Fórum para a preservação e divulgação do áudio analógico, e não só... |
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| Algumas vergonhas no nosso jardim | |
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Autor | Mensagem |
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António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Seg maio 23 2011, 22:33 | |
| Esteve a dar um programa fabuloso e que abrangeu os últimos 60 anos da economia mundial, e onde foi possível ver o complô que tem existido entre o FMI e os grandes investidores como aconteceu na Asia. Os muitos milhões não foram emprestados para ajudar a economia dos países em recessão. No caso da Indonésia e Taiwan, o dinheiro foi emprestado, a economia do país estabilizou durante umas semanas, e depois colapsou por completo. e porquê? Porque a razão do empréstimo foi exclusivamente para os grande bancos investidores que estavam a arder, reaverem o seu dinheiro. Assim que o dinheiro saiu quase na totalidade para esses pagamentos, a moeda desses países caiu 80% levando esses dois países ao caos e a quase total anarquia. São os mercados e os grandes bancos que mandam em tudo com a conivência de governos e instituições. É a nova escravatura humana. Arruinar uns para o açambarcamento monstruoso de outros. | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter maio 24 2011, 20:36 | |
| Interessante... Assim se vê a máquina do PS: Legislativas 2011: a reportagem nos bastidores da campanha - TVI24 http://www.tvi24.iol.pt:80/videos/pesquisa/legislativas2011/video/13433322/1 | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter maio 24 2011, 21:56 | |
| - António José da Silva escreveu:
- É a nova escravatura humana. Arruinar uns para o açambarcamento monstruoso de outros.
Nova escravatura, claro! As coisas não se repetem... como no conto do vigário, pois este sabe que na próxima não cairiam e por isso arranjam uma nova estratégia. Por falar em escravatura, já algures comentei que, a escravatura não foi abulida por vontade dos políticos, pois estes não queriam ver estas «reles criaturas» a ascender à sua condição, de cidadania. Foi o interesse do capitalista que fez com que os políticos o fisessem. No caso de situações que não interesse aos capitalistas, estes não se metem. é o caso dos políticos ignorarem o que compete à cidadania. Falo, por exemplo, do direito ao estudo, sem para isso ter que custear um montante que esteja fora do alcance do comum cidadão. Isto não passa apenas por uma questão económica, mas de condições em geral. Esta é mais uma forma de sustentar o poder e a «escravatura», sendo que os capitalistas não querem que seja de outra forma, pois não querem pagar, querem é receber mais. E isto vê-se em tudo... Facilmente se pode concluir o problema: é o poder. E entregar o poder, é o mesmo que dizer: façam de mim escravo. | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui maio 26 2011, 22:16 | |
| Hoje vou falar da EMEL. Há muito que tinha procurado informações sobre estacionamento de residente junto da EMEL e na altura disseram-me que não podiam fazer nada... E até agora não me quis chatear mais com o assunto. Acontece que, conversando com o meu vizinho, acabei por saber que ele tratou disso e disse-me para lá ir. E assim foi. Cheguei lá, estava uma pessoa a ser atendida e pouco depois foi atendido. Lá «tratei» do assunto. Expondo a situação, dei os meus dados e, com tudo ok, paguei o «sêlo» e troxe este e a factura. Não coloquei logo o sêlo no carro, pois este estava longe e como não precisava dele... Entretanto, no dia seguinte ligaram-me a dizer que tinha que devolver o sêlo e que devolviam o dinheiro; que tinha que fazer uma «exposição» primeiro... E, pensei, para não prejudicar a moça, pelo alegado engano (penso eu de que ), disse-lhe que iria no dia seguinte para tratar do assunto. Assim fiz. Cheguei lá estavam duas pessoas à minha frente. Estava ensonado, a «pesar melões», até que é atendida a segunda. Depois, com o sol a bater no vidro e já a transpirar, atendo o tlm. Passara quase 1 hora, pergunto à moça se iria demorar. Ela, com uma certa presunção, que hoje é «normal» nos jovens, respondeu que estava a atender uma pessoa. Resposta nada inteligente. Estava lé já uma outra senhora para ser atendida também e eu logo comentei a situação com ela e de seguida, simplesmente disse que não estava para aturar aquilo e vim embora. Agora, vou utilizar o sêlo que tenho e logo se verá. Isto é mais um exemplo da situação deste país. Inteligência saloia! | |
| | | vlopes Membro AAP
Mensagens : 3034 Data de inscrição : 03/07/2010 Localização : Para onde nos pode levar uma música? Para qualquer lugar onde seja capaz de voar o pensamento.
| Assunto: A proposito da Greve da CP marcada para amanha.. Dom maio 29 2011, 22:19 | |
| "Greve da CP pára comboios em quase todo o País amanhã" Económico com Lusa 29/05/11 20:10 vale a pena pena perceber quanto custam estes senhores ao País.. Prejuízos nos transportes subiram 81% para 475 milhões O prejuízo de cinco das oito principais empresas de transporte e de infra-estruturas que pesam nas contas do Estado quase duplicou em 2010, crescendo 81,2 por cento face ao ano anterior, para um resultado líquido negativo de 474,8 milhões de euros. A melhoria das receitas, de quase 11 por cento, não chegou para impedir a derrapagem, nomeadamente dos capitais próprios e do passivo. Em causa estão a CP, Refer, STCP, TAP e Carris, cujos resultados do ano passado são já conhecidos. Quanto ao Metro de Lisboa, Metro do Porto e grupo Transtejo, as contas só deverão ser publicadas no segundo semestre. Neste momento, os prejuízos das cinco empresas que divulgaram os seus relatórios já equivalem a 84,5 por cento do total dos prejuízos registados pelas oito companhias em 2009. A situação da companhia aérea foi a que mais se agravou em termos de ritmo de crescimento: o prejuízo disparou de 3,5 para 52,9 milhões de euros, devido aos impactos de duas operações deficitárias: a empresa de handling Groundforce e o negócio de manutenção de aviões no Brasil. De acordo com o relatório e contas da Parpública, estas duas actividades foram responsáveis, respectivamente, por perdas de 43,5 e 71,8 milhões em 2010, o que anulou os bons resultados da área de aviação (lucros de 62,3 milhões de euros). Já a CP representa agora mais de 41 por cento dos prejuízos totais destas empresas: o resultado líquido negativo da operadora ferroviária nacional agravou-se em 170 por cento, para mais de 195 milhões de euros. A transportadora, que só conseguiu gerar resultados operacionais positivos nos serviços de longo curso, foi penalizada por uma redução de 8,1 por cento nas receitas, apesar de ter cortado 7,6 por cento nos custos operacionais. Igualmente preocupante é a situação do passivo global, que cresceu quase 40 por cento, para um total de 11.241 milhões de euros (aqui engloba-se o Metro do Porto, uma vez que este indicador já foi tornado público). Neste montante, é a CP que novamente tem mais peso no retrato negativo do sector: as obrigações e dívidas para com terceiros ascendem a 3666,4 milhões de euros, o que leva a administração a lançar um apelo urgente. "Já não há mais tempo de espera para que se defina e se leve à prática um desígnio de Estado que permita o urgente saneamento económico e financeiro da empresa", afirma no relatório e contas divulgado esta sexta-feira. Mas o que mais salta à vista é o caso da Refer: a empresa sofreu um agravamento de 42 por cento no passivo, fruto do recurso ao endividamento de curto prazo. A operadora ferroviária atribui, aliás, alguma responsabilidade ao Estado. Os atrasos em aprovações de que necessitava das Finanças para obter empréstimos e o agravamento da situação da dívida pública soberana obrigaram a gestora ferroviária a "recorrer a linhas de curto prazo para mitigar o risco de refinanciamento da empresa". O endividamento total da Refer atingiu os 6026 milhões de euros no final do ano passado. TAP "insustentável" O retrato da situação destas empresas também não melhora quando se analisam os capitais próprios. Bem pelo contrário. A situação da TAP, por exemplo, foi das que mais se degradaram. O agravamento em 29 por cento dos capitais próprios da companhia aérea "define uma trajectória de evolução que conduz à insustentabilidade da empresa, dadas as adversas condicionantes que