Questões sobre giradiscos

Viva,
Tenho-me deparado com a opinião em alguns fóruns que os gira-discos só valem a pena comprar fazendo algum esforço financeiro, de modo a tirar todo o partido do formato.Por exemplo, no caso dos Rega há quem sugira que apenas o Rega P 3 e superiores interessam para tirar o proveito do formato...São frequentes expressões como : "Buy the P 3 ,that´s where all begins". Claro que eu sei da importância do braço e da célula, no entanto com alguma pesquisa arranjam-se gira-discos bons e nem por isso caros. Faz algum sentido esta filosofia de só valer a pena adquirir um prato para cima de valores mais altos ? Ou perguntando doutra maneira, consegue-se tirar partido do formato gastando valores "normais" ?Acho que esta questão é pertinente para quem está a pensar adquirir um prato, ou até mesmo a pensar fazer upgarde ao prato.

Estarei atento a este tópico, promete!

Como estou na hora de almoço, vou aproveitar para deixar uma opinião que começará assim: depende.

Tudo dependerá do sistema como um "todo", desde logo porque é pelo elo mais fraco que ele se "medirá".

Tem um P2, mas uma célula que vem com o P1 - ainda tem a Carbon, certo?

Não sei que pré de phono tem, mas aí está uma parte fundamental do sistema "analógico".


Imagine que troca de gira-discos e o coloca tal e qual no seu sistema, mesma célula e tudo. Será que a mudança será tal que justifique o investimento?

Agora imagine um cenário alternativo, que tenta puxar pelo seu Rega, troca de célula e tal, mas mantém tudo o resto. Será que a mudança justifica o investimento?

Imagine que troca de pré de phono, mas mantém tudo o resto. Justifica-se?


O gira-discos é um elo da corrente e quanto melhor, mais vai conseguir extrair dos discos. Tudo o resto deverá crescer na mesma proporção, ou os ganhos do gira-discos não serão percebidos.



Ah! Na VilaSound assistimos a um teste com três gira-discos diferentes, com o mesmo braço e célula, ligados ao mesmo sistema. A máquina conta e muito, nota-se bem! Contudo, eu não pensaria no topo de gama para o nosso sistema em casa... não tiraria partido dele.



ps.: eu já li mais reviews do que agora leio, voltei a passar por esse tipo de leitura na hora em que queria trocar de bicicleta... lembrei-me logo porque deixei de ler fóruns e reviews. E há mais vida além da Rega...

José Miguel,
Sim, ainda tenho o Planar 2 com a célula de origem, a Carbon. O pré de phono é o Rega Fono MM

Tudo vai depender aonde quer chegar com o seu sistema de som.
Acha que a qualidade sonora lhe satisfaz nos vários formatos? Cd por exemplo? Ficheiros digitais?
Ainda vai a caminho de melhorar as Fontes?
Acha que é o amplificador que deve ser melhorado para chegar ao nível que pretende ? As fontes já se encontram num bom Patamar.
Ou será as colunas que limitam a qualidade do sistema?
De facto são muitas perguntas.
Se pretende chegar longe e continuar a percorrer este caminho de evolução nos vários equipamentos de que dispõe acho que deve escolher um equipamento que se possa ir atualizando com o tempo mantendo a base. Um equipamento com potencial de evolução . Alterar o braço, a célula, prato.
Existe um sem numero de acessórios que podem ser acrescentados / mudados nos equipamentos e que podem trazer melhorias. Os tapetes, clamps, Pes a cablagem etc.

nbaptista escreveu:

José Miguel,
Sim, ainda tenho o Planar 2 com a célula de origem, a Carbon. O pré de phono é o Rega Fono MM

Tem muito caminho pela frente até esgotar o P2, creio que essa célula está aquém do que pode ter - com umas poucas dezenas de euros, até nos usados, conseguiria melhorar.

O pré também poderia ser melhor, requer um investimento maior do que a célula, mas é um elo muito importante da cadeia.


Este seu P2 serve de exemplo ao que disse em cima, será que ele é o elo mais fraco do sistema?
Não me parece.

