Cinnamon Ellipticum

Uma pequena tentativa de diário de bordo na aventura das Ellipticum. Deveria ter começado faz algum tempo, mas perco-me no entusiasmo de fazer...

Entregues as primeiras Cassia, ficou logo no ar a obrigatoriedade de explorar um formato mais compacto, sem perder a linha condutora. Já no carro para casa, com muitas horas para pensar, se avizinhava um desafio respeitável: as Cassia rompem com a recente convenção de 'coisas' pequenas (ou pelo menos navegam um certo equilibrio entre o espaço que ocupam e a sua função) por necessidades de performance. Conseguirei incutir a mesma disciplina e estética sonora em algo mais pequeno? Muito mais pequeno?

Começa a demanda por drivers junto do meu fabricante que me permitam cumprir o objectivo. Os médios e altos das Cassia funcionam para o efeito, os dois 15" nem por isso. Vou precisar de algo com mais excursão e maior capacidade térmica para compensar a diferença de área, ao mesmo tempo que mantenho a sensibilidade muito alta.



Eis que temos uma série nova, ainda quente a sair das máquinas, com todas as specs que poderia desejar, cone em papel impregnado, etc. Sinto-me com sorte! Os primeiros testes são reveladores e mui satisfatórios. Apresso-me a fazer as etiquetas para cada driver em madeira, oleada e encerada como manda a lei.


A estrutura das Ellipticum tem que ser mais simultaneamente mais rígida e amortecida para acomodar as maiores vibrações com menos massa global. Tirar as vibrações, em toda a gama de áudio, dos baffles passa a ser o desafio! Repenso e calculo os paineis traseiros, os braços de acoplamento, a alma e o encontro entre todos. O resultado são quantidades absurdas de alumínio, que tiveram que ser penosamente escovados à mão depois de cortados... e ainda serão tratados com uma cera microcristalina, aplicada com algum trabalho de cotovelo.


A madeira teve que subir de densidade para o escalão seguinte.


Mas o maior desafio é sem dúvida a corneta dipolo. Nas Cassia, a corneta utilizada é a fornecida pelo fabricante da unidade AMT. Tem excelentes características que considero absolutamente fundamentais para o meu som, nomeadamente directividade horizontal constante, permite o AMT ir até uns absurdos 1000Hz (cobre mais de 5 oitavas!) e é pouco longa. Mas acho que consigo fazer melhor! Venha a modelação e as horas perdidas a carregar números.


No fim da maratona chego a um perfil misto entre uma esferoide oblongue e uma curva Le Cleac'h na horizontal e um perfil cónico na vertical. Mais sobre isto se houver interesse, mas para já, fica entre mim e o ouvinte... O problema é a fabricação.

A ideia inicial falhou em todos os níveis...

A madeira torna-se complicada de trabalhar para declives da parte cónica, as juntas entre fatias ficam susceptíveis à humidade e iriam estalar a tinta ao fim de algum tempo certamente...

Entra o poderio da industria familiar portuguesa. Fui introduzido a uma empresa a quatro braços, que faz peças absurdamente complexas em compósitos dos mais variados tipos para indústrias como a F1 e alta competição. Et voilá

Sai uma corneta ao fim de umas penosas 16h de maquinação computorizada num polímero de média densidade. Ainda pendendo medição depois de pintado, a distância a ser criticamente amortecido não deve ser grande. O meu entusiasmo segue ao rubro!

O primeiro crossover já canta e espera agora que tudo regresse da pintura para ver se canta bem ou tem que ir à faca...


E o aspecto final (simulado) das Ellipticum que seguem para França dentro de poucas semanas, na bela côr Grau escolhida pelos proprietários



Mais em breve!

Ontem acabei os primeiros painéis traseiros das Ellipticum, ao fim de 5 camadas de óleo dinamarquês, 5 ciclos de lixa 800 e 3 camadas de cera de abelha. Tenho andado a poupar no ginásio e na terapia.

Boa tarde Ricardo!

Permita-me a pergunta: as suas colunas estarão em audição pública algures?

José Miguel escreveu:

Boa tarde Ricardo!

Permita-me a pergunta: as suas colunas estarão em audição pública algures?

Estas (001) vão estar em audição pública no sul de França.

Aqui mais perto de casa, vamos ver, há boas possibilidades mas nada definido ainda.

Já agora, escutas privadas são sempre possíveis!

Enviem-me uma pm e combinamos um dia aqui no topo do monte.

ricardo.canelas escreveu:

Estas (001) vão estar em audição pública no sul de França.

Aqui mais perto de casa, vamos ver, há boas possibilidades mas nada definido ainda.

Confesso a minha curiosidade pelo projecto, não só pelas colunas, o DAC da Cinnamon fica facilmente na memória visual.

Caso necessite de uma sala a Norte avise-me, ainda colocamos a Cinnamon onde já ficou o Arno.

Horns that amplify sound so bold,
Through loudspeakers, their tale is told.
A shape so simple, yet so grand,
They spread the music through the land.

From the trumpet to the saxophone,
The horn's power is well known.
But when it's used to amplify,
The sound can reach the highest sky.

The waves of sound that they create,
Will fill a room, they do not hesitate.
The music flows and fills the air,
And all who hear can't help but stare.

Horns are the voice of every band,
Without them, the sound would not expand.
They amplify the notes so true,
And make the sound so much more new.

So if you ever hear a horn,
Just know that its power was born,
To amplify and spread the sound,
And make the music all around.

ChatGPT, 07/03/2023

Cornetas cornetas.

Nunca falei muito das cornetas quanto às Cassia, porque é um tema complicado. Por um lado, existe uma enorme perda da tradição do uso de cornetas para áudio em casa, com poucas marcas a apostar nisso no mercado aberto. Por outro lado existem anos de uso de caixas e radiadores dinâmicos convencionais e isso deixa a sua marca no discurso quando se fala de soluções alternativas e os seus prós e cons.

Nas Cassia utilizei uma corneta moderna, com perfis de directividade constante (CD) quer na horizontal quer na vertical. A vantagem é que permitem ao AMT ir muito baixo na sua resposta, estando muito bem acoplado com uma impedância acústica bem desenhada, deixando que a sua impedância elétrica seja só resistiva (os nossos amplificadores agradecem) naquilo que é um pequeno passo de mágica. Queria explorar isso melhor com as Ellipticum, não desprezando a caracteristica de dipolo do driver modificado. Os objectivos seriam ter uma resposta polar dipolo em toda a gama de operação (umas absurdas mais de 5 oitavas), apresentar directividade constante como a corneta das Cassia, mas apertar um pouco o padrão de dispersão vertical, compensando a troca de posição do outro driver e a consequente modificação no crossover.

Modelar cornetas é fácil, fazer uma nova e ainda por cima não axi-simétrica com estes parâmetros de utilização... É engenharia. As ferramentas utilizadas foram uma mistura do Hornresp (gratuito e simples de usar) e uma modificação minha a um software que desenvolvo com algumas universidades espalhadas pelo mundo (DualSphysics). A versão aberta funciona principalmente para fluidos newtonianos víscidos, tive que modificar o solver para aceitar velocidades de onda acústicas, densidades 1:1000, viscosidade diferente, etc. Com as duas ferramentas consigo ter uma ideia bem precisa do que se passa em qualquer ponto e do resultado acústico. O Hornresp dá uma resposta acústica, o sph dá uma resposta de campo de pressão e velocidades, refleções, pontos de inflexão e difração, etc (à custa de 32gb de ram e um gpu musculado). Foram 47 iterações completas, onde aprendi algumas lições e onde creio poder assentar algumas ideias para o futuro.

O perfil horizontal final é como referi um compósito entre uma esferoide oblongue e uma curva Le Cleac'h. As razões são as mesmas: permitem-me atingir CD a quase 90º dos 1K aos 20K Hz, o enrolar da corneta pemite um blend super saudável com a radiação traseira do driver AMT, essencial para o comportamento dipolo a cobrir um espectro tão largo. A garganta tem o mesmo tipo de estrangulamento suave que a corneta das Cassia, um componente importante no 'carregamento' do driver para que ele nunca entre em roda viva a tão baixas frequências.