impedem a sua recapitalização no actual quadro accionista", alerta a Parpública, holding pública que é dona de 100 por cento da transportadora, justificando desta forma "a importância do anunciado processo de reprivatização". É verdade que a situação de falência técnica não é nova, mas o desequilíbrio financeiro piorou ainda mais no ano passado. À falta da injecção dos capitais que seriam necessários da parte do Estado, estas empresas têm sido obrigadas a recorrer cada vez mais ao crédito de curto prazo, que tem de ser liquidado no prazo máximo de um ano. Foi o que sucedeu, por exemplo, na STCP: a transportadora rodoviária de passageiros do Porto salienta que o passivo corrente (de curto prazo) subiu "exponencialmente" (224 por cento), o que justifica "a necessidade de reestruturar o passivo", alerta a administração. Os maus resultados das transportadoras públicas e os limites ao endividamento, impostos pelas Finanças ao sector empresarial do Estado (SEE), tiveram reflexos negativos na capacidade para investir, traduzindo-se num abrandamento de 2,7 por cento no capital despendido na operação. No total, as quatro empresas públicas que já reportaram dados de investimento relativos a 2010 gastaram 455,7 milhões de euros. Valor que se compara com 468,2 milhões do ano anterior. A operadora que mais desinvestiu foi a CP, passando de 83,2 para 23,8 milhões de euros, no exercício do ano passado. Esta queda de 71,4 por cento foi transversal a todas as áreas passíveis de melhorias: das infra-estruturas ao material circulante. Já a STCP teve um comportamento oposto, aumentando em 714 por cento o investimento em 2010. Tratou-se, porém, de um montante pouco expressivo no global, ficando-se por 12,3 milhões de euros. Custos em alta Apesar de o SEE estar obrigado a cortar 15 por cento nas despesas operacionais em 2011, a tendência geral foi inversa no ano passado: os custos destas cinco empresas subiram 9,4 por cento, alcançando 2812,4 milhões de euros. Houve, todavia, casos de redução dos gastos, como na CP, que reduziu 7,6 por cento nesta factura, para 384,8 milhões de euros, à custa de um emagrecimento da oferta. Em contrapartida, outras operadoras aumentaram significativamente os custos. A TAP, por exemplo, sofreu um aumento de 16,1 por cento, para 1928 milhões de euros. A transportadora aérea foi penalizada pelo aumento do preço do combustível. Esta rubrica sofreu um agravamento significativo nas contas da empresa, passando de 358,6 para 522,9 milhões de euros, entre 2009 e 2010. Ao contrário do que sucedia no passado, a situação destas empresas levou a um agravamento do défice, fruto de alterações nas regras de contabilização da dívida pública. Refer, Metro de Lisboa e do Porto foram incluídas nas contas porque as receitas próprias não chegavam a 50 por cento dos custos. 16 de Maio de 2011 | via: publico.pt | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Seg maio 30 2011, 22:32 | |
| Não é por causa das greves que a empresa está como está, mas por outras coisas. Agora, que a luta não é travada como deveria, lá isso é e os utentes é que se tramam! O problema, no fundo, é sempre o mesmo: a falta de seriedade. É que as pessoas estão «bem obrigado» a procurar apenas a «sua parte». Como na política: não interessam os problemas, mas a parte de que gostam... | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter maio 31 2011, 08:35 | |
| - Stereo escreveu:
- Não é por causa das greves que a empresa está como está, mas por outras coisas. Agora, que a luta não é travada como deveria, lá isso é e os utentes é que se tramam!
O problema, no fundo, é sempre o mesmo: a falta de seriedade. É que as pessoas estão «bem obrigado» a procurar apenas a «sua parte». Como na política: não interessam os problemas, mas a parte de que gostam... Devo acrescentar ainda a falta de responsabilidade. Mas aqui, todos nós (no entanto, não me incluo...) temos a nossa parte de culpa - é que a responsabilidade é ou deve ser uma exigência. Mas o que levou agora a escrever foi ter acabado de ouvir dizer que afinal esta greve não deveria ter acontecido, pois a situação deveria estar normalizada. Eis, mais um exemplo de irresponsbilidade e que «nós» fazemos questão de pagar bem!... | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter maio 31 2011, 11:24 | |
| - Stereo escreveu:
- Stereo escreveu:
- Não é por causa das greves que a empresa está como está, mas por outras coisas. Agora, que a luta não é travada como deveria, lá isso é e os utentes é que se tramam!
O problema, no fundo, é sempre o mesmo: a falta de seriedade. É que as pessoas estão «bem obrigado» a procurar apenas a «sua parte». Como na política: não interessam os problemas, mas a parte de que gostam... Devo acrescentar ainda a falta de responsabilidade. Mas aqui, todos nós (no entanto, não me incluo...) temos a nossa parte de culpa - é que a responsabilidade é ou deve ser uma exigência. Mas o que levou agora a escrever foi ter acabado de ouvir dizer que afinal esta greve não deveria ter acontecido, pois a situação deveria estar normalizada. Eis, mais um exemplo de irresponsbilidade e que «nós» fazemos questão de pagar bem!... Pronto! Acabei de ouvir outra notícia, agora a dizer que está prevista nova greve nos combóios! Então isto não é coisa de crianças! Faz-me lembrar a criança que, influenciada pela publicidade, quer comer uma porcaria qualquer, rejeitando simplesmente aquilo que os pais lhe querem. De resto, a tendência é comer apenas o que «gosta». É isto que queremos: uma orientação irresponsável, sem qualquer consequência? Parece que estamos agora a ser «governados» pela TROYKA precisamente por isso e continuamos com as «birras» em vez de procurarmos ter uma atitude responsável. E quem ainda pensa que é uma questão partidária está enganado. Pelo contrário, este é o problema. | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jun 01 2011, 13:22 | |
| Doar Sócrates às faculdades de psicologia
Henrique Raposo (www.expresso.pt) 8:00 Terça feira, 31 de maio de 2011 Meu caro leitor, tive uma ideia genial para o futuro da nação, a saber: Portugal, num acto de caridade ímpar, devia doar a mente de José Sócrates às faculdades de psicologia. Porque, de facto, e muito a sério, ah, a Psicologia é a única coisa que pode explicar Sócrates. A Ética não entra naquela couraça. A Política e a Economia também não. Só os instrumentos psicológicos têm a capacidade para compreender este nosso genial primeiro-ministro. Só a Psicologia pode analisar a genial aversão do nosso primeiro à realidade (sim, genial; a maioria dos comentadores vê na negação da realidade uma "genial capacidade de comunicação"). Ora, sem grande esforço, apontei aqui alguns episódios e factos dos últimos dois meses (só dos últimos dois meses), que mostram como a cabeça de Sócrates é uma espécie de fenómeno do Entroncamento a merecer consagração científica imediata. Vejamos:
- Sócrates classificou de "selvajaria" a actuação de jornalistas brasileiros . Porquê? Porque os jornalistas brasileiros, desconhecendo os costumes brandos da nossa imprensa, rasgaram o código deontológico do jornalismo e ousaram fazer perguntas ao nosso primeiro-ministro , perguntas que não estavam nos cartõezinhos do Luís.
- Em Bruxelas, Sócrates insinua que jornalistas europeus estão ao serviço dos maléficos mercados . Porquê? Tal como os jornalistas brasileiros, os jornalistas europeus são péssimos profissionais e fazem perguntas difíceis.
- Foi preciso um motim de Teixeira dos Santos para forçar José Sócrates a pedir ajuda . Reparem bem: foi preciso um motim do ministro das finanças para que o primeiro-ministro acabasse com o seu teatrinho. Ainda estou para saber como é que isto não dominou as últimas semanas em Portugal. São os mistérios da República do "ó Luís".
- O primeiro-ministro abandonou o parlamento no início da mais importante sessão parlamentar em décadas. Este desrespeito pelo parlamento não gerou polémica nos jornalistas e nos comentadores. E depois é o povo que não tem cultura cívica.
- O governo quis silenciar a UTAO, essa instituição que já veio desmentir as contas do governo em relação à execução orçamental deste ano.
- O primeiro-ministro mentiu aos portugueses sobre o documento da troika, nomeadamente na questão da TSU.
- O governo não disse a verdade sobre o uso de fundos da Segurança Social para a compra de dívida.