Poderia ter começado com outro melhor, claro que sim, mas todo o investimento associado seria outro, para gerar o tal equilíbrio e responder a outro tipo de exigência.

nbaptista escreveu:

... Ou perguntando doutra maneira, consegue-se tirar partido do formato gastando valores "normais" ?Acho que esta questão é pertinente para quem está a pensar adquirir um prato, ou até mesmo a pensar fazer upgarde ao prato.

A chave da sua pergunta, e por extensão da resposta, està ligada a esta expressão "tirar partido do formato" ... ou no valor que cada um vai dar a essa expressão:

A leitura de vinilos é uma técnica de reprodução musical muito deficiente técnicamente em relação ao digital ... ruido de superficie e outros ruidos de contacto, distorções diversas, banda mais curta, variação de timbre, menor dinamica e etc...

Se estes elementos não o decepcionam e que até lhe agrada as deficiências que tornam o som vinilo mais cheio, quente e sedoso sém que busque a leitura mais exacta e honesta do que està no disco ... então ir gastar o preço de um Rega Planar3 ou mais pareçe-me desnecessario. Muitos giras de entrada bem escolhidos com a célula e phono adaptados podem dar-lhe compléta satisfação...

Ao contràrio, se o objectivo é de possuir uma leitura vinilo aonde estas deficiências sejam minimisadas e assim possa obter uma fonte que se aproxime técnicamente de uma leitura digital ... então efectivamente um Rega Planar3 ou equivalente pareçe-me ser o começo do caminho, mas apenas o começo  

O gira-discos é talvez o equipamento que mais se pode alterar para chegar mais longe. A começar pela agulha e / ou célula. Eu não percebo nada de gira-discos mas o Miguel já disse que ainda tem caminho para percorrer para que o seu gira disco possa dar todo o que tem para dar. Isso é bom sinal. Não chegou ao fim da linha mas sim ao principio de um caminho e isso pode ser muito motivador.

José Miguel escreveu:

Tem muito caminho pela frente até esgotar o P2, creio que essa célula está aquém do que pode ter - com umas poucas dezenas de euros, até nos usados, conseguiria melhorar.

Sim, talvez o meu caminho passe por colocar uma célula melhor, tipo Nagaoka, Goldring ou outra.
Edit : Para mudar a célula no Planar 2 não é simples, é necessário desmontar o braço e retirar um magneto, depois medir e instalar a célula!O problema é o anti skating to P2 ser automático, e não manual como o do P3!

TD124:
Dizer que o vinil é um formato inferior ao CD é muito polémico, e penso que as opiniões aí se dividem!
Edit : uma segunda leitura do seu post é muito conclusiva, efetivamente não sei se o P 3 se aproxima do leitor cd, mas realmente o som do P 2 é diferente do cd!
No entanto há quem diga que os melhores leitores de cd´s se aproximam do som analógico, e não do digital.

nbaptista escreveu:

...TD124:
Dizer que o vinil é um formato inferior ao CD é muito polémico, e penso que as opiniões aí se dividem!

Se alguém por ai ou no mundo inteiro, for capaz de me provar a superioridade técnica da leitura vinilo sobre a leitura digital ... vou aprender algo, farei as minhas desculpas publicas e ofereço um jantar bem regado ...

Hà coisas polémicas como a politica, o desporto, a religião, a moral e ética ... mas não hà nenhuma divisão que eu saiba quanto à superioridade técnica do digital, ném nunca houve...

Depois hà as preferências de sonoridade entre uma e outra ... mas essas divergências não me interessam, os gostos e as cores

Vou nadar um pouquinho em

As pessoas gastam milhares de euros num gira-discos e depois umas centenas no leitor de CD... Mesmo assim a coisa é complicada para o lado do gira-discos.
Outra coisa que se debate é a capacidade de armazenamento dos CDs, mas hoje isso já não faz sentido, menos ainda com ficheiros.


Voltando a terra firme.

Já muitas vezes se falou do tal "som agradável", o tal som eufónico.


Caro NBaptista, o ideal é não se distinguir um leitor de CD de um gira-discos... Mas esqueça o P3 e pense em algo capaz de dinâmica e largura a sério.

José Miguel escreveu:

... Caro NBaptista, o ideal é não se distinguir um leitor de CD de um gira-discos... Mas esqueça o P3 e pense em algo capaz de dinâmica e largura a sério.