Com a geometria fechada, a fabricação foi mais complicada (e cara) que o previsto, mas o resultado final creio que vá ser muito apelativo. As propriedades do polímero são basicamente perfeitas para aplicações acústicas, é um poço de energia como há poucos com este tipo de densidade.




A oficina de pintura respeitou a palete da Audio&Cie com suplesse e o resultado com o alumínio escovado encanta-me. Passará certamente a ser uma cor base da oferta!

A abertura made by ChatGPT tem muita graça e vem mesmo a calhar. O Ricardo acaba de mostrar mais um pedacinho do seu esforço para que os produtos que saem da sua mente resultem da melhor forma neste mundo físico.

Por vezes pergunta-se (de forma excessiva) pelos valores praticados aquando da venda dos produtos, espero que as pessoas leiam e compreendam quanto vale o tempo dedicado a investigação. É um gosto poder acompanhar o processo pela frincha que nos deixa aberta.

ricardo.canelas escreveu:

...

From the trumpet to the saxophone,
The horn's power is well known.
But when it's used to amplify,
The sound can reach the highest sky.

ChatGPT, 07/03/2023

Nunca falei muito das cornetas quanto às Cassia, porque é um tema complicado. Por um lado, existe uma enorme perda da tradição do uso de cornetas para áudio em casa, com poucas marcas a apostar nisso no mercado aberto...!

Não tenho tido tempo para participar e vejo que o topico jà anda avançado! Antes de tudo, acho que o ChatGPT é audiofilo! Escrever um poema assim sobre cornetas não é uma questão de talento mas de paixão

Eu pratiquei as cornetas muito tempo durante os meus early years de audiofilo pois lidei muito com a coluna Onken e as cornetas associadas que eram à escolha do audiofilo consoante a sensibilidade...

Nessa época falava-se de profilos Iwata, Le Cleac'h, Montur, Onken, Goto, Tractrix, Esfericos, hiperbolicos e etc e ainda monocelular, multicelular. Era verdadeiramente um aspecto passionante e complexo na optimisação da coluna Onken, ao qual se juntava a complexidade do filtro de frequências e respectivos ajustes subjectivos...

Confesso que independentemente dos profilos e da qualidade da compressão (driver) sempre achei as cornetas um som projectado e algo artificial, não é por acaso que abandonei esse tipo de colunas. Reconheço-lhes qualidades de rapidez, fineza e precisão mas acompanhados de uma forma de desmaterialisação sonora algo sintética. Talvez isto explique a pouca representação das cornetas no mercado, aliàs, a pouca representação de todas as technologias ditas audiofilas que téem a mania de buscar o desempenho mais do que o equilibrio muitas delas nmho...

Eu trabalho com uma empresa alemã que utilisa cornetas em todas as suas colunas que é a Odeon audio. Penso que todas as tecnologias continuam a existir comercialmente mas com menor visibilidade umas que as outras. Não creio que estas diferentes representações técnicas no mercado estejam ligadas a questões comerciais ou industriais mas essencialmente penso que estão ligadas a questões subjectivas. As cornetas estão historicamente (no audio doméstico) associadas aos SET's por questões de potência e complementaridade subjectiva... ora a necessidade de complementaridade quer dizer também a existência de deficiência(s) subjectivas e a necessidade da sinergia associativa para produzir um equilibrio. Penso que hà tecnologias que serão sempre menos badaladas do que outras simplesmente porque não encontram o seu lugar no coração do consumidor ném nas exigências do mercado moderno da HiFi...

A audiofilia "classica" é uma forma de religião e como tal possui fiéis extremos, ortodoxos e moderados e a cada tipo destes individuos correspondem tecnologias que elas mesmas são o reflexo técnico destas posições. Penso que as cornetas, os SET's, alguns gira-discos, células e acessorios são mais um gimmick extremista do que uma alternativa credivel às tecnologias dominantes, subjectivamente falando... e dai serem menos badaladas, e desejadas! Ora sém desejo não hà mercado do audio

My 5 cents...  

TD124 escreveu:

(...)
A audiofilia "classica" é uma forma de religião e como tal possui fiéis extremos, ortodoxos e moderados e a cada tipo destes individuos correspondem tecnologias que elas mesmas são o reflexo técnico destas posições. Penso que as cornetas, os SET's, alguns gira-discos, células e acessorios são mais um gimmick extremista do que uma alternativa credivel às tecnologias dominantes, subjectivamente falando... e dai serem menos badaladas, e desejadas! Ora sém desejo não hà mercado do audio

My 5 cents...  

Pelo seguimento de um tópico aqui ao lado, o da Ultimate Audio Sessions, fiquei com a ideia que o sistema que mais desejo criou foi o que juntou Avantgarde e Kondo.

Não é sistema para muitos (pelo tamanho ou preço), mas caso fosse possível um em menor escala não faria com que mais seguissem esse caminho? (pergunta retórica)

A informação nas mãos certas pode gerar uma grande onda...

José Miguel escreveu:

TD124 escreveu:

(...)
A audiofilia "classica" é uma forma de religião e como tal possui fiéis extremos, ortodoxos e moderados e a cada tipo destes individuos correspondem tecnologias que elas mesmas são o reflexo técnico destas posições. Penso que as cornetas, os SET's, alguns gira-discos, células e acessorios são mais um gimmick extremista do que uma alternativa credivel às tecnologias dominantes, subjectivamente falando... e dai serem menos badaladas, e desejadas! Ora sém desejo não hà mercado do audio

My 5 cents...  

Pelo seguimento de um tópico aqui ao lado, o da Ultimate Audio Sessions, fiquei com a ideia que o sistema que mais desejo criou foi o que juntou Avantgarde e Kondo.

Não é sistema para muitos (pelo tamanho ou preço), mas caso fosse possível um em menor escala não faria com que mais seguissem esse caminho? (pergunta retórica)

A informação nas mãos certas pode gerar uma grande onda...

A Avantgarde tem muitos utilizadores... Temos alguns aqui no fórum.

A filosofia de cornetas+driver de compressão tradicional é no entanto muito distante daquilo que a Cinnamon explora, por motivos bem definidos na minha cabeça. E resultados aurais também, como o Paulo refere.

José Miguel escreveu:

TD124 escreveu:

(...) Ora sém desejo não hà mercado do audio...

Pelo seguimento de um tópico aqui ao lado, o da Ultimate Audio Sessions, fiquei com a ideia que o sistema que mais desejo criou foi o que juntou Avantgarde e Kondo.

Não é sistema para muitos (pelo tamanho ou preço), mas caso fosse possível um em menor escala não faria com que mais seguissem esse caminho?...

A associação de grandes colunas a corneta com SET's é um dos mitos fundadores da audiofilia classica! As VOT's com cornetas multicelulares da Westrex associadas aos seminais Western Electric (300B) e respectivas copias deram nascimento à escola audiofila japonesa em meados dos anos 60... pareçe-me normal que os produtos modernos que prosseguém essa filosofia sejam desejados... na realidade, diria que eles criam a curiosidade mais do que o desejo pelo que vejo nas vendas, no ocidente pelo menos

A noção de mito fundador, tradições audiofilas e etc leva-me a um paralelo engraçado. Quando cheguei a França em 1989 uma bela refeição tinha como penultimo prato os queijos acompanhados pelo melhor tinto da refeição, esta tradição secular era respeitada por todos. Com os anos a passar, vi os chefs contemporaneos começar a se indignar desta tradição e a clamar que na imensidão dos queijos franceses pouquissimos se casam bem com um tinto e que mesmo o iconico Camembert deveria ser acompanhado por um Champagne no lugar de um branco, mas nunca com um tinto. Actualmente, a maioria das pessoas que conheço, e eu mesmo, não casam os queijos com vinho tinto fora excepção do tipo e cura... e é verdade que o branco sublima o queijo sém se destruir a si proprio, hà uma verdadeira sinergia mutua...

Que haja pessoas na audiofilia que continuam a casar o queijo com o tinto e a gostar é perfeitamente açeitàvel, que digam que é assim que a coisa deve ser feita jà não o é... aliàs, a argumentação de defesa é que é um mito fundador, que sempre foi assim e que sempre serà! Não creio que a miniaturização desses sistemas, fisicamente impossivel pois hà uma frase que diz " o progresso não pode reduzir o comprimento das ondas sonoras" mude o que quer que seja... são as tecnologias mais equilibradas e versateis que se impõem e se vendem melhor!

Mas as cornetas não estão mortas, recebi um par de colunas com cornetas em madeira  

O Paulo conhece muito melhor a história do áudio que eu e viveu alguns episódios dela por dentro - grande vantagem.

Já tentei perceber melhor a origem de algumas das crenças que ocupam as mentes dos Japoneses, independentemente de quem conta as histórias aparece uma forte marca estética - seja pela vontade de mimetizar os grandes auditórios, seja pela vontade de ter um som próximo do "ao vivo" e por isso avassalador em casa (excessivo até), seja pela vontade de aproximação ao período em que foram gravadas as obras que tanto adoram (busca dos anos 50 e 60, por exemplo).
A estética (tipo de som) aparece como mais importante do que a técnica (resultado em fidelidade pura). Vemos os movimentos das cornetas, mas também das enormes colunas em espaços muito pequenos... há de tudo.

Essas colunas que o Paulo mostra fizeram-me pensar nas Amphion, marca de que gosto e não me importava de ter aqui por casa (as pequenas Argon 1 fazem muitas coisas bem). As "wave guides" não são cornetas, não há compressão, mas por vezes penso no seu uso como um piscar de olho a algum público (reforço, mesmo não fazendo o mesmo, ainda que ajudem na directividade e algum controlo de distorção).
Nessas colunas a aplicação é mesmo de corneta?

As cornetas não estão mortas e o Ricardo Canelas já tem duas propostas com o uso delas.

José Miguel escreveu:

... As "wave guides" não são cornetas, não há compressão...

Bom, tecnicamente um "guia de ondas" e uma "corneta acustica" são a mesma coisa Horn / Wave Guide. A maneira como esta se acopla ao diafragma, e o tipo de diafragma (motor de compressão) determinam se hà compressão ou não! Em todos os casos uma corneta ou guia de ondas são transformadores acusticos...

José Miguel escreveu:

... Nessas colunas a aplicação é mesmo de corneta?...

Consoante a tua visão não! È um tweeter com diafragma de 1" carregado por uma corneta circular como na maioria dos casos na alta-fidelidade doméstica Avantgarde incluso e mesmo a Cinnamon, com a diferença que o Ricardo utilisa um driver de tecnologia AMT e profilos não circulares. As cornetas com motor de compressão são praticamente destinadas hoje em dia ao dominio professional, PA em primeiro. Tenho um amigo que tém as Davis Monitor One com uma corneta de alto médio / agudos a compressão mas fora na Klipsh e em alguns tweeters a compressão tornou-se deveras rara, e sém nenhum interesse na alta-fidelidade nmho...

Hoje dia de grande excitação, test fit antes da montagem final. Com direito a mural artístico e tudo.





Tenho uma camera grande formato (8x10"), chapa de vidro. Alemã, anos 20. Todos os parafusos são claramente feitos à mão e todos eles foram criteriosamente alinhados. Desde que via aquela camera faz 13 anos que adoro parafusos alinhados. Finalmente tenho espaço para coçar essa comichão.

ricardo.canelas escreveu:

Hoje dia de grande excitação, test fit antes da montagem final. Com direito a mural artístico e tudo.





Tenho uma camera grande formato (8x10"), chapa de vidro. Alemã, anos 20. Todos os parafusos são claramente feitos à mão e todos eles foram criteriosamente alinhados. Desde que via aquela camera faz 13 anos que adoro parafusos alinhados. Finalmente tenho espaço para coçar essa comichão.

Parabéns Ricardo!

Está brutal

Não há melhor maneira para perceber que uma pessoa é obcecada com o seu trabalho como ver os parafusos todos alinhados na mesma direção... e que aspecto impressionante que as colunas têm!!!

ricardo.canelas escreveu:

Hoje dia de grande excitação, test fit antes da montagem final. Com direito a mural artístico e tudo.


(...)

Parafusos alinhados, só falta o tapete no chão e o tratamento acústico junto aos desenhos do muro.

Perhaps in rhe end the alignment of the drivers is more important than the aligned screw heads

The Ellipticum look great to me and apparently made to match extremely high standards!

Fantástico!

Não sei se já viste, mas estas threads apresentam uma potencial melhoria ao já excelente desempenho do TPL-150H, pode ser que seja do teu interesse:
- https://www.diyaudio.com/community/threads/acoustical-notch-filter-for-tpl-150.359480
- https://che.es/uniforo/viewtopic.php?f=2&t=5663

Passei essas threads a pente fino quando modifiquei o TPL. Depois de medido, decidi nem tentar a abordagem, acho que tem o potencial de comprometer coisas mais importantes do que a rectidão da resposta em frequência.

E um par de dB nessa gama de frequências... dá um toque de magia

Et voilá, as Ellipticum cantam




As primeiras impressões, depois da primeira ronda de afinação, são de dever cumprido. O risco de fazer umas colunas com as minhas especificações e inclinações gerais mas mais pequenas, é grande. Particularmente o risco foca-se na nova corneta e na unidade única e mais pequena de graves.

Tive este fim-de-semana pessoas aqui em casa que acompanham a minha aventura faz algum tempo e a reação foi 'como assim?' A corneta das Ellipticum cumpre o seu dever de um modo particularmente desconcertante no que toca a vozes, levou a episódios de emoção dificil de esconder neste Domingo. A capacidade de reproduzir um tom denso e limpo ao mesmo tempo que materializa uma voz no ar com contornos bem definidos dá-me um prazer a assistir.

A unidade de graves é uma surpresa. Não pode suportar os graves despreocupados e no limite da plausibilidade das Cassia, estamos a falar de quase 1/6 da área radiante... mas coloca todo peso musical que preciso nos seus ombros, com a resolução e rapidez que caracterizam o meu som.

Naquilo que prometo nunca mais voltar a fazer, fica aqui a primeira medição das Ellipticum na minha sala, como sairam do papel, antes da primeira afinação no mundo real. +-3 dB em cima do slope de reposta ideal.



Vou continuar a fazer micro afinações, apreciar e dar a conhecer localmente as Ellipticum enquanto o Paulo me permitir...

Parabéns, é um orgulho ver colunas deste nível criadas em PT.

Como se comporta a nova "corneta" em comparação com as Cassia, que presumo que usem a corneta original do AMT?

ricardo.canelas escreveu:

Et voilá, as Ellipticum cantam




(...)

Vou continuar a fazer micro afinações, apreciar e dar a conhecer localmente as Ellipticum enquanto o Paulo me permitir...

Acompanho o comentário do Neo_2018, é um gosto ver este tipo de coluna ser criada por estes lados!

O Ricardo tem um piso semelhante ao que temos aqui em casa, piso esse que já nos deu o que fazer para equilibrar as colunas... no caso dessas colunas até esse "problema" parece estar bem resolvido, com grande qualidade aparente.

Obrigado!

neo_2018 escreveu:

Como se comporta a nova "corneta" em comparação com as Cassia, que presumo que usem a corneta original do AMT?

As diferenças são subtis, propositadamente. A corneta das Cassia tem todas as propriedades que queria preservar (CD, pouco profunda, inerte) queria levar essas propriedades ao limite apenas, ao mesmo tempo que reforçava a directividade vertical limitada (mas constante) e abria a possibildade de continuar a fazer experiências ao ser fabrico da Cinnamon.

Os resultados também têm diferenças subtis, a apresentação sonora é muito coincidente entre as duas. A imagem na vertical está bem conseguida e o equilibrio com o resto da gama é do meu gosto (e de quem as ouviu), mais uma vez na linha das Cassia, portanto não é surpreendente. O truque é que conseguem fazer o papel do baffle maior das Cassia em (muito) menos espaço, com o enrrolar da boca. Continuam a apresentar um palco maior do que seria de esperar, tão grande como as Cassia, mas de uma área muito menor.