- O primeiro-ministro disse que algumas pessoas que se manifestavam contra o PS eram "pessoas que não sabem o que é a democracia". Ou seja, uma manif anti-PS só pode ser composta por bandidolas. Aliás, protestar contra o PS devia ser proibido.
- No debate com Passos, José Sócrates disse que o líder da oposição não devia criticar o governo daquela maneira, porque isso punha em causa o país. Notável teoria política: criticar o governo é o mesmo que criticar a nação. O dr. Salazar ia gostar muito.
- No debate com Passos, Sócrates subia às paredes sempre que Passos dizia "bancarrota". Sócrates chegou a dizer qualquer coisa como isto: "mas v. está sempre a falar de bancarrota, que mania". Os contactos com a realidade são, de facto, raros na mente no nosso primeiro. A bancarrota já é um facto (é por isso que pedimos ajuda), mas Sócrates continua a negá-la.
E há mais, muito mais. E nem seria preciso ir além dos últimos dois meses para encontrar mais tiros no pé do senhor engenheiro. Sócrates é mesmo um tratado psicológico por escrever. Num acto de piedade cristã, a nação deve doá-lo às faculdades de psicologia. | |
| | | Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
| | | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jun 01 2011, 16:50 | |
| É compena que vejo as pessoas - em particular os portugueses - constantemente no mal dizer. E, se na política um aprtido é eleito, antes que este comece a fazer alguma coisa, parece tudo bem, não se critíca, parecendo que aqueles que o elegeram não eram idiotas... Mas mal comecem as suas acções, começam as críticas e então parece ser maior a oposição. Então já parece não haver ideologias, mas a oposição ao governo. E se no século desanove, sendo um regime diferente, a realidade se assemelhava, hoje até parece ser alguma novidade, pois repete-se...
Eu prefiro criticar o que deve ser criticado, ao contrário daquilo que acontece em geral. E antes de passar a expôr algo que merece crítica, vou lembrar uma boa razão para que haja crítica. É que se há valôr há que apreciar. Por isso, apesar de tantas controversas, um português que na Suiça está por detrás do que de melhor a Suiça tem a oferecer em termos de relógios, está a pensar deslocar parte da sua produção para Portugal. Isto diz qualquer coisa!
Agora, mais um exemplo infeliz da realidade portuguesa. E mais uma vez lembro, a realidade é construida por pessoas.
No Público Renovação da carta obrigatória aos 50 anos ainda desconhecida por muitos automobilistas
"Temos detectado, de facto, algumas situações", admitiu hoje à Lusa uma fonte da GNR, explicando que as polícias não podem deixar de autuar mesmo quando se percebe que a infracção se ficou a dever ao exclusivo desconhecimento da lei.
"Considero que a lei precisava de ser melhor publicitada", afirmou, por seu lado, o advogado Alberto Martins Dalte, que quarta-feira conseguiu a absolvição, no tribunal da Maia, do seu cliente Júlio Pena, um dos automobilistas que se confessou surpreendido por esta alteração legislativa.
Júlio Pena tinha uma carta de condução válida até 2023, data que, conforme explicou, foi mantida em 2006 quando pediu uma segunda via, por ter perdido os documentos.
"A lei em questão, embora produzisse efeitos em 2008, foi publicada em 2005. Portanto, a validade da carta já devia estar corrigida para 2008, mas manteve-se em 2023", disse o condutor.
"Como então desconhecia a lei, estava convicto de que poderia conduzir até 2023 com aquela carta", acrescentou.
Em 17 de Novembro de 2007, o Instituto de Mobilidade e Transportes Terrestres (IMTT), sucessor da Direcção-Geral de Viação, garantiu ao Diário de Notícias que o organismo iria enviar cartas de aviso a todos os condutores que, na sequência da nova lei, viram antecipada a idade de renovação da carta.
No entanto, fonte não oficial da estrutura regional do Norte do IMTT garantiu à Lusa que o processo foi interrompido, tendo em conta a quantidade de condutores a notificar.
Os serviços centrais do IMTT, que todas semanas divulgam o número de cartas de condução requeridas e expedidas, não conseguiram fornecer à Lusa, em tempo útil, dados sobre a renovação de cartas por condutores que completaram 50 anos ou que ultrapassaram essa idade sem o fazer.
A lei que ainda está a apanhar desprevenidos muitos condutores, apesar de publicada em 2005 e aplicada três anos depois, obriga a uma primeira renovação das cartas de condução aos 50 anos de idade.
Os condutores têm uma tolerância de dois anos para se proceder à revalidação. Esgotado esse prazo, a lei impõe a submissão do condutor a novo exame prático de condução.
A legislação obriga também a uma segunda renovação da carta aos 60 anos de idade e mantém as revalidações dos 65 e dos 70 anos, bem como a obrigatoriamente de renovação de dois em dois anos para pessoas com 72 anos ou mais.
Contactado pela Lusa, o presidente da Via Azul - Associação Nacional dos Técnicos Examinadores de Condução Automóvel, José Bernardino, desvalorizou a falta de informação dos condutores quanto à lei que os obriga a revalidarem a carta de condução aos 50 anos.
Reconhecendo vantagens na antecipação em 15 anos da renovação de carta, considerou que o processo "peca por insuficiente", por se exigir "apenas" um atestado médico, além da tramitação burocrática.
"É bom que se exija mais cedo uma comprovação da sanidade mental e aptidão física, através do atestado médico, mas é insuficiente", frisou.
"Se obrigassem os condutores a fazerem uma formação, começava-se a incutir o hábito de formação contínua dos condutores", acrescentou.
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| | | vlopes Membro AAP
Mensagens : 3034 Data de inscrição : 03/07/2010 Localização : Para onde nos pode levar uma música? Para qualquer lugar onde seja capaz de voar o pensamento.
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jun 01 2011, 19:44 | |
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| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jun 01 2011, 22:52 | |
| Hoje e como é dia da criança, não queria deixar passar o dia sem o lembrar aqui. É que pelo menos tento dar algum contributo, pois aquilo que vi, infelismente correspondeu ao que sempre foi a consideração que o adulto tem por elas... E não é por acaso que o adulto, com a desculpa de depositar as esperanças nela, acaba sempre a negligenciar. Como se costuma dizer: quem vem atrás que feche a porta. Ontem esperava a minha irmã quando sou abordado por duas sras. falando qualquer coisa de «deus»... Ao que eu perguntei se sabiam do que estavam a falar. Elas, claro, olharam-me com estranheza e voltaram a fazer a mesma conversa e eu a perguntar-lhes o mesmo. Pois é assim em tudo, na política... como se não houvesse necessidade de entender nada, mas apenas defender a «minha/nossa» crênça. Pois eu digo o contrário: o ser humano tem o dever de defender a dúvida, pois só ela o leva ao entendimento. E por hoje chega... deixo apenas um desejo para que as coisas amanhã estejam melhores, em particular para as crianças! | |
| | | Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 02 2011, 00:24 | |
| "El primer ministro portugués se parece a un conductor que avanza a toda velocidad por la autopista en dirección contraria, convencido que son todos los demás automovilistas los que se equivocan. Los gobiernos europeos y las instituciones comunitarias dan por hecho que Portugal no puede salir de la crisis sin asistencia financiera, pero José Sócrates les contradice a todos diciendo que que el país puede superar sus problemas con sus propias fuerzas"
Vale a pena ler o resto :
http://www.abc.es/20110327/economia/abcp-antipatico-contra-todos-20110327.html | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 02 2011, 01:22 | |
| Os lambe-cus
"Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele. Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia. Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço». Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores,os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc... Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso. Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada. O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas.Ninguém gostava de um engraxador. Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu. O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu. Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu. Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing. Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo. (...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional. O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês."