Um gira discos serà sempre reconhecivel, mesmo a dezenas de milhares de euros ... e a unica coisa capaz de dinâmica a sério é um DAC !!!... andas mesmo

José Miguel escreveu:

Mas esqueça o P3 e pense em algo capaz de dinâmica e largura a sério.

Tal como?

TD124 escreveu:

Se alguém por ai ou no mundo inteiro, for capaz de me provar a superioridade técnica da leitura vinilo sobre a leitura digital ... vou aprender algo, farei as minhas desculpas publicas e ofereço um jantar bem regado...

Subscrevo esse parecer, juntando-me ao TD124 para dividir a despesa.
Quanto à preferência de gostar de escuta em LP ao invés de CD, aceito e não desempenho oposição em matéria de predilecção.

José Miguel escreveu:

Caro NBaptista, o ideal é não se distinguir um leitor de CD de um gira-discos...

Sendo assim não há razão para têr ambas as peças...

nbaptista escreveu:

José Miguel escreveu:

Caro NBaptista, o ideal é não se distinguir um leitor de CD de um gira-discos...

Sendo assim não há razão para têr ambas as peças...

Um gira discos deve soar a um gira discos e um leitor de cd´s como tal.


São peças diferentes que nos propiciam experiências diferentes. É assim que devem ser analisados eu tenho dias que só oiço vinil; e tenho obras que só oiço em vinil. Aliás, existem obras que se não tiveram o ruído de um disco já bem usado, nem sequer me soam bem, porque foi assim que aprendi a ouvi-las. E tenho outras que o mais leve grão de pó no disco me incomoda de tal maneira que tenho-a que ouvir em outro formato menos barulhento.

O que interessa é o prazer que se tira com cada um dos formatos. Esse prazer não é medido com aparelhos. Se o que interessa é o detalhe mais ínfimo e a fidelidade, então não tenho dúvidas de que o digital está muito avançado e que se consegue ter uma fidelidade quase inigualável por qualquer um dos outros formatos.

Ghost4u escreveu:

... Parecendo que do dia para a noite o P3, afinal, não é o que aparenta, com mais desvirtudes do que virtuosidades, ...

Amigo Ghost, fora o José Miguel que prefere um gordo Lenco mais do que um esbelto P3 ... não vejo ninguém neste forum tirar ao Planar3 o respeito que lhe é devido no exercicio da sua função

nbaptista escreveu:

José Miguel escreveu:

Mas esqueça o P3 e pense em algo capaz de dinâmica e largura a sério.

Tal como?

nbaptista escreveu:

José Miguel escreveu:

Caro NBaptista, o ideal é não se distinguir um leitor de CD de um gira-discos...

Sendo assim não há razão para têr ambas as peças...

A minha experiência com o Rega Planar 3 vale apenas como opinião - ele não me convenceu.

Tendo em conta isso, mais depressa seguiria com o valor do P3 para o mercado de usados e procuraria algo que me agradasse mais.


A segunda questão eu não a entendo como o Alexandre Vieira, desde logo porque para mim não existe "som de gira-discos".

Se um gira-discos se faz notar em vez da Música, algo está errado... Cada um terá o seu objectivo e gosto, respeito isso, mas a funcão de um gira-discos (braço, célula) é extrair o máximo dos discos de vinil e a aproximação ao CD acontecerá naturalmente.


Eu não acompanho o Paulo na questão de se perceber a léguas, sem ruídos parasitas, a reprodução pode ser mesmo boa!

[quote="José Miguel"]

nbaptista escreveu:

José Miguel escreveu:

Mas esqueça o P3 e pense em algo capaz de dinâmica e largura a sério.

Tal como?

nbaptista escreveu:

José Miguel escreveu:

Caro NBaptista, o ideal é não se distinguir um leitor de CD de um gira-discos...

A segunda questão eu não a entendo como o Alexandre Vieira, desde logo porque para mim não existe "som de gira-discos".

Estimado José Miguel desde que casei cá em casa já passaram 3 maquinas de lavar roupa e cada uma tinha a sua sonoridade.

Image-se então o que acontece com peças tão distintas a tocarem música. Cada uma tem um tipo do sonoridade porque a tecnologia é diferente.

E não estamos aqui a falar de fitas, que é para alguns não fazerem fitas...

