rapariga deveria arranjar um rapaz, pois tém uma cara de quem vai morder o pescoço do primeiro que se aproxime... !!!
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sex Abr 15 2016, 16:08
Caro Paulo, se um destes dias for anúnciada uma falência será um dos responsáveis!!! É muito complicado acompanhar uma Audioteca como a que "reside" aí em casa!!!
Espero que no Sul de França o sol brilhe, ainda que este tempo de chuva Primaveril possa ajudar a que queijo e vinho estejam melhores lá para o final do ano!
Mister W Membro AAP
Mensagens : 4333 Data de inscrição : 07/03/2012 Idade : 57 Localização : Margem Sul... Margem Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sex Abr 15 2016, 19:09
TD124 escreveu:
Mister W escreveu:
... uma jóvem norueguesa que dá pelo nome de Mette Henriette(!). Neste trabalho de 2015 (um duplo gravado entre 2013 e 2014) esta ilustre compositora e saxofonista brinda-nos com um jazz atmosférico (ambiental, contemplativo e por vezes minimalista) de rara beleza, onde está bem presente a intensidade e a frieza da escola nórdica. Acreditem que vale bem a pena.
Vou me interessar desde hoje... mas a rapariga deveria arranjar um rapaz, pois tém uma cara de quem vai morder o pescoço do primeiro que se aproxime... !!!
Devem ser os resquícios de um passado rebelde ligado ao lado mais negro da vida... perdão, da música...
(Até) o The Guardian diz: "Mette Henriette is a contemporary-music star on the rise"
P.S. O Stephan Micus é (mais) um dos incontornáveis do selo ECM! Um músico do mundo, um estudioso, um virtuoso dos 1001 instrumentos. Não conheço esse "Life" mas tenho outros que me levam a viajar por vales e planícies... no meu tapete persa.
O Michael Cashmore não conheço mas já deu para ver que a sua música não se presta a audições "desvitaminadas" (no TuTubo), pois merece mais, muito mais. Grande som de piano! A forma como o tempo e o espaço coabitam com os tons melancólicos deixou-me com água na boca...
Bem haja
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sáb Abr 16 2016, 10:09
Mister W escreveu:
... Devem ser os resquícios de um passado rebelde ligado ao lado mais negro da vida... perdão, da música...
(Até) o The Guardian diz: "Mette Henriette is a contemporary-music star on the rise" ...
Temos artista é certo Mister !... então venho de largar 30 paus à Qobuz para o ficheiro 24/96Khz... pode parecer caro (e é!), mas com isso a rapariga ném se paga 3 imperiais em Oslo, ainda menos uma tosga, ora que ela necessita de uma para poder eventualmente encontrar o sorriso !!!...
Quanto ao Stephan Micus, é verdade que é uma agência de viagem a ele sozinho, e neste momento escuto o The Garden of Mirrors... e jà estou longe, muito muito longe !!! ............... Obrigado pela descoberta da Mette, Mister
Mister W Membro AAP
Mensagens : 4333 Data de inscrição : 07/03/2012 Idade : 57 Localização : Margem Sul... Margem Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sáb Abr 16 2016, 20:10
TD124 escreveu:
... então venho de largar 30 paus à Qobuz para o ficheiro 24/96Khz... pode parecer caro (e é!), mas com isso a rapariga ném se paga 3 imperiais em Oslo, ainda menos uma tosga, ora que ela necessita de uma para poder eventualmente encontrar o sorriso !!!...
Isso é que é falar!... mas 30 paus!?!? Tinha a ideia que os ficheiros eram mais baratos que os CDs (o meu creio ter custado menos de 20).
Na verdade nunca comprei nenhum (ficheiro), não por sofrer de algum tipo de alergia mas porque não possuo um sistema á altura para os reproduzir. Tenho que me debruçar sobre o assunto... e investigar sobre a melhor forma de ligar o meu iMac ao sistema (de preferência wireless)
mannitheear Membro AAP
Mensagens : 1392 Data de inscrição : 01/08/2013
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sáb Abr 16 2016, 21:30
Mette Henriette has a playing time of 1h 40, so it's 2 CD's. Perhaps this explains the price? CD resolution file is under 20 €.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sáb Abr 16 2016, 21:38
mannitheear escreveu:
Mette Henriette has a playing time of 1h 40, so it's 2 CD's. Perhaps this explains the price? CD resolution file is under 20 €.
In my opinion, outrageous. But...just my opinion.
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Mister W Membro AAP
Mensagens : 4333 Data de inscrição : 07/03/2012 Idade : 57 Localização : Margem Sul... Margem Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sáb Abr 16 2016, 22:49
mannitheear escreveu:
Mette Henriette has a playing time of 1h 40, so it's 2 CD's. Perhaps this explains the price? CD resolution file is under 20 €.
Thanks Man, It makes perfect sense (though still expensive). CD-res file is about the same price of CD and hi-res file is about the price of SACD.
Última edição por Mister W em Sáb Abr 16 2016, 22:54, editado 1 vez(es)
EMCS Membro AAP
Mensagens : 506 Data de inscrição : 25/05/2013 Idade : 54 Localização : Perto do mar... Móóóó!!!
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sáb Abr 16 2016, 22:52
Após um dia árduo de trabalho e com muito ruído à mistura de máquinas de obras, cá estou a saborear este delicioso e sublime The Beatles – Songs, Pictures And Stories Of The Fabulous Beatles Selo Vee Jay Records – VJ 1092, versão americana de 1964 Já está um pouco velhote, mas o som está lindo!!! [img][/img]
Luciana Silva Membro AAP
Mensagens : 640 Data de inscrição : 17/10/2015
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Sáb Abr 16 2016, 22:53
TD124 escreveu:
Luciana Silva escreveu:
(...) iniciei uma audição cuidada começando com a música de Wim Mertens em Stategie de la Rupture, bastante intensa e reveladora de um todo que é vertiginosamente fragmentado, é essa a estratégia… fragmentar para voltar a unir...
Vou utilisar um album para fazer a linha continua entre a sua anterior frase sobre a ruptura e a proxima sobre a poésia chinesa minimalista. A beleza pode ser vertiginosamente elevadora ou maquiavelicamente inacessivel ao ponto de doer... e é o que verà neste album aonde os abismos da neve (do branco...) são mais impenetràveis e lacerantes do que os do escuro. Um album de uma beleza absoluta mas, quase doentio com as suas làgrimas em suspensão... uma obra de ruptura !!!
Não sei se conhece a desarmante poesia chinesa, minimalista como a música que indicou, mas complexa ao ponto de mistificar o banal. Bai Juyi (772-846) escreve uma canção de despedida que revela que o fogo só queima a erva, não a mata…
È giro o que escreve, pois sou adepto do haïku, que é uma forma de poésia muito simples que é representante da filosofia Zen e cristalisa os instantes invisiveis da vida ... e para melhor acompanhar a simplicidade absoluta do vazio deixo-lhe à escuta o Life do Stephan Micus...
Um velho lago Uma rã mergulha O barulho da àgua (Haïku do mestre Bashô)
Ouvi de seguida Amiina em Kurr, ainda estou fascinada… remeteu-me para cenários puristas, intimistas, pálidos, dramáticos, niilistas… Belíssimo!! Os metalofones (?) soam-me tão bem, fazem-me retornar às origens, ao conforto familiar… Vou ter que ter este trabalho em minha posse, para o poder contemplar…
Estou contente que tenha gostado de Amiina... e visto que as minhas proposições de hoje vão certamente criar uma reflexão... deixo-lhe um album propicio ao repouso e à contemplação:
Continuá-lo-ei a seguir Paulo, a aprender…
O escritor françês Romain Rolland escreveu: A musica é a palavra mais profunda da alma..., então serà um prazer de continuar visitar consigo os cantos da alma pela palavra da musica !...
No final do dia há sempre espaço para a contemplação…
É curioso pensar a beleza como capaz de provocar sentimentos duais… Platão dizia que a percepção da beleza origina a “anamnese”, a reminiscência do conhecimento do real (a priori), e que a sua apreensão atraia a alma para uma ascensão espiritual. A beleza sempre suscitou espanto e incompreensão, sempre foi atirada para os meandros da contemplação por não ter limites nem definição concisa. É verdade que “tocar” nela provoca sensações que estão para além do mensurável, explicável, afirmável… Se me permite a comparação, se a beleza tivesse cor seria Branca, a cor que habita a neve, a cor que refecte todas as cores e não consome nenhuma… Imbuída nesta ideia, lancei-me ao The Snow Abides e a beleza roçou em mim e açoitou-me intimamente… A presença do piano, do violoncelo (os instrumentos que mais me atingem) e de um dos meus poucos grandes amores da música (Antony Hegarty) esmagaram-me, cortaram o meu pensamento e imobilizaram-no numa paleta de sensações indizíveis. O que senti entre um abrir e fechar de olhos foi insondável, eu cresci e senti que todas as coisas do mundo estavam ali, dentro de mim (Como disse Pessoa “Eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura).
Ouço 2, 3, 4 vezes o álbum e fecho-me hoje aqui. Ouvir mais alguma coisa seria pecado!
Deixo-lhe apenas com o pedaço mais significativo de um livro que significa muito para mim… É longo, mas como conseguiria cortá-lo?
“Mas sobre mim, o anão, ele nada sabe, pensava eu ainda. Depois de algumas outras palavras igualmente amáveis e vazias, ele disse-me que ia fazer o meu retrato; pensei primeiro que talvez o príncipe lho tivesse encomendado. Não podendo deixar de me sentir lisonjeado, respondi-lhe que não me prestaria a isso. «Porquê?», perguntou-me ele. «O meu rosto pertence-me», foi a minha resposta natural. Ele pareceu achar aquilo estranho, riu um pouco, mas reconheceu que ela não era absurda. «O seu rosto, mesmo se não lhe fizerem o retrato, pertence a quem quer que o olhe, quer dizer, a muita gente.» De resto, tratava-se simplesmente dum desenho mostrando como eu era feito. Eu tinha de me despir, para que ele fizesse um estudo do meu corpo. Sentia-me empalidecer. Não sei se em mim havia mais cólera ou temor; invadido por essas duas emoções, todo o meu corpo tremeu. Ele notou o tremendo efeito que em mim produzia a sua ofensa. Pôs-se então a explicar-me que não havia nenhuma vergonha em ser anão, nem em mostrar que o era. Perante a Natureza, ele sentia sempre um profundo respeito, mesmo quando ela criava alguma coisa estranha, alguma coisa que se afastava dos moldes ordinários. Não, mostrar-se a alguém tal como se foi criado nada tem de humilhante e, na realidade, ninguém tem a propriedade exclusiva de si próprio. Louco de raiva, gritei: «Tenho-a eu! Não a terá, talvez, o senhor! Eu tenho-a!» A minha irritação não diminuiu a sua serenidade, antes serviu para despertar nele uma curiosidade atenta que ainda mais me exasperou. Depois disse-me que era tempo de começarmos ─ e aproximou-se. «Não consinto qualquer ofensa contra o meu corpo!», gritei, fora de mim. Mas ele não ligou a isso a mínima importância; pelo contrário, compreendendo que eu de minha vontade não me despiria, fez menção de me despir ele próprio.” (Par Lagerkvist in Anão)
Nós também somos propriedade de quem nos vê… Obrigada Paulo!
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Dom Abr 17 2016, 10:45
Antony, Antony... Até para uma publicidade e para lá de bom!!!
Vou tomar café, depois trabalho...
mannitheear Membro AAP
Mensagens : 1392 Data de inscrição : 01/08/2013
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Dom Abr 17 2016, 10:59
António José da Silva escreveu:
mannitheear escreveu:
Mette Henriette has a playing time of 1h 40, so it's 2 CD's. Perhaps this explains the price? CD resolution file is under 20 €.
In my opinion, outrageous. But...just my opinion.
Many vinyl lovers don't hesitate to spend much more for the desired pressing of a recording 40 minutes they already have in their shelf and played by musicians long dead...
Why not support a musician who is young and alive?
Edit and PS: here the HD version is cheaper: https://www.highresaudio.com/artist.php?abid=480879
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Dom Abr 17 2016, 16:36
Mister W escreveu:
... Isso é que é falar!... mas 30 paus!?!? ...
António José da Silva escreveu:
mannitheear escreveu:
Mette Henriette has a playing time of 1h 40, so it's 2 CD's. Perhaps this explains the price? CD resolution file is under 20 €.
In my opinion, outrageous. But...just my opinion.
Mister W escreveu:
... It makes perfect sense (though still expensive). CD-res file is about the same price of CD and hi-res file is about the price of SACD. ...
mannitheear escreveu:
António José da Silva escreveu:
... In my opinion, outrageous. But...just my opinion.
...Why not support a musician who is young and alive? ...
È verdade que o preço pode pareçer elevado para o que a outros se aparenta a nada. Para mim é o preço que estou disposto a pagar pela musica da qual gosto... e como jà disse varias vezes, eu gosto do vinho e não da garrafa, pois essa vai para o contentor... então pago pelo vinho o que ele vale !!!
E passei muitos anos com estantes cheias de vinilos e de CD's (o que não é nada estético...) então hoje prefiro ter um quadro na parede, e a musica num disco rigido... pareçe-me mais interessante e soa melhor !
Mas... é somente a minha opinião também ... pois cada um é como cada qual !!!
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Dom Abr 17 2016, 18:33
Luciana Silva escreveu:
... É curioso pensar a beleza como capaz de provocar sentimentos duais… Platão dizia que a percepção da beleza origina a “anamnese”, a reminiscência do conhecimento do real (a priori), e que a sua apreensão atraia a alma para uma ascensão espiritual.
... Se me permite a comparação, se a beleza tivesse cor seria Branca, a cor que habita a neve, a cor que refecte todas as cores e não consome nenhuma…
Resposta a essa frase no topico "A volta da musica..."
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 12:25
Mais uma manhã que faz parte do passado, mas agora que o almoço está ao "lume"...
Ahmed Abdullah - Life`s Force
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 13:50
Para acompanhar o café...
The Zombies - Odessey and Oracle
Depois de ter ouvido no BOP (café, Porto...), sábado de noite, agora toca aqui para conhecermos melhor.
Cocharro Membro AAP
Mensagens : 1688 Data de inscrição : 05/08/2011 Idade : 47 Localização : Alto Alges
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 14:19
José Miguel escreveu:
Para acompanhar o café...
The Zombies - Odessey and Oracle
Depois de ter ouvido no BOP (café, Porto...), sábado de noite, agora toca aqui para conhecermos melhor.
Uma das minhas bandas favoritas e um dos meus discos favoritos Mesmo a reedicao que se arranja a um valor simpatico tem um optimo som aconselho!
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 14:26
Cocharro escreveu:
Mesmo a reedicao que se arranja a um valor simpatico tem um optimo som aconselho!
Qual é a reedição a que te referes?
_________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince
If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...
The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte
Cocharro Membro AAP
Mensagens : 1688 Data de inscrição : 05/08/2011 Idade : 47 Localização : Alto Alges
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 14:30
António José da Silva escreveu:
Qual é a reedição a que te referes?
E uma questao de perguntar ao Johny Sousa ele e que ficou com a reedicao que arranjei. Mas comparamos com o original e estava muito boa
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 14:34
Cocharro escreveu:
José Miguel escreveu:
Para acompanhar o café...
The Zombies - Odessey and Oracle
Depois de ter ouvido no BOP (café, Porto...), sábado de noite, agora toca aqui para conhecermos melhor.
Uma das minhas bandas favoritas e um dos meus discos favoritos Mesmo a reedicao que se arranja a um valor simpatico tem um optimo som aconselho!
Conheci sábado e só hoje procurei... mas por estes lados não o estou a encontrar! As reedições andam todas para lá das nossas fronteiras e os preços mais os portes já ficam algo esticados.
Terei que estar atento, porque o álbum é realmente bom, muito bom de se ouvir!
Mister W Membro AAP
Mensagens : 4333 Data de inscrição : 07/03/2012 Idade : 57 Localização : Margem Sul... Margem Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 14:42
José Miguel escreveu:
Mais uma manhã que faz parte do passado, mas agora que o almoço está ao "lume"...
É um álbum muito bonito e tenho que o procurar em vinil... por vezes damos de caras com coisas assim! A forma como o álbum abre até me deixou pregado...
Agora, e enquanto , ouço: Masahiko Togashi : "Flame up"
De José para José, deixe-me que lhe diga que por vezes utilizo a sua página como "rádio"!
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 16:01
O último de hoje, quer dizer... depois só no carro na ida e volta.
Brian Eno & Harmonia '76 - Tracks and Traces
Mais uma vez...
tfonseca Membro AAP
Mensagens : 840 Data de inscrição : 18/04/2012
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 17:47
TD124 escreveu:
E passei muitos anos com estantes cheias de vinilos e de CD's (o que não é nada estético...) então hoje prefiro ter um quadro na parede, e a musica num disco rigido... pareçe-me mais interessante e soa melhor !
É definitivo este fórum vai passar a chamar-se Áudio Digital de Portugal
Provocações à parte só não concordo em plenamente, porque acho que a parte gráfica de um album físico é uma componente bastante interessante e com uma componente artística, às vezes.
A verdade é que o meu sistema só se complica quando entra no analógico. Se fosse puramente digital era deliciosamente minimalista.
Mister W Membro AAP
Mensagens : 4333 Data de inscrição : 07/03/2012 Idade : 57 Localização : Margem Sul... Margem Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 18:36
José Miguel escreveu:
... Agora, e enquanto , ouço: Masahiko Togashi : "Flame up"
De José para José, deixe-me que lhe diga que por vezes utilizo a sua página como "rádio"!
Caro José Miguel, Literatura e Togashi... uma associação pouco pacífica que certamente me obrigaria a ler a mesma página 2 ou 3 vezes... Quanto ao "rádio" (algo limitado)...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 18:46
Mister W escreveu:
José Miguel escreveu:
... Agora, e enquanto , ouço: Masahiko Togashi : "Flame up"
De José para José, deixe-me que lhe diga que por vezes utilizo a sua página como "rádio"!
Caro José Miguel, Literatura e Togashi... uma associação pouco pacífica que certamente me obrigaria a ler a mesma página 2 ou 3 vezes... Quanto ao "rádio" (algo limitado)...
O que li foi o texto que deixou como referência, o seu sobre o Ahmed Abdullah!
As suas escolhas para dar música aos seus visitantes não as acho limitadas, sempre pensei que fossem fruto do seu estado de espírito... Sempre que dava com os ouvidos em Archie Shepp pensava-o a lembrar-se do concerto...
Ou é tudo imaginação minha!!!
ps.: quase me esquecia de dizer que vale a pena ouvir o Masahiko Togashi - eu gostei, algo free!
Última edição por José Miguel em Seg Abr 18 2016, 19:11, editado 1 vez(es)
Mister W Membro AAP
Mensagens : 4333 Data de inscrição : 07/03/2012 Idade : 57 Localização : Margem Sul... Margem Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 19:06
José Miguel escreveu:
Mister W escreveu:
José Miguel escreveu:
... Agora, e enquanto , ouço: Masahiko Togashi : "Flame up"
De José para José, deixe-me que lhe diga que por vezes utilizo a sua página como "rádio"!
Caro José Miguel, Literatura e Togashi... uma associação pouco pacífica que certamente me obrigaria a ler a mesma página 2 ou 3 vezes... Quanto ao "rádio" (algo limitado)...
O que li foi o texto que deixou como referência, o seu sobre o Ahmed Abdullah!
As suas escolhas para dar música aos seus visitantes não as acho limitadas, sempre pensei que fossem fruto do seu estado de espírito... Sempre que dava com os ouvidos em Archie Shepp pensava-o a lembrar-se do concerto...
Ou é tudo imaginação minha!!!
Referia-me a literatura séria (fui levado pelo boneco) e não a um bloguezeco qualquer sobre música...
Digo limitado em termos de "rádio" (quantidade). Quanto aos textos, são redigidos com o coração e claro, com um estado de espírito adequado.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 19:57
Mister W escreveu:
Referia-me a literatura séria (fui levado pelo boneco) e não a um bloguezeco qualquer sobre música...
Digo limitado em termos de "rádio" (quantidade). Quanto aos textos, são redigidos com o coração e claro, com um estado de espírito adequado.
Literatura séria!?!? Eu não me dou com essa Senhora!
Já foi tempo em que lia a ouvir música, agora perco-me muito... Para ler ou escrever preciso de ruído de fundo, mas nada em português cantado e só coisas que já conheço.
Cocharro Membro AAP
Mensagens : 1688 Data de inscrição : 05/08/2011 Idade : 47 Localização : Alto Alges
Assunto: Re: Não roda... mas toca! Seg Abr 18 2016, 20:55
José Miguel escreveu:
Cocharro escreveu:
José Miguel escreveu:
Para acompanhar o café...
The Zombies - Odessey and Oracle
Depois de ter ouvido no BOP (café, Porto...), sábado de noite, agora toca aqui para conhecermos melhor.
Uma das minhas bandas favoritas e um dos meus discos favoritos Mesmo a reedicao que se arranja a um valor simpatico tem um optimo som aconselho!
Conheci sábado e só hoje procurei... mas por estes lados não o estou a encontrar! As reedições andam todas para lá das nossas fronteiras e os preços mais os portes já ficam algo esticados.
Terei que estar atento, porque o álbum é realmente bom, muito bom de se ouvir!
esta e a reedicao que o johny sousa tem o som e aceitavel.