Miguel Esteves Cardoso, in "Último Volume"
Última edição por Ferpina em Qui Jun 02 2011, 02:40, editado 1 vez(es) | |
| | | Vodoo Membro AAP
Mensagens : 7002 Data de inscrição : 05/07/2010 Localização : Usuário BANIDO
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 02 2011, 02:25 | |
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| | | manuel fonseca Membro AAP
Mensagens : 340 Data de inscrição : 06/04/2011 Idade : 65 Localização : vila nova de famalicao
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 02 2011, 09:51 | |
| o Miguel continua em grande forma, fantastico | |
| | | Luis Filipe Goios Membro AAP
Mensagens : 10506 Data de inscrição : 27/10/2010 Idade : 66 Localização : Lanhelas - Minho
| | | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| | | | António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 02 2011, 23:04 | |
| Se isso é verdade, é realmente espantoso. Acho que é a isso que se chama o verdadeiro negócio de família. _________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte | |
| | | Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Jun 03 2011, 00:32 | |
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| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Jun 03 2011, 18:44 | |
| Agora que o Fernando falou no sr. Duarte... lembrou-me de escrever um pouco sobre esta «fantasia». Como é que a sociedade se pode orientar se estando constituida a República continua a sustentar a fantasia denomidada monarquia?! Mais: como é que em democracia se aceita a existência de um partido seu representante?! Afinal em que ficamos? Assumimos - como adultos que somos - a responsabilidade política ou entregá-mo-la a «deus»? É das duas uma: ou as pessoas sabem o que andam a fazer ou ademitem o contrário e demitem-se das suas responsabilidades negando igualmente os seus direitos! É curioso ver que a vontade do povo expressa sempre aquilo que também no que o representa se encontra. E jamais nessa vontade consta o bom senso. Longe disso! A impressão que dá é que o ser humano passa a vida a discutir o sexo dos anjos. | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Jun 03 2011, 21:31 | |
| Hoje soube de mais uma triste situação que não deveria ter acontecido. Devem ter assistido nas notícias. Uma creche ilegal cujo cuidado era negligenciado, a dona já tinha precedentes na matéria e alguns pais eram já clientes anteriores. Isto foi para abertura de um outro comentário que, apenas é da nossa conta pela parte que irei apontar. Devem estar a par das notícias sobre a bactéria que ultimamente fez já umas quantas vítimas. Acontece que, ao contrário da última, que era mundial, esta levou a consequências apenas para alguns países. O problema foi a reacção, que por falta de bom senso criou uma crise. A Alemanha e depois a Russia criaram uma situação de crise agricula em Espanha e daí a Portugal. E ainda ignoraram as regras que tinham subescrito. Isto é uma amostra de que estas pessoas (as que nisto têm responsbilidades) não estão à altura da situação. Nós com outra crise (ou antes crises), além desta, estamos a lidar igualmente mal com ela. Por um lado porque não estamos a apontar para o problema, por outro, porque em vez de nos preocuparmos com o verdadeiro problema estamos à caça às bruxas, a apontar o dedo e claro, nunca apontamos para nós. Acontece que as sondagens apontam para aquilo que é tudo menos o que devia. Aponta para quem defende quem criou a crise; para quem quer que pague a mesma que não o devia. Quem está do lado daquele que já tem o poder; que para dizer que é pessoa de bem, faz caridade quando deveria fazer justiça. Enfim, isto mostra a falta de bom senso do povo. E qual é a legitimidade em termos de democracia, quando o povo não tem consciência da realidade e é levado por uns quantos, que por sua vez também não tem consciência da realidade nem está interessado nisso, bastando-lhe o tacho e o sonho de conquistar o poder, para então tentar fazer valer a «sua» lógica. Bom senso? Quem o quer?!... | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Jun 07 2011, 15:47 | |
| Ex-primeiro-ministro islandês julgado por negligência governativaUm processo judicial contra o ex-primeiro-ministro islandês Geeir Haarde, acusado de negligência grave durante o seu mandato governativo, começa esta terça-feira num tribunal especial. Em Setembro de 2010, o parlamento islandês decidiu processar por "negligência" o antigo chefe do Governo, que liderava o país na altura em que o sistema financeiro islandês entrou em colapso, em Outubro de 2008. Para julgar Haarde, foi criado um tribunal especial, o Tribunal Superior de Justiça (Landsdomur). O tribunal deverá confirmar a acusação, esta terça-feira, mas segundo a comunicação social islandesa o início do julgamento só deverá ocorrer depois do verão, uma vez que a instância judicial irá atribuir um prazo ao antigo governante para apresentar objecções. Haarde demitiu-se em Janeiro de 2009, anunciando sofrer de um cancro. E por cá? Pelo menos desde 1974, não me lembro de acção semelhante!... | |
| | | António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Jun 07 2011, 17:04 | |
| - Ferpina escreveu:
E por cá? Pelo menos desde 1974, não me lembro de acção semelhante!... Por cá a incompetência governamental é premiada com um lugar administrativo numa qualquer grande empresa estatal ó privada. _________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Jun 07 2011, 23:24 | |
| Hoje vou deixar aqui um comentário. Amanhá comento este comentário.
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"Eduquemos as crianças e não será necessário castigar os homens." (Pitágoras)
Vale a pena ler e reflectir !
Eduardo Prado Coelho, antes de falecer (25/08/2007), teve a lucidez de nos deixar esta reflexão, sobre nós todos, sobre o nosso Povo, por isso façam uma leitura atenta e meditem. As ilações serão vossas.
PRECISA-SE DE MATÉRIA-PRIMA PARA CONSTRUIR UM PAÍS Eduardo Prado Coelho - in, Público
A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como Povo. Nós como Matéria-Prima de um País. Porque pertenço a um País onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro. Um País onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um País onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como noutros Países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por um só jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO. Pertenço ao País onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um País onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS, para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um País: - Onde a falta de pontualidade é um hábito; - Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano; - Onde há pouco interesse pela ecologia; - Onde as pessoas atiram lixo nas ruas e, depois, reclamam do Governo por não limpar os esgotos; - Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros; - Onde não existe a Cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é “muito chato ter que ler”) e não há consciência, nem memória política, histórica nem económica; - Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns. Pertenço a um País onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser “compradas”, sem se fazer qualquer exame. A um País onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar. A um País no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. A um País onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos Governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como “Matéria-Prima” de um País, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nosso País precisa. Esses defeitos, essa “CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA” congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são Portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte. Fico triste. Porque, ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar a trabalhar com a mesma “Matéria-Prima” defeituosa que, como Povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada. Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como Povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier. Qual é a alternativa ? Precisamos de mais um Ditador, para que nos faça cumprir a Lei com a força e por meio do terror ? Aqui faz falta outra coisa e enquanto essa “outra coisa” não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados, igualmente abusados. É muito bom ser Português. Mas quando essa Portugalidade Autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda. Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um Messias. Nós temos que mudar. Um Novo Governante com os mesmos Portugueses nada poderá fazer. Está muito claro. Somos nós que temos que mudar. Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos. Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e, francamente, somos tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (sim, exigir) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido. Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO. E você, o que pensa ? MEDITE !
