My TOP 5

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Quando escrevi isso estava a pensar no vinil, mais nada. Faz algum tempo que recebo chamadas de pessoas conhecidas a pedir sugestões para começar a ouvir Música com vinil, no Domingo um amigo enviou-me um pedido do outro lado do Atlântico, pois quer ter na sua nova casa algo (e terá)... dou comigo a questionar as pessoas sobre a decisão, nunca pensei dizer isto, mas é o que faço. O vinil é algo que está para lá ou para cá da Música, enquanto formato tem algo especial para muita gente e a cada dia que passa há mais gente a querer uma fatia desse pedaço de "felicidade". Há momentos em que me calo, acontece quando estou perante as pessoas e os seus sistemas, vejo o brilho nos olhos e o sorriso nos lábios, partilho o momento sem precisar de dizer mais nada.

Digo isto enquanto escuto algo, a minha cabeça estava prestes a explodir no final deste dia e encontro alguma paz entre o som e as palavras. Não escolhi um vinil para colocar a rodar, liguei o DAC, escolhi o que queria ouvir no Tidal e carreguei no ecrã... feito, não é perfeito, mas toca-me ao ponto de me fazer parar de escrever muitas vezes.


Quanto ao som de um sistema como esse que o Paulo reuniu e eu elogiei: também não sei se viveria com um desses, nem lhe sei dizer com o que viveria neste momento... espero ver o espaço definido para ouvir, depois logo se vê o que vai ocupar esse espaço. O que temos já rodou muitas salas e rodará pelo menos mais uma, espero que ajude a juntar as ideias soltas que moram deste lado, afinal o maior elogio que demos a este sistema foi "ser como um livro de estudo".

José Miguel escreveu:

...Quando escrevi isso estava a pensar no vinil, mais nada. Faz algum tempo que recebo chamadas de pessoas conhecidas a pedir sugestões para começar a ouvir Música com vinil, (...) dou comigo a questionar as pessoas sobre a decisão, nunca pensei dizer isto, mas é o que faço. O vinil é algo que está para lá ou para cá da Música...

... afinal o maior elogio que demos a este sistema foi "ser como um livro de estudo".  

O vinil està e continua na moda e também vejo vàrias pessoas querer aderir ao formato, mesmo quando nunca o praticaram. È um formato ludico e uma maneira de "viver" o audio diferente que procura sensações pessoais e sociais diferentes do digital que é muito mais austero... tal me pareçe ser a razão desse interesse e não uma questão de qualidade. Não digo isto no sentido da qualidade vinil vs digital mas no sentido da leitura a mais justa possivel dos vinis. Vejo as pessoas comprarem giras de entrada com célula e braço a condizer simplesmente para poderem ler os vinis e não com o objectivo de fazerem a melhor escuta possivel em função do orçamento...

Para mim qualquer sistema é como "um livro de estudo" pois aprendo sempre algo com qualquer sistema, mesmo quando se afasta da minha zona de gosto ou de conforto. No entanto compreendo o que dizes pois tenho a impressão por vezes nas tuas palavras que esse vosso sistema actual é a plastilina na qual estão a fazer a forma definitiva do sistema que serà feito em madeira ou marmore... mas posso estar enganado  

O Paulo colocou bem a questão e, como eu disse em cima, quando vejo a satisfação das pessoas não levanto questões. Deixo sempre a sugestão e até já disponibilizei as nossas coisas (DAC, pré de phono também), de forma a que se compreenda o que pode mudar e se pode conseguir.

O vinil é mesmo algo mais do que Música e carregará consigo sempre isso, é da natureza do formato. O objecto, os rituais, a atenção que acaba por exigir, são impactantes e fazem com que até o defeito surja como "o melhor som que se ouviu"... também já assisti à queda da "paixão" que conduziu ao afastamento - quando hoje participo em tópicos de quem se inicia acabo por ser ocupado por estas ideias.


