João Gilberto, cantava: "só privilegiados têm ouvido igual ao seu"...
Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 10 2021, 22:28
Por estas paragens, se fez referência a vinho de Bordeaux e generoso do Porto. Noutra forma de arte, surgiu a referência ao emblemático álbum de estreia dos Portishead, oriunda dos arredores de Bristol. Ora, na cidade inglesa onde navega o rio Avon, no mesmo ano em que surgiu «Dummy», Massive Attack, sem Shara Nelson, membro fundador que deu voz a «Unfinished sympathy» - 45 r.p.m. do álbum «Blue lines» (1991) - , edita o LP «Protection», onde Tracey Horn, dos Everything But A Girl, dá voz à canção que é título e primeira faixa do álbum. Com este disco, a banda indicava um novo trilho musical no emergente movimento trip hop. A audição do 33 r.p.m., foi acompanhada com a tinta que retrata uma das raras aves migratórias que na Primavera, fazem do Douro o seu habitat natural. (Circa Records, wbrpl2)
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 11 2021, 09:28
ricardo.canelas escreveu:
...
Quanto ao set up, o gira é irrepreensível e tem uma história deliciosa, veio da BBC de Glasgow ... Entre este e o meu td124, têm que escolher por mim. ...
Apesar do meu nickname não serei eu que ferà essa escolha ... são giras muito diferentes tanto técnicamente como na sonoridade que é quase oposta, é uma questão de gosto! Não creio ter nada do grande Bach no formato analogico e é conhecida por aqui a minha aversão quanto à escuta de musica barroca (classica em geral) num gira discos ... no entanto os seus discos deram-me vontade de escutar uma das raras obras barrocas que possuo em vinil e que aprecio muito, sobretudo esta versão que alterna drama e pulsão vital. Como não estou em frente do sistema ném na mesma sala ... até escuto esta maravilha com prazer
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 11 2021, 09:40
Ghost4u escreveu:
... Massive Attack, sem Shara Nelson, membro fundador que deu voz a «Unfinished sympathy» - 45 r.p.m. do álbum «Blue lines» (1991) - , edita o LP «Protection», onde Tracey Horn, dos Everything But A Girl, dá voz à canção que é título e primeira faixa do álbum. Com este disco, a banda indicava um novo trilho musical no emergente movimento trip hop. A audição do 33 r.p.m., foi acompanhada com a tinta que retrata uma das raras aves migratórias que na Primavera, fazem do Douro o seu habitat natural. (Circa Records, wbrpl2)
A associação entre a musica e o vinho começa a ser um clàssico deste topico ... os observadores neutros vão pensar que esses dois elementos não podém ser consumidos de maneira separada, o que é errado! Mas, também é verdade que casam tão bem juntos que seria pena de os separar ... penso que esses dois da foto (ambos conhecidos) devem se complementar perfeitamente
Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 11 2021, 09:43
Prezado ricardo.canelas,
Gosto do desempenho do seu Technics, sem desgostar do comportamento do Thorens. Assim, se tivesse ambos, fazia uma temporada com um, entrando o outro em acção noutra temporada. Apliquei este conceito, quando tive dois amplificadores.
Com melhores cumprimentos,
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 11 2021, 20:04
Com a ajuda do amigo José Miguel pude ofereçer este album a um bom amigo meu, o Pierre jà citado nos sistemas longinquos, que quiz deixar pelo meu intermédio algumas palavras sobre o album assim que o agradecimento ao nosso colega ... por uma vez as palavras escritas não serão as minhas:
"J'ai eu le plaisir pour noël de recevoir cet album en cadeau de la part de Paulo. Et quel cadeau : album minimaliste et hypnotique ou la harpe (instrument souvent "boudé") est ici jouée de manière très personnelle et moderne Invitant à un voyage aux accents parfois asiatiques, parfois hispaniques, alternant délicatesse et "puissance". Un disque dur à "classer" et tant mieux, à la fois ambient, new- Age, folk, electro. Ce n'est pas sans me rappeler des albums plus "Old school" tel que "Danse Dans Le Néant Des Grands Dieux Agiles" de Pierre Jean Croset ou bien encore "Kernelec" de Kristen Nogues.
Ps: tu remercieras chaleureusement de ma part celui par qui tu as eu le disque"
Tive o prazer pelo Natal de receber este album da parte do Paulo. E que prenda: obra minimalista e hypnotica aonde a harpa (instrumento regularmente "desapreciado") é aqui tocada de uma maneira muito pessoal e moderna. Convidando a uma viagem com toques por vezes asiaticos, por vezes hispanicos, alternando delicateza e "potência". Um disco dificil a "classificar" e ainda bem, uma espécie de Ambient, New-Age, Folk, Electronica. Algo que me evoca obras mais antigas como "Danse Dans Le Néant Des Grands Dieux Agiles" do Pierre Jean Croset ou ainda "Kernelec" da Kristen Nogues.
PS: Agradeçe vivamente da minha parte a pessoa que te permitiu de obter o disco.
Angélica Salvi_Phantone
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 11 2021, 20:42
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
... agora ando a consumir Bach, feito um doido, quero perceber porque alguns chama-me o B originário. ... Por sua vez András Schiff quando toca Bach fá-lo subtilmente, requintado e rápido como exigem muitas das suas peças. https://img.discogs.com/Eo90DwyHEykqzXTNUwHvDCsH7VU=/fit-in/600x594/filters:strip_icc():format(jpeg):mode_rgb():quality(90)/discogs-images/R-8008426-1453391633-5901.jpeg.jpg
Não sei se consumir Bach como um doido permita de melhor o compreender ... mas sei que um dia talvez possas encontrar a essência da musica de Bach, foi o que me aconteçeu e ném sequer andava à procura, foi uma evidência que dura até hoje! Apesar que o András Schiff seja um interprete robusto, respeituoso e virtuoso em relação à musica do grande-mestre, ele é um pianista e o grande Bach nunca viu um piano! Escutar Bach com os instrumentos originais pareçe-me ser um primeiro grande passo, afinal, não vais ao Louvre admirar os quadros com oculos de sol não é
Bravo pelas escutas e boa sorte para encontrar Deus (aka Bach) e não te esqueças que o Monk nmho é o Bach do Jazz ... isto faz-te mais uma imensa montanha a escalar
Verdade o que escreves, mas o mesmo fenómeno acontece-me com os livros quando um autor me toca em determinado momento, quero quase por compulsão, descobrir tudo e ler tudo.
Verdade que Bach nunca viu um piano mas não deixam de ser enormes interpretações, na verdade quando se vai ao Louvre, mesmo se sabendo que a maior parte das obras foi gamada pelo Napoleão e não estão no seu contexto originário, ainda assim não se deixa de as apreciar.
Hoje por aqui tocam estas belas interpretações de Horowitz, datadas de 1956 & 1959. Também tenho interpretações dele em Laserdisc onde aprendi aprecia-lo, aqui era muito mais novo e virtuoso. Tenho estas obras com outras interpretações mas não tão intensas e dinâmicas. Foi a minha fiel companhia ao jantar, mais fiel que o bacalhau cozido com grão!
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 11 2021, 20:50
TD124 escreveu:
(...) Angélica Salvi_Phantone[/center]
É muito bom ver esse álbum sair das nossas fronteiras e ser apreciado, é das obras que aqui em casa nos fazem bem do início ao fim. Esse sistema é um nadinha melhor do que o nosso e por isso deve aproximar o ouvinte um pouco mais do que se assistiu no Mosteiro de Rendufe, a atmosfera dá-lhe um extra especial e sente-se/ouve-se. A Harpa não é dos instrumentos mais ouvidos actualmente, mas só dessa menina já assistimos a dois concertos solo e um outro com companhia (mais Jazz). Um dos solo foi ao ar livre, também funcionou muito bem. Ela interpreta o instrumento à luz dos dias de hoje, é um instrumento que vai para lá do acústico e permite-lhe criar camadas de som... o horizonte abre-se para a criatividade se expandir.
Espero/esperamos que o álbum tenha proporcionado um belo encontro, com boa Música e um vinhito para acompanhar.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 11 2021, 21:05
E agora finaliza-se a noite, após um dia duro que antecipa uma semana muito dura de trabalho em resultado da ansiedade de todos pela nova quarentena que se avizinha, com ERIK SATIE, cujas algumas das suas obras todos conhecemos mas poucos sabemos que é dele, faz muito pouco tempo que tive contacto pela primeira vez com o seu nome.
ERIK SATIE
Curiosidades:
Era um sujeito excêntrico e irreverente. Além de compor, Satie também gostava de escrever e fazer caricaturas, inclusive dele mesmo. Seus escritos autobiográficos, Mémoires d'un Amnésique, fizeram sucesso. Escreveu também escritos em forma de grafonola e Cahiers d'un Mammifère, um livro com poemas, canções e relatos que revelam seu estilo irônico.
Media 1,67 m. Era famoso por possuir doze ternos idênticos cinza de veludo e fazia coleção de guarda-chuvas e cachecóis. Detestava sol. Tinha mania de comida branca: arroz, ovo, coco, peixe, nabo, queijo, entre outras.
Com quatorze anos ingressou no Conservatório de Paris, onde foi depreciado pelos professores, sendo considerado medíocre, preguiçoso, imprestável e sem o menor senso de ridículo. Nos anos 1890, foi morar em um pequeno quarto na Rue Cortot 6, em Montmartre. Tornou-se pianista no Chat Noir, onde se apresentou ao gerente como sendo "gymnopedista", e Auberge du Clou, onde conheceu Debussy. O título Gymnopédie é tido como derivado do antigo festival grego Gymnopaedia, dedicado ao deus Apolo, onde jovens nus dançavam ao som da música de flauta e lira.
Com quase quarenta anos, surpreendeu a todos quando resolveu voltar a estudar. Em 1905 ingressou na Schola Cantorum de Paris e estudou contraponto e orquestração com Vincent d'Indy e Albert Roussel. Havia abandonado por algum tempo a vida boêmia a que se entregara com empenho — incluindo as sessões do Chat Noir, onde tocava todas as noites. Após três anos recebeu o diploma com a avaliação "très bien".
Após anos de bebedeira, morreu de cirrose em 1 de julho de 1925.
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14344 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 11 2021, 21:32
Erik Satie faz bem à alma e ao natural aparelho auditivo que, no meu caso, é pechisbeque.
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Jan 12 2021, 08:59
José Miguel escreveu:
...
Angélica Salvi_Phantone
Espero/esperamos que o álbum tenha proporcionado um belo encontro, com boa Música e um vinhito para acompanhar.
Olà!... sim, o album proporcionou um belo encontro e houve mais do que um vinhito, foram vàrias garrafas que nos ajudaram a celebrar o encontro, o disco e o Ano Novo!...
Tinha-mos uma reunião de trabalho nos finais da manhã na sua aldeia então aproveità-mos da hora do almoço para ir à casa dele escutar o album e abrir uma garrafita. Foi um branco da Loire para começar pois somos ambos aficionados desses vinhos da casta Sauvignon ... o tempo de abrir o disco e discutir um pouco sobre a (bela) capa, pousà-lo no prato e fazer descer a agulha jà com um copo na mão. O seu sistema é muito analitico na leitura vinil e a primeira coisa que sobressaiu foi a qualidade da captação, que incorpora perfeitamente os sons directos do instrumento assim que as reflexões acusticas da sala, de mesmo que a qualidade da prensagem globalmente silenciosa ... inprescindivel quando a musica dialoga com o silêncio. A mineralidade e os aromas de flores do vinho casam muito bem com um instrumento cuja metalisação no ataque das notas se acompanha de um decaimento amplo, assinatura da madeira. È efectivamente um belo album aonde a improvisão, sempre harmonica, convida ao encontro das culturas e à reflexão. Mesmo se a matriz da obra é globalmente etérea as rupturas e fulgurâncias ponctuais criam um contraste que desenha uma dinamica subjacente ... tudo é aparentemente calmo, mas sòmente na aparência. Esta musica em claro obscuro magnetisa pelo aspecto contemplativo, pelo excesso de detalhe, quase barroco, e pelo contraste mas no fim acabamos por ver que no meio disso tudo està alguém ... como na capa!!!...
José Miguel Membro AAP
Mensagens : 9401 Data de inscrição : 16/08/2015 Idade : 43 Localização : A Norte, ainda a Norte...
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Jan 12 2021, 10:11
O Paulo descreve muito bem o álbum, toca o lado mais prático (como a prensagem e gravação) e realça o que também a nós nos tocou, assim como toca o lado mais emocional e contemplativo (a Música e interpretação). Mais palavras para quê!?!
Infelizmente não estou a encontrar os álbuns que o seu amigo referiu, do Pierre Jean Croset encontrei o registo em "live", não sei se era esse a que se referia. Do Kristen Noguès encontrei dois, acabei a escutar o An Evor.
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Jan 12 2021, 12:01
José Miguel escreveu:
... Infelizmente não estou a encontrar os álbuns que o seu amigo referiu, do Pierre Jean Croset encontrei o registo em "live", não sei se era esse a que se referia. Do Kristen Noguès encontrei dois, acabei a escutar o An Evor.
O Pierre tém uma grande coleção de vinis que téem a particularidade de serem obras paralelas à "mainstream" e por consequência pouco conhecidas. Talvez por deformação professional (arquitecto) ele està apegado às estéticas e estilos musicais aonde predomina un caracter lânguido, atmosferico, elegante, minimalista e sensual ou os antônimos mais raramente. Não deve ser facil de encontrar mesmo em digital os discos que ele cita pois muitas vezes são obras dos anos 70 a 90 editadas a poucos exemplares e globalmente desconhecidas do grande publico, pessoalmente é raro que escute algo que conheço na casa dele ... caminhamos por trilhos diferentes e de vez em quando là encontramos uma obra que nos é comum. Sabia que ele iria apreciar este disco desde que o escutei na bandcamp e nesse momento tinha citado por aqui como projectos proximos o trabalho da Hildur Guðnadóttir, do Colin Stetson ou jà mais afastado o da norueguesa Mette Henriette! Tudo isto para dizer, e explicar, que é possivel ou mesmo provàvel que te seja dificil de escutar os albums por ele citados e que penso serem igualmente de harpa...
TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Jan 12 2021, 16:04
Com o tempo acabei por esqueçer, ou jà não me lembrar tão bem, que o Archie Shepp foi um dos fundadores do free-jazz e uma das figuras centrais do Black Arts Movement nos anos sessenta. Nesta obra ironicamente, ou simplesmente, apelidada de "Voltando a Casa" o grande saxofonista dà-nos uma lição de historia, como sempre fez. Este eterno globe-trotter que fez do mundo a sua casa e das suas origens uma obcessão cria nesta obra a perfeita união entre o tumulto interior e a ternura. Facilmente classificado como jazz ... este album ultrapassa essa linha estilistica e situa-se algures entre o blues e o gospel. Uma obra encantatoria que tira a sua energia vital da memoria, do sofrimento e do exilio. Portanto não hà nada de doentio ou formalista à volta destas canções cantadas por um saxofone extàtico, perturbante. A sua impressionante honestidade ritmica e melodica na execução destes cantos é o alicerçe aonde esta obra se funda e encontra a sua potência universal. Pela voz do Archie Shepp e do Horace Parlan os afro-americanos elevam-se como uma cultura singular e orgulhosa das suas raizes...
José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Jan 12 2021, 18:10
TD124 escreveu:
José Miguel escreveu:
... Infelizmente não estou a encontrar os álbuns que o seu amigo referiu, do Pierre Jean Croset encontrei o registo em "live", não sei se era esse a que se referia. Do Kristen Noguès encontrei dois, acabei a escutar o An Evor.
O Pierre tém uma grande coleção de vinis que téem a particularidade de serem obras paralelas à "mainstream" e por consequência pouco conhecidas. Talvez por deformação professional (arquitecto) ele està apegado às estéticas e estilos musicais aonde predomina un caracter lânguido, atmosferico, elegante, minimalista e sensual ou os antônimos mais raramente. Não deve ser facil de encontrar mesmo em digital os discos que ele cita pois muitas vezes são obras dos anos 70 a 90 editadas a poucos exemplares e globalmente desconhecidas do grande publico, pessoalmente é raro que escute algo que conheço na casa dele ... caminhamos por trilhos diferentes e de vez em quando là encontramos uma obra que nos é comum. Sabia que ele iria apreciar este disco desde que o escutei na bandcamp e nesse momento tinha citado por aqui como projectos proximos o trabalho da Hildur Guðnadóttir, do Colin Stetson ou jà mais afastado o da norueguesa Mette Henriette! Tudo isto para dizer, e explicar, que é possivel ou mesmo provàvel que te seja dificil de escutar os albums por ele citados e que penso serem igualmente de harpa...
Eu quando fui escutar os álbuns referidos pelo seu amigo percebi de imediato a relação, há de facto um fundo que os une. Infelizmente não encontrei o álbum Kernelec do Kristen Noguès, mas o An Evor é muito bonito e entra num registo muito próximo do da Angélica Salvi - vale a pena, é mais barroco, ao mesmo tempo vai aproximando-nos do autor, pois vai ficando com um elevado grau de intimidade. A última faixa volta a mostrar-nos um horizonte mais lardo, como que convidando ao afastamento (ao estilo cena final de um filme de ficção científica, um registo em loop electrónico). É o momento em que nos aproximamos de nós, do nosso ponto de vista sobre o que nos foi apresentado.
O álbum Danse Dans Le Néant Des Grands Dieux Agiles - Concert "Live" In Originel Center do Pierre Jean Croset deverá ser mesmo este, o registo "live" (não encontro outro). É uma Lira feita pelo próprio que ele toca, 18 cordas. Aqui há um registo onde penso imediatamente em Ambient, mas há uma narrativa onde é o improviso a comandar, a utilização da linguagem Jazz torna-se evidente e promove abertura. É diferente dos outros dois álbuns, mas este terreno entre Ambient e Jazz há um lugar para nós, pois há uma construção que nos envolve nela e com ela.
Não sei se o seu amigo é um arquitecto de volumes leves e de suaves transições entre esses mesmos volumes e o meio que vê melhorado depois da obra implementada, se é um arquitecto que gosta de marcar deliberadamente o meio onde pensa as suas construções por acreditar na mão do Homem, mas pela música tenderia para a primeira opção.
E é assim, eu por norma dedico mais tempo à Música do que ao áudio, gostava de encontrar tudo com o que me cruzo e me desperta curiosidade, mas nem o digital permite tal coisa. O Paulo bem disse que o vinil pode ser um excelente mote de conversas, aqui está.
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Ter Jan 12 2021, 18:31
Hoje é dia de Schubert para a carola!
Nomeadamente a belíssimas 7, 9 & 13 sonatas para piano.
Christian Zacharias tem uma forma muito particular de fazer as suas interpretações. Tem o bom balanço da escola Judia, que conferem sem dúvida à música clássica mais alma e emoção. estranhamente este belíssimo pianista não tem a fama de outros e muitas vezes não é fácil encontrar reedições de interpretações suas.
Eu não as tenho mas busco as suas famosas interpretações de Domenico Scarlatti das sonatas tituladas como 30 Esercizi ("Exercícios").
Fernando Salvado gosta desta mensagem
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Jan 13 2021, 09:05
José Miguel escreveu:
... Não sei se o seu amigo é um arquitecto de volumes leves e de suaves transições entre esses mesmos volumes e o meio que vê melhorado depois da obra implementada, se é um arquitecto que gosta de marcar deliberadamente o meio onde pensa as suas construções por acreditar na mão do Homem, mas pela música tenderia para a primeira opção. ...
Visto que ele é um admirador de Siza e de Souto de Moura até ao ponto de ter feito uma road-trip ao Portugal para apreciar (in situ) a obra desses homens ... também penso que seja o primeiro caso, sém certeza pois a tentativa de advinhar uma personalidade por alguns codigos exteriores é sempre arriscada. Eu dantes e por dupla deformação profissional dizia: Diz-me qual é o teu sistema e direi quém és! ... hoje evito tal exercicio de analise
José Miguel escreveu:
... E é assim, eu por norma dedico mais tempo à Música do que ao áudio, gostava de encontrar tudo com o que me cruzo e me desperta curiosidade, mas nem o digital permite tal coisa. O Paulo bem disse que o vinil pode ser um excelente mote de conversas, aqui está.
Penso que qualquer melomano dedica tempo à musica pois é uma paixão! O Pierre tém também esse lado curioso e "bulimico" de musica que tu falas ... na realidade ele tém uma "bulimia" de todas as boas e belas coisas das vida, é o que se chama aqui um hedonista. È evidente que o digital não pode saciar todo o desejo de conhecimento musical e no que diz respeito aos estilos ou artistas alternativos, independentes ou underground ainda menos. O Pierre segue forums especialisados para acompanhar os movimentos e encontrar novas coisas nos estilos que gosta como eu fiz no passado em relação ao post-rock ... mas mesmo assim encontrar fisicamente os discos é dificil (e caro) e em digital é necessario conheçer os caminhos subterraneos que vão até à obra pelos meandros da net. Ném o digital fisico ou desmaterialisado ném o streaming podem ofereçer actualmente a integralidade de toda a musica que foi criada em todos os paises desde a nascensa da musica gravada, é evidente! No entanto, e vejo isso com o meu amigo, o amador obstinado acaba por encontrar vias que o levam até ao que procura e o digital é realmente hoje o suporte mais simples e eficaz para aceder a todos os estilos de musica...
O vinil pode ser um excelente mote de conversas é verdade, mas tudo o é! Tenho um amigo que se decidiu a possuir em vinil os cinquenta discos mais influentes da historia do rock consoante uma revista francesa. Tém comprado regularmente e ontém ofereci-lhe o Horses da Patti Smith que era um dos que lhe faltava ainda e ao mesmo tempo dei-lhe uma chave USB com a copia do CD ... discuti-mos um pouco de musica e muito de vinil pois anda "apanhado" pelo formato jà hà algum tempo. Disse-lhe com um sorriso que a musica é um belo tema de conversa ora que o vinil não ... é uma conversa que sò é interessante entre aficionados desse objecto, pois não é nada mais do que isso e disse-lhe ironicamente: O disco da Patti Smith ofereci-te para a tua coleção pois é algo importante para ti, a chave USB ofereci-te para que possas escutar em boas condições a obra!... e portanto ele tém um belo Pink Triangle como gira
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Jan 13 2021, 09:27
Alexandre Vieira escreveu:
... Eu não as tenho mas busco as suas famosas interpretações de Domenico Scarlatti das sonatas tituladas como 30 Esercizi ("Exercícios").
Nas sonatas do Domenico Scarlatti as grandes versões nmho são as do Vladimir Horowitz, Dino Lipatti e o Artur Rubinstein, todas ao piano ... existém as "verdadeiras" ao cravo aonde sobressai o Ralph Kirpatrick, Scott Ross e a do Pierre Hantai mais recente. Não sei se as sonatas que buscas foram interpretadas por estes musicos mas se é o caso vale a pena se interessar. Para as gravações mais antigas é, ou deve ser, possivel de encontrar o disco vinilo e geralmente a menos de 1€
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Jan 13 2021, 10:41
Se antes de 1997 alguém me tivesse perguntado qual seria o album o album "absoluto" para mim diria que não sei, mas diria que esse album deveria ser transversal e tocar todos os estilos de musica, deveria abordar todos os sentimentos humanos possiveis e por fim diria que ele deveria assumir uma perfeição formal ... o Homogenic é esse album. Muitos artistas tentaram a transversalidade musical sém conseguir tocar a maioria, muitos musicos exploraram ad nauseam os diferentes sentimentos humanos sém conseguir cristalisar a sua complexidade ... a Bjork fez tudo isso e mais alguma coisa desde a terçeira tentativa. A pequena islandesa sempre foi uma criadora de sons analisada e dissecada por uma concurrência que a cada album ficava atrasada ... aqui jà não hà concurrência e ela atinge um patamar aonde està sò, intocàvel e inultrapassàvel. Uma das forças deste album é de ser simultaneamente magmàtico e aéreo, luminoso e sombrio, tumultuoso e apaziguado, virtuoso e acessivel, masculino e feminino ... a Bjork fez das suas contradições o carburante artistico que move este monumento. Jà là vai quase um quarto de século desde que este ovni desceu na terra e ainda brilha mais hoje do que quando nasceu ... é a prova que a "mainstream" cria pérolas raras e preciosas quando se sabe distinguir o trigo do joio. Uma obra perturbante e inciatica que escuto neste momento com um prazer jubilatorio, como sempre...
Björk_Homogenic
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José Miguel Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Jan 13 2021, 18:36
O Paulo falou de Björk e deixou de usar um símbolo como imagem, uma e outra coisa poderiam não fazer sentido juntas, mas depois de um longo dia deu-me para abrir um vinhito do Dão (cheio como é hábito) e colocar a tocar um álbum que me lembra tempos passados... bem passados em festas, mas ao mesmo tempo lembra-me o conforto e arte de tapeçaria.
Quem escuta Selected Ambient Works 85-92 de Aphex Twin rapidamente percebe a relação com o passado de festas, a tapeçaria pode ser uma imagem estranha, mas é uma arte que requer a capacidade de criar imagens muitas vezes repetidas em larga escala, sem deixae de pelo meio introduzir pormenor e novidade. Estes trabalhos não são bem um redilhado, ainda que a própria tapeçaria se relacione. Estes trabalhos são um fundo onde se pode procurar conforto, texturas, extensão, profundidade, clareza e alegria, alguma melancolia... e tudo se pode repetir em loops, beats que teimam em lambrar-nos que o horizonte é largo, mas existe limite.
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Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Jan 13 2021, 20:03
Algumas vezes sabe bem ouvir coisas simples. Os Air têm esse condão, conseguem fazer temas melódicos, aparentemente simples, mas que nos alteram positivamente o estado de espírito.
Têm uma estética melódica singular, o que por si só é um enorme feito.
O que muitos consideram ser música de uma banda menor, eu acho precisamente o contrário, acho-os simplesmente geniais e intemporais.
Como diria um amigo que é músico Alemão em Dusseldorf: - Tu sabes o que custa fazer uma boa música PoP? Acredita que só alguns conseguem fazer, poucos, muito poucos!
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Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qua Jan 13 2021, 20:15
E agora ao Jantar vai-se ouvir este triplo álbum de:
Clara Petrella, Ferruccio Tagliavini, Giuseppe Taddei, Mafalda Masini, Maria Cristina Foscale, Mariano Caruso, Antonio Biancardo, Alberto Albertini, Franco Mariani, Carla Lazzari, Renata Pagetti, Maria Darbesi, com a Orchestra Sinfonica Di Torino Della RAI, The Cetra Chorus Di Torino, Giulio Mogliotti, Angelo Questa – a interpretar a Madame Butterfly de Puccini.
Este foi um dos achados da minha vida, a qualidade do som que não famosa, e algum do ruído que os discos, é superada pela genialidade das interpretações. Ao mesmo tempo quando se ouvem os discos parece que se está a fazer arqueologia. . Mas ao mesmo tempo confere um peso e uma emoção cada vez que tocam quase mágica.
Consegue-se arranjar no Discogs por cerca de 6 dolares mais portes. A pechincha do século.
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Jan 14 2021, 07:43
José Miguel escreveu:
...
... Estes trabalhos são um fundo onde se pode procurar conforto, texturas, extensão, profundidade, clareza e alegria, alguma melancolia... e tudo se pode repetir em loops, beats que teimam em lambrar-nos que o horizonte é largo, mas existe limite.
Bela escolha e belas palavras ... efectivamente a ambient é antes de tudo um solo que quando é fertil permite a qualquer sentimento de se desenvolver. Por uma vez diria que esse é pena ser escutado no formato digital...
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TD124 Membro AAP
Mensagens : 8270 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 59 Localização : França
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Jan 14 2021, 07:54
Alexandre Vieira escreveu:
Algumas vezes sabe bem ouvir coisas simples. Os Air têm esse condão, conseguem fazer temas melódicos, aparentemente simples, mas que nos alteram positivamente o estado de espírito. (...) E agora ao Jantar vai-se ouvir este triplo álbum de: ... a interpretar a Madame Butterfly de Puccini. ... Consegue-se arranjar no Discogs por cerca de 6 dolares mais portes. A pechincha do século.
Passar de Air ao Puccini jà é coisa mas jantar com a Madame Butterfly acho um acto muito elegante! Um pouco de Craig Armstrong para a sobremesa e preparar a noite e voilà une belle soirée en perspective
Eu tenho a versão dessa opera pelo Karajan e a Callas em 1955 ... mau som mas pura magia verdade seja dita
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Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Jan 14 2021, 11:55
Dessa tragédia nipónica desenvolvida em três actos, possuo a gravação realizada nos estúdios da capital italiana da RCA, em 1962.
Dos anos 80, faz parte do meu espólio a leitura de Malcolm McLaren dessa ópera.
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Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Jan 14 2021, 12:04
Ghost4u escreveu:
Dessa tragédia nipónica desenvolvida em três actos, possuo a gravação realizada nos estúdios da capital italiana da RCA, em 1962.
Dos anos 80, faz parte do meu espólio a leitura de Malcolm McLaren dessa ópera.
Foi laçando originalmente em cd? Não foi? Essa edição de 1962
Malcolm McLaren dos Sex Pistols? Desconhecia essa visão, tenho que ouvir!
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Jan 14 2021, 12:04
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
Algumas vezes sabe bem ouvir coisas simples. Os Air têm esse condão, conseguem fazer temas melódicos, aparentemente simples, mas que nos alteram positivamente o estado de espírito. (...) E agora ao Jantar vai-se ouvir este triplo álbum de: ... a interpretar a Madame Butterfly de Puccini. ... Consegue-se arranjar no Discogs por cerca de 6 dolares mais portes. A pechincha do século.
Passar de Air ao Puccini jà é coisa mas jantar com a Madame Butterfly acho um acto muito elegante! Um pouco de Craig Armstrong para a sobremesa e preparar a noite e voilà une belle soirée en perspective
Eu tenho a versão dessa opera pelo Karajan e a Callas em 1955 ... mau som mas pura magia verdade seja dita
Eu gosto muito de Air, é uma banda que dá enorme bem estar!
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14344 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Jan 14 2021, 12:25
Prezado ser verde, denominado Alexandre Vieira,
Nem só de vinilo ou streaming vive o homem.
Com melhores cumprimentos,
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Qui Jan 14 2021, 20:03
Smog – The Doctor Came At Dawn
Este é um autêntico documentário sobre decadência romântica, neste disco Bill Callahan relata todos os detalhes dolorosos e sórdidos sobre a arte de se apaixonar e desapaixonar . Bill na pele de Smog caminha na linha tênue entre autodepreciação, autoparódia estabelecendo um hino à falta de amor próprio; O álbum é musicalmente profundo, com guitarras discretas, piano cavernoso e arranjos suaves propositados para dar às vozes e às letras um impacto redobrado. Talvez seja a colecção de canções mais sombria do Smog, mas também está entre as mais maduras e recompensadoras de Callahan. Um álbum obrigatório!
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb Jan 16 2021, 13:30
DipStick Remix.
Não grande fã de remix, mas este álbum de Dipstick tem uma matriz nas misturas muito interessante. É uma matriz alternativa bastante colada às músicas que as colocam em ambientes distintos da sua criação.
Pessoalmente gosto muito e recomendo. Arranja-se facilmente no discogs o cd por cerca de 10 euros já com portes, no amazon custa cerca de 85 dolares.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb Jan 16 2021, 14:26
Este disco foi originalmente concebido como "completamente oposto aos outros álbuns de Bowie", sendo composto por covers e por uma composição original, e principalmente voltado ao mercado americano, já que "ele queria que músicas que não eram tão conhecidas nos Estados Unidos fossem tão bem reconhecidas como na Inglaterra", mas, eventualmente, esse plano foi abandonado.[ Pin Ups foi a primeira de duas "nostalgias dos anos 1960" que Bowie planejara lançar. A segunda, que seria chamada "Bowie-ing Out", conteria os covers das canções americanas favoritas de Bowie, mas nunca foi gravada. Um álbum em que mais do se dar conta do que foi o génio criativo de Bowie nos apercebemos dos seus enormes dotes vocais e a sua singular interpretação. Um álbum maior de Bowie que muitas vezes esquecemos de realçar.
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb Jan 16 2021, 16:25
É daqui de Portugal este País quase africano, que temos que dar a conhecer alguma coisa boa made in france!
Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sáb Jan 16 2021, 23:30
Orchestral Manoeuvres in the Dark constituiram uma organização bem oleada de sonoridade própria. Editado em 1980, «Organisation», além de «Enolagay», contém mais oito temas, alguns superiores ao hit referido, com ambiência, por vezes, encantadoramente envolta em expectação.
(Dindisc, 202 971-320)
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Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 17 2021, 12:59
Ghost4u escreveu:
Orchestral Manoeuvres in the Dark constituiram uma organização bem oleada de sonoridade própria. Editado em 1980, «Organisation», além de «Enolagay», contém mais oito temas, alguns superiores ao hit referido, com ambiência, por vezes, encantadoramente envolta em expectação.
(Dindisc, 202 971-320)
Um disco dedicado aos Kraftwerk, daí o nome do Álbum, Organisation foi um dos nomes usados por Ralf & Florian.
Temas soberbos, dos poucos discos em que um ambiente industrial se torna romântico.
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 17 2021, 13:02
Esta banda tem um belo conjunto de canções! E este disco talvez aquele que me identifique mais da banda, parece um disco do inicio dos anos 70 e não de 2010.
Alexandre Vieira Membro AAP
Mensagens : 8560 Data de inscrição : 11/01/2013 Idade : 54 Localização : The Other Band
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 17 2021, 14:28
Tive a oportunidade de assistir ao lançamento deste disco num concerto que fizeram na Expo 98 em Lisboa. Um concerto memorável de um disco excelente.
Foi de tal forma que ninguém se lembrou, como era habitual, pedir para tocar temas dos Nivarna.
De todos os elementos do grupo aquele que mais me deixou perplexo foi o baterista, para além da sua parecença em palco com o enorme baterista dos Police, Stewart Copeland, a energia que transmitia ao concerto era qualquer coisa de inacreditável.
Penso que a RTP gravou esse concerto, adora ter acesso ao mesmo!
Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 17 2021, 17:04
Trata-se de Taylor Hawkins, baterista à imagem de Dave Grohl nos Nirvana.
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TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 17 2021, 18:08
Belo e delicioso almoço com amigos hoje ... alguns que jà não os tinha visto desde hà muito por causa deste virus disturbador que nos tém dinamitado os habitos. Tudo foi regado como deve ser e como a tradição exige quando velhos companheiros se encontram ... mas hoje não era um dia como os outros! Desde ontém que o recolher obrigatorio foi estabelecido às 18h no lugar das 20h habituais. Tinha que levar o meu filho até à casa da mãe e estar de volta antes das 18h ... ora que acabà-mos a sobremesa e o ultimo copo de Sauternes às 17h45!!! Toca a correr com o puto e a mulher e a acelarar até Montpellier ... bichas por todos os lados pois como eu todos esqueçeram as novas regras ... despejar o puto na casa da mãe à pressa e acelarar para estar de volta à aldeia antes das seis ... impossivel e chegàmos a casa às 18h25, sém encontrar a policia o que em si jà é um milagre! O que escutar apòs uma epopeia relampago como esta???... algo de calmo para se apaziguar é certo, abrir uma garrafita para ajudar a pousar das emoções também é evidente, mas faltava o disco que seja calmo sém ser meloso, melodico sém ser pop, elegante sém ser pretencioso, acessivel mas pertinente ... foi este que me veio à ideia e que escuto agora. Mereçe todos os elogios que fiz e mesmo os que não fiz ... eis uma linda maneira de continuar um belo dia!...
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Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 17 2021, 20:05
Unknown Mortal Orchestra – II Esta banda da Nova Zelândia é um tesouro, especialmente neste "II". Consegue refazer sons dos anos 60, 70 e 80, pois vagueia entre um psicadelismo rejuvenescido até ao mais puro R&B sem esquecer que são uma banda POP. Tudo com uma matriz muito própria e num embrulho de enorme gosto.
Ghost4u Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 17 2021, 20:54
"(...) embrulho de enorme gosto". Refere-se à capa
Ghost4u Membro AAP
Mensagens : 14344 Data de inscrição : 13/07/2010 Localização : Ilhéu Chão
Assunto: Re: A rodar XLVII Dom Jan 17 2021, 21:07
«Ravensburg» é o quarto álbum do trompetista norueguês Mathias Eick. Editado em 2018, explora a temática dos relacionamentos, com oito peças que decorrem sem pressa.
(ECM, 2584)
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Seg Jan 18 2021, 21:18
Uma banda que marcou um período da música Portuguesa, para além de ter servido como Escola para outros projectos tais como os Madredeus. Pessoalmente é um projecto que gosto muito. Apenas faço o reparo quanto a este disco que é uma reedição que poderia ter melhor qualidade. Penso (não tenho a certeza) que não foram usadas as master originais.
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 10:13
Para mim tão bom ou melhor que o PET SOUNDS.
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 13:36
Um belo disco de 1983 muito bem gravado e impresso.
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 14:21
Alexandre Vieira escreveu:
Um belo disco de 1983 muito bem gravado e impresso.
Tive esse disco e na altura achava que estava mal gravado ... tinha 17 anitos
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Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 14:25
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
Um belo disco de 1983 muito bem gravado e impresso.
Tive esse disco e na altura achava que estava mal gravado ... tinha 17 anitos
Este é da EMI Valentim Carvalho, embora como diz o Fantasma e é verdade, a Orfeu tivesse melhores edições estes desde que fossem de autores portugueses não são nada maus.
Este comprei-o a um coleccionador está quase novo!
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 14:37
Será o último dos Joy Division ou o primeiro dos New Order?
Para mim é um dos melhores discos de culto de sempre.
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 15:07
Agora uma paragem mais electrónica e experimentalista!
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 15:16
Alexandre Vieira escreveu:
... Agora uma paragem mais electrónica e experimentalista!
Klaus Schulze! ora ai està uma bela ideia ... por aqui roda este:
Alexandre Vieira Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 15:24
TD124 escreveu:
Alexandre Vieira escreveu:
... Agora uma paragem mais electrónica e experimentalista!
Klaus Schulze! ora ai està uma bela ideia ... por aqui roda este:
Não conhecia de todo. O que recomendas em termos de "obra iniciática"?
TD124 Membro AAP
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Assunto: Re: A rodar XLVII Sex Jan 22 2021, 15:46
Alexandre Vieira escreveu:
... Não conhecia de todo. O que recomendas em termos de "obra iniciática"?
Dos FSOL???... para resumir, as duas obras mais influentes deles é o que venho de escutar e o Lifeforms:
The Future Sound of London_Lifeforms
Este album é mais "apaziguado" e concentrado na natureza, nos sons naturais orgânicos e não sò ora que o Dead Cities é mais urbano e "dark"! Qualquer um destes, ou mesmo os dois, é a essência do estilo dos FSOL