Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 01 2021, 14:18
TD124 escreveu:
anibalpmm escreveu:
... O meu sempre foi um branco pérola, obviamente que não é a cor original
Não é por isso que vai soar pior ... ném melhor
Claro que o gira discos agora só pode tocar pérolas!
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 01 2021, 15:24
Alexandre Vieira escreveu:
Está muito bonita essa pérola pintada de pérola
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 01 2021, 15:24
TD124 escreveu:
anibalpmm escreveu:
... O meu sempre foi um branco pérola, obviamente que não é a cor original
Não é por isso que vai soar pior ... ném melhor
Claro, ao contrário do plinto
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 02 2021, 00:00
Alexandre Vieira e Fernando Salvado gostam desta mensagem
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 02 2021, 01:37
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 02 2021, 09:35
anibalpmm escreveu:
Nesta imagem não aparece, mas já vi que a sua "grua" está de volta ao serviço.
Charles Tolliver é um daqueles nomes que merece aparecer por aqui, pouco badalado por estes lados... The Ringer vem-me sempre à memória quando vejo o nome dele, mas há mais para explorar. Por aqui ouve-se o seu energético fraseado ao lado de Jackie McLean.
Esse parece muito bem gravado, pelo menos pelo que ouvi via digital.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 02 2021, 11:31
anibalpmm escreveu:
TD124 escreveu:
anibalpmm escreveu:
... O meu sempre foi um branco pérola, obviamente que não é a cor original
Não é por isso que vai soar pior ... ném melhor
Claro, ao contrário do plinto
Olà Anibal, espero que estejas contente com o teu plinto pois todos os que experimentei foram um fiasco no equilibrio global, sobretudo os pesados no espirito dos do Jean Nantais e dos maciços da Ebay! Eu quando tinha escrito o artigo sobre o TD124 tinha respondido ao Gonçalo que efectivamente os agudos e alto-médio não são o ponto forte do TD124 ... com esses plintos ainda se torna pior nmho ... por isso sempre guardei o plinto Ortofon original...
Se tiveres a possibilidade experimenta um dia com um plinto leve
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 02 2021, 17:59
José Miguel escreveu:
anibalpmm escreveu:
Nesta imagem não aparece, mas já vi que a sua "grua" está de volta ao serviço.
Charles Tolliver é um daqueles nomes que merece aparecer por aqui, pouco badalado por estes lados... The Ringer vem-me sempre à memória quando vejo o nome dele, mas há mais para explorar. Por aqui ouve-se o seu energético fraseado ao lado de Jackie McLean.
Esse parece muito bem gravado, pelo menos pelo que ouvi via digital.
Sim está muito bem gravado como todas as edições da strata-east que tenho Infelizmente só tenho 2 discos dele, mas muitos na wish list
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 02 2021, 18:01
TD124 escreveu:
anibalpmm escreveu:
TD124 escreveu:
anibalpmm escreveu:
... O meu sempre foi um branco pérola, obviamente que não é a cor original
Não é por isso que vai soar pior ... ném melhor
Claro, ao contrário do plinto
Olà Anibal, espero que estejas contente com o teu plinto pois todos os que experimentei foram um fiasco no equilibrio global, sobretudo os pesados no espirito dos do Jean Nantais e dos maciços da Ebay! Eu quando tinha escrito o artigo sobre o TD124 tinha respondido ao Gonçalo que efectivamente os agudos e alto-médio não são o ponto forte do TD124 ... com esses plintos ainda se torna pior nmho ... por isso sempre guardei o plinto Ortofon original...
Se tiveres a possibilidade experimenta um dia com um plinto leve
Sim é algo a experimentar, notei bastante a diferença qd mudei do plinto de peso médio que tenho para este Na minha anterior casa estava um pouco insatisfeito, mas nesta nova gosto mais, não sei se tem a haver com a disposição na nova sala, a afinação que fiz ou se sou eu que já me lembro
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 02 2021, 19:17
anibalpmm escreveu:
... Sim é algo a experimentar, notei bastante a diferença qd mudei do plinto de peso médio que tenho para este Na minha anterior casa estava um pouco insatisfeito, mas nesta nova gosto mais, não sei se tem a haver com a disposição na nova sala, a afinação que fiz ou se sou eu que já me lembro
Que seja na HiFi ou na vida de casal ... o pior é começar a se habituar às coisas como são e esqueçer como eram ... ou podem ser ! Brincadeira à parte ... se estàs contente é deixar as coisas como estão, preocupa-te no dia em que a escuta te incomode
Aproveito de ter o Anti-Lenco "original" actualmente aqui em casa para escutar um album que ouço raramente ... em vinil! Não direi nada mais sobre a obra do que o que escrevi no "Bestas a Bestiais" mas aproveito do meu parenteses com o Anibal para explicar que não o escuto em vinil (regularmente) porque simplesmente, o meu sistema não està ao nivel da obra! Portanto o meu gira é bom, diria mesmo deveras bom ... mas a subtilidade é algo que não é a especialidade do vinil, ainda menos do meu gira e em modo de esquiva vou ser condescendente e dizer que não é a especialidade da maioria dos sistemas de vinil, para não levar paulada em cima...