A metáfora do "livro" pode ser aplicada a todos os sistemas e experiências, eu guardo-a para o sistema que conheço melhor e que me serve de referência mais imediata ou que irei consultar com tempo (chegado a casa, tentar escutas mais atentas). Tenho "artigos" ou "páginas" importantes, pela positiva e pela negativa, esses são sistemas que ouvi atentamente e mais do que uma vez, que consigo compreender como um todo e/ou pelas partes. Hoje sou mais atento à sala, mudar de casa tantas vezes possibilitou compreender como esta muda o resultado final de forma efectiva e sem compensação possível - a sala de Viseu foi o ponto alto do sistema, a primeira casa de Espinho teria condições interessantes, mas um armário cheio de livros entre as colunas impossibilitou experimentar o que poderia ter sido... só na fase de mudança compreendemos o erro que fizemos.

Ainda estes dias brinquei com a ideia de que há coisas que ouvimos e depois já não se podem ignorar. Pois bem, já ouvi colunas a criar imagem e palco muito melhor do que as nossas, mas não as trocava. A razão é simples, as nossas perdem nesse campo, mas ganham em outros e eu prefiro perder parte da exactidão da imagem e palco, mas ganhar em dinâmica e cobertura do espectro, na sensação de fluidez sem esforço. Assim se vai construindo a ideia do "a ter"... mas este é o tópico do Top 5 de equipamentos e não de características dos equipamentos.

José Miguel escreveu:

... eu prefiro perder parte da exactidão da imagem e palco, mas ganhar em dinâmica e cobertura do espectro, na sensação de fluidez sem esforço. Assim se vai construindo a ideia do "a ter"... mas este é o tópico do Top 5 de equipamentos e não de características dos equipamentos.

Este topico é uma proposta anual de 5 aparelhos que consideramos como melhores do que os concurrentes ou excepcionais no absoluto... esta escolha leva a abordar as caracteristicas dos aparelhos e a sua defesa subjectiva senão, dizemos que é bom porque é bom e basta!...

Eu proprio admiti que a maioria dos aparelhos que tenho proposto neste topico não os quereria num sistema pessoal... sém por isso renegar a qualidade deles ném o que escrevi. Isto pode levar a uma atitude incompreensivel pela parte dos outros, aonde as minhas proposições podem apareçer como estéreis ou boas para os outros, um pouco como propor discos que não queremos escutar. Não sendo esse o caso estas palavras à volta podem levar a compreender as circunstâncias que fazém que o inferno de uns seja o paraiso dos outros... é a frase do Fredy mas dita de outra maneira! Aliàs, a tua frase que puz em italico mostra até que ponto, mesmo em frente da qualidade, a escolha dos parâmetros que mais nos tocam é fundamental na construção de um sistema...

Todas estas palavras finalmente não estão longe do topico pois... aquele que verà na minha proposição deste ano de um sistema à volta de 320€ algo de interessante, poderà compreender que o preço, a tecnologia e a estética não chegam para adoptar um sistema, é preciso uma relação sensitiva com ele! faz-me pensar à frase do meu mestre de Tai-Chi que dizia: Nos primeiros dez anos voçês vão aprender o Tai-Chi, nos seguintes dez anos voçês vão copiar o Tai-Chi dos outros, nos dez seguintes vão praticar o vosso Tai-Chi e depois jà serão mestres! Se estas palavras ajudam a ganhar um pouco de tempo aos que se iniciam então jà vale a pena...  

Voltando ao tópico e de forma mais concreta sobre o objetivo do mesmo, o ano 2021 repetiu a atipicidade do ano anterior e, mais uma vez, os momentos de encontro, convívio, conhecimento de novas pessoas e o fazer de novas amizades, foi escasso, tendo como consequência uma significativa redução de oportunidades em experienciar novas propostas para audição.

Acentuando o amadurecimento da minha decisão de não participar mais neste tópico, porquanto, estes dois anos pandémicos, conduziram-nos a novas vivências e novas realidades, às quais jamais pensaríamos chegar, começa também a diminuir os níveis da minha paciência para aceitar convites para audições, trazer para casa equipamento e participar em tertúlias e conversas de filosofia estéril. Muito mais agora nesta minha nova fase de dolce far niente, onde realmente a paciência escasseia e aumenta o apelo por outros interesses no hobby da Alta-fidelidade.