EDUARDO PRADO COELHO
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| | | manuel fonseca Membro AAP
Mensagens : 340 Data de inscrição : 06/04/2011 Idade : 65 Localização : vila nova de famalicao
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jun 08 2011, 12:48 | |
| grande HOMEM, como curiosidade digo aqui que o seu legado escrito e biblioteca estão depositados em Famalicão na nossa biblioteca | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jun 08 2011, 16:07 | |
| Muito se tem falado e escrito acerca dos célebres Submarinos da Armada Portuguesa. Submarinos - Factos e argumentos, um argumentário para colocar a questão dos submarinos no seu devido lugar! A história dos submarinos A capacidade submarina de Portugal não começou em 2004. Faz, em 2010, cem anos que Portugal tem submarinos. A capacidade submarina de Portugal foi confirmada pela Monarquia, pela I República, pelo Estado Novo e pelo regime saído do 25 de Abril; A última frota submarina portuguesa foi adquirida em 1962. À época, no Estado Novo, Portugal comprou 4 submarinos da classe Albacora, que foram entregues em 1968. A duração média de uma frota de submarinos oscila entre os 30 e 40 anos; quando, em 2002, o CDS ocupou a pasta da Defesa Nacional, já só estava em condições operacionais 1 dos 4 submarinos, e mesmo esse já tinha feito a sua 6.ª revisão operacional. A esquadra que começa agora a chegar é, portanto, a 5.ª, em cem anos. Os atrasos na decisão entre 1993 e 2004 podiam ter colocado em risco a existência da escola submarinista em Portugal (o treino e o conhecimento de uma tripulação submarina, se não operar, perde-se). Quem e como lançou o concurso dos submarinos? A primeira declaração de intenção para aquisição de novos submarinos é de 1993; O concurso para renovação da capacidade submarina foi lançado em 1998, era Primeiro-Ministro António Guterres; O concurso lançado pelo governo socialista em 1998 previa a aquisição de 3 a 4 submarinos (número idêntico à esquadra anterior); O valor estimado, no concurso lançado em 1998, para a aquisição de 3 submarinos aproximava-se dos 2.000 milhões de euros; A Lei de Programação Militar previa recurso ao leasing em cerca de 70% dos valores das várias aquisições; O Governo PSD/CDS herdou o concurso já na sua fase final (2002); A decisão tomada foi a de reduzir a aquisição para 2 submarinos, baixando o custo de 2.000 M€ para 1.000M€; foi também tomada a decisão de reduzir para 50% o valor da Lei de Programação Militar previsto em leasing, de modo a evitar maiores custos financeiros; Quando, em 2004, a decisão final é tomada, a dívida pública portuguesa era de 58% do PIB, ou seja, dentro dos limites do Tratado; hoje, depois de 5 anos de governo socialista, essa dívida pública aproxima-se dos 90% do PIB, muito acima do aceitável. Todos os ministros da Defesa socialistas - Veiga Simão, Jaime Gama, Castro Caldas, Rui Pena, Luís Amado e Severiano Teixeira foram favoráveis à aquisição de submarinos, e inscreveram-na em sucessivas Leis de Programação Militar. O consenso em torno desta capacidade sempre foi estendido ao PS, PSD e CDS (os partidos próatlantistas) Na Assembleia da República, a decisão de reduzir para 2 os submarinos a adquirir, foi criticada pelo PS, argumentando que isso colocaria a capacidade submarina de Portugal ao nível da Argélia; Pode Portugal ser um país oceânico e deixar de ter submarinos? Portugal é um país oceânico e marítimo. Ora, os países oceânicos e de tradição marítima na Europa têm, mantém e renovam a sua capacidade submarina. Por alguma razão será… Vejamos os principais exemplos: A Espanha terá uma capacidade de 12 submarinos (4 actuais; 8 em construção); A França terá uma capacidade de 17 submarinos (10 actuais; 7 em construção); A Itália terá uma capacidade de 9 submarinos (7 actuais; 2 em construção); A Holanda tem 4 submarinos; Os países escandinavos têm submarinos: Noruega 6, Suécia 7; A Grécia terá uma capacidade de 12 submarinos (8 actuais; 4 em construção); O Reino Unido terá uma capacidade de 16 submarinos (12 actuais; 4 em construção); A Alemanha terá uma capacidade de 16 submarinos (12 actuais; 4 em construção); Os países de Leste que aderiram à UE têm capacidade submarina (exemplo: Polónia com 5; Bulgária com 1) ; até a Albânia – país modelo do Bloco de Esquerda… - teve capacidade submarina (2); Obviamente as grandes potências têm capacidade submarina (EUA 82; Rússia 73; China 67); Se Portugal abandonasse a capacidade submarina, seria o único país oceânico da Europa a demitir-se da soberania marítima; Se Portugal o fizesse, todas as responsabilidades marítimas de Portugal seriam imediatamente ocupadas por países vizinhos, nomeadamente Espanha (cujo plano de renovação da esquadra entrava em linha de conta com a possibilidade de Portugal perder essa capacidade); Razões militares e estratégicas para Portugal ter capacidade submarina É uma componente vital da Marinha para a defesa naval, para a vigilância, reconhecimento e interdição dos nossos mares. Por ser um meio silencioso, furtivo e flexível na utilização, dissimulando a sua presença, garante os requisitos de dissuasão nas missões de recolha de informações. Nas missões de interesse público os submarinos desempenham um papel muito relevante na luta contra o tráfico de droga, pirataria, imigração ilegal, pesca ilegal, terrorismo, crimes ambientais e outros actos ilícitos. A incerteza quanto à sua presença permite ser um excelente meio de dissuasão. É também um excelente e fundamental meio militar no controlo dos espaços marítimos (e em caso de guerra). É praticamente impensável ter fragatas se não houver um meio de as proteger, ou seja, capacidade submarina. E deixar de ter fragatas seria o mesmo que deixar de ter Marinha (sublinha-se que Portugal tem 5 fragatas cuja protecção depende dos submarinos); Se Portugal abandonasse a capacidade submarina, seríamos o único país europeu com mar territorial e ZEE a deixar de ter essa capacidade. Razões económicas para ter capacidade submarina Portugal tem uma superfície territorial de 92 mil km² e uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) de 1milhão 658 mil km², tornando o nosso pais no 11º ao nível mundial; Este espaço vai, provavelmente, crescer: Portugal apresentou à Comissão dos Limites da Plataforma Continental das Nações Unidas a sua proposta de extensão dos limites da plataforma continental. Prevê-se o aumento dos actuais 1,66 milhões de km² para 3,6 milhões de km², uma das maiores do mundo; Com todos os continentes descobertos e pesquisados, a ciência diz-nos que é nos oceanos e no fundo dos mares que se encontram as riquezas e os bens por descobrir; O valor real do mar português é por isso notável e o seu potencial enorme. Basta pensar nas pescas, no turismo, do transporte e comércio marítimo. Neste momento mais de 80% dos bens transaccionados, 90% do comércio intercontinental e cerca de 70% do petróleo são transportados por mar. Na União Europeia 53% do comércio passa em espaços marítimos sob nossa responsabilidade. Todo este património nacional necessita de uma capacidade de o proteger, reclamar e salvaguardar. É impossível o exercício dessa soberania sem a capacidade submarina. Com a extensão da plataforma territorial, acrescenta-se mais 240.000 quilómetros quadrados .Com este acréscimo Portugal passará a ter um área total de 3.027.408 km2, o que fará saltar de 11.ª maior ZEE do mundo para 10.ª, imediatamente atrás do Brasil com 3.660.955 km2. A questão dos valores em causa Trata-se de uma defesa de soberania, ou, como costuma dizer o Prof. Adriano Moreira, um investimento em soberania; Desde 1998 que se sabe que Portugal irá adquirir capacidade submarina; os custos foram, aliás, substancialmente reduzidos em 2002; Pelas regras do Eurostat, cada bem militar é imputado no défice apenas uma vez, no ano da sua recepção definitiva (ao contrário do que sucede com as SCUT, PPPs, grandes obras, etc.) Se a dívida pública está , em termos reais, em mais de 100% do PIB, acima dos 170 Milhões de euros, o valor de que estamos a falar é 0,6% do problema. | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 09 2011, 11:03 | |
| Obrigado Fernando, por esta lição de realidad! O mesmo já não posso dizer de EDUARDO PRADO COELHO, pois a realidade dele era distorcida. Eu sou português e não me incluo nessa «identidade» que ele trata, como se fosse um drama ou gerética que nos persegue. Na verdade as coisas são bem diferentes. É certo que existe uma capacidade que nos permite uma flexibilidade ímpar, mas isso não faz com que tal seja algo repugnante, mas antes algo que nos permite ir mais além. O «chico-espertismo» é inventado por nós, mas utilizado por todo o mundo. Importa pois procurar fazer uma abordagem crítica, pois só esta é positiva. Sinto muito, pois já não está vivo. Se estivesse... talves se «olhasse então ao espelho» e se posesse às cabeçadas à parede, mermurando: idiota! Mas vejamos um verdadeiro exemplo de ideotismo. O Sr. Presidente da República, anda a preparar terreno para o seu «camarada», o seu colega de partido, agora eleito primeiro ministro. Para perceber isto, veja-se o seguinte: convidou uns portugueses que vivem no estrangeiro e que são bem socedidos, premiando-os numa diáspora. Evento onde um destes srs. distinguidos disse mais ou menos isto: «nos EUA o presidente de então, que queria combater Hitler, dizia que, para tal, era preciso «dinheiro, dinheiro e mais dinheiro» e agora em Portugal é preciso trabalho, trabalho e mais trabalho. O sr. Cavaco acaba então por pegar nestas palavras, repetindoas... Ora bem, eu trabalhei, trabalhei e trabalhei, e aquilo que ganhei foi dar cabo da saúde e sustentar chulos. E agora ainda ouço estas coisas... Esses portugueses, que tiveram socesso lá fora, foram para fora a pensar em trabalho ou em dinheiro? É que há uma grande diferênça, pois trabalhar até o podemos fazer de borla. Porque é que estas pessoas emigram?! Pois é, então o problema é outro e não foi mencionado. Para terminar, lembro aquilo que o Sr. Presidente Cavaco antes das eleições. Dizia então que «quem não votasse não teria legitimidade para criticar». Sr. Presidente, está a chamar os portugueses que não votam estupidos, sem razão?!... Então explique, porque é que as pessoas vêm tanta malandragem e mude o governo para que partido for tudo se mantem. Explique todos os casos e indícios que existem em torno daquilo que supostamente deveria existir - a justiça. Explique porque é os portugueses estão constantemente a ser roubados... Enfim, explique que razão têm os portugueses para votar, se as razões que têm são antes de não confiar nos «políticos». E mesmo alguns, que poderão até ter votado no sr., porque é que agora os insulta desta forma?! Sr. Presindente, demita-se, pois está a insultar os portugueses e a prestar um mau serviço! | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 09 2011, 19:22 | |
| José Sócrates esteve igual a si próprio no discurso de derrota. E o discurso esteve igual ao previamente escrito e colocado no teleponto. Sem tirar nem pôr. Espontâneo "como sempre", quem o ouvia parecia esquecer-se que a sinceridade que este pretendia transmitir estava a passar-lhe diante dos olhos, não vinha de dentro mas de fora, das letrinhas que iam passando mesmo à sua frente. Suava em bica. Tudo falso, tudo planeado ao milímetro até ao último pio desta figura. Muitos chamaram-lhe "atitude digna". Eu chamo-lhe escrita criativa e teatrinho de vão de escada. O que dizer da parte do discurso de derrota em que a plateia começou a gritar "NÃO! NÃO! NÃO! quando percebeu que o homem se ia demitir, e este se sai num falso-patético- comovido: "meus amigos não tornem isto ainda mais difícil". Ó José coitadinho de ti. Ó José coitadinhos de nós de termos tido de levar contigo. Deixa-me chorar perante tamanho dissabor que te causámos. Ter de se despedir. Alguém o obrigou? Não ia lidar a oposição com dignidade se os portugueses assim entendessem? Não foi isso que andou a apregoar? Dignidade seria este homem, o maior bluff político de sempre em Portugal, pedir desculpa aos portugueses pelos danos causados ao país, à sua economia e principalmente aos cidadãos nos últimos seis anos e meio. Exorcizar o mal antes de sair para a reforma dourada com o rabinho entre as pernas. Foram precisas três eleições legislativas para os portugueses perceberem com quem estavam a lidar. Três castings para finalmente decidirem se queriam continuar com este fraquíssimo actor político e fortíssimo actor a trabalhar na política. Foi preciso não haver esperança para Portugal varrer do mapa este vendedor de sonhos, ilusionista das promessas e profissional da fuga para a frente, um verdadeiro senhor do abismo. "Não levo qualquer ressentimento ou amargura para os dias felizes que tenho pela minha frente" disse ainda com uma lata descomunal: nem amargura, nem ressentimento nem vergonha na cara pelos vistos. Não a leva porque deixa tudo para trás. Milhões de portugueses amargurados e desesperados. Queria que lhe pedíssemos desculpa por danos causados? Milhões de vidas condicionadas pela sua governação negligente, incompetente e completamente irresponsável. E o tempo e a justiça, se ainda existir neste país, decidirão se ficam por aqui os casos e muitos anos de delapidação deste país perpetuada por si e pela sua ranhosa comandita. Tenha vergonha! Já que vai abandonar a política e não se lhe conhece outra actividade profissional nos últimos 30 anos, deixo-lhe uma pergunta - em que centro de emprego se vai inscrever? Ou será que os dias felizes que garante ter pela frente estão escritos nas estrelas, ou no teleponto? http://aeiou.expresso.pt/a-ultima-e-patetica-farsa-de-jose-socrates=f654057 | |
| | | António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 09 2011, 19:26 | |
| Meus amigos. Só posso comentar assim...... _________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 09 2011, 23:39 | |
| Eu isso não estranho há já muito tempo! O que estranho é ver ainda tanta gente iludida com o sistema. É que uma coisa era antigamente estarmos orientados por uma cultura e poder vinda de «deus», outra é partir da «nossa» consciência e esta parecer não existir. Enfim, temos o que merecemos!... Eu, infelizmente não fiz nada para merecer isto, mas... | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Seg Jun 13 2011, 19:44 | |
| Como sabem, a lei por cá parece algo criado para enfeitar o sistema, não propriamente para ser aplicada. Pelo menos como supostamente deveria ser. Por cá, vende-se de tudo a menores. E claro o resultado parece ser aquilo que queremos - um drama. Ontem, caminhava não pela folia do Stº António mas porque ia para casa. Já estão a perceber que não seria cedo. Não, já passava da meia-noite. Pelo caminho encontro na multidão umas crianças, entre as quais a mais velha dizia às outras algo como «os «adultos» (não sei se era esta a palavra) bebem para se divertir». Ela queria dizer que esse era o caminho apontado para a diversão e portanto, brincar e divertir são termos que distinguem o «adulto» da criança e que sendo adultos, sabem que esse é o caminho que as crianças devem seguir. Portanto, isto ilustra bem a imagem que se passa às crianças. Por outro lado, eu vinha de fora e, como era impossível estacionar na «zona», nem de longe nem de perto, acabei por procurar lugar bem longe. Por isso era já um tanto tarde. E, como a casa do meu irmão fica quase em caminho, lembrei-me de passar por lá para o cumprimentar. Ele também parecia já farto da festa e então também não me demorei. Levava uma mochila às costas, onde tinha colocado por cima, mas dentro, claro, a bolsa onde levava a carteira... pois nem pensava já precisar dela. Levava também o GPS e a máquina fotográfica. Como passava na multidão seria a minha vontade levar a mochila na mão... mas como ia um tanto pesada e as minhas ernias o exigem, levei-a mesmo nas costas, presa na cintura e no peito. Assim ia confortável. Assim, mais uma razão para andar ligeiro, além de cuidadoso. Mas infelizmente o cuidado não foi suficiente. Pelo caminho, de vez enquanto olhava para trás, a ver se confirmava as minhas suspeitas... Não facilitava também na medida em que me agitava constantemente. Infelizmente, apesar do trabalhão que dei aos larápios, estes conseguiram sacar a bolsa de dentro da mochila. Imediatamente percebi, mas foi inútil, pois com aquela multidão não consegui ver nada. Foi logo à esquadra e como estava cheia, aconselharam-me a apresentar queixa hoje. Passado algum tempo uns polícias telefonaram-me a dizer que tinham a minha mala. Eu pensava que era da esquadra, mas não. Também hoje na esquadra o estranharam, mas apesar de eu nada dizer, também estranhei, não só por isso, mas por o polícia que me entregou a mala me dizer que tinha os cartões todos na carteira. Coincidência ou não, é uma afirmação um pouco estranha, para quem não conhece a minha carteira. Mas adiante. Felizmente, apenas desapareceu o pouco dinheiro e a máquina fotográfica e o GPS. Mas ainda fiquei com mais uma para contar: hoje na esquadra, perguntaram-me se queria apenas deixar a «nota» ou se queria que a situação prosseguisse, ou seja, que se abrisse um processo. Como se não fosse importante... e não houvesse necessidade de dar trabalhos... Enfim, é assim que as coisas funcionam... E assim andam as coisas... Já me esquecia: a Lisboa que esteve em festa, hoje, apesar da limpeza que entretanto sofreu, cheira a latrina que tresanda! | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Jun 14 2011, 21:55 | |
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| | | António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Jun 14 2011, 22:40 | |
| _________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jun 15 2011, 21:19 | |
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| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jun 15 2011, 23:15 | |
| Futuros magistrados apanhados no copianço! 15 Junho 2011 | 16:23 Lusa
Respostas coincidentes em vários grupos e em alguns casos exactamente iguais levou à anulação de um teste do curso de auditores de Justiça. Ainda assim, todos os futuros magistrados foram "corridos" com um 10.
Um copianço generalizado num teste do curso de auditores de Justiça do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) levou à anulação do teste, mas a direcção decidiu atribuir nota positiva (10) a todos os futuros magistrados.
Num despacho datado de 1 de Junho e assinado pela directora do CEJ, a desembargadora Ana Luísa Geraldes, a que a agência Lusa teve acesso, é referido que na correcção do teste de Investigação Criminal e Gestão do Inquérito (ICGI) "verificou-se a existência de respostas coincidentes em vários grupos" de alunos da mesma sala. O documento indica que, em alguns grupos, "a esmagadora maioria dos testes" tinha "muitas respostas parecidas ou mesmo iguais", constatando-se que todos os alunos erraram em certas questões.
No despacho é dito que as perguntas erradas nem eram as mais difíceis do teste, tendo-se verificado também o inverso: numa das questões mais difíceis ninguém falhou. Realça ainda que há pessoas sentadas umas ao lado das outras que têm "testes exactamente iguais, repetindo entre elas os erros que fizeram".
Perante o copianço da turma, a direcção do CEJ decidiu, em reunião, "anular o teste em causa, atribuindo a todos os auditores de Justiça a classificação final de 10 valores" em Investigação Criminal e Gestão do Inquérito. Desta decisão foi dado conhecimento aos directores adjuntos do CEJ, ao coordenador da Área Penal e restantes docentes e à Secção Pedagógica. A agência Lusa tentou contactar a directora do CEJ, mas até ao momento tal não foi possível.
A principal missão do CEJ é a formação de magistrados, competindo-lhe assegurar a formação inicial e contínua de magistrados judiciais e do Ministério Público para os tribunais judiciais e para os tribunais administrativos e fiscais.
Constitui também missão do CEJ desenvolver actividades de investigação e estudo no âmbito judiciário e assegurar acções de formação jurídica e judiciária dirigidas a advogados, solicitadores e agentes de outros sectores profissionais da Justiça, bem como cooperar em acções organizadas por outras instituições.
Última edição por Ferpina em Sex Dez 09 2011, 09:43, editado 2 vez(es) | |
| | | Milton Membro AAP
Mensagens : 15388 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 63 Localização : Scalabicastro, naquele Jardim á beira, mal plantado
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 16 2011, 00:06 | |
| Como diz alguém por aqui, este é um problema cultural. Há muita gente com instrução, mas nenhuma educação... | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qui Jun 16 2011, 22:23 | |
| - Milton escreveu:
- Como diz alguém por aqui, este é um problema cultural.
Há muita gente com instrução, mas nenhuma educação... Eu diria antes: há por aqui muita MERDA!... | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Dom Jun 19 2011, 21:40 | |
| O homem era "bruxo"!? Citando...
«Nós estamos num estado comparável somente à Grécia: mesma pobreza, mesma indignidade política, mesma trapalhada económica, mesmo abatimento de caracteres, mesmo desleixo de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas, quando se fala num país caótico e que pela sua decadência progressiva poderá vir a ser riscado do mapa da Europa, citam-se a par, a Grécia e Portugal.»
Eça de Queirós, «Farpas», 1872 | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Jul 01 2011, 18:48 | |
| Porque é que isto só terá passado no 2º canal?
http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Reformas-na-Suica-com-tecto-maximo-de-1700-euros.rtp&headline=20&visual=9&article=390426&tm=7 | |
| | | Pierre Membro AAP
Mensagens : 1576 Data de inscrição : 24/11/2010 Idade : 55 Localização : Elvas
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Jul 01 2011, 18:54 | |
| - Ferpina escreveu:
- Porque é que isto só terá passado no 2º canal?
http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Reformas-na-Suica-com-tecto-maximo-de-1700-euros.rtp&headline=20&visual=9&article=390426&tm=7 Ui, ui... já deve estar anunciado o fecho do 2º canal! | |
| | | manuel fonseca Membro AAP
Mensagens : 340 Data de inscrição : 06/04/2011 Idade : 65 Localização : vila nova de famalicao
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Jul 01 2011, 19:01 | |
| que pena que eu tenho de não ter nascido na suiça, acho que deviamos enviar este site a toda agente, pena de não conhecer o mail da AR | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Sex Jul 01 2011, 19:38 | |
| - Ferpina escreveu:
- Porque é que isto só terá passado no 2º canal?
http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Reformas-na-Suica-com-tecto-maximo-de-1700-euros.rtp&headline=20&visual=9&article=390426&tm=7 Passou no 2º canal porque o 1º existe para sustentar a fantasia de que se está na concorrência... E assim se justifica o 2º, como a alternativa que o 1º não é... Mas por falar em fantasia... Poruqe é que o povinho vendo como as coisas se fazem por aqui as compra? Porque faz parte da sua cultura? Como se o dever cívico fosse uma cumplicidade!... Ainda não há muito tempo falei precisamente que, ao contrário da preocupação demonstrada pelos intervenientes políticos, não é o salário mínimo que deve ser a preocupação e, naturalmente, também no caso da reforma, o que deveria preocupar as pessoas (não apenas os intervenientes da política, mas de todos) é antes a diferênça entre o mínimo e o máximo. Daí que, se alguns malandros quizessem ganhar mais, teriam que os outros também ganhar mais - o que não seria brincadeira... E se as coisas estão como estão, é porque assim o queremos - isto porque se não houver outra forma de o admitir, existe o voto... | |
| | | António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Jul 05 2011, 19:28 | |
| Folha salarial da Fundação Cidade de Guimarães
Folha salarial (da responsabilidade da Câmara Municipal) dos administradores e de outros figurões, da Fundação Cidade de Guimarães, criada para a Capital da Cultura 2012: - Cristina Azevedo (PSD) - Presidente do Conselho de Administração: 14.300 € (2 860 contos) mensais + Carro + Telemóvel + 500 € por reunião - Carla Morais (PS) - Administradora Executiva 12.500 € (2 500 contos) mensais + Carro + Telemóvel + 300 € por reunião - João B. Serra (PSD) - Administrador Executivo 12.500 € mensais + Carro + Telemóvel + 300 € por reunião - Manuel Alves Monteiro (PS) - Vogal Executivo 2.000 € mensais + 300 € por reunião Todos os 15 componentes do Conselho Geral, de entre os quais se destacam Jorge Sampaio, Adriano Moreira, Diogo Freitas do Amaral e Eduardo Lourenço, recebem 300 € por reunião, à exceção do Presidente (Jorge Sampaio) que recebe 500 €. Em resumo: 1,3 milhões de Euros por ano, em salários. Como a Fundação vai manter-se em funções até finais de 2015, as despesas com pessoal deverão ser de quase 8 milhões de Euros !!! Reparem bem: Administradores ganhando mais do que o PR e o PM ! Esta obscenidade acontece numa região, como a do Vale do Ave, onde o desemprego ronda os 15 %!!! Alguém acredita em leis anticorrupção elaboradas e aprovadas por muitos dos que são boa gente e (pertencem aos partidos do PS, PSD e CDS)? _________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte | |
| | | Luis Filipe Goios Membro AAP
Mensagens : 10506 Data de inscrição : 27/10/2010 Idade : 66 Localização : Lanhelas - Minho
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Jul 05 2011, 20:21 | |
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| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Ter Jul 05 2011, 21:33 | |
| Porreiro pá! Estado esconde pensões políticas! Não devem ser dinheiros públicos que pagam a esta corja!
Os nomes dos políticos que pedem ao Estado a atribuição da pensão mensal vitalícia passaram a ser secretos. Quando a sociedade portuguesa clama por mais transparência, a Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), cujo presidente é eleito pelos deputados, considera que a subvenção vitalícia não é uma informação pública. Por isso, a Assembleia da República, que até há pouco tempo divulgava os nomes dos beneficiários dessa regalia, está agora impedida de o fazer, avança hoje o Correio da Manhã. A decisão da CNPD, organismo presidido por Luís Silveira desde 2001, não protege só os beneficiários da pensão vitalícia: os nomes dos políticos que solicitem a atribuição do subsídio de reintegração, pago aos políticos que cessam os cargos e ficam no desemprego, também não podem ser divulgados. E o montante do subsídio não pode também ser público. A Assembleia da República, em resposta às questões do CM, é categórica: "Relativamente à indicação nominal dos senhores ex-deputados que solicitaram quer a subvenção mensal vitalícia quer o subsídio de reintegração a Comissão Nacional de Protecção de Dados, na sua deliberação nº 14/2011, considera que as informações respeitantes a esta matéria são dados pessoais, não públicos, pelo que não é possível responder às questões colocadas". | |
| | | António José da Silva Membro AAP
Mensagens : 64575 Data de inscrição : 02/07/2010 Idade : 58 Localização : Quinta do Anjo
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jul 06 2011, 04:12 | |
| Com essa decisão, podem roubar sem que ninguém os chateie. _________________ Digital Audio - Like Reassembling A Cow From Mince If what I'm hearing is colouration, then bring on the whole rainbow...The essential thing is not knowledge, but character. Joseph Le Conte | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jul 06 2011, 15:14 | |
| Apesar da abestenção ter já mostrado ser superior e pôr em causa a legitimidade daquilo a que chamam democracia, fica ainda a pergunta: será que queremos sustentar esta máfia? | |
| | | Ferpina Membro AAP
Mensagens : 10767 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 69 Localização : Assado - Perú
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jul 06 2011, 17:45 | |
| You bastards
06 Julho2011 | Pedro Santos Guerreiro - psg@negocios.pt
Choque. Escândalo. Lixo. Resignação? Não. Mas sim, lixo, somos lixo. Os mercados são um pagode, e nós as escamas dos seus despojos. Isto não é uma reacção emotiva. Nem um dichote à humilhação. São os factos. Os argumentos. A Moody's não tem razão. A Moody's não tem o direito. A Moody's está-se nas tintas. A Moody's pôs-nos a render. E a Europa rendeu-se.
As causas da descida do "rating" de Portugal não fazem sentido. Factualmente. Houve um erro de cálculo gigantesco de Sócrates e Passos Coelho quando atiraram o Governo ao chão sem cuidar de uma solução à irlandesa. Aqui escrevi nesse dia que esta era "a crise política mais estúpida de sempre". Foi. Levámos uma caterva de cortes de "rating" que nos puseram à beira do lixo. Mas depois tudo mudou. Mudou o Governo, veio uma maioria estável, um empréstimo de 78 mil milhões, um plano da troika, um Governo comprometido, um primeiro-ministro obcecado em cumprir. Custe o que custar. Doa o que doer. Nem uma semana nos deram: somos lixo.
As causas do corte do "rating" não fazem sentido: a dificuldade de reduzir o défice, a necessidade de mais dinheiro e a dificuldade de regressar aos mercados em 2013 estão a ser atacadas pelo Governo. Pelo País. Este corte de "rating" não diagnostica, precipita essas condenações. Portugal até está fora dos mercados, merecia tempo para descolar da Grécia. Seis meses, um ano.
Só que não é uma questão de tempo, é uma questão de lucro, é uma guerra de poder. Esta decisão tem consequências graves e imediatas. Não apenas porque o Estado fica mais longe de regressar aos mercados. Mas porque muitos investidores venderão muitos activos portugueses. Porque é preciso reforçar colaterais das nossas dívidas. Porque hoje todos os nossos activos se desvalorizam. As nossas empresas, bancos, tudo hoje vale menos que ontem. Numa altura de privatizações. De testes de "stress". Já dei para o peditório da ingenuidade: não há coincidências. Hoje milhares de investidores que andaram a "shortar" acções e dívidas portuguesas estão ricos. Comprar as EDP e REN será mais barato. Não estamos em saldos, estamos a ser saldados. Salteados.
Portugal foi um indómito louco, atirou-se para um precipício, agarrou-se à corda que lhe atiraram. Está a trepar com todas as forças, lúcido e humilde como só alguém que se arruína fica lúcido e humilde. Veio a Moody's, cuspiu para o chão e disse: subir a corda é difícil - e portanto cortou a corda.
Tudo isto não é por causa de Portugal, é por causa da guerra entre os EUA e a Europa, é por causa dos lucros dos accionistas privados e nunca escrutinados das "rating". Há duas semanas, um monumental artigo da jornalista Cristina Ferreira no "Público" descreveu a corrosão. Outra jornalista, Myret Zaki, escreveu o notável livro "La fin du Dollar" que documenta o "sistema" de que se alimentam estas agências e da guerra dólar/euro que subjaz.
Ontem, Angela Merkel criticou o poderio das agências e prometeu-lhes guerra. Não foi preciso 24 horas para a resposta: o aviso da Standard & Poors de que a renovação das dívidas à Grécia será considerado "default" selectivo; a descida de "rating" da Moody's para Portugal.
Estamos a assistir a um embuste vitorioso e a União Europeia não é uma potência, é uma impotência. Quatro anos depois da crise que estas agências validaram, a Europa foi incapaz de produzir uma recomendação, uma ameaça, uma validação aos conflitos de interesse, uma agência de "rating" europeia. Que fez a China? Criou uma agência. Que diz essa agência? Que a dívida portuguesa é BBB+ (semelhante ao da canadiana DBRS: BBB High). Que a dívida americana já não é AAA. Os chineses têm poder e coragem, a Europa deixou-se pendurar na Loja dos Trezentos... dos americanos.
Anda a "troika" preocupada com a falta de concorrência em Portugal... E a concorrência ente as agências de "rating"? Há dois dias, Stuart Holland, que assinou o texto apoiado por Mário Soares e Jorge Sampaio por um "New Deal" europeu, disse a este jornal: é preciso ter os governos a governar em vez das agências de 'rating' a mandar.
Não queremos pena, queremos justiça. A Europa fica-se, não nos fiquemos nós. O Banco Central Europeu tem de se rebelar contra esta ditadura. Em Outubro, o relatório do Financial Stability Board, que era liderado por Mário Draghi, aconselhava os bancos e os bancos centrais a construírem modelos próprios para avaliarem a eligilibidade dos instrumentos financeiros por estes aceites e pôr termo ao automatismos das avaliações das agências de rating. Draghi vai ser o próximo presidente do BCE. Não precisa de acabar com as agências de "rating", precisa de levantar-se destas gatas.
Este corte de "rating" é grave. É uma decisão gratuita que nos sai muito cara. Portugal é o lixo da Europa. As agências de "rating" são os cangalheiros, ricos e eufóricos, de um sistema ridiculamente inexpugnável. As agências garantem que nada têm contra Portugal. Como dizia alguém, "isto não é pessoal, apenas negócios". Esse alguém era um padrinho da máfia. | |
| | | Stereo Membro AAP
Mensagens : 3493 Data de inscrição : 07/07/2010 Idade : 64 Localização : Lisboa
| Assunto: Re: Algumas vergonhas no nosso jardim Qua Jul 06 2011, 21:14 | |
| - Ferpina escreveu:
- You bastards
Como dizia alguém, "isto não é pessoal, apenas negócios". Esse alguém era um padrinho da máfia. Precisamente, Fernando! Ainda há pouco falei da questão interna portuguesa, agora sobre esta, só posso dizer o mesmo. As pessoas não percebem que andam enganadas; que a realidade que lhes é servida é uma grande mentira e que apesar de todo o esforço que estes malandros que coperam nesta operação aplicam, não devem acreditar. Pelo contrário! Existe uma conspiração e esta não tem cara, tem nome: o poder. Não é difícil perceber que, uma vez que a forma de agir neste sistema é a especulação, a crise - que ainda está a começar - tem como razão de ser isso mesmo. Por isso, quando por um lado alguns perderam e outros ganharam já com a crise, esta é basicamente a oportunidade do momento. Basicamente, no mundo hoje não praticamente nada interessante para se investir e se por uma lado hesiste a necessidade de defender os interesses que com a crise estão em risco, por outro a própria crise é a oportunidade por excelência. Ora, é óbvio que jamais houve interesse em que Portugal procurasse recompor-se, pois existem oportunidades que não querem perder. Daí que, é um engano pensar que isto é uma questão política, não apenas pela situação dos EUA, que parece ser pior que a nossa, mas porque os especuladores não estão sequer interessados em nada que não seja o dinheiro. | |
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