Se o album One Year do Colin Blunstone é considerado como o apogeu do Rock Barroco não é por acaso e isto implica de facto que a elegância e a fineza são a pedra angular da obra ... se me é impossivel de escutar Henry Purcell neste formato, não serà a musica do Colin Blunstone que me vai reconciliar com o formato neste estilo musical! Mas esta obra barroca é sobretudo rock, como o Astral Weeks, não é os Cantus do Monteverdi ... a subtilidade não é então extrema mas é algo intensa, coisa que, em principio, um grande gira pode dar conta e venho de me rememorar que este sacana de gira é capaz de o fazer, ora que o meu não! Acabo por pensar, sem me convencer, que o gira que sabe ler tudo não existe, e portanto às vezes duvido, no espaço de um instante...
Alexandre Vieira gosta desta mensagem
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 02 2021, 20:13
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Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg maio 03 2021, 14:30
anibalpmm escreveu:
Belas fotos!
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg maio 03 2021, 14:31
[quote="TD124"]
anibalpmm escreveu:
.
[
Assim também gostaria de ser Anti!
Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg maio 03 2021, 14:57
Alexandre Vieira escreveu:
TD124 escreveu:
anibalpmm escreveu:
.
[
Assim também gostaria de ser Anti!
Não tens nada de gostar de ser Anti, porque senão vem esse "gajo" dizer que o gira lhe falta subtileza, mais isto, mais aquilo..., etc., etc.
Esse "Sacana" (hoje estou prá brejeirice) tem duas peças que conheço bem:
- Uma o Anti-Lenco, e se o da foto for em tudo idêntico ao que eu comecei por conhecer num dos nossos PortugÁudios, na Escola D. Diniz em Odivelas, a única falha que encontra é a do formato em si, pois vinil, cada vez mais noto, é um formato com imensas lacunas;
- A outra peça, é um amplificador para auscultadores, que volto a reafirmar, ainda não encontrei outro igual.
Portanto aquela conversa de subtileza, « porque simplesmente, o meu sistema não està ao nivel da obra!» e Cª Lda. é papo para boi dormir, como diz um colega meu brasileiro.
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter maio 04 2021, 21:11
Obra maior do free infelizmente um pouco esquecida
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter maio 04 2021, 22:19
anibalpmm escreveu:
Obra maior do free infelizmente um pouco esquecida (...)
Este tópico existe para isto mesmo, não deixar cair no esquecimento obras relevantes para todos nós (cada um de nós).
Ainda ontem revisitei o álbum de Duke Ellington, ficou-me na cabeça. Esta tarde fui espreitar Colin Blunstone, esse One Year escapava-me... e ainda escapa, estava a meio da segunda faixa e o telefone tocou para trabalhar via Zoom.
Creio que esse The Giuseppi Logan Quartet já tinha sido partilhado pelo Aníbal, fui espreitar e a faixa Dance of Satan, onde ele usa o Oboé (Paquistanês), levantou memórias... é um som que me agrada, o fraseado característico do Norte de África e Médio Oriente... mas ando numa fase menos ligada ao "free", pelo que agora toca aqui em casa algo mais calmo e melódico: The Wind by Balmorhea.
Para um final de dia e momento de pacificação, é um belo álbum. E se logo na segunda faixa sentirem que algo familiar paira no ar, não deixem de seguir com a Música... há um lugar para tudo, até para os sons (tantas vezes limpos) dos instrumentos a serem tocados.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua maio 05 2021, 09:47
anibalpmm escreveu:
Obra maior do free infelizmente um pouco esquecida
José Miguel escreveu:
... Creio que esse The Giuseppi Logan Quartet já tinha sido partilhado pelo Aníbal, fui espreitar e a faixa Dance of Satan, onde ele usa o Oboé (Paquistanês), levantou memórias... é um som que me agrada, o fraseado característico do Norte de África e Médio Oriente...
Não creio conheçer esse album e vou ter que espreitar para ouvir o que se passa! As palavras alternadamente do Anibal pela apresentação desse album e do Miguel pelas sensações de escuta levam-me a pensar numa obra igualmente um pouco esquecida que também é uma pedra importante no edificio do Free Jazz e trata-se do Maurice McIntyre_Humility in the Light of the Creator! Com um nome assim o amigo José Miguel e o seu gosto pelo Jazz espiritual vão ser abençoados ... escutem esta pequena maravilha
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua maio 05 2021, 09:51
Goansipife escreveu:
... Portanto aquela conversa de subtileza, « porque simplesmente, o meu sistema não està ao nivel da obra!» e Cª Lda. é papo para boi dormir, como diz um colega meu brasileiro. ...
Eu estava a falar do meu gira actual e não do Anti-Lenco ... que não me pertençe ném tenho nenhum! Mas o gira actual està a evoluir acelaradamente e em testes comparativos com o Anti-Lenco e brevemente jà serà capaz de cantar como deve ser, espero
Goansipife Membro AAP
Mensagens : 3791 Data de inscrição : 04/12/2011 Idade : 65 Localização : Freiria - Torres Vedras
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua maio 05 2021, 09:58
TD124 escreveu:
Goansipife escreveu:
... Portanto aquela conversa de subtileza, « porque simplesmente, o meu sistema não està ao nivel da obra!» e Cª Lda. é papo para boi dormir, como diz um colega meu brasileiro. ...
Eu estava a falar do meu gira actual e não do Anti-Lenco ... que não me pertençe ném tenho nenhum! Mas o gira actual està a evoluir acelaradamente e em testes comparativos com o Anti-Lenco e brevemente jà serà capaz de cantar como deve ser, espero
Um dia, com mais calma, ainda me vais explicar porque largaste algumas das tuas peças, em matéria de construção
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua maio 05 2021, 12:18
José Miguel escreveu:
anibalpmm escreveu:
Obra maior do free infelizmente um pouco esquecida (...)