No entanto, resumindo aquilo que mais impacto teve nos meus gostos pessoais, de finais de 2019 a finais do corrente ano, aqui vai:

Cinnamon Cassia

Já muito se escreveu sobre estas colunas do nosso companheiro Ricardo Canelas, incluindo eu próprio e mais uma vez vez reafirmo tratar-se de um produto do verdadeiro High-End

https://www.audioanalogicodeportugal.net/t13895-objectivo-e-missao-ob-hibridas-grandes-do-ricardo-canelas

iFi Zen phono


Pelo preço é muito difícil de encontrar um pré de fono melhor, lutando sem desprimor, com propostas mais caras.

Também sobre ele já disse tudo aqui

iFi Zen Dac


Mai um produto de sucesso da iFi e da gama Zen, desta marca, imbatível ao preço.

Existem outros DACs baratos com elevada qualidade (SMSL, Topping, etc.), mas, para os meus ouvidos soam demasiado neutros e analíticos. O Zen Dac, não! Têm o envolvimento com o processo musical em curso que se espera de um equipamento de áudio de qualidade e a quantidade certa de tempero.

Único pecadilho: não tem entrada coaxial. Não há bela sem senão!

Também já me referi a ele anteriormente

Clearaudio Jubilee MM


Vistas muitas vezes como as parentes pobres das células, as MM estão longe, muito longe de o serem.

Esta Jubile também está longe de ser considerada uma célula barata, dentro desta tipologia - MM - mas vale cada cêntimo que custa comparativamente e, nomeadamente, não é fácil encontrar nas MC uma que a bata. Para se aproximar desta qualidade, na tipologia MC, não tenho dúvidas de que, nos dias de hoje, será necessário gastar alguns milhares.

A sua substituição pela congénere MC - Clearaudio Jubilee MC (pvp 3.900 €), não se justifica.

Cumpre todos os objetivos que se inventam, por aí, na análise subjetiva dos críticos mas, pessoalmente, realço dois:

• Transversalidade de adaptação entre o grupo de bons braços e bons giras;
  
• precisão e rapidez de reprodução (dinâmica), fazendo-nos ter esperança que um dia o vinil consiga ter a precisão de reprodução de música a tempo, como tem o digital.
  

Thoress EHT Integrated


Ainda à espera de uma promessa de grande equipamento de amplificação nacional, realizada por um bem conhecido nosso, que creio ser novamente algo a tirar muita gente do sério, fica este alemão, cuja a construção a válvulas sai fora, radicalmente, da minha tradicional crítica a esta tipologia. Não serve de aquecedor e não zumbe, nem chia.

Dizer transparente, com neutralidade certa e cuidado preciso a transientes, sem melosidades exageradas, de um equipamento de amplificação a válvulas, na minha experiência, é quase como dizer: encontrei uma agulha num palheiro.

Pois bem..., este amplificador de 2 x 15W a 6 Ohm não é um puro amplificador a válvulas, mas sim um Hybrid Triode Integrated Amplifier, como designsdo pelo fabricante, sendo tudo isso e muito mais. Beneficía, obviamente, de colunas sensíveis, mas não se agacha perante outras mais manientas. O que significa ser difícil de o por em modo de atrapalhado.

Puros a válvulas, com as características acima descritas e encontrados por mim, só mesmo os do tal amigo bem conhecido. Pena que ele não arrisque / cuide mais no / do  layout.

Goansipife escreveu:

...Acentuando o amadurecimento da minha decisão de não participar mais neste tópico, porquanto, estes dois anos pandémicos, conduziram-nos a novas vivências e novas realidades, às quais jamais pensaríamos chegar, começa também a diminuir os níveis da minha paciência para aceitar convites para audições, trazer para casa equipamento e participar em tertúlias e conversas de filosofia estéril. Muito mais agora nesta minha nova fase de dolce far niente, onde realmente a paciência escasseia e aumenta o apelo por outros interesses no hobby da Alta-fidelidade...