Alexandre Vieira escreveu:

E não estamos aqui a falar de fitas, que é para alguns não fazerem fitas...

Cada vez gosto mais do som do meu deck cassetes. É um som único, o minidisk tem o som do leitor de cd´s,.

Alexandre Vieira escreveu:

Estimado José Miguel desde que casei cá em casa já passaram 3 maquinas de lavar roupa e cada uma tinha a sua sonoridade.

Image-se então o que acontece com peças tão distintas a tocarem música. Cada uma tem um tipo do sonoridade porque a tecnologia é diferente.

E não estamos aqui a falar de fitas, que é para alguns não fazerem fitas...

Cuidado Alexandre, é assim que se acaba com a casa cheia...

O coleccionismo é um vírus terrível.

Olá

1 ano tem 365 dias...
A grosso modo... ouço 300 dias de Vinil e 65 CD...
Qual deles é melhor???

Facilidade de utilização o CD bate aos pontos o vinil
Facilidade de comprar um aparelho decente por pouco dinheiro... o CD bate aos pontos o vinil
Afinação de um leitor de CD??? nem tem... é só ligar e ouvir quando se compra
Afinação de Gira Discos... é melhor comprar uma cx de comprimidos para dor de cabeça... nervos... azia... etc...

Mas contínuo a preferir o vinil... porquê???
O som é mais do meu agrado.


O Audio é tramado... o que uns adoram... outros detestam...


Fredie

José Miguel escreveu:

Alexandre Vieira escreveu:

Estimado José Miguel desde que casei cá em casa já passaram 3 maquinas de lavar roupa e cada uma tinha a sua sonoridade.

Image-se então o que acontece com peças tão distintas a tocarem música. Cada uma tem um tipo do sonoridade porque a tecnologia é diferente.

E não estamos aqui a falar de fitas, que é para alguns não fazerem fitas...

Cuidado Alexandre, é assim que se acaba com a casa cheia...

O coleccionismo é um vírus terrível.

Nada disso José Miguel

Eu só sei que as máquinas têm um som diferente porque convivi com elas, não tomando o todo por uma parte...

fredy escreveu:

Mas contínuo a preferir o vinil... porquê???
O som é mais do meu agrado.


O Audio é tramado... o que uns adoram... outros detestam...


Fredie

O que mais poderia dizer um fabricante conceituado de gira discos?

Eu para ser franco, e pq o meu leitor cd também é Rega, não noto assim tanta diferença entre o gira-discos e o leitor de cd, talvez pq a Rega afina o leitor de cd para sair um som analógico.Mas claro que há alguma diferença, hoje estive a ouvir The Stooges and IgyPop no gira discos e o resultado era muito parecido com o cd.Acho que tudo depende também da gravação, e não só da fonte!

José Miguel escreveu:

... Eu não acompanho o Paulo na questão de se perceber a léguas, sem ruídos parasitas, a reprodução pode ser mesmo boa!

Eu nunca disse que a reprodução não era boa ... se tenho um gira é para utilisà-lo e para ouvir correctamente a obra. Eu disse que era inferior ao digital técnicamente, posso mesmo dizer muito inferior sém me enganar...

O melhor gira equipado com o melhor braço (mesmo tangencial) e a melhor célula imaginàvel ... não elimina o contacto com o disco, então temos ruido audivel mesmo se é fraco. A distorção de prensagem e de leitura também vai estar sempre presente e ouve-se no recorte do vinilo que é sempre mais espesso, os contornos das notas são mais grosseiros. Os diferentes planos do palco são muito menos espacialisados que no digital e etc e etc ... tudo isto é audivel mesmo com discos novos e leitura humida, mesmo em material muito caro!...

Estou de acordo com o Alexandre que nalguns discos até pode dar tusa estes defeitos, Never Mind The Bollock's, London Calling, Exile On Main Street, Small Change e etc são exemplos ... mas é imperdoavel durante as Variações Goldberg nmho. Na Electronica hà mesmos artistas que simulam os ruidos do vinilo, para dar um toque orgânico e imperfeito à musica...

Afinal o vinilo é como os relogios mecânicos ... sabemos que nunca vão atingir o nivel de precisão de um relogio de quartzo, e ainda menos de um atomico mas é um desafio de tentar atingir esse objectivo, alguns véem mesmo uma forma de arte e pagam balurdios. Dizém que as causas perdidas são as mais belas ... talvez a beleza do vinilo resida nessa impossivel meta que tenta alcançar, sobretudo hoje

Alexandre Vieira escreveu:

... Aliás, existem obras que se não tiveram o ruído de um disco já bem usado, nem sequer me soam bem, porque foi assim que aprendi a ouvi-las. ...

Não é porque ouvi com estalidos e outros ruidos na minha aparelhagem (Wilco ou Crown) muitos discos durante a adolescência que hoje quero ouvi-los na mesmas condições. Ném sequer associo isso a soar bem, ao contràrio

Ghost4u escreveu:

... sugerindo alguns gira-bolachas: Audio-Technica AT-LP5, Basis 1400, Kenwood KP ou KD-990, Micro Seiki MB-18, Pink Triangle Expor, et caetera. ...

Junto a essa lista o TD160 que é um belo gira assim que os Ariston

Nem mais e certíssimo TD124!
O Ariston RD 11 Superieur...

Alexandre Vieira escreveu:

Nada disso José Miguel

Eu só sei que as máquinas têm um som diferente porque convivi com elas, não tomando o todo por uma parte...

Nós também já convivemos (longo tempo) com 7 gira-discos, uma dúzia de amplificadores, mais uns quantos pares de colunas... O suficiente para sabermos que cada equipamento tem o seu "som", por isso escolhemos os que têm menos "som" deles.


Eu compreendo que se goste de um som mais "cheio", o Paulo até me acusa de gostar do "gordo" Lenco em vez do "esbelto" Rega. Para mim a questão sempre foi colocada de outra forma: com que defeitos vivo melhor?


Não há reprodução perfeita, mas há menos imperfeitas e para a menos imperfeita é preciso que as máquinas deixem a menor marca possível.

Esta manhã por curiosidade fui pesquisar no OLX françês e no Ebay EU os gira-discos que por ai andavam à venda e que possam ser utilisados imediatamente. Concentrei-me em maquinas que conheço e que dão bons resultados sém nenhuma forma de amelhoração ném interna ném externa e com preços relativamente acessiveis para uma maquina deste tipo. Fixei um preço de 500€ para o gira compléto com braço e célula em estado de funcionamento e sém modificações mas a pesca foi escassa...

A minha pesquisa orientou-se à volta das Ariston RD 11/80, Thorens TD160, Technics SL150/1500 (SL120/1200), STD305, Sansui FR-4060/P50/212, Pioneer PL-71/PL55, Michell Focus1, Linn Axis, Systemdek IIX, Dual CS505, Connoiosseur BD2/A e Barthe Rotofluid Pro3/Pro4 ...

Encontrei um Thorens TD160 MKII em perfeito estado por 400€ negociàveis ou um outro TD160 MKII sém tampa por 300€ ... o resto estava ou incompleto, ou necessitava revisão ou o estado geral era duvidoso...

Fica a dica e as referências que podem servir para a busca de um gira antigo de qualidade e interessante para se debruçar se o seu preço compléto for inferior a 500€...

Mas, pois hà sempre um mas, o Audio Technica AT-LP5X vende-se aqui em frança por 350€ novo e com célula nova ... não estou certo que nenhum dos aparelhos supracitados funcione globalmente melhor ou muito melhor. Pessoalmente, faria a economia de 150€ para comprar discos e iria para o Audio-Technica se o meu orçamento fosse de 500€

Nunca me cruzei com esse Audio Technica, mas vou estar atento. A forma como falam dele dá que pensar e na lista que o Paulo refere estão gira-discos bastante capazes!

José Miguel escreveu:

... na lista que o Paulo refere estão gira-discos bastante capazes!

O problema dos giras antigos é o estado de gasto das peças (sobretudo eixo/chumaçeira/pivô braço) o que é dificilmente controlavel pelo comprador. Eu tenho um torneador aqui que controla as peças que uso quando faço ou restauro um gira-discos e sempre a folga é demasiada para um trabalho preciso do gira. Quando se sente uma folga com as mãos é que ela jà é enorme, mas uma folga de 0.05mm é superior ao tamanho médio do sulco gravado no vinilo e ném se sente...

Temos tendência a esqueçer que o som do vinilo é a leitura de micro vibrações produzidas na agulha pelos sulcos, mas a agulha ouve qualquer vibração produzida pelo giro-discos. Muitas vezes o som quente e espesso do vinil é simplesmente a soma do sulco, com a folga do eixo e a folga do braço ...

Meter essas peças em estado novo ou como quando saido da fabrica é caro, mas é a condição para ter um aparelho preciso e limpo. Senão a marca e o modelo do gira são uma promessa sém resultado. O meu gira actual que é baseado num TD160 6/B que era do meu sogro e que funcionou muito pouco, apesar disso o eixo teve que ser remetalisado, torneado, pulido e ajustado a 10µm na chumaçeira ... 300€ sò para isto !!!...

Nunca esqueçer que usado é usado!... e usado na mecânica é mais grave do que na electronica

O que o Paulo diz é altamente pertinente, não é por acaso que o Reference do Nantais é completamente refeito.

Nunca tive dúvidas que um trabalho de reconstrução custasse caro, é inevitável.

Agora o reverso da medalha: e os modelos novos, feitos para entrada/meio de gama, não têm folgas e falhas?


Falo por mim: quando comparo duas peças, por exemplo velha/nova, com valores semelhantes de preço na actualidade, não penso no que faria a inflação ao preço da peça velha... Penso no desempenho e escolho a que for melhor naquele momento.

Quando as experiências são limitadas, resta confiar na possibilidade de aprender e evoluir. Tudo simples, porque eu quero um sistema e não muitas peças para responder a estados de humor.

José Miguel escreveu:

O que o Paulo diz é altamente pertinente, não é por acaso que o Reference do Nantais é completamente refeito.
...
Agora o reverso da medalha: e os modelos novos, feitos para entrada/meio de gama, não têm folgas e falhas?

O Jean Nantais fixou-se como objectivo de levar o lenco ao mais alto degrau possivel, então muda as peças criticas deficientes, ou seja, quase tudo fora o prato e o motor, e mesmo este é refeito evidentemente ... mas não é um trabalho de restauração, trata-se de um trabalho de preparação e optimisação como a Motorsport faz com os BMW!...

A restauração é levar um aparelho a pareçer como novo (saido da fabrica) como alguns fazém com os Garrard ou TD124 ... um Lenco do Jean Nantais fora o prato tudo foi modificado, não é a mesma coisa. De um lado obtemos o desempenho do aparelho como quando era novo e do outro lado obtemos um aparelho com um desempenho superior, um outro aparelho praticamente então!...

Sim, os aparelhos de entrada e meio de gama téem folgas de certeza, mas estas são inferiores ao tamanho médio de um sulco ou seja 0.06mm, nesse caso a folga é pouco audivel ... mesmo se hà outros problemas a ter em conta...

De todas as maneiras a questão do velho ou do novo pode ser vista de uma maneira aburda. È preferivel um Rolex a 100€ que atrasa ou avança 10mn ou um Swatch do mesmo preço que é exacto ???...

Cada um dà a sua resposta pois a função é uma desculpa, e quando não é o caso é o gosto que prima

Ghost4u escreveu:

Desconhecia que os fogões podem ter folgas no caso da aquisição ser em segunda, terceira, quarta, q... mão. Realmente, este fórum é único, pois adquire-se conhecimento em áreas distintas da temática deste espaço. ...

Caro Ghost, quando compra um carro em segunda mão pensa que està novo, e que vai continuar novo apòs que voçê o use ... e que o vai revender novo ?... tudo o que é mecanico gasta-se com o uso, é assim

O meu amigo Pierre comprou o seu SL1200 novo quando estava na faculdade, apòs 20 anos de utilisação em primeira mão vê-se como estava o seu eixo ... e como ficou apòs remetalisação e pulido. Portanto num DD sò hà um eixo ora que num correia hà dois eixos e num idler três ... quatro mesmo no caso do TD124!


Eu não quero criar uma psicose em ninguém, mas um gira é uma peça mecanica aonde a precisão dessa mecanica influencia muito o resultado sonoro, o braço é a mesma coisa. Não quero priveligiar o novo contra o velho ném o contràrio, a escolha final é sempre de cada um. Quero dar elementos que permitam de realisar essa escolha com um maximo de objectividade e isso passa por ponderar vàrios elementos antes da compra...

PS: Amigo Ghost, o meu TD124 também estava novo em folha quando foi estreado pelos meus 40 anos. Isso não me impediu de o levar à revisão quando o vendi hà dois ou três anos atràs e apesar de muito bem construido e muito bem maquinado a mecânica suiça jà necessitava um pouco de atenção. Portanto ném o escutei muito ném o maltratei, bem ao contrario ... mas vendi-o a um amigo e gosto de os tratar melhor que a mim mesmo

TD124 escreveu:

(...) vendi-o a um amigo e gosto de os tratar melhor que a mim mesmo

Esse são princípio deveria pautar o relacionamento humano, quer com o nosso familiar, amigo, vizinho...

Ghost4u escreveu:

... Esse são princípio deveria pautar o relacionamento humano, quer com o nosso familiar, amigo, vizinho...

È verdade, mas não sou Buda, então o principio vém naturalmente com os familiares e amigos ... jà com os vizinhos e conhecidos é outra conversa

TD124 escreveu:

A chave da sua pergunta, e por extensão da resposta, està ligada a esta expressão "tirar partido do formato" ... ou no valor que cada um vai dar a essa expressão:

A leitura de vinilos é uma técnica de reprodução musical muito deficiente técnicamente em relação ao digital ... ruido de superficie e outros ruidos de contacto, distorções diversas, banda mais curta, variação de timbre, menor dinamica e etc...

Se estes elementos não o decepcionam e que até lhe agrada as deficiências que tornam o som vinilo mais cheio, quente e sedoso sém que busque a leitura mais exacta e honesta do que està no disco ... então ir gastar o preço de um Rega Planar3 ou mais pareçe-me desnecessario. Muitos giras de entrada bem escolhidos com a célula e phono adaptados podem dar-lhe compléta satisfação...

Tinha ideia que esse som mais encorpado, quente e sedoso só se conseguiria com leitores mais caros, daí a minha questão inicial!Estava enganado?

TD124 escreveu:

Ao contràrio, se o objectivo é de possuir uma leitura vinilo aonde estas deficiências sejam minimisadas e assim possa obter uma fonte que se aproxime técnicamente de uma leitura digital ... então efectivamente um Rega Planar3 ou equivalente pareçe-me ser o começo do caminho, mas apenas o começo  

Não é de forma alguma o meu propósito...

nbaptista escreveu:

... Não é de forma alguma o meu propósito...

Tinha ideia que esse som mais encorpado, quente e sedoso só se conseguiria com leitores mais caros, daí a minha questão inicial!Estava enganado?...

Deduzo que està a desejar ter um som do "tipo vinilo" no estilo encorpado, quente e sedoso não é

Eu alguns dias atràs vi aqui no Ebay françês um Lenco L75 compléto por 150€ ... mas suponho que em Portugal deve poder comprar um em bom estado por 200 ou 250€. Depois basta montar uma célula tipo M75 com agulha conica (50€) e por um orçamento de 250/300€ tém uma leitura vinilo que corresponde exactamente aos adjectivos supracitados

Hà coisas no audio que são simples e baratas

Então?... escreve e depois agaga o que escreveu caro nbaptista

TD124 escreveu:

Então?... escreve e depois apaga o que escreveu caro nbaptista

Não era muito pertinente...apenas queria saber se os Thorens que se encontram no OLX se enquadram no tipo de som dos Lencos. Mas pelo que li aqui no fórum, os Lenco têm um som mais gordo!

Será que é assim tão simples?

O último Thorens que ouvi ao lado do nosso Lenco em estado original foi o TD150, mesma célula, no mesmo sistema. O Lenco tem maior expressividade, mas nós que gostamos da imagem do TD150 não corremos para trocar.

O sentido de tempo do Lenco, a capacidade de fazer saltar as notas torna-o apetitoso... Pelo menos para nós.
Após a mudança de braço ele não perdeu isso, mas o som ficou mais luminoso.

Estou a vêr que ainda tenho que ir ao mercado de usados á "caça" de um Lenco ou Thorens em bom estado!

No lote Lenco e Thorens, também pode incluir o Systemdeck IIX900 (https://www.olx.pt/anuncio/gira-discos-systemdek-iix900-vencedor-de-prmios-rega-rb-250-IDAVpPD.html).

nbaptista escreveu:

... apenas queria saber se os Thorens que se encontram no OLX se enquadram no tipo de som dos Lencos. Mas pelo que li aqui no fórum, os Lenco têm um som mais gordo!

Fora eu, não creio que mais ninguém caracterize o som dos Lencos de gordo, diria mesmo que a grande maioria aqui no forum o acha relativamente equilibrado ... o termo gordo é-me especifico e é pejorativo.

Para estabelecer uma comparação sém termos pejorativos diria que os Thorens 150/160/166 são mais encorpados do que um Rega P3 e que os Lencos são mais encorpados do que os Thorens citados...

Se o que busca é um som materialisado, envolvente, sedoso, cheio e quente então os Lencos são a solução ... os Thorens estando a meio caminho entre o Rega e o Lenco no equilibrio tonal...

Evidentemente, sempre escutar para se fazer uma ideia por si mesmo  

Ok, obrigado
Já tenho uma ideia do que dêvo procurar, pensava de que teria que gastar mais €€ num planar 3 para têr o som do vinyl, mas um Lenco ou um Thorens em bom estado é a solução!Se comprar em segunda mão, posso sempre revender se não fôr do meu agrado, sem perder €€.

nbaptista escreveu:

...Já tenho uma ideia do que dêvo procurar, pensava de que teria que gastar mais €€ num planar 3 para têr o som do vinyl, mas um Lenco ou um Thorens em bom estado é a solução!Se comprar em segunda mão, posso sempre revender se não fôr do meu agrado, sem perder €€.

È para ter um som que se aproxime do CD que é necessario gastar mais, ou seja, é necessario um sistema vinilo com alto desempenho o que é geralmente caro, ou mais caro. Em si, falar de som vinil não quer dizer grande coisa pois qualquer leitura de um disco vinil dà um som vinil. Visto que um CD e um Vinilo são retirados da mesma gravação, e mesmo se téem masterizações diferentes, então as diferenças entre os dois nos criterios globais como a rapidez, dinamica, definição, transparência, palco, espacialisação, relevo, timbre, banda, coerência, linearidade devem ser relativamente homogeneas ... a partir daqui, podemos fazer dois grupos desta escuta:

Mau som Vinil: O som entre CD e Vinilo apresenta globalmente muitas diferenças tonais e técnicas...

Bom som Vinilo: Equilibrio tonal equivalente e desempenho técnico proximo do CD...

O que venho de dizer não deve ser visto como um ataque às pessoas que preferem uma escuta vinilo  correspondente à ideia sonora generalisada nos anos 80 (sedosa, feltrada, cheia, materialisada, generosa...)! Se o disco CD e o disco Vinilo são oriundos da mesma gravação ... é natural de encontrar no fim uma sonoridade equivalente, fora a masterisação e o potencial técnico dos formatos! Elementar meu caro Watson

Olá

O Audio é tramado... o que uns adoram... outros detestam...

Não é bem o caso... mas sinceramente já ouvi alguns Thoren's e Lencos que gostei, mas que foram "mexidos", logo comparando com o exemplo aqui dado do P3 de origem não é uma comparação honesta... digo eu...
Um P3 mexido também é outra história, e para mim não fica atrás nem do Thoren's nem do Lenco.
A minha opinião vale o que vale já estou a "ouvir" as bocas???  
Alguns anos atrás pelo menos aqui no "burgo" não havia este culto dos Thoren´s e dos Lencos, mas talvez influenciados por aquilo que se vê na net começou a aparecer este culto, mas engraçado é que aquilo que vejo e leio é um culto que gira à volta de aparelhos que são modificados, posso estar a ver mal, mas parece-me injusto comparar algo modificado com algo de origem.
Não estou a retirar o valor aos Thoren´s e Lencos, aliás como disse no ínicio já ouvi alguns de que gostei, mas modificados, pois de origem aquilo que ouvi já não é a mesma coisa, estão um pouco abaixo, embora sejam giras com o qual convivia bem.

Fredie