Este tópico existe para isto mesmo, não deixar cair no esquecimento obras relevantes para todos nós (cada um de nós).
Ainda ontem revisitei o álbum de Duke Ellington, ficou-me na cabeça. Esta tarde fui espreitar Colin Blunstone, esse One Year escapava-me... e ainda escapa, estava a meio da segunda faixa e o telefone tocou para trabalhar via Zoom.
Creio que esse The Giuseppi Logan Quartet já tinha sido partilhado pelo Aníbal, fui espreitar e a faixa Dance of Satan, onde ele usa o Oboé (Paquistanês), levantou memórias... é um som que me agrada, o fraseado característico do Norte de África e Médio Oriente... mas ando numa fase menos ligada ao "free", pelo que agora toca aqui em casa algo mais calmo e melódico: The Wind by Balmorhea.
Para um final de dia e momento de pacificação, é um belo álbum. E se logo na segunda faixa sentirem que algo familiar paira no ar, não deixem de seguir com a Música... há um lugar para tudo, até para os sons (tantas vezes limpos) dos instrumentos a serem tocados.
esse album do Duke é uma coisa do outro mundo O "The Wind by Balmorhea" vou espreitar
TD124 escreveu:
anibalpmm escreveu:
Obra maior do free infelizmente um pouco esquecida
José Miguel escreveu:
... Creio que esse The Giuseppi Logan Quartet já tinha sido partilhado pelo Aníbal, fui espreitar e a faixa Dance of Satan, onde ele usa o Oboé (Paquistanês), levantou memórias... é um som que me agrada, o fraseado característico do Norte de África e Médio Oriente...
Não creio conheçer esse album e vou ter que espreitar para ouvir o que se passa! As palavras alternadamente do Anibal pela apresentação desse album e do Miguel pelas sensações de escuta levam-me a pensar numa obra igualmente um pouco esquecida que também é uma pedra importante no edificio do Free Jazz e trata-se do Maurice McIntyre_Humility in the Light of the Creator! Com um nome assim o amigo José Miguel e o seu gosto pelo Jazz espiritual vão ser abençoados ... escutem esta pequena maravilha
Esse faz parte da minha interminável wishlist
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui maio 06 2021, 10:07
Goansipife escreveu:
Um dia, com mais calma, ainda me vais explicar porque largaste algumas das tuas peças, em matéria de construção
A resposta é simples e cabe em duas palavras ... fraca rentabilidade! Os produtos que deixei de fazer são peças aonde a quantidade de trabalho manual não pode ser reduzida e que por isso se tornam muito demoradas a fabricar! Estou neste momento a fazer um Anti-Lenco para a Alemanha apòs muita insistência mas o produto não faz parte das peças que produzo jà hà vàrios anos! È por isso que tenho o primeiro gira produzido aqui em casa actualmente, afim de o poder copiar devidamente pois jà não me lembrava como era feito
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Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qui maio 06 2021, 21:47
TD124 escreveu:
Goansipife escreveu:
Um dia, com mais calma, ainda me vais explicar porque largaste algumas das tuas peças, em matéria de construção
A resposta é simples e cabe em duas palavras ... fraca rentabilidade! Os produtos que deixei de fazer são peças aonde a quantidade de trabalho manual não pode ser reduzida e que por isso se tornam muito demoradas a fabricar! Estou neste momento a fazer um Anti-Lenco para a Alemanha apòs muita insistência mas o produto não faz parte das peças que produzo jà hà vàrios anos! È por isso que tenho o primeiro gira produzido aqui em casa actualmente, afim de o poder copiar devidamente pois jà não me lembrava como era feito
Como eu te entendo, depois da obra feita venham outros desafios!
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 08 2021, 11:16
Alexandre Vieira escreveu:
Como eu te entendo, depois da obra feita venham outros desafios!
Geralmente o objectivo de um construtor é de criar uma gama de aparelhos coerentes e que possam competir em preço e qualidade no mercado ... e depois fazê-los em série afim de optimisar o tempo gasto durante a concepção, a questão do Gonçalo é pertinente! Eu decidi de fazer o que tu dizes e é algo que é dificil e sobretudo incoerente, mas tento me curar dessa doença
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Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 08 2021, 14:30
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
Como eu te entendo, depois da obra feita venham outros desafios!
Geralmente o objectivo de um construtor é de criar uma gama de aparelhos coerentes e que possam competir em preço e qualidade no mercado ... e depois fazê-los em série afim de optimisar o tempo gasto durante a concepção, a questão do Gonçalo é pertinente! Eu decidi de fazer o que tu dizes e é algo que é dificil e sobretudo incoerente, mas tento me curar dessa doença
Tens escolher se querer ser criador ou empresário, penso que muitas vezes no mesmo corpo pode não ser possível coexistência de ambas as personagens.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 08 2021, 14:34
Este Lp foi totalmente aglutinado pelo tema que lhe dá nome. Mas coexistem outros temas muito interessantes, que para além de enorme riqueza lírica e recorte requintado e musicalmente felizes.
Um álbum que descobri faz muito pouco tempo e que a amiúde roda por aqui.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 08 2021, 14:46
O saudoso ano de 1987 ofereceu-nos este disco fantástico, que nos oferece diferentes sabores e sensações.