Gonçalo, não pude deixar de ver (ler) neste paragrafo uma forma de amargo desabafo! Sém conheçer as razões de tal estar, não deixo de ficar admirado que tal aconteça justamente quando chegaste a essa fase de "dolce far niente" aonde as paixões (hobby) podem ser vividas mais intensamente e com menos barreiras... é o caso do nosso amigo Manfred e também dos meus dois amigos que me acompanharam ao encontro das colunas do Ricardo Canelas até Portugal. Os tempos foram e são dificeis por causa do "bicho" mas não impedem o encontro respeitando as regras de base e... mesmo se as tertulias de audio com amigos são sempre uma visão partidária das coisas, elas téem o mérito de serem também um momento de convivio, algo tão importante quanto o resto e ainda mais hoje! As discussões de "filosofia esteril", paradoxalmente, são uma das razões que dão sentido a esta paixão e acabam por justificar os meios... senão como explicar os anos, dinheiro, paciência, frustração e energia gastos à volta destes electrodomesticos, se não fosse por uma razão aparentemente transcendente? Quanto à tua decisão de deixar de participar neste topico, que tu criaste e que te é ou era querido, a incompreensão é tão ou mais grande que em relação ao resto que citei, mas sò posso respeitar apesar da pena...

Dear Gonçalo,

It's really nice to read from you again!

But you make me feel bad, because I'm also in the dolce far niente and even so too lazy busy too make photos and write some lines about my top 5.



Hugs!

Olá Paulo,

Acerca das questões que levantas e sem entrar em detalhes, sempre posso dizer o seguinte:

1. Há muitos anos que sou convidado (mesmo depois da minha breve passagem na condição comercial) a participar em sessões especiais de audição de equipamentos, muito para além dos convites habituais dos agentes profissionais da atividade, com perspectivas de divulgação e promoção de novos produtos, que o fazem para um público em geral;
   
2. Sempre o fiz com agradável reconhecimento pela escolha e satisfação. Contudo, como tudo na vida, tem um princípio, um meio e um fim. Para mim, está cada vez mais a chegar ao fim a disponibilidade física e mental para me deslocar, carregar, chegar a casa e descarregar, ligar, desligar, voltar a carregar e levar de volta à procedência. Ou, simplesmente, estar até altas horas da noite, a ouvir equipamentos e a selecionar música, nos próprios espaços dos distribuidores nacionais das marcas;
   
3. Ora essa falta de paciência e disponibilidade / vontade, fará diminuir largamente a quantidade e variedade de equipamentos a fundamentar as minhas escolhas. Então não haverá espaço para seleções daquilo que não tem substância suficiente para selecionar;
   
4. Neste meu dolce far niente, tal não significa que não oiça este ou aquele equipamento, deixe o hobby, ou, ainda menos, deixe de ouvir música. É exatamente o contrário disso. Passarei a ouvir somente aqueles equipamentos que me interessam ouvir e não aqueles que me pedem para ouvir, a não ser que, tal pedido, venha de pessoas próximas e amigas, nas suas casas. Passarei ainda a ter mais tempo e apelo a ouvir música e falar mais dela do que dos equipamentos que a reproduzem;
   
5. Quanto discussões de filosofia estéril, esclareço: cancei-me de participar em conversas de medição de pilas, e de doutos absolutos da verdade sonora, técnica, ou outra qualquer verdade absoluta, ou ainda, de conversas que nada têm a ver com o objetivo e, para mim, nada servem ou contribuem para a evolução do meu conhecimento. Para tais conversas existem fóruns especificos, para quem neles queira participar
   

Goansipife escreveu:

Olá Paulo,

Acerca das questões que levantas e sem entrar em detalhes, sempre posso dizer o seguinte:(...)

Compreendi perfeitamente... quém sabe se um dia chegar até esse dolce far niente não sinta as mesmas sensações das quais tu falas e partilhe complétamente desse teu sentir!...

Entretanto aproveita o maximo dessa tua nova vida

Update with pics....

mannitheear escreveu:

...3. Focal Utopia Headphone
   My search to ultimate headphone experience lead me to the Focal...crazy good with
   the little anTiTon enFase and antiDAC!
...

Your wood case for the can system is really great... you made it by yourself???...

TD124 escreveu:

Your wood case for the can system is really great... you made it by yourself???...

Yes, it's DIY. I showed a picture in the presentation thread: