Assunto: Re: ...e, não morre... Sáb Abr 16 2016, 12:32
Pierre escreveu:
José Miguel escreveu:
Tudo em volta do vinil cresceu e nem se fala das edições especiais em CD... Incrível!
Pois cresceu... ouviram dizer que a malta anda a voltar-se para o vinil, ligaram as máquinas de prensagens. Só que as prensagens baratas são a enorme desilusão. Mesmo assim à quem as colecione.
Sorte daqueles que compraram as prensagens do tempo em que elas vinham das reais tapes. Essas vendem-se a preços proibitivos e usados é claro. Tempo do vinil.
Nem todas as novas edições baratas são más e muitos antigas e boas são baratinhas!
É verdade, contudo é verdade, que para este dia a correria poderá originar produtos mais virados para o "comércio" e "coleccionismo", porque são edições limitadas/especiais...
O que acho mesmo curioso é não se falar de outros formatos, como se este dia fosse só do vinil!!!
Sinais do Tempo... E que cai muito bem neste tópico!
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: ...e, não morre... Sáb Abr 16 2016, 21:36
José Miguel escreveu:
É tudo verdade Ricardo, se me permite acrescentaria que a questão Cultural está intimamente ligada a questões Económicas (macro) e financeiras (micro).
O mercado português não terá peso para as contas da Grande Indústria, mas tem quase a totalidade do peso para o que cá se faz - bandas, equipamentos, eventos, ...
Somos um mercado ainda "fechado", muito virado para dentro, sem escala... As duas maiores cidades, Porto e Lisboa, já vendem a turistas. Posso falar do que sei e sei das lojas do Porto, onde regularmente vou e vejo turistas a entrar e comprar.
Um evento destes foi pensado precisamente para mercados marginais, este dia tem nove anos... as lojas, bandas, editoras, ... mais independentes aproveitaram para criar um evento onde se podiam mostrar e valorizar. Hoje as grandes editoras aproveitam tudo e enchem as fábrias de vinil com encomendas. Os pequenos não conseguem colocar as encomendas e por consequência os produtos nas estantes.
Fica uma amostra: "In 2009, Jesse "Boots Electric" Hughes (Eagles of Death Metal) declared himself the "Record Store Day Ambassador" as a way of shouting out how important the stores were to artists and since then Joshua Homme (Eagles of Death Metal, Them Crooked Vultures, Queens of the Stone Age), Ozzy Osbourne, Iggy Pop, Jack White, Chuck D and Dave Grohl have worn the ceremonial sash. For 2016, that sash is based to Metallica, as a way to officially mark their involvement with Record Store Day and support of independent record stores."
Eu pessoalmente não conto andar pelas lojas neste dia, mas o desenvolvimento deste acontecimento encaixa bem neste tópico! Tudo em volta do vinil cresceu e nem se fala das edições especiais em CD... Incrível!
Acho que a questão vai para além das capacidades económicas. Aqui as escolas públicas têm coro, orquestra e banda (a primária dos meus filhos até tem um grupo de sinos como este), no 4º ano todas as crianças aprendem um instrumento de sopro (metais), os municípios oferecem aulas de instrumento a preços simbólicos e há mais de 60 orchestras e óperas. As igrejas principais e os colégios universitários têm coros semi-profissionais, os órgãos são tocados regularmente por instrumentistas itinerantes e promovem recitais de instrumento solo ou pequenos grupos... Há uma cultura musical.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Sáb Abr 16 2016, 21:47
ricardo onga-ku escreveu:
Acho que a questão vai para além das capacidades económicas.
Posso estar errado, mas tem a haver especialmente com a capacidade económica visto que é assim não só com musica, mas com compra de gadgets, todo o tipo de tecnologia, viagens, idas ao futebol etc, etc, etc.
É tudo exponencialmente "mais". E o factor económico não pode ser descorado.
Invertendo o nosso ditado popular para a realidade deles, casa onde há muito pão, todos falam e todos têm razão.
Vivo aqui há 14 anos e digo o seguinte. Malta mal formada a trabalhar em certas funções a ganhar bom dinheiro, em Portugal não serviam para varrer uma oficina e eram despedidos na primeira semana. E estou a falar de malta a ganhar 3 ou 4 vezes mais do que um equivalente profissional em Portugal. Se isso não é relevante para uma cultura diferente....
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The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 20:45
ricardo onga-ku escreveu:
José Miguel escreveu:
É tudo verdade Ricardo, se me permite acrescentaria que a questão Cultural está intimamente ligada a questões Económicas (macro) e financeiras (micro).
O mercado português não terá peso para as contas da Grande Indústria, mas tem quase a totalidade do peso para o que cá se faz - bandas, equipamentos, eventos, ...
Somos um mercado ainda "fechado", muito virado para dentro, sem escala... As duas maiores cidades, Porto e Lisboa, já vendem a turistas. Posso falar do que sei e sei das lojas do Porto, onde regularmente vou e vejo turistas a entrar e comprar.
Um evento destes foi pensado precisamente para mercados marginais, este dia tem nove anos... as lojas, bandas, editoras, ... mais independentes aproveitaram para criar um evento onde se podiam mostrar e valorizar. Hoje as grandes editoras aproveitam tudo e enchem as fábrias de vinil com encomendas. Os pequenos não conseguem colocar as encomendas e por consequência os produtos nas estantes.
Fica uma amostra: "In 2009, Jesse "Boots Electric" Hughes (Eagles of Death Metal) declared himself the "Record Store Day Ambassador" as a way of shouting out how important the stores were to artists and since then Joshua Homme (Eagles of Death Metal, Them Crooked Vultures, Queens of the Stone Age), Ozzy Osbourne, Iggy Pop, Jack White, Chuck D and Dave Grohl have worn the ceremonial sash. For 2016, that sash is based to Metallica, as a way to officially mark their involvement with Record Store Day and support of independent record stores."
Eu pessoalmente não conto andar pelas lojas neste dia, mas o desenvolvimento deste acontecimento encaixa bem neste tópico! Tudo em volta do vinil cresceu e nem se fala das edições especiais em CD... Incrível!
Acho que a questão vai para além das capacidades económicas. Aqui as escolas públicas têm coro, orquestra e banda (a primária dos meus filhos até tem um grupo de sinos como este), no 4º ano todas as crianças aprendem um instrumento de sopro (metais), os municípios oferecem aulas de instrumento a preços simbólicos e há mais de 60 orchestras e óperas. As igrejas principais e os colégios universitários têm coros semi-profissionais, os órgãos são tocados regularmente por instrumentistas itinerantes e promovem recitais de instrumento solo ou pequenos grupos... Há uma cultura musical.
Boa noite!
Dois dia cheios de trabalho e nem consegui escrever aqui como queria, mas agora que coloquei o assado no forno posso.
O Ricardo diz, e bem, que a questão vai para lá das capacidades económicas, o que o Ricardo não explicou é como é que pensa o desenvolvimento de uma Cultura separado do desenvolvimento da Economia.
Bem, eu no secundário estudei Economia e com quinze anos, na primeira aula da disciplina de Economia, o professor disse algo como isto: tudo na vida é Economia.
A frase pode parecer exagerada, talvez seja, mas a explicação veio logo depois e o que referia era algo tão simples como: até andar de um lado para o outro, gastar as solas dos sapatos, é promover a Economia. Sapatos gastos são sinónimo de necessidade de sapats novos. Ora sapatos novos representam indústria, mão-de-obra, ... Economia!
Este é um dos poucos professores que me marcou, a frase anda sempre comigo e hoje percebo melhor do que naquela altura o que representa.
Em relação à presença da Música nas Escolas e na vida das crianças muito há a dizer, mas creio que sabe a razão de se leccionar Flauta e não outra coisa... é isso mesmo, Economia!!!
Há formas de contornar isso aqui, eu com cinco anos comecei a aprender a tocar vários instrumentos e não paguei nada, foi assim:
O Ricardo pode gostar ou não gostar do movimento em causa, mas a mim deu-me muito. Com os mesmo seis anos estava num Acampamento Internacional e não paguei nada... parte porque andávamos a tocar pela Freguesia...
No final do Sexto ano de escolaridade todos os alunos da Escola em que andei iam/vão passar um dia ao Conservatório de Música que há dentro de muros - CCM (Centro de Cultura Musical) e ARTAVE (ESCOLA PROFISSIONAL ARTÍSTICA DO VALE DO AVE).
Claro que depois as crianças e pais decidem se continuam o ensino dito normal ou seguem na ARTAVE, onde terão a base de ensino convencional e muitas horas de formação musical... O Custo é pequeno, inicialmente há instrumentos para todos, mas depois é preciso comprar para praticar em casa e tal...
Gostava ainda de fazer uma referência aos muitos grupos de Folclore, que são verdadeiras escolas de Música e grátis...
Mas não é a mesma coisa...
Pois não é a mesma coisa, mas se fosse Portugal não era muito mais pobre do que Inglaterra e não o era Historicamente.
Eu passei um mês em Londres e convivi com pessoas que tentavam ganhar a vida tocando e cantando... Ópera grátis ou em troca de moedas em Covent Graden? Música na rua com cones de perigo? Sapateado? ...
Sim, tudo isso! Mas lá era normal e as moedas eram muitas vezes suficientes para pagar a semana de renda!!!
Como pode ver, eu compreendo que aí se esteja melhor em termos Culturais para certos gostos, mas aqui não estamos assim tão mal.
Nunca olhei para Portugal como um país miserável, mas tive todas as razões para o fazer... aprendi a olhar para a nossa singularidade, que é tão "singular" como a de qualquer outro país.
Isto também tem relação com o vinil... aqui nunca morreu, mas entrou muito menos e as razões foram muitas... mas há como negar as Económicas provocadas pelas privações pré 74 e que ainda hoje se notam?
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 20:56
Só para verem a loucura dos discos, aqui em Inglaterra até o queijo já é audiófilo de 180 ou 200 gramas.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 20:59
Até para mim que não gosto de queijo...
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 21:02
José Miguel escreveu:
...que não gosto de queijo...
Que blasfémia...
De ir ás nuvens.
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ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 21:05
Isso não se faz...
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 21:07
José Miguel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
José Miguel escreveu:
É tudo verdade Ricardo, se me permite acrescentaria que a questão Cultural está intimamente ligada a questões Económicas (macro) e financeiras (micro).
O mercado português não terá peso para as contas da Grande Indústria, mas tem quase a totalidade do peso para o que cá se faz - bandas, equipamentos, eventos, ...
Somos um mercado ainda "fechado", muito virado para dentro, sem escala... As duas maiores cidades, Porto e Lisboa, já vendem a turistas. Posso falar do que sei e sei das lojas do Porto, onde regularmente vou e vejo turistas a entrar e comprar.
Um evento destes foi pensado precisamente para mercados marginais, este dia tem nove anos... as lojas, bandas, editoras, ... mais independentes aproveitaram para criar um evento onde se podiam mostrar e valorizar. Hoje as grandes editoras aproveitam tudo e enchem as fábrias de vinil com encomendas. Os pequenos não conseguem colocar as encomendas e por consequência os produtos nas estantes.
Fica uma amostra: "In 2009, Jesse "Boots Electric" Hughes (Eagles of Death Metal) declared himself the "Record Store Day Ambassador" as a way of shouting out how important the stores were to artists and since then Joshua Homme (Eagles of Death Metal, Them Crooked Vultures, Queens of the Stone Age), Ozzy Osbourne, Iggy Pop, Jack White, Chuck D and Dave Grohl have worn the ceremonial sash. For 2016, that sash is based to Metallica, as a way to officially mark their involvement with Record Store Day and support of independent record stores."
Eu pessoalmente não conto andar pelas lojas neste dia, mas o desenvolvimento deste acontecimento encaixa bem neste tópico! Tudo em volta do vinil cresceu e nem se fala das edições especiais em CD... Incrível!
Acho que a questão vai para além das capacidades económicas. Aqui as escolas públicas têm coro, orquestra e banda (a primária dos meus filhos até tem um grupo de sinos como este), no 4º ano todas as crianças aprendem um instrumento de sopro (metais), os municípios oferecem aulas de instrumento a preços simbólicos e há mais de 60 orchestras e óperas. As igrejas principais e os colégios universitários têm coros semi-profissionais, os órgãos são tocados regularmente por instrumentistas itinerantes e promovem recitais de instrumento solo ou pequenos grupos... Há uma cultura musical.
Boa noite!
Dois dia cheios de trabalho e nem consegui escrever aqui como queria, mas agora que coloquei o assado no forno posso.
O Ricardo diz, e bem, que a questão vai para lá das capacidades económicas, o que o Ricardo não explicou é como é que pensa o desenvolvimento de uma Cultura separado do desenvolvimento da Economia.
Bem, eu no secundário estudei Economia e com quinze anos, na primeira aula da disciplina de Economia, o professor disse algo como isto: tudo na vida é Economia.
A frase pode parecer exagerada, talvez seja, mas a explicação veio logo depois e o que referia era algo tão simples como: até andar de um lado para o outro, gastar as solas dos sapatos, é promover a Economia. Sapatos gastos são sinónimo de necessidade de sapats novos. Ora sapatos novos representam indústria, mão-de-obra, ... Economia!
Este é um dos poucos professores que me marcou, a frase anda sempre comigo e hoje percebo melhor do que naquela altura o que representa.
Em relação à presença da Música nas Escolas e na vida das crianças muito há a dizer, mas creio que sabe a razão de se leccionar Flauta e não outra coisa... é isso mesmo, Economia!!!
Há formas de contornar isso aqui, eu com cinco anos comecei a aprender a tocar vários instrumentos e não paguei nada, foi assim:
O Ricardo pode gostar ou não gostar do movimento em causa, mas a mim deu-me muito. Com os mesmo seis anos estava num Acampamento Internacional e não paguei nada... parte porque andávamos a tocar pela Freguesia...
No final do Sexto ano de escolaridade todos os alunos da Escola em que andei iam/vão passar um dia ao Conservatório de Música que há dentro de muros - CCM (Centro de Cultura Musical) e ARTAVE (ESCOLA PROFISSIONAL ARTÍSTICA DO VALE DO AVE).
Claro que depois as crianças e pais decidem se continuam o ensino dito normal ou seguem na ARTAVE, onde terão a base de ensino convencional e muitas horas de formação musical... O Custo é pequeno, inicialmente há instrumentos para todos, mas depois é preciso comprar para praticar em casa e tal...
Gostava ainda de fazer uma referência aos muitos grupos de Folclore, que são verdadeiras escolas de Música e grátis...
Mas não é a mesma coisa...
Pois não é a mesma coisa, mas se fosse Portugal não era muito mais pobre do que Inglaterra e não o era Historicamente.
Eu passei um mês em Londres e convivi com pessoas que tentavam ganhar a vida tocando e cantando... Ópera grátis ou em troca de moedas em Covent Graden? Música na rua com cones de perigo? Sapateado? ...
Sim, tudo isso! Mas lá era normal e as moedas eram muitas vezes suficientes para pagar a semana de renda!!!
Como pode ver, eu compreendo que aí se esteja melhor em termos Culturais para certos gostos, mas aqui não estamos assim tão mal.
Nunca olhei para Portugal como um país miserável, mas tive todas as razões para o fazer... aprendi a olhar para a nossa singularidade, que é tão "singular" como a de qualquer outro país.
Isto também tem relação com o vinil... aqui nunca morreu, mas entrou muito menos e as razões foram muitas... mas há como negar as Económicas provocadas pelas privações pré 74 e que ainda hoje se notam?
Por esse prisma concordo que também seja parcialmente uma questão económica mas na minha opinião é acima de tudo uma questão cultural. O orçamento de estado do R.U. é muitas vezes superior ao de Portugal mas apesar de tudo, da crise económica e das dívidas, Portugal não é um país pobre. Sei disso porque já visitei alguns...
Para mim trata-se de uma questão cultural que atinge a sociedade transversalmente e que irremediavelmente afecta as decisões políticas dos nossos governantes. Uma das coisas que mais me impressionou desde que estou aqui é o respeito pelo dinheiro público, a discussão pública das estratégias futuras e a participação dos cidadãos nas decisões, tanto a nível local como nacional.
R
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 21:08
ricardo onga-ku escreveu:
Isso não se faz...
E até te posso dizer que o melhor queijo de Azeitão e que há dois anos ganhou o prémio de melhor queijo do mundo num concurso em Inglaterra, é meu vizinho e amigo.
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Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 21:24
António José da Silva escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Isso não se faz...
E até te posso dizer que o melhor queijo de Azeitão e que há dois anos ganhou o prémio de melhor queijo do mundo num concurso em Inglaterra, é meu vizinho e amigo.
a ver se metes umas coisas dessas nos sorteios...
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 21:25
Milton escreveu:
António José da Silva escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Isso não se faz...
E até te posso dizer que o melhor queijo de Azeitão e que há dois anos ganhou o prémio de melhor queijo do mundo num concurso em Inglaterra, é meu vizinho e amigo.
a ver se metes umas coisas dessas nos sorteios...
Cheira mal, não presta.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 21:51
ricardo onga-ku escreveu:
Por esse prisma concordo que também seja parcialmente uma questão económica mas na minha opinião é acima de tudo uma questão cultural. O orçamento de estado do R.U. é muitas vezes superior ao de Portugal mas apesar de tudo, da crise económica e das dívidas, Portugal não é um país pobre. Sei disso porque já visitei alguns...
Para mim trata-se de uma questão cultural que atinge a sociedade transversalmente e que irremediavelmente afecta as decisões políticas dos nossos governantes. Uma das coisas que mais me impressionou desde que estou aqui é o respeito pelo dinheiro público, a discussão pública das estratégias futuras e a participação dos cidadãos nas decisões, tanto a nível local como nacional.
R
Eu não deixo de olhar para a questão Cultural como o Ricardo e tem razão... Portugal não é assim tão pobre, mas está longe de ser rico! Uma visita ao Norte de África, aqui ao lado, revela bem de onde vimos e onde estamos. A Europa é o Continente mais pobre em recursos, mas o mais rico a consumir...
Isto para dizer que a questão que coloca é fundamental, é mais do que Política, é Social!!! Temos como dirigentes as pessoas que são o nosso (Sociedade) reflexo, mas também é verdade que um certo "chico-espertismo" é mais comum a Sul do que a Norte - falo do Planeta.
Creio que não é coincidência e creio que tudo está ligado... mesmo a forma como se encara o trabalho é um exemplo. O desenvolvimento de um País, Sociedade, Cultura tem muitas variantes e muitos factores a concorrer para, a Economia é um desses aspectos.
Para não chatear mais com isto... nada do que eu disse invalida o facto de conseguirmos evoluir e infelizmente nem sempre há vontade para isso. Os bons exemplo andam ao nosso lado e muitas vezes preferimos ignorar, seguindo um caminho cheio de "desculpas". Não quero que entenda que "desculpo" a nossa (Portuguesa) situação, mas sei e vivi muita coisa boa, há mesmo muita coisa boa neste cantinho, pessoas boas neste cantinho!
Agora que elogiei...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 21:55
Milton escreveu:
António José da Silva escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Isso não se faz...
E até te posso dizer que o melhor queijo de Azeitão e que há dois anos ganhou o prémio de melhor queijo do mundo num concurso em Inglaterra, é meu vizinho e amigo.
a ver se metes umas coisas dessas nos sorteios...
Eu não gosto muito de queijo, só mesmo passado pelo forno... Mas de onde veio esse queijo talvez possa vir...
Sei lá, um Javali assado!?!?!
Prefiro Javali assado no Sorteio do Fórum e que me saia a mim que eu partilharei convosco!
Porco preto também pode ser... e ficam com o queijo!
Petrus Membro AAP
Mensagens : 836 Data de inscrição : 26/12/2015 Idade : 41 Localização : Vendas Novas
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 22:49
Fogo, andam todos cheios de fome ou é só impressão minha?! Em relação a sorteios com artigos gastronómicos não era mal pensado, mas ficava melhor um sorteio em que se designa o local ou ponto de encontro para um banquete musico/gastronómico com a malta do AAP.
Quer-me parecer que já tinha proposto algo deste género, mas a quem foi ???
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Abr 17 2016, 23:03
José Miguel escreveu:
ricardo onga-ku escreveu:
Por esse prisma concordo que também seja parcialmente uma questão económica mas na minha opinião é acima de tudo uma questão cultural. O orçamento de estado do R.U. é muitas vezes superior ao de Portugal mas apesar de tudo, da crise económica e das dívidas, Portugal não é um país pobre. Sei disso porque já visitei alguns...
Para mim trata-se de uma questão cultural que atinge a sociedade transversalmente e que irremediavelmente afecta as decisões políticas dos nossos governantes. Uma das coisas que mais me impressionou desde que estou aqui é o respeito pelo dinheiro público, a discussão pública das estratégias futuras e a participação dos cidadãos nas decisões, tanto a nível local como nacional.
R
Eu não deixo de olhar para a questão Cultural como o Ricardo e tem razão... Portugal não é assim tão pobre, mas está longe de ser rico! Uma visita ao Norte de África, aqui ao lado, revela bem de onde vimos e onde estamos. A Europa é o Continente mais pobre em recursos, mas o mais rico a consumir...
Isto para dizer que a questão que coloca é fundamental, é mais do que Política, é Social!!! Temos como dirigentes as pessoas que são o nosso (Sociedade) reflexo, mas também é verdade que um certo "chico-espertismo" é mais comum a Sul do que a Norte - falo do Planeta.
Creio que não é coincidência e creio que tudo está ligado... mesmo a forma como se encara o trabalho é um exemplo. O desenvolvimento de um País, Sociedade, Cultura tem muitas variantes e muitos factores a concorrer para, a Economia é um desses aspectos.
Para não chatear mais com isto... nada do que eu disse invalida o facto de conseguirmos evoluir e infelizmente nem sempre há vontade para isso. Os bons exemplo andam ao nosso lado e muitas vezes preferimos ignorar, seguindo um caminho cheio de "desculpas". Não quero que entenda que "desculpo" a nossa (Portuguesa) situação, mas sei e vivi muita coisa boa, há mesmo muita coisa boa neste cantinho, pessoas boas neste cantinho!
Agora que elogiei...
Aí concordo, há pessoas boas em Portugal.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Sáb Jun 18 2016, 06:48
E continua a ser um nicho de mercado, fará se não fosse...
"Vinyl record sales in 2015 brought in more revenue than YouTube."
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
Assunto: Re: ...e, não morre... Sex Jun 24 2016, 00:21
Uma apresentação de slides muito interessante duma empresa que queria fazer novas prensas e recorreu ao crowdfunding infelizmente com mau resultado. https://www.crowdfunder.com/lonsberry-engineering-llc/invest
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: ...e, não morre... Qui Nov 03 2016, 15:26
António José da Silva escreveu:
Tenho que mudar o nome do tópico para, cada vez mais vivo". http://www.analogplanet.com/content/start-presses-pheenix-alpha-rises-toolex-alphas-ashes#cEVSKLqvbLZqvczd.97
Extracto do texto em questão: ... Poblenz is not an audiophile and takes no position on vinyl's superiority."But", he says, " I'm glad that there are those who think that vinyl sounds better." (The original story from which this is taken, was written by Goran Jonsson).
Penso que esta frase resume bem as convições e a paixão, dos que produzem vinilos actualmente !!!
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Qui Nov 03 2016, 15:27
TD124 escreveu:
António José da Silva escreveu:
Tenho que mudar o nome do tópico para, cada vez mais vivo". http://www.analogplanet.com/content/start-presses-pheenix-alpha-rises-toolex-alphas-ashes#cEVSKLqvbLZqvczd.97
Extracto do texto em questão: ... Poblenz is not an audiophile and takes no position on vinyl's superiority."But", he says, " I'm glad that there are those who think that vinyl sounds better." (The original story from which this is taken, was written by Goran Jonsson).
Penso que esta frase resume bem as convições e a paixão, dos que produzem vinilos actualmente !!!
Podem pensar como bem lhes apraz...
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Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: ...e, não morre... Qui Nov 03 2016, 15:45
António José da Silva escreveu:
Tenho que mudar o nome do tópico para, cada vez mais vivo".
Não tenhas dúvidas. Basta ver as "velhas" grandes senhoras da indústria Áudio a voltarem a tirar os seus "velhos" coelhos da cartola (leia-se giras) Não o fariam se a coisa não estivesse viva e bem viva
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 01:41
E é altura de dizer que o CD já está a ver o vinil pelo canudo.
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mango Membro AAP
Mensagens : 647 Data de inscrição : 04/10/2010
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 09:42
Deixem-me só fazer aqui um paralelo com o que se passa actualmente na fotografia analógica porque acho que são dois "fenómenos" semelhantes...desde há uns anos também há um certo "revivalismo" e mesmo maquinas que pouco ou nada valiam há pouco tempo têm subido em flecha devido ao aumento da procura, mas curiosamente os sinais dos grandes fabricantes de rolos, como a Fujifilm, são claros com os constantes anúncios de rolos descontinuados. Já para não falar na Kodak que faliu completamente e o nome subsiste graças a alguns investidores. Mas paradoxalmente, e agora falo daquilo que conheço em Portugal a nível amador, o mercado tem sido fomentado por preços de rolos profissionais muito acessíveis (aqueles que pelo menos continuam a ser produzidos) e algumas lojas a fazer revelações a preços simbólicos também, onde o business model vira-se mais para workshops, revenda de maquinas e afins. Consigo comprar Ilford FP4+, HP5, TriX, slides à volta de 5 euros o rolo...a margem é diminuta (refiro-me aqui a 35mm, 120 é sensivelmente o mesmo preço mas um terço dos fotogramas). Contudo a linha que separa este "experimentalismo" e a desilusão é muito ténue. O filme tem muitas vantagens sem duvida mas é preciso saber tirar partido disso. E é preciso ter material para isso. Podemos tambem olhar por exemplo para a ultima Guerra das Estrelas filmada inteiramente em película Kodak como um sinal de resistência...à partida poderia dizer-se que é um sinal de relevo para o mercado mas a esmagadora maioria vai continuar a investir no digital. E o filme dá uma trabalheira...isto numa época do plug and play, comodismo, Instagram e afins há quase uma dose masoquista nisto tudo. Os hipsters de maquina Nikon ao pescoço para condizer com a barba e o casaco comprado em segunda mao na feira da ladra estão fora disto...
IMO, este "revivalismo" do vinil vai um pouco de encontro a isto. Há muita gente que decide "experimentar" mas cedo se desilude, ou porque as prensagens recentes lançadas no mercado não são de facto as melhores, ou porque as edições antigas (e boas) que ate há pouco tempo eram muito acessiveis estão inflacionadas pelo excesso de procura, ou porque o prato não é dos melhores, ou porque se decidiu que qualquer célula dava para o efeito...nunca é só um factor, é um conjunto deles e se juntarmos o facto de realmente as condições económicas no nosso pais continuam a não ser as melhores e as pessoas não estarem dispostas a investir 40 ou 50 euros numa boa prensagem, mais cedo ou mais tarde esta tendência de crescimento vai reverter novamente.
Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 10:33
mango escreveu:
Deixem-me só fazer aqui um paralelo com o que se passa actualmente na fotografia analógica porque acho que são dois "fenómenos" semelhantes...desde há uns anos também há um certo "revivalismo" e mesmo maquinas que pouco ou nada valiam há pouco tempo têm subido em flecha devido ao aumento da procura, mas curiosamente os sinais dos grandes fabricantes de rolos, como a Fujifilm, são claros com os constantes anúncios de rolos descontinuados. Já para não falar na Kodak que faliu completamente e o nome subsiste graças a alguns investidores. Mas paradoxalmente, e agora falo daquilo que conheço em Portugal a nível amador, o mercado tem sido fomentado por preços de rolos profissionais muito acessíveis (aqueles que pelo menos continuam a ser produzidos) e algumas lojas a fazer revelações a preços simbólicos também, onde o business model vira-se mais para workshops, revenda de maquinas e afins. Consigo comprar Ilford FP4+, HP5, TriX, slides à volta de 5 euros o rolo...a margem é diminuta (refiro-me aqui a 35mm, 120 é sensivelmente o mesmo preço mas um terço dos fotogramas). Contudo a linha que separa este "experimentalismo" e a desilusão é muito ténue. O filme tem muitas vantagens sem duvida mas é preciso saber tirar partido disso. E é preciso ter material para isso. Podemos tambem olhar por exemplo para a ultima Guerra das Estrelas filmada inteiramente em película Kodak como um sinal de resistência...à partida poderia dizer-se que é um sinal de relevo para o mercado mas a esmagadora maioria vai continuar a investir no digital. E o filme dá uma trabalheira...isto numa época do plug and play, comodismo, Instagram e afins há quase uma dose masoquista nisto tudo. Os hipsters de maquina Nikon ao pescoço para condizer com a barba e o casaco comprado em segunda mao na feira da ladra estão fora disto...
IMO, este "revivalismo" do vinil vai um pouco de encontro a isto. Há muita gente que decide "experimentar" mas cedo se desilude, ou porque as prensagens recentes lançadas no mercado não são de facto as melhores, ou porque as edições antigas (e boas) que ate há pouco tempo eram muito acessiveis estão inflacionadas pelo excesso de procura, ou porque o prato não é dos melhores, ou porque se decidiu que qualquer célula dava para o efeito...nunca é só um factor, é um conjunto deles e se juntarmos o facto de realmente as condições económicas no nosso pais continuam a não ser as melhores e as pessoas não estarem dispostas a investir 40 ou 50 euros numa boa prensagem, mais cedo ou mais tarde esta tendência de crescimento vai reverter novamente.
De uma forma geral estou de acordo, com esta reflexão. Considero contudo, que o comparativo e a discussão entre filme analógico na fotografia/cinema e captação de imagem digital, em termos do que é melhor ou pior, é ligeiramente diferente do comparativo e da discussão entre som analógico (vinil/fita magnética) e som digital, no mesmo sentido do que é melhor ou pior.
Todavia, no final, vai tudo dar ao mesmo caminho. O custo final do produto e a rentabilidade que hoje em dia se retira de um e de outro em termos de «mainstream», volume de vendas e mercado de massas. Ou seja o sentido economicista da coisa, em vez do sentido do interesse/necessidade do consumidor. Há praticamente uma unanimidade de profissionais da imagem a afirmarem a preferirem - esteticamente e na visão plástica - a imagem analógica em relação à imagem digital. O mesmo já não se passa, com tanta unanimidade entre som analógico e som digital.
Pessoalmente não considero que a actual produção de vinil seja pior ou esteja empobrecida, relativamente ao passado. Para aqueles cuja juventude já decorre há mais tempo, como eu, lembramos-nos bem das me$&as que se vendiam no passado. Assim, não me parece que hoje seja melhor ou pior do que antigamente. É a mesma coisa e sempre houve agiotas. A diferença está que a nenhum agiota do passado lhe passou pela cabeça custar um LP 0,50 €, há 40 e mais anos, e hoje, o mesmo LP, poder ser vendido a 20 e mais euros. Uma boa prensagem da MOFI pode custar 60 / 70 / 80 e mais, o que é um absurdo, mesmo considerando limitações de tiragem.
São estes "abusos" que eu temo no futuro do vinil, mesmo agora estando este em moda e em crescendo de vendas.
Não entrando em discussão do que é melhor ou pior, o certo é que eu gosto de ouvir um disco de vinil. Gosto daquele ritual de colocar o disco no gira discos, Gosto do contacto mais físico com o equipamento. Gosto, gosto gosto...
Tenho todo o direito de aceder ao meu prazer - que não faz mal nem colide com a liberdade de ninguém - sem que me assaltem a algibeira
mango Membro AAP
Mensagens : 647 Data de inscrição : 04/10/2010
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 11:17
14 anos separam-me do amigo Goansipife e de facto há aqui uma percepção geracional,IMO, que tem que ser tida em conta mais não seja para ajudar um pouco a "ler" melhor o contexto. Em abono da verdade isto é daqueles tópicos que caía bem numa mesa redonda de um PortugAudio...receio que promover o vinil de forma sustentada não ira ser tarefa facil.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 11:41
mango escreveu:
14 anos separam-me do amigo Goansipife...
No meu caso são uns 20.
"o certo é que eu gosto de ouvir um disco de vinil. Gosto daquele ritual de colocar o disco no gira discos, Gosto do contacto mais físico com o equipamento. Gosto, gosto gosto..."
A frase merece ser emoldurada.
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If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...
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mango Membro AAP
Mensagens : 647 Data de inscrição : 04/10/2010
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 11:52
Mas...já estas com 77?
Isso explica muita coisa...
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 11:59
mango escreveu:
Mas...já estas com 77?
Isso explica muita coisa...
Nada disso, o cota tem 57 e eu uns 37 (bem medidos).
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Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 12:12
António José da Silva escreveu:
mango escreveu:
Mas...já estas com 77?
Isso explica muita coisa...
Nada disso, o cota tem 57 e eu uns 37 (bem medidos).
Em cada pé?
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 13:01
Antes que questionem a minha sanidade mental, vou já explicar a razão de colocar a imagem dessa notícia do Jornal de ontem.
Todos aprendemos, desde 2008, o que significa o termo "bolha" para a Economia e para cada um de nós. O Mercado Financeiro e o Mercado Imobiliário foram de tal forma puxados para cima de forma artificial que um dia a "bolha" rebentou. As pessoas já não tinham dinheiro para responder aos preços super-inflacionados, mas a sede de lucro falava mais alto - toda a gente sabe que o Homem morre mais depressa de sede do que de fome...
Pois bem, ontem olhamos para essa notícia e sorrimos, já sentimos isso na pele e não encerrava nenhuma novidade. É triste ver a nossa querida cidade (à imagem de Lisboa...) ser transformada num gigantesco hotel para quem passa. A "bolha" já se faz sentir, mas ainda não atingiu os limites de ruptura.
(...)
Continuaria com gosto a falar dos problemas e qualidade do Porto, mas o que interessa é falar do Vinil que não morre. Todavia ele está a ser falsamente alimentado, o número de vendas disparou, é certo, mas quem segue atentamente uma qualquer loja reparará que a procura não está a acompanhar a oferta... no Mercado de Usados os preços especulativos e artificialmente altos podem enganar alguns, mas não enganam todos. Alimentam a ideia que se está a comprar uma "raridade", mas não é bem assim - as primeiras edições ou edições especiais são um tema de outra Natureza, puro coleccionismo.
O Mercado é cíclico e os usados não desapareceram todos ou foram comprados de ontem para hoje, então não tarda e poderemos voltar a comprar um álbum usado até cinco euros em bom estado - era assim o Mercado quando começamos em 2009/2010.
Os novos lançamentos são um tema muito complexo, no que toca à questão da Qualidade concordo com o que disse o Gonçalo - hoje temos boa e má, como havia nos idos de 70. A Quantidade é outra questão... mesmo com números baixos (poucos exemplares prensados) vemos as lojas a vender/tentar vender a preços que configuram práticas pouco simpáticas, para não falar que edições de álbuns recentes não vendem assim tanto - estarão os amantes do vinil viciados na Música de "ontem"? Há um fenómeno curioso... pequenas editoras dizem da sua obra esgotada e no mesmo dia vamos ao discogs e aparecem lá selados disponíveis - mais caros. Uma muito pequena mensagem a pedir mais do que um álbum recebe resposta afirmativa - eu e um amigo já fizemos isto. Pois é, as editoras estão a vender de várias formas... (o Mercado de Arte (quadros e esculturas) também funciona assim, eu e a Luciana já vimos armazéns cheios e ouvimos a explicação: guarda-se para se manter os preços lá fora...)
O vinil de facto não morre, mas a Sociedade que o alimenta não está nada melhor... nos idos de 70 paletes de LPs eram destruídas para manter artificialmente os preços e bandas lá em cima, criou-se uma "bolha", espero que não se faça o mesmo.
É triste, porque o que está gravado num LP, CD, Cassete ou outro formato é uma forma de Expressão Artística... mas isso sou eu que ainda penso que a Arte tem uma função qualquer entre nós...
É como os Centros das Cidades, quando desumanizados de que interessam?!? Fachadas serão sempre fachadas...
Também adoro o ritual do vinil: ligar o amplificador e ouvir aquele click que me diz que está pronto, escolher um álbum e retirar a rodela preta para a colocar a rodar, descer o braço lentamente, sentar-me e ouvir... pensar no que está para ali a ser dito/tocado... é mesmo bom e digo ainda mais: obriga-nos a descer a um ritmo que me parece bem mais de acordo com o nosso pobre corpo.
Não quero pintar um cenário negro, até gosto do vinil preto e brilhante, mas cabe a cada um de nós dividir a Informação da Desinformação/Propaganda/Intoxicação.
ps.: não vou falar de como está o Mercado de aparelhos em volta do vinil, porque nos usados anda mesmo tudo maluco.
mango Membro AAP
Mensagens : 647 Data de inscrição : 04/10/2010
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 13:36
Acho que levantas aí questões muito pertinentes, e daí eu falar em sustentabilidade, que nem sempre anda de mãos dadas com as leis de mercado de hoje em dia, ou talvez as de sempre... Acho que reduzir toda esta questão a uma questão pessoal é olhar para a arvore e não ver a floresta. Até porque mais a mais todos partilhamos desse gosto pelo ritual, pela gama dinâmica diferente e tudo o que o vinil tem de diferente e bom...mas a sustentabilidade assenta em mais que isso. Engraçado que toques no ponto da preferência pela "musica de ontem"...isso é uma daquelas coisas que concordo plenamente e basta veres as nossas paginas aqui no fórum. Acho que também não tem uma única explicação mas sim varias.
antpaubarcar Membro AAP
Mensagens : 1001 Data de inscrição : 20/12/2013
Assunto: Re: ...e, não morre... Ter Nov 22 2016, 17:54
Boas a todos,
Sem querer entrar em grandes considerações, se bem me lembro, ''os cinzentos'' de um rolo de slides eram o valor de afinação de tudo o que tinha a ver em imagem...e evidente que o revivalismo aumentou os preços e, no ebay, quanto mais se procura, mais o preço aumenta... Mas, apesar de tudo, continuo a utilizar as minhas analógicas pentax + olympus e nikon, o resto era e é paisagem...
ricardo onga-ku Membro AAP
Mensagens : 6017 Data de inscrição : 02/01/2012 Localização : Terra d'Anglos...e Saxões
Assunto: Re: ...e, não morre... Qua Dez 07 2016, 13:13
UK Vinyl album sales out-perform digital downloads for first time ever
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Qua Dez 21 2016, 05:22
Eu sei que as provas da vitalidade do vinil são cada vez mais, mas cá fica mais um dado interessante.
No final dos anos 90, a empresa Rega fabricava uma média de 900 gira-discos por mes, neste momento, e dados recolhidos no fim do mes de Novembro deste ano, esse numero situa-se nuns espantosos 4800 unidades.
É no mínimo incrível.
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Qua Dez 21 2016, 08:38
E mais 10 prensas recuperada e prontas a entrar em acção.
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Fev 26 2017, 20:00
O Vinil está "vivo" e mais uma vez dá provas disso:
Cada um dos vídeos devolve a sua parte de informação. Aqui em casa vive um exemplar da Third Man, não só porque gostamos do trabalho do senhor Jack White, mas porque gostamos da forma como ele e quem o acompanha se envolveu no Universo da Música.
O Mercado será sempre o Mercado e ditará a Sua Lei, mas não custa nada polvilhar tudo (a Vida!) com um pouco de Romantismo.
Ouvir Música pelo Formato Vinil é isso mesmo que diz o senhor White: uma experiência.
Sem mais, porque não interessa agora debater quem leva a medalha, fica a partilha.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Dom Fev 26 2017, 23:41
Tenho que ver isso com calma...no trabalho.
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Sáb Abr 29 2017, 08:35
Leitura que ajudou a passar um bom bocado no trabalho... A ideia eu já conhecia, saber que se espalha é bom - ouvir Música de forma cuidada pode ser uma boa partilha.
As peças usadas nem são do outro mundo, são deste - linha Roksan -, mas já devem permitir boas conversas pós audição.
Talvez se faça por cá um destes dias.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Seg maio 29 2017, 16:48
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Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: ...e, não morre... Seg maio 29 2017, 18:00
Ontem passou mais uma (sim!) reportagem sobre o vinil em Portugal: http://tviplayer.iol.pt/programa/jornal-das-8/53c6b3903004dc006243d0cf/video/592b3e350cf277ced300f0c3
A partir das 1h25m...
Curiosamente encontrei este outro vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=bsbFeymPDcw De 2007!!!
O formato anda ameaçado de morte faz anos e... não morre!
mango Membro AAP
Mensagens : 647 Data de inscrição : 04/10/2010
Assunto: Re: ...e, não morre... Seg maio 29 2017, 18:05
O tema não é propriamente novo...mas sujeitar o material a temperaturas de 79 graus e 70% de humidade relativa para provar que oxida não me parece que recrie as condições em que armazenamos os CDs em casa.
António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
Assunto: Re: ...e, não morre... Seg maio 29 2017, 18:27
mango escreveu:
O tema não é propriamente novo...mas sujeitar o material a temperaturas de 79 graus e 70% de humidade relativa para provar que oxida não me parece que recrie as condições em que armazenamos os CDs em casa.
O vinil não se preocupa com essa condição adversa.
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Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: ...e, não morre... Seg maio 29 2017, 21:45
António José da Silva escreveu:
O vinil não se preocupa com essa condição adversa.
Experimenta submeter o vinil às mesmas condições, para ver o resultado