Tanto evoca a Portucalidade, como nos oferece elementos de distintas culturas e cultos musicais.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 09 2021, 20:15
Adquirido hoje e já roda em grande estilo.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua maio 12 2021, 15:53
Este ano jà nos reservou algumas boas surpresas musicais, a mim pelo menos, mas não estava preparado para esta que chegou recentemente. Posso dizer sém me enganar que quatro imensos musicos não é suficiente para fazer um album igualmente imenso ... mas, também sem me enganar, posso dizer que hà coisas que sò são possiveis quando imensos musicos se reunem e este album é a prova. Temos aqui a colectânea dos melhores momentos durante as quatro noites ao vivo no clube A-Trane em Berlim. Apenas um mês antes da chegada do simpatico Covid19 estes musicos decidem de tocar sém preparar absolutamente nada, mas nada de nada, serà pura improvisação a partir das sensações instantaneas no espirito das Bebop sessions! Dito isto, não pensem que se trata de um album de jazz, ou pelo menos complétamente, diria que é uma obra que naviga entre a musica improvisada, o jazz moderno, o krautrock e a electronica ... para resumir, enfim algo de moderno e inconformista apòs o Statea do Murcof, sinto-me quase mimado! Neste turbilhão conceptual aonde cada musico vai até aos limites da sua fronteira estilistica a virtuosidade apareçe como uma ferramenta e não como uma finalidade. Algo de estranho se produz e que se confirma com o avançar da obra que surpreende pela sua raridade ... aqui não hà nenhuma demonstração técnica ném mensagem subliminal, tudo é respeito, osmose e o prazer de tocar juntos para o publico. E no fim sobressai uma alegria contagiosa que inunda o auditor e o deixa num estado de graça ... Bravo aos artistas e palmas de pé!!!
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José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua maio 12 2021, 19:16
TD124 escreveu:
(...)
Hoje tirei o dia para seguir as referências que encontrei no fórum, espreitei várias, segui por caminhos bem diferentes. Confesso que este álbum entra em territórios que me agradam, o Paulo referiu Krautrock e nem tive de esperar para sentir o seu lado "space", foi logo ao abrir a primeira faixa - Somewhere Around Barstow, o princípio de Too Bright in Here poderia pertencer a Tangerine Dream, aos Can... Os quatro esticam bem as suas possibilidades de interpretação, dão asas à imaginação e actualizam referências.
Uma curiosidade, ao tentar compreender o contexto desta obra, encontrei isto: "ACT designer has put the chemist’s structural formula for psilocybin, the psychoactive ingredient of magic mushrooms..." Tem a sua graça, o álbum á mesmo psicadélico, tal como as referências deles são.
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14344 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua maio 12 2021, 22:44
Uma individualidade, denominada *uℓto do Ʋıƞıℓ , que concede a honra de ser seu amigo, me entregou um lote de bolachas para tratamento higiénico. Entre os títulos, consta a actuação de Focus«at the Rainbow», merecedor de descoberta para quem desconhecer. Gostava de ter sido um dos elementos do público no concerto realizado a 5 de Maio de 1973.
(Polydor, 2383 229)
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14344 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui maio 13 2021, 19:27
No céu sobressai uma massa cinzenta, fazendo supor que o Sol está a deformar-se. The Durutti Column - «Circuses and bread», trilha o contorno do fim de tarde.
(Factory Benelux, 33 207 L)
Alexandre Vieira e miguelbarroso gostam desta mensagem
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui maio 13 2021, 22:29
Ghost4u escreveu:
No céu sobressai uma massa cinzenta, fazendo supor que o Sol está a deformar-se. The Durutti Column - «Circuses and bread», trilha o contorno do fim de tarde.
(Factory Benelux, 33 207 L)
Nunca o ouvi, tenho cá em casa 3 álbuns desse projecto maravilhoso, mas esse nunca passou sequer perto de mim.
Um artista talentoso como ele andou a viver de donativos de amigos. A vida tem coisas que não dá para acreditar!
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui maio 13 2021, 23:23
Esta é uma daquelas bandas que merece ser escutada. Têm uma estética muito própria da qual sou um enorme admirador.
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14344 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Sex maio 14 2021, 00:12
É desarmante a simplicidade empregue na emoção com que Tracy Chapman interpreta as suas composições de folk-pop! No seu segundo álbum, editado em 1989, além da ordem «Freedom Now», dedicada a Nelson Mandela, o disco encerra com a colaboração de Neil Young (guitarra acústica e piano), em «All that you have is your soul».
(Elektra, 7559-60888-1)
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg maio 17 2021, 18:13
Venho de beber um copo com um amigo aqui ao lado aonde escutei este album! Pensei logo no José Miguel e no Anibal que gostam da nova cena Jazzistica londrina e da musica com caracter socio-politico ... em si o titulo jà é deveras evocador. Não é exactamente Jazz, ou não o é complétamente sendo uma obra que oscila entre varios estilos e influências tendo as Antilhas como predominância! A primeira faixa com o clarinetista-baixo Shabaka Hutchings é um belo exemplo da estética World Music Jazz. Este album saiu hà pouco tempo então deixo-o como uma proposta que poderà agradar aos nossos dois amigos ... e mesmo aos outros!
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter maio 18 2021, 19:11
TD124 escreveu:
Venho de beber um copo com um amigo aqui ao lado aonde escutei este album! Pensei logo no José Miguel e no Anibal que gostam da nova cena Jazzistica londrina e da musica com caracter socio-politico ... em si o titulo jà é deveras evocador. Não é exactamente Jazz, ou não o é complétamente sendo uma obra que oscila entre varios estilos e influências tendo as Antilhas como predominância! A primeira faixa com o clarinetista-baixo Shabaka Hutchings é um belo exemplo da estética World Music Jazz. Este album saiu hà pouco tempo então deixo-o como uma proposta que poderà agradar aos nossos dois amigos ... e mesmo aos outros!
O Paulo apontou e acertou, hoje já tive a oportunidade de ouvir (enquanto trabalhava) e escutar o álbum The Rich Are Only Defeated When Running for Their Lives de Anthony Joseph. Eu aponto-o como Jazz e mais um bom exemplo do que se vai fazendo em Londres (ainda que este tenha Músicos de Paris... tenho que ver o que se passa por aqueles lados), está em linha com Sons of Kemet (por exemplo), mas um pouco menos energético. A primeira faixa fez-me pensar várias vezes em Mama Rose de Archie Shepp, a forma como ele diz as palavras, a forma como termina várias com "assh"... pode ser coisa minha.
O Aníbal colocou no "não roda..." propostas de outro movimento "local", agora Los Angeles. A nova "cena" Jazz está a ganhar corpo, há pontas que se unem e tornam o cenário de fundo cada vez mais claro. Há a base espiritual dos grandes do passado, os temas não estão longe dos de então... estão actualizados e incorporam as novas sonoridades da rua. Como já disse por aqui, The Epic do Kamasi Washington merecia ser melhor enquadrado e escutado... não vou dizer que marca o princípio, mas lança os alicerces para este edifício que ganha um corpo robusto.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter maio 18 2021, 19:20
Este álbum poderia ser assinado por Brian Eno. Ambiente electrónico que não devassa as delicadas texturas musicais que Rodrigo Leão consegue sempre incutir nos seus discos embora se afaste bastante dos seus anteriores trabalhos.
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Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14344 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua maio 19 2021, 23:32
Com o olhar, percorri o escaparate dos discos compactos e desta vez é que foi. Passengers, projecto de Brian Eno com os U2, que em 1995, contando com a colaboração de Luciano Pavarotti, Howie B e Holi, editaram «Original soundtracks 1», serviu de tela no Auditório Fantasma nos 60 minutos antecedentes à hora da Cinderela.
(Island, CID 8043/524 166-2)
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paulov Membro AAP
Mensagens : 217 Data de inscrição : 19/03/2018 Idade : 46 Localização : Évora
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui maio 20 2021, 09:47
Ghost4u escreveu:
Com o olhar, percorri o escaparate dos discos compactos e desta vez é que foi. Passengers, projecto de Brian Eno com os U2, que em 1995, contando com a colaboração de Luciano Pavarotti, Howie B e Holi, editaram «Original soundtracks 1», serviu de tela no Auditório Fantasma nos 60 minutos antecedentes à hora da Cinderela.
(Island, CID 8043/524 166-2)
Há pouco tempo ouvi esse disco. Desde há muito que tinha curiosidade em ouvir e gostei.
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 22 2021, 16:55
Depois de um repasto magnífico acompanhado de um não menos fabuloso vinho branco aqui da região roda o mestre do piano
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 22 2021, 17:00
anibalpmm escreveu:
Depois de um repasto magnífico acompanhado de um não menos fabuloso vinho branco aqui da região roda o mestre do piano
O vinho é bem melhor!
anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 22 2021, 17:02
Alexandre Vieira escreveu:
anibalpmm escreveu:
Depois de um repasto magnífico acompanhado de um não menos fabuloso vinho branco aqui da região roda o mestre do piano
O vinho é bem melhor!
Que o camarão tigre?
masa Membro AAP
Mensagens : 411 Data de inscrição : 29/01/2013 Idade : 79 Localização : Vale de Milhaços
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 22 2021, 20:38
Vinho ? Camarão ?
É difícil escolher mas voto nesse pré Audio Research .
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anibalpmm Membro AAP
Mensagens : 9728 Data de inscrição : 05/03/2012
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb maio 22 2021, 21:30
Tem rodado ainda que naquele formato proibido de falar por aqui
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 23 2021, 09:56
anibalpmm escreveu:
Tem rodado ainda que naquele formato proibido de falar por aqui...
Amigo Anibal, da maneira como os tempos mudam, e estão a mudar, o formato interdito daqui a pouco serà o vinil! Enquanto esse dia não chega escuto um dos albums que me pareçe ser um dos melhores, do que escutei, de 2020 ... e desta vez é mesmo Jazz! Festejar os seus 80 anos com saude e uma vida compléta jà é muito bom, mas vivê-lo num palco com amigos à volta e o calor do publico é excepcional. Tudo jà està na capa pois o Charles LLoyd vestido de uma capa de ermita faz pensar a um mestre Jedi. Esta foto transpira a calma, a medição e aquela sabedoria que sò o tempo pode dar e é um excelente convite à musica desta obra. Apaziguado e intenso na sua expressão musical o Charles LLoyd prova que hà musicos que são como o vinho do Porto...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 23 2021, 12:19
José Miguel escreveu:
...A nova "cena" Jazz está a ganhar corpo, há pontas que se unem e tornam o cenário de fundo cada vez mais claro. Há a base espiritual dos grandes do passado, os temas não estão longe dos de então... estão actualizados e incorporam as novas sonoridades da rua. Como já disse por aqui, The Epic do Kamasi Washington merecia ser melhor enquadrado e escutado... não vou dizer que marca o princípio, mas lança os alicerces para este edifício que ganha um corpo robusto.
Confesso que continuo a não conseguir entrar nessa nova cena apesar de ir sempre escutar tanto as tuas propostas quanto as do Anibal ... ao qual junto o que escuto na casa de amigos como foi o caso deste ultimo album do Anthony Joseph. Aliàs, a ausência de comentàrio "personalisado" desse album mostra(me) que não tinha nada a dizer sobre ele, essa nova cena não me toca e ém certos aspectos incomoda-me ou para ser mais exacto chateia-me! Sinto que ela vai buscar as suas raizes no Jazz classico mas o que poderia ser um trampolim cultural em direção da alteridade e da criação ... torna-se numa homenagem em forma de mimetismo que recicla codigos sistemàticos, por vezes mesmo erroneos do ponto de vista da historia do Jazz! Ver o Jazz como uma musica espiritual, rebelde e politica é esqueçer que o Jazz nasceu antes de tudo como uma musica que pronava a alteridade e a açeitação como explica o André Hodeir no seu livro Homens e problemas do Jazz (1954). Não chega incorporar as novas sonoridades da rua para ser moderno, o Erik Truffaz incorpora o Rap jà hà muito sém falar dos EST. Não chega ter a consciência de uma identidade étnica, o Dakar do Coltrane e mais perto de nòs o YO do Roberto Fonseca são odes intensas à Africa, ao continente seminal. Também não basta reciclar os codigos estéticos do Hindouismo à moda nos 60's ou mimar a vervor Rastafarista do Reggae para possuir, e transmitir, uma profundura espiritual. Estas palavras desalentadas, em modo de desabafo, tornaram-se ainda mais evidentes hoje apòs a escuta do ultimo album do Ambrose Akinmusire que me agradou aquando da primeira escuta e que me decebeu hoje ... as suas qualidades esgotaram-se em apenas três escutas! Não basta pintar o oceano e o céu de cores diferentes para pretender ver para além do horizonte, é preciso imaginar e ver todos os possiveis invisivéis, e transmiti-los ... a honestidade sincéra do Ambrose Akinmusire também não chega, continua a faltar algo, ou hà coisas a mais!...
Alexandre Vieira e masa gostam desta mensagem
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 23 2021, 14:13
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
...A nova "cena" Jazz está a ganhar corpo, há pontas que se unem e tornam o cenário de fundo cada vez mais claro. Há a base espiritual dos grandes do passado, os temas não estão longe dos de então... estão actualizados e incorporam as novas sonoridades da rua. Como já disse por aqui, The Epic do Kamasi Washington merecia ser melhor enquadrado e escutado... não vou dizer que marca o princípio, mas lança os alicerces para este edifício que ganha um corpo robusto.
Confesso que continuo a não conseguir entrar nessa nova cena apesar de ir sempre escutar tanto as tuas propostas quanto as do Anibal ... ao qual junto o que escuto na casa de amigos como foi o caso deste ultimo album do Anthony Joseph. Aliàs, a ausência de comentàrio "personalisado" desse album mostra(me) que não tinha nada a dizer sobre ele, essa nova cena não me toca e ém certos aspectos incomoda-me ou para ser mais exacto chateia-me! Sinto que ela vai buscar as suas raizes no Jazz classico mas o que poderia ser um trampolim cultural em direção da alteridade e da criação ... torna-se numa homenagem em forma de mimetismo que recicla codigos sistemàticos, por vezes mesmo erroneos do ponto de vista da historia do Jazz! Ver o Jazz como uma musica espiritual, rebelde e politica é esqueçer que o Jazz nasceu antes de tudo como uma musica que pronava a alteridade e a açeitação como explica o André Hodeir no seu livro Homens e problemas do Jazz (1954). Não chega incorporar as novas sonoridades da rua para ser moderno, o Erik Truffaz incorpora o Rap jà hà muito sém falar dos EST. Não chega ter a consciência de uma identidade étnica, o Dakar do Coltrane e mais perto de nòs o YO do Roberto Fonseca são odes intensas à Africa, ao continente seminal. Também não basta reciclar os codigos estéticos do Hindouismo à moda nos 60's ou mimar a vervor Rastafarista do Reggae para possuir, e transmitir, uma profundura espiritual. Estas palavras desalentadas, em modo de desabafo, tornaram-se ainda mais evidentes hoje apòs a escuta do ultimo album do Ambrose Akinmusire que me agradou aquando da primeira escuta e que me decebeu hoje ... as suas qualidades esgotaram-se em apenas três escutas! Não basta pintar o oceano e o céu de cores diferentes para pretender ver para além do horizonte, é preciso imaginar e ver todos os possiveis invisivéis, e transmiti-los ... a honestidade sincéra do Ambrose Akinmusire também não chega, continua a faltar algo, ou hà coisas a mais!...
Estive a ouvir, para tentar compreender as tuas palavras. E consegui senti-las exactamente como se fossem minhas. Mas mas atenção que gostei de o descobrir porque o desconhecia por completo, achei-o talvez aqui e ali um pouco confuso ou eu pouco preparado para o escutar.
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 23 2021, 14:29
Alexandre Vieira escreveu:
...Estive a ouvir, para tentar compreender as tuas palavras. E consegui senti-las exactamente como se fossem minhas. Mas mas atenção que gostei de o descobrir porque o desconhecia por completo, achei-o talvez aqui e ali um pouco confuso ou eu pouco preparado para o escutar.
Alexandre, eu estive para pôr um post-scriptum em baixo da minha mensagem a pedir às pessoas para irem escutar o album apesar das minhas desalentadas palavras, não o fiz me dizendo que as pessoas fariam esse caminho de elas mesmo ... és a prova disso, Obrigado! Também hesitei a postar o comentàrio pois habitualmente aqui fala-se das coisas das quais gostamos ... eu desgosto hoje deste album, mas gostei hà meses atràs quando o descobri, achei que era importante de mostrar que a relação ouvinte-obra não é sempre uma idilica historia de amor...
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Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 23 2021, 14:33
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
...Estive a ouvir, para tentar compreender as tuas palavras. E consegui senti-las exactamente como se fossem minhas. Mas mas atenção que gostei de o descobrir porque o desconhecia por completo, achei-o talvez aqui e ali um pouco confuso ou eu pouco preparado para o escutar.
Alexandre, eu estive para pôr um post-scriptum em baixo da minha mensagem a pedir às pessoas para irem escutar o album apesar das minhas desalentadas palavras, não o fiz me dizendo que as pessoas fariam esse caminho de elas mesmo ... és a prova disso, Obrigado! Também hesitei a postar o comentàrio pois habitualmente aqui fala-se das coisas das quais gostamos ... eu desgosto hoje deste album, mas gostei hà meses atràs quando o descobri, achei que era importante de mostrar que a relação ouvinte-obra não é sempre uma idilica historia de amor...
Sabes que hoje em dia temos excesso de produção musical e poucas indicações de quem não tem comercialmente qualquer tipo de vantagem. Sempre que vejo uma referência a um disco vou ao youtube descobrir do que se fala. E gostei da descoberta de qualquer modo. Mas verbalizas muito bem o que ouvi. Ou será que a minha audição foi "adulterada" pelas tuas palavras?
Não foi de todo, mas ajudou-me muito a qualificar interiormente a percepção do que ouvi.
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 23 2021, 15:28
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
...A nova "cena" Jazz está a ganhar corpo, há pontas que se unem e tornam o cenário de fundo cada vez mais claro. Há a base espiritual dos grandes do passado, os temas não estão longe dos de então... estão actualizados e incorporam as novas sonoridades da rua. Como já disse por aqui, The Epic do Kamasi Washington merecia ser melhor enquadrado e escutado... não vou dizer que marca o princípio, mas lança os alicerces para este edifício que ganha um corpo robusto.
Confesso que continuo a não conseguir entrar nessa nova cena apesar de ir sempre escutar tanto as tuas propostas quanto as do Anibal ... ao qual junto o que escuto na casa de amigos como foi o caso deste ultimo album do Anthony Joseph. Aliàs, a ausência de comentàrio "personalisado" desse album mostra(me) que não tinha nada a dizer sobre ele, essa nova cena não me toca e ém certos aspectos incomoda-me ou para ser mais exacto chateia-me! Sinto que ela vai buscar as suas raizes no Jazz classico mas o que poderia ser um trampolim cultural em direção da alteridade e da criação ... torna-se numa homenagem em forma de mimetismo que recicla codigos sistemàticos, por vezes mesmo erroneos do ponto de vista da historia do Jazz! Ver o Jazz como uma musica espiritual, rebelde e politica é esqueçer que o Jazz nasceu antes de tudo como uma musica que pronava a alteridade e a açeitação como explica o André Hodeir no seu livro Homens e problemas do Jazz (1954). Não chega incorporar as novas sonoridades da rua para ser moderno, o Erik Truffaz incorpora o Rap jà hà muito sém falar dos EST. Não chega ter a consciência de uma identidade étnica, o Dakar do Coltrane e mais perto de nòs o YO do Roberto Fonseca são odes intensas à Africa, ao continente seminal. Também não basta reciclar os codigos estéticos do Hindouismo à moda nos 60's ou mimar a vervor Rastafarista do Reggae para possuir, e transmitir, uma profundura espiritual. Estas palavras desalentadas, em modo de desabafo, tornaram-se ainda mais evidentes hoje apòs a escuta do ultimo album do Ambrose Akinmusire que me agradou aquando da primeira escuta e que me decebeu hoje ... as suas qualidades esgotaram-se em apenas três escutas! Não basta pintar o oceano e o céu de cores diferentes para pretender ver para além do horizonte, é preciso imaginar e ver todos os possiveis invisivéis, e transmiti-los ... a honestidade sincéra do Ambrose Akinmusire também não chega, continua a faltar algo, ou hà coisas a mais!...
Paulo, tenho de começar por dizer que ainda não escutei o álbum aqui referido, ouvi três faixas, mas sobre ele adianto que não vejo paralelo com The Rich Are Only Defeated When Running for Their Lives de Anthony Joseph - pelo menos para já, para não cair em erro ficarei por aqui.
O que me levou a escrever esta mensagem é outra coisa e que de facto me coloca com uma posição diferente face ao que se vai criando hoje. Leio, não é a primeira vez que leio, as suas palavras e não as entendo, desde logo por não compreender as suas referências.
Eu escuto Jazz faz meia-dúzia de anos, mesmo! É muito pouco tempo, mas tento compreender o que escuto. Não sou um melómano dedicado, mas sou curioso. A frase que o Paulo escreveu e que eu deixei sublinhada, assim e sem mais (sem outro contexto, entenda por favor), para mim encerra um erro e talvez seja isso que nos separa na compreensão e/ou abertura (gosto!?!) ao que se vai fazendo hoje em Londres, Chicago, Los Angeles, Nova Iorque, etc.
O Jazz nasceu como Música espiritual ou não fosse ele "filho" dos Blues e do Gospel. O que o Jazz tem de especial e o torna diferente da Música que lhe deu origem é a maior abertura ao improviso e isto desde o nascimento. É como uma nova língua dentro da grande Linguagem que é a Música.
Como todas as línguas, o Jazz contém códigos compreendidos e partilhados por um conjunto de pessoas, os Músicos que escolhem essa língua sentem que ela é a certa para se expressarem ou comunicarem.
Estas são as minhas premissas e quando olho para os álbuns actuais, eu vejo-os como criações que respeitam este tempo, as necessidades de quem neles participa e que não esquecem os códigos de fundo que foram/são partilhados por muitos (faz parte das línguas o conjunto de regras, códigos, significados, ...). Ir buscar outras línguas (Hip-hop, Reggae, Funk, Rock, Blues, ...) para misturar com a língua Jazz faz parte do seu ADN, ou se quiser, o Jazz como língua sempre (mostrou abertura) incorporou "estrangeirismos". Neste momento incorpora alguns diferentes dos que incorporou nos anos 20, 30, 60!?! Certo, pois claro que sim, nos anos 20/30 não havia Hip-hop. Nos anos 60/70 incorporou o Rock e hoje existe algo de Punk? Sim, é verdade. O Reggae já tinha sido incorporado no passado e hoje volta? Sim, desde logo por vermos que quem está a incorporar tem origens semelhantes e, curiosamente, está a experimentar os mesmos problemas culturais e sociais.
O Paulo usa muitas vezes a palavra alteridade, palavra da qual gosto muito. Alteridade é isto mesmo, é a consciência do Eu com o Outro, coisa que vejo muito presente em cada álbum desta nova geração e se não o vê/ouve em The Rich Are Only Defeated When Running for Their Lives de Anthony Joseph, as referências que temos de Jazz serão mesmo diferentes.
Este tópico é o certo para conversas de melómanos, eu para Jazz sou mais curioso e tenho muito por conhecer... pelo que disse em cima. Talvez mais pessoas queiram usar as palavras para partilhar algo.
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom maio 23 2021, 17:53
José Miguel escreveu:
...Leio, não é a primeira vez que leio, as suas palavras e não as entendo, desde logo por não compreender as suas referências. ...
...A frase que o Paulo escreveu e que eu deixei sublinhada, assim e sem mais (sem outro contexto, entenda por favor), para mim encerra um erro e talvez seja isso que nos separa na compreensão e/ou abertura (gosto!?!) ao que se vai fazendo hoje em Londres, Chicago, Los Angeles, Nova Iorque, etc.
O Jazz nasceu como Música espiritual ou não fosse ele "filho" dos Blues e do Gospel(1). O que o Jazz tem de especial e o torna diferente da Música que lhe deu origem é a maior abertura ao improviso e isto desde o nascimento. É como uma nova língua dentro da grande Linguagem que é a Música.
...O Paulo usa muitas vezes a palavra alteridade, palavra da qual gosto muito. Alteridade é isto mesmo, é a consciência do Eu com o Outro, coisa que vejo muito presente em cada álbum desta nova geração(2) e se não o vê/ouve em The Rich Are Only Defeated When Running for Their Lives de Anthony Joseph, as referências que temos de Jazz serão mesmo diferentes.
O Jazz, a par do Rock são os unicos estilos de musica que trago comigo desde a adolescência ... resultado dos concertos gratuitos no Seixal e nos jardins da Fundação Gulbenkian dos anos 80! È o unico estilo de musica, a par da Barroca, que me tocou suficientemente para que tenha lido muita literartura sobre ela e mesmo vàrias biografias de musicos. Dito isto, a minha intervenção não tinha como objectivo de te contradizer ném de te endoutrinar, ou a qualquer outra pessoa, mas de partilhar as minhas opiniões e sentimentos em relação a esta "cena" actual! Este album do Ambrose Akinmusire comprei-o, escutei-o e esgotei-o, sozinho como um grande e partilhei das razões disso com a minha argumentação que pelos vistos não chegou. Não temos de certeza as mesmas referências, ném pelos vistos a mesma visão deste estilo musical, então re-explico-me em relação ao que citei:
1_Ver o Jazz como um estilo derivado do Blues e do Gospel é esqueçer o ragtime, a marcha, a fanfare, a quadrille e a biguine das antilhas francesas, pois o Jazz nasceu na Nova Orleans que foi um territorio françês. O Jazz nasceu como uma musica popular destinada à dança, aos funerais (brass), ao trabalho e a ser tocada no exterior e sò apareçe como um estilo musical complexo e estructurado com o Bebop nos anos 40. O Jazz é então, à nascença, uma musica popular que é "filho" da musica euro-americana e afro-americana e vê-la como tendo nascido com uma base espiritual pareçe-me inexacto ou tendencioso ... aliàs, citei a obra que explica as suas origens e particularidades e que foi a primeira a ser escrita sobre este estilo musical. Aliàs, os subestilos do Jazz que o tornam mais complexo e que apareçem nos anos 30 e 40 (Swing, Big Band, Bebop) pouco ou nada téem de espiritual no sentido sagrado do termo...
2_Se considerar-mos que o Bebop nasceu da frustração dos musicos no interior dos Big Bands que consideravam que esse estilo e maneira de tocar era redutor, demasiado disciplinado e escolar a "alteridade" nasce com este estilo! As pequenas formações do Bop com os seus tempos ultra-rapidos permitem uma maior improvisação e complexidade ritmica e harmonica dos solos e evidenciar a técnica e virtuosidade dos artistas. Passando do plano de grupo (Big Band) para o plano individual (Bebop) o Jazz açentua a "alteridade" dos artistas e por isso citei essa qualidade que vai acompanhar o Jazz até hoje... por isso falei de "alteridade"!...
Aqui estão as razões que justificam as minhas afirmações, quanto ao resto nada tenho a